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segunda-feira, 10 de maio de 2021

O Brasil que a imprensa não vê - Revista Oeste

Silvio Navarro

A mídia tradicional ignora os brasileiros nacionalistas que estão descontentes com o STF, condenam o discurso pró-lockdown e querem voltar ao trabalho 

Ao longo de décadas pelo mundo, o feriado de 1º de Maio, batizado de Dia do Trabalhador, originário de um movimento nos Estados Unidos pela redução da jornada diária de trabalho — eight-hour day with no cut in pay (diária de oito horas sem redução no pagamento) —, foi apropriado pela esquerda como uma data para promover manifestações nas ruas. 

No Brasil, durante os anos do PT no poder, os atos se transformaram em verdadeiras festas que custavam milhões de reais, com shows populares e distribuição de prêmios. Os atos da Força Sindical e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras centrais, ficaram famosos pelos comícios de políticos como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, o Psol que nascia e os demais satélites. Em 2009, por exemplo, ano pré-eleitoral para Dilma Rousseff, a tradicional Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital paulista, foi palco do sorteio de 20 carros para a plateia, intercalados com uma geladeira ou tevê de 42 polegadas. Do outro lado da cidade, na zona sul, a CUT oferecia tratamentos de limpeza de pele, massagens e cortes de cabelo.

O ano agora é 2021 e algo mudou nas esquinas do país. À míngua desde o fim do chamado imposto sindical, sem dinheiro público para bancar eventos de grande porte nem poder de barganha nas máquinas governamentais tanto a federal quanto a dos principais Estados —, as centrais sindicais não reúnem mais ninguém. Do outro lado, no último fim de semana, mesmo com as restrições impostas por governadores e prefeitos, uma multidão resgatou as camisas verde-amarelas das gavetas para protestar contra as medidas arbitrárias de lockdowns e seus sinônimos, respaldadas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As passeatas, especialmente as maiores concentrações na Avenida Paulista (São Paulo), em Copacabana (Rio de Janeiro) e na Esplanada dos Ministérios (Brasília), apoiaram o presidente Jair Bolsonaro, crítico do confinamento e das portas fechadas no comércio.

“Historicamente, essa data pertencia à esquerda. De repente, por fortes motivos, o povo toma as ruas pedindo o direito de trabalhar, e tudo isso é muito simbólico. O STF desautorizou o presidente a agir na pandemia e, nas manifestações, o povo disse em massa: ‘Eu autorizo'”, afirma a deputada Carla Zambelli (PSL), ligada ao movimento Nas Ruas, que promoveu atos no último sábado, dia 1º.

O presidente ainda citou cenas ocorridas em diferentes cidades de pessoas que terminaram algemadas e detidas por se recusarem a deixar áreas públicas ao ar livre, como praças e  praias. “Estamos assistindo a cenas de pessoas serem presas em praça pública, mulheres sendo algemadas e ninguém fala nada, a nossa imprensa. Cadê os meios de comunicação e não colaborar para denunciar isso? […] Por que a imprensa trabalha 24 horas por dia? Fica em casa também.”

Para além do poder da caneta para assinar ou não um decreto desse tipo e as implicações políticas e jurídicas que isso causaria, num ponto o presidente tem inequívoca razão: obstinada em manter sua cruzada contra o Palácio do Planalto, a imprensa tradicional não só tenta camuflar as arbitrariedades e a truculência empregada em nome da pandemia, como fingiu que não viu as passeatas de 1º de Maio — os raros editoriais ou articulistas que as citaram falaram em “manifestações a favor do vírus”, “fascistas” em defesa do “genocida” e de um golpe militar.

A pecha de “gado bolsonarista”, aliás, é a favorita dos haters na internet e nas colunas da própria imprensa. Nesta semana, o cantor sertanejo Eduardo Costa comentou em entrevista à rádio Jovem Pan: “O que chateia, inclusive por jornalistas que têm lado, é achar que nós sertanejos somos burros porque estamos no interior do Brasil, não estudamos, então eles olham para a gente e [sic] ‘nos tiram’ de babacas e sem cultura”.

Também nesta semana, Bolsonaro apontou o alcance de suas contas nas redes sociais como contraponto à artilharia do mainstream. “A população precisa ter informações de verdade na ponta da linha, saber o que acontece por intermédio das mídias sociais, que têm um papel excepcional no Brasil e, inclusive, na minha eleição. O meu marqueteiro não ganhou milhões de dólares fora do Brasil. O meu marqueteiro é um simples vereador, Carlos Bolsonaro, lá do Rio de Janeiro. É o Tercio Arnaud [assessor especial da Presidência], aqui que trabalha comigo, é o Matheus [José Matheus Sales Gomes, também assessor].”

Terceira via
Em meio ao silêncio diante das manifestações democráticas que voltaram às ruas — há ainda a possibilidade de atos de caminhoneiros e do setor agrícola a favor do presidente neste mês e circulam na redes sociais diversos vídeos de convocações —, a mídia tenta desde janeiro de 2019 dar musculatura a uma candidatura capaz de impedir a reeleição de Bolsonaro. [presidente Bolsonaro, somos seus apoiadores, mas antes de tudo somos BRASIL e não entendemos conveniente que manifestações,inclusive envolvendo pessoas sem compromisso com o Brasil (ninguém esqueceu os danos causados ao Brasil e aos brasileiros, especialmente aos menos favorecidos, pelos caminhoneiros em sua última greve, lock-out, paralisação ou como chamem.]
O presidente da República tem o DEVER de se manter longe de manifestações ou atos do gênero - na época oportuna, a dos comícios, sendo o presidente Bolsonaro candidato à reeleição, tem o direito de participar, mas sem se misturar  aos candidatos de araque, os escalados para perder. A LITURGIA do cargo antes de tudo, capitão.
Sua condição de neutro, tendo em conta ser o responsável primeiro, se necessário,  pela execução de atos de manutenção da ORDEM PÚBLICA precisa ser preservada.]
A lista de nomes já percorreu todos os caminhos da esquerda ao centro, com malabarismos que testaram até apresentadores de televisão, humoristas e youtubers.[os testadores esqueceram que o objetivo é eventuais candidaturas ao cargo de Presidente da República Federativa do Brasil e não a  artistas de circo mambembe.
Esqueceram que só o capitão tem as condições necessárias de reverter, inclusive no voto,  os efeitos da suprema tentativa de reviver,politicmaente, o petista.]

O fato é que nem o PSDB nem o Novo, por exemplo, conseguiram produzir um candidato que avançasse sobre o eleitorado conservador de Bolsonaro nem herdasse o que seria o espólio lulista até que o STF mudasse as regras do jogo e recolocasse o próprio petista no páreo. Foi assim com os governadores João Doria (SP), Eduardo Leite (RS), o senador Tasso Jereissati (chamado de “Joe Biden brasileiro” por um importante jornal paulista) e João Amoêdo (Novo). Somado a isso, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro submergiu na cena política — o que inclui um duro revés no mesmo Supremo —, arrumou um emprego rentável e dá sinais de que esse tende a ser mesmo seu caminho.

“Não acredito em terceira via. É uma posição política semelhante ao centrismo, que tenta conciliar duas visões antagônicas: direita e esquerda; uma estratégia criada dentro de movimentos progressistas. Esse divórcio entre o que a imprensa apresenta e a realidade das ruas, os cidadãos experimentam desde o início da pandemia”, avalia Roberto Motta, ex-conselheiro do Banco Mundial e fundador do Novo — hoje crítico dos rumos que a legenda tomou.

Motta cita, por exemplo, a abordagem dada pelos mesmos veículos de comunicação sobre protestos promovidos pelo grupo radical Black Lives Matter em Washington. Em suma, o duplo padrão: atos do Black Lives Matter não causaram disseminação da covid; já os atos pró-Bolsonaro devem provocar alta de casos da doença.

A jogada mais recente de setores da imprensa foi tentar apresentar Ciro Gomes, do PDT, agora turbinado pelo marqueteiro do Petrolão, João Santana, com uma nova roupagem — alguém de centro-esquerda com envergadura para furar o duelo entre Lula e Bolsonaro. Na prática, trata-se de uma jogada que beira o desespero pela escassez de alternativas contra o correr do calendário. Caso ela não se viabilize, é enorme a probabilidade de que Lula será mesmo o destino final para a mídia tradicional — e alguns jornalistas já vislumbraram isso e anteciparam a guinada num revisionismo histórico para os crimes cometidos pelo petista. Tudo indica que 2022 poderá ser mais uma corrida polarizada entre o candidato das ruas e o das manchetes. 

Silvio Navarro, editorial - Revista Oeste