O general Braga Netto mentiu sobre a História do país, ao dizer que
não houve ditadura no Brasil. Ontem foi a vez de o general Ramos ofender
os fatos. O ministro da Defesa disse que se tivesse havido ditadura
“muitos não estariam aqui”. Ele está querendo dizer que as mortes foram
poucas, e isso é odioso. [É pacífico que não houve ditadura no Brasil. O que houve foi um Governo Militar forte, que teve de usar da energia necessária e medidas adequadas e indispensáveis para promover o retorno do Brasil aos trilhos da Lei, da Ordem e da Democracia - sim, também da democracia, que seria a primeira vítima se os malditos comunistas conseguissem transformar o Brasil em mais um satélite da extinta URSS - naquela época era o objetivo da maldita esquerda comunista.
Os comunistas, contrários ao Governo Militar, não vacilaram em usar ações de guerrilha e atos terroristas, provocando a morte de integrantes das Forças de Segurança e, pior ainda, de civis inocentes.
O Governo Militar foi forçado pelos terroristas ao uso da força necessária para conter os traidores da Pátria, resultando em mortes - em número bem inferior ao que teria ocorrido se os guerrilheiros e terroristas dispusessem dos meios adequado para seus atos covardes e repugnantes = falta de escrúpulos e de respeito à vida humana era algo que abundava naqueles seres covardes.] Mas está também usando o mesmo método
identificado pela Polícia Federal nos disseminadores de fake news, que é
o de dissolver a fronteira entre a mentira e a verdade. Essa técnica de
Steve Banon serve para o assalto ao poder, mas tem tido também como
consequência trágica a morte de centenas de milhares de brasileiros pela
Covid.
Muitos não estão aqui porque foram assassinados pela ditadura que o
general Braga Netto nega ter existido. Para o general Ramos, segundo
disse ontem, tudo é apenas uma questão semântica. Nesse raciocínio,
basta usar algum eufemismo que o problema desaparece. Generais, muitos
brasileiros foram assassinados dentro de quartéis militares e por ordem
de seus comandantes. Por isso não estão aqui. A técnica da negação faz
vítimas ainda hoje. Milhares de vítimas desta pandemia poderiam estar
aqui. Teriam sido protegidos da morte se mentiras sobre a Covid-19 e
sobre as medidas de proteção, o uso de máscara, a cloroquina e as
vacinas, não tivessem sido divulgadas com tanta insistência pelo
presidente da República e pelos bolsonaristas.
A mentira do general Braga Netto tenta matar os fatos de ontem. As
mentiras do presidente Bolsonaro e de seus apoiadores matam pessoas no
presente. A mentira colocada em documento oficial pela
subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo é uma colaboração à
morte de brasileiros e um flagrante de desvio de função. Em vez de
proteger a sociedade, a Procuradoria-Geral da República (PGR) nega a
ciência, rasga o princípio da precaução e desmoraliza a máscara. [os inimigos do Brasil começam, ainda que a contragosto, a perceber que não conseguirão derrubar o presidente Bolsonaro e passam a dirigir o fogo, já fraco, quase em extinção, contra a PGR, seja na pessoa do seu chefe ou de algum dos seus integrantes que cometa o 'crime' de não concordar com acusações inúteis de partidecos sem votos ou de outros inimigos da Pátria Amada.
Para eles, qualquer cidadão, autoridade ou não, que em respeito às leis e à Justiça, assuma uma posição que seja justa em relação ao presidente Bolsonaro, deve se tornar um alvo.
Esquecem que a CPI Covid-9, sob reputada e conhecida direção, gastou todo o seu arsenal e nada conseguiu nem conseguirá contra o Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO.]
Lindôra Araújo tenta desmentir o que a ciência já provou. Disse que
não “é possível realizar testes rigorosos” sobre a eficácia da máscara.
Segundo ela, os estudos que existem são “somente observacionais e
epidemiológicos”. E ela continua com seu insulto à ciência afirmando que
o presidente não foi notificado de que deveria usar máscaras em eventos
públicos e chega ao cúmulo de afirmar que na ocasião dos fatos
Bolsonaro “não estava doente, nem apresentava sintomas de Covid-19”,
como se só os pacientes devessem usar a medida de proteção. O presidente
fora questionado em ação pelo seu comportamento delinquente de promover
aglomerações, em geral com recursos públicos, e nelas não usar
máscaras, e ainda ter tirado a proteção de duas crianças. Lindôra acha
que “inexistem elementos mínimos” para uma ação contra o presidente.
A mentira é terrível. A mentira histórica dos generais, a da
subprocuradora, e a dos influenciadores bolsonaristas. E é terrível
porque atinge a vida e a democracia. Quando procuram se esconder na semântica ou na falsificação
histórica, os generais Braga Netto e Ramos mostram que essa geração
militar é cúmplice dos que naquele tempo fecharam o Congresso,
aposentaram ministros do Supremo, censuraram, torturaram e mataram.
Braga Netto parecia querer se referir até aos próprios parlamentares. A
fala dele na Câmara foi assim: “Se houvesse ditadura, talvez muitos dos…
muitas pessoas não estariam aqui.”
Muitos não estão aqui, general Braga Netto. Stuart Angel não está
aqui. Tinha 25 anos quando foi assassinado, seu corpo jamais foi
entregue à família, teria hoje 75 anos. Sua mãe Zuzu também foi morta.
Vladimir Herzog não viu os filhos crescerem, morreu aos 38. Rubens Paiva
não esteve com a mulher Eunice na criação dos filhos. [vamos citar três exemplos que que serão suficientes para mostrar a covardia, a ignomínia, dos porcos terroristas:
- um jovem de 18 anos, SD MARIO KOZEL FILHO, prestando o Serviço Militar Inicial, tirando serviço de sentinela, perdeu a vida, corpo dilacerado, por uma explosão decorrente de um artefato atirado por terroristas. Um dos terroristas, o famigerado Diógenes do PT, ainda vive, foi anistiado, indenizado em R$ 400.000,00, valor que recebeu há mais de 20 anos e recebe pensão mensal vitalícia;
- tenente Mendes, valoroso oficial da PM-SP, que em ação contra terroristas - o traidor Lamarca entre eles - se rendeu em troca da libertação de soldados que comandava e estavam em poder dos vermes terroristas. Foi assassinado a coronhadas - para evitar barulho de tiros, que chamaria atenção das forças policiais próximas;
- um mateiro, que por ser suspeito de guiar militares combatendo os 'corajosos' comunistas na 'guerrilha do Araguaia', teve mãos, braços e outras partes do corpo decepadas, com ele vivo e na frente de familiares.] O que o general
quis dizer? Que aquele horror precisava ter matado mais para que fosse
chamado de ditadura? O ministro da Defesa pode gostar da ditadura, mas
negar que ela existiu é mentir.
A técnica dos sites bolsonaristas é mentir também. A Polícia Federal
explicou ao TSE que eles tentam “diminuir a fronteira entre o que é
verdade e o que é mentira”. Usaram isso nas postagens sobre as urnas
eletrônicas, nas divulgações falsas sobre a pandemia, nos ataques ao
Judiciário e ao Congresso. Eles usam fragmentos de verdade para
construir suas mentiras. Os bolsonaristas tentam enfraquecer a
democracia e, nas fake news sobre a pandemia, atentam contra a vida
humana.
Com Alvaro Gribel (de São Paulo)
Míriam Leitão, jornalista - O Globo