Segundo instituição, superávit primário brasileiro volta só em 2020
O Relatório Fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado nesta
quarta-feira em Washington, lançou um alerta para as dívidas do governo e das
empresas no Brasil. No lado privado, o documento afirma que as empresas
brasileiras não financeiras cresceram, na última década, em uma velocidade duas
vezes maior que a das companhias de outros países. E o endividamento público
bruto do país segue avançando e, a partir de 2019, será o maior entre 40 países
emergentes selecionados, chegando a 93,6% do PIB em
2021. No ano passado, a dívida pública bruta era de 73,7% do PIB.
Os altos
gastos com previdência, o aumento dos investimentos na Petrobras, o crescimento
dos empréstimos dos bancos públicos (sobretudo
do BNDES), combinados com a recessão, levaram a esse cenário. O documento
aponta ainda que o déficit primário do governo — resultado das contas públicas sem levar em conta o pagamento dos juros
das dívidas do país —, será de 2,8% do PIB neste ano. Para o FMI, o país só
voltará a ter superávit primário em 2020, quando a economia chegará a 0,3% do
PIB. Há três semanas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o
superávit primário só voltaria em 2019.
O
relatório do FMI, em um box dedicado ao Brasil, lembra que durante grande parte
da década passada, a política fiscal no Brasil tem sido expansionista. “A dívida do governo, de 73% do PIB, é 30
pontos percentuais maior do que o da média dos países emergentes”, destaca
o documento. Em 2015, a dívida pública bruta representava 73,7% do PIB, e colocava o Brasil
como sexto pior em uma lista de 40 nações emergentes, atrás apenas de Croácia, Egito, Hungria, Sri Lanka e
Ucrânia.
Mas, de acordo com as projeções do FMI, em 2019, quando a dívida brasileira representar 87,9% do PIB, o país passará a liderar o ranking de nação emergente mais endividada em relação à sua produção, ficando neste patamar ao menos até 2021. “Embora os níveis de dívida privada (incluindo as empresas não financeiras) no Brasil sejam comparáveis aos de outras economias emergentes, o ritmo de seu crescimento na última década ocorreu com o dobro da velocidade de seus concorrentes”, afirma o documento, que lembra que as vulnerabilidades das empresas brasileiras, com a crise econômica, pode crescer. “Neste contexto, uma questão importante é ver se as finanças públicas são suficientemente fortes para lidar com as consequências macroeconômicas de uma possível redução de despesas em dívida privada.”
Mas, de acordo com as projeções do FMI, em 2019, quando a dívida brasileira representar 87,9% do PIB, o país passará a liderar o ranking de nação emergente mais endividada em relação à sua produção, ficando neste patamar ao menos até 2021. “Embora os níveis de dívida privada (incluindo as empresas não financeiras) no Brasil sejam comparáveis aos de outras economias emergentes, o ritmo de seu crescimento na última década ocorreu com o dobro da velocidade de seus concorrentes”, afirma o documento, que lembra que as vulnerabilidades das empresas brasileiras, com a crise econômica, pode crescer. “Neste contexto, uma questão importante é ver se as finanças públicas são suficientemente fortes para lidar com as consequências macroeconômicas de uma possível redução de despesas em dívida privada.”
Assim,
segundo o documento, o país precisa urgentemente reforçar sua situação fiscal,
para melhorar seus resultados e ter margem para suportar problemas das dívidas
privadas, caso elas saiam do controle. Os dados do endividamento bruto do FMI
levam em conta os títulos público que estão com o Banco Central. Já os dados do
governo brasileiro descontam estes valores.
Fonte: O Globo