Ideologias são muitas. As mais radicais causam enfermidades
psicológicas e geram indivíduos “sem noção”; grandes absurdos e grandes
horrores têm nelas suas origens.
Recentíssimo
exemplo de uma dessas enfermidades foi proporcionado pelo presidente da
“Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos” Apex,
ou ApexBrasil.
O ex-prefeito de Rio Branco, ex-governador do Acre e
ex-senador Jorge Vianna participou do Fórum Brazil-China Business
(aquele a que Lula compareceria se não adoecesse novamente às vésperas
do evento). Coisa grande, portanto.
Nessa
ocasião, na condição de encarregado de promover as exportações e
investimentos brasileiros perante o principal importador de nossas
commodities, o presidente da Apex abriu a cartilha petista sobre o tema
ambiental.
Esse novo catecismo da religião ambientalista entrou em vigor
tão logo o Congresso Nacional retirou Dilma da presidência da
República.
Com o léxico esquerdista na ponta da língua, passou a atacar o
agronegócio vinculando-o ao desmatamento da Amazônia.
Creiam, para
nossa sorte, os chineses certamente estavam mais interessados em tratar
com os empresários presentes do que na fala do acreano ex-quase-tudo.
Aqui em
Porto Alegre, o amigo jornalista Cléber Benvegnu comentou o fato na
Rádio Bandeirantes aplicando, àquele merchandising às avessas, o
diagnóstico correto: tara ideológica. Mas é bem isso!
É uma compulsão
que derruba a razão, faz desrespeitar o órgão que preside porque não há
no mundo dos negócios brasileiros de exportação produtos mais relevantes
que os do agro; e o Brasil não tem importador maior do que a China.
No entanto,
o embaixador das exportações brasileiras, com dados de uma cartilha
dodói da cabeça, que vê o ser humano que não seja de esquerda como
inimigo da natureza e da humanidade, para alegria dos europeus, liga o
desmatamento da Amazônia ao agronegócio brasileiro.
Não veem a
própria incoerência: comem picanha e bebem cerveja. Em campanha
eleitoral garantem disponibilizar seu consumo a todos... Mas são contra a
criação de gado e as lavouras de cevada;
- querem que todos comam aves e
suínos, desde que cereais e rações não sejam produzidos na escala
necessária. Não perca seu tempo tentando entender.
Quanto ao
agente chefe da nossa agência de promoção de exportações, vem a
pergunta: recebeu a merecida carta de demissão no saguão do aeroporto,
ao retornar ao Brasil? Não! Vai receber? Não! Nessa coisa lamentável que
chamamos política, o Estado e suas instituições têm razões que, em
situação normal se diria próprias de mentes perturbadas.
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.