A
queda do Muro de Berlim foi uma linha divisória. O sonho esquerdista
esvanecera, expondo o pesadelo que tinha engendrado. Talvez nenhum país
mostre melhor o sucesso do capitalismo e o fracasso do socialismo.
Enquanto a Alemanha Ocidental era uma amostra de um Estado de bem-estar
social, com todas as liberdades garantidas, a Alemanha Oriental, dita
democrática e socialista, obrigava seus cidadãos a compartilharem a
penúria, sufocando todas as liberdades. Não eram propriamente cidadãos,
mas súditos do Estado.
Podemos também comparar, a modo de
exemplo, a próspera e capitalista Coreia do Sul, Estado democrático, com
a totalitária e socialista Coreia do Norte, que vive da opressão de
seus súditos, da fome, e aterroriza o planeta com suas armas nucleares.
Ou se pense, ao nosso lado, na ditadura de Maduro e em seu apoio em Cuba
e no PT, no Brasil. Esses parecem não ter nada aprendido com a
História, embora, talvez como galhofa, queiram reivindicá-la. Note-se
que nem lhe sobrou a defesa dos pobres e do então dito proletariado,
pois os Estados que mais conquistaram direitos sociais são os
capitalistas, seja em suas vertentes social-democrata (países nórdicos),
trabalhista (Grã-Bretanha) ou democrata-cristã (Itália e Alemanha).
Aliás, neste último país o consenso era de tal ordem que a alternância
entre os partidos cristãos e social-democrata em nada alterou, se não
implementou, os ganhos sociais por todos reconhecidos. À esquerda não
restou nem o social, salvo em sua face social-democrata, tida por
direita pelos comunistas, socialistas e, entre nós, petistas.
Fracassada,
a questão colocada à esquerda foi: onde refugiar-se? Parece não ter
tido outra opção senão refugiar-se nos costumes, nos valores sociais ou
em políticas ditas progressistas, que só mascaram seu próprio afã de uma
nova hegemonia política. O politicamente correto é, nesse sentido, uma
expressão dessa sua nova máscara, mais palatável para quem ignora ou
compartilha todos os crimes perpetrados pela esquerda no poder. Entre
nós, em experiência recentíssima, observamos o PT levar o País
praticamente à bancarrota, não fosse, para evitar o pior, o impeachment
da ex-presidente Dilma. Nem as conquistas sociais foram mantidas, com o
desemprego avassalador e a inflação corroendo os salários dos mais
desfavorecidos.
A esquerda fracassada procura, agora,
reinventar-se. Escolheu para cavalo de batalha os que ela considera
“conservadores”, em particular mira o MBL, por ter-se insurgido contra
duas exposições, uma no Santander, em Porto Alegre, com imagens de
zoofilia e pedofilia, e a outra no MAM, com mostra de um homem nu sendo
tocado por uma criança. Para tentar capturar a classe média usa palavras
como censura, arte e ditadura, numa sequência de bobagens capaz de
atormentar qualquer pessoa sensata.
Foquemos a questão. O
problema não está nas exposições em si, mas em crianças que se encontram
face a face com situações de eroticidade precoce, incapazes que são, em
sua idade, de juízos morais. Ficam expostas, vulneráveis.
O que garante
que uma criança que se acostume a tocar em homens nus não o faça com
outro homem qualquer na rua ou que queira tocar seu órgão sexual? Seria a
liberdade dos progressistas?
Que adultos apreciem tais tipos de
eventos é meramente uma escolha pessoal, que deve, evidentemente, ser
garantida. Se isso é “arte”, problema deles. Não há censura. Cada um
escolhe suas visitas a exposições, assim como a forma que mais lhe
parecer apropriada para desfrutar o sexo. Trata-se de uma questão
individual de pessoas adultas no uso – ou desuso – de seu desejo e de
sua razão. Outra coisa, muito diferente, é permitir ou obrigar uma
criança a fazer o mesmo. Na exposição do Santander, crianças eram
levadas por escolas a visitar a exposição, como se se tratasse de algo
pedagógico. Qual pedagogia? A da erotização das crianças? A de as
impulsionar para relações sexuais precoces? A de considerar animais como
objetos sexuais? Se isso for considerado liberdade, só pode ser em sua
acepção muito particular de completa ausência de limites, conduzindo,
depois, ao mais completo desregramento moral.
O que parece mais
incomodar essa esquerda sem bússola, contudo, é o fato de estar perdendo
a batalha pela opinião pública. Artistas desocupados ou que não têm o
que dizer chegaram a falar em “ditadura”. Qual, aliás? A do Estado, que
não se imiscuiu nesse assunto senão sob a forma de uma recomendação do
Ministério Público para que a exposição em Porto Alegre fosse reaberta? O
banco, sensatamente, teve juízo para não seguir essa “recomendação”. O
que, na verdade, pretendem os prosadores da ditadura é que o Estado
intervenha para defender as suas concepções. Pretendem implantar a
ditadura do “progressismo” e do “politicamente correto”, enquanto formas
compensatórias do fracasso de suas concepções esquerdistas.
O
MBL, ao defender a ideia de que crianças não se submetam a essa
ideologia, foi o seu alvo preferido. Não foi o Estado. Por quê? Pela
simples e boa razão de que os autointitulados progressistas estão
perdendo a luta pela conquista da opinião pública. Observe-se que não se
trata de uma disputa entre sociedade e Estado, mas uma interna à
própria sociedade. Um setor desta não suporta mais a “ditadura” do
politicamente correto, que lhe é imposta goela abaixo. Decidiu dar um
basta. E tem legitimidade para tal.
A onda dita conservadora no
Brasil é uma reação a esses excessos e arbítrios. É como se não
existisse a liberdade de escolha entre ser conservador, liberal ou
“progressista”. Valeria somente esta última opção. Tudo o mais seria
“ditadura”. Pretendem impor a sua hegemonia a uma sociedade que passou a
rejeitá-los. Não podem mais suportar este outro fracasso. Estão
desnorteados e vociferam. É a pobreza mesma do pensamento!
Fonte: Denis Lerrer Rosenfield - O Estado de S. Paulo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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segunda-feira, 16 de outubro de 2017
O refúgio da esquerda
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