Opinião - O Globo
Origem na década de 1960 - Direita religiosa arquiteta há anos o extremismo dos tempos atuais
A provável assunção de André Mendonça
como ministro do STF faz parte de uma sedição urdida ainda na década de
1960. Por trás da indicação de alguém “terrivelmente evangélico”,
esconde-se a reação de alguns bispos católicos à modernização pregada
pelo Concílio Vaticano II. Enxergaram ali uma guinada intolerável na Igreja. [os valores da Igreja Católica Apostólica Romana, são eternos, são perenes e não podem ser solapados por mudanças profanas.
Como disse conhecido e respeitado colunista "o fogo do inferno continua sendo alimentado com enxofre". Para DEUS não existe essa de os tempos mudaram, de estamos no século XXI = a covid-19 está aí para provar que os decretos de DEUS são sempre válidos e atuais. Quando os que defendem tudo que não presta, tentam mostrar ao mundo que tais valores nada valem, estão sendo adaptados vem uma 'gripe espanhola', uma covid-19.]
Em oposição às ideias saídas do encontro convocado pelo Papa João
XXIII, houve uma união inédita entre bispos conservadores, teólogos e
ativistas moralistas. E ainda políticos oportunistas. Por rejeitar uma
sintonia da religião com uma postura em defesa da justiça social, menos
vetusta (o abandono do latim nas missas…), os descontentes iniciaram um
processo reacionário de tomada do poder em todos os níveis da sociedade.
Touché: décadas depois, vemos a ocupação de espaço político no
Congresso, na mídia e na Justiça.
O recém-lançado livro do professor Benjamin Cowan, “Moral majorities
across the Americas: Brazil, the United States, and the creation of the
religious right”, traz toda a história da reação conservadora, com nomes
aos bois e documentos, além de seguir as relações dos sediciosos
brasileiros com os americanos. Sim, as vitórias do Bozo e de Trump
seguem um roteiro ideológico traçado pelos militantes moralistas ali nos
sessentas do século passado. É de fato um troço transnacional. Bem sabe
o Mourão ao suar pela Universal em terras africanas.
[o aqui chamado extremismo nada mais é do que o esforço, do que a luta, pela VALORIZAÇÃO da FAMÍLIA, dos VALORES MORAIS E RELIGIOSOS, BONS COSTUMES e outros princípios que a maldita esquerda tenta solapar.
O esforço, a luta precisam ser intensificados, já que os inimigos nunca dormem, queimaram a estátua do Borba Gato, querem modificar o Monumento às Bandeiras, tudo na luta para apagar o passado = a pretexto de apagar o passado sepultam outros valores.
Homenagear os BANDEIRANTES, se depender deles, passará a ser um crime hediondo. Paulistas e paulistanos, brasileiros em geral, preparem-se: logo será realizado um plebiscito, ou algo do tipo, para retirar do estado de São Paulo e do Brasil qualquer referência a extraordinária importância para o Brasil dos BANDEIRANTES.
Conhecida emissora de TV, aquela que se especializou em contar cadáveres e ouvir especialistas em nada, já começa a soltar balões de ensaio para tornar os heróis Bandeirantes criminosos, genocidas.
Felizmente, dessa vez a JUSTIÇA agiu em maiúsculas manteve preso o 'ativista' que incendiou a estátua. O individuo alegou ter cometido um ato político - só que não colou = continua preso - pelo menos até que o assunto, ínfimo, chegue ao Supremo. A companheira dele foi liberada. Os únicos símbolos, as únicas referências aceitas no Brasil de hoje são a foice e o martelo símbolos nojentos repugnantes do comunismo = que matou mais de 100.000.000 de seres humanos.]
Os nomes dos principais bois: os bispos Geraldo de Proença Sigaud e
Antônio de Castro Mayer, depois aliados (financiados também) por Plínio
Corrêa de Oliveira, fundador da TFP (Tradição, Família e Propriedade).
[a gloriosa TFP precisa ser revitalizada;questões profanas a enfraqueceram mas o que ainda resta pode voltar a crescer e marcar presença.] Em documentos levantados por Cowan, observa-se a construção de um
discurso político-religioso capaz de juntar católicos tradicionalistas,
evangélicos conservadores, protestantes e militares brasileiros.
Cada um dos grupos tem suas idiossincrasias e interesses, porém a
junção resulta numa salada à base de fake news, hipocrisia e desejo
autocrático. De um lado, há o ódio à modernidade, representada pelo
"ecumenismo" , [o ideário do ecumenismo desejado por Sua Santidade o Papa João XXIII, foi deturpado = nos dias atuais qualquer um, invocando principios absurdos, bizarros, pode fundar uma religião; crenças outras foram alçadas à classificação de religião.
Nos tempos atuais, qualquer individuo ler e memoriza alguns trechos da Bíblia, os interpreta da forma mais conveniente - por mais absurdo que seja o resultado - vai para uma esquina e mais uma 'religião' está criada.] absurdo pela liberdade de escolhas e de costumes; de outro, a
tentativa de manter o controle sobre a vida e a consciência alheias.
Vale lembrar que o mercado acabara de inventar o jovem com suas vontades
e contestações (o sexo livre e a minissaia são problemões…).
A melhor arma, portanto, é o medo. Instaurá-lo em meio à ingenuidade
da população menos instruída. Inspiram-se no passado, quando a tática
deu resultados: a figura do demônio consumindo os pecadores no inferno; o
Deus onisciente capaz de vigiar até seus pensamentos. [DEUS onisciente, onipotente e onipresente; DEUS e os valores religiosos são eternos e o eterno é o infinito e este não tem inicio, nem meio, nem fim = passado, presente e futuro se fundem na ETERNIDADE.]
E houve então a criação do bode. No caso, o comunismo. Inicia-se a
retórica do perigo vermelho como ameaça à família, aos valores cristãos
(discurso compartilhado pela direita americana). Da destruição do lar
papai e mamãe pela esquerda, passa-se para a guerra cultural, outro
campo visto como arena da modernidade. [encerramos a transcrição por aqui; não considerar o comunismo como uma ameaça à família, à religião, aos valores cristãos, alegar que a onisciência de DEUS é algo do passado, vale com reconhecimento da derrota e tentar até o ateísmo para combater Bolsonaro e os brasileiros do BEM = serão derrotados, mais uma vez.]
Ponha a culpa nos malditos comunistas.