Bernardo Mello Franco
O lançamento informal da candidatura não é o único golpe de Moro em Bolsonaro. Ao acusar o presidente de tentar interferir em investigações da Polícia Federal, o ex-juiz narrou práticas que configuram crime de responsabilidade. Isso abre uma nova frente para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e para a apresentação de pedidos de impeachment contra Bolsonaro.
No pronunciamento, Moro deixou claro que tem munição guardada. Ele sugeriu que fará novas revelações em "outra ocasião".
Bernardo M. Franco, colunista - O Globo
Sai o ministro, entra o candidato à Presidência em 2022.
As palavras antecipam uma mudança no papel do ex-juiz da Lava-Jato.
O presidente Jair Bolsonaro já desconfiava que o ex-ministro tentaria enfrentá-lo nas urnas. Agora ele pode ter certeza disso. A questão é saber como ele fará para se manter em evidência sem a vitrine do ministério e sem a sonhada vaga no Supremo Tribunal Federal. [e sem conseguir provar as acusações que fez contra o presidente Bolsonaro.]
Daqui para a frente, o ex-juiz e o capitão devem disputar eleitores no campo conservador, onde Moro ainda é visto como símbolo do combate à corrupção. Parlamentares da bancada da bala e do PSL, antigo partido de Bolsonaro, já indicaram que ficarão do lado do agora ex-ministro.
[Presidente Bolsonaro, com as bençãos de DEUS, o senhor vence mais esta batalha, com a qual seus inimigos - também inimigos do Brasil, tentam lhe vencer.
Nunca aceitaram que o senhor se tornasse presidente da República.
Lembre-se que no dia de sua vitória, quando emocionado se expressou para o povo, deram ao seu pronunciamento uma conotação negativa - até de vingança contra os derrotados.
A esta altura investigações contra Queiroz e seus filhos já estavam em curso - continuam e até agora NADA foi provado.
Após sua posse, além das críticas aos seus menores deslizes - quase sempre causados pela sua inexperiência com a liturgia do cargo - mantiveram o fogo cerrado sobre seus familiares e tentaram tolher sua autonomia.
Ainda hoje continuam esperando que as investigações em curso contra seus familiares, por suposta prática de supostos crimes que tentam associar a uma suposta participação do senhor - só que a Polícia Federal não fabrica provas e sim quando elas existem e são encontradas a PF as apresenta - o que até o momento não ocorreu, já que não se encontra o que não existe.
Tentaram usar a pandemia, em combinação com a falação do então ministro palanqueiro, para derrubá-lo. NÃO CONSEGUIRAM.
Agora tentam usar a ambição de um ex-juiz e ex-ministro que, quando juiz, realizou grandes ações no combate à corrupção, mas agora se tornou seu adversário, para destruir o senhor. NÃO CONSEGUIRÃO.
Na pior das hipóteses, para que eventual pedido de impeachment que o deputado Maia acolha, cause danos ao senhor eles precisam de 342 votos = dizendo de outra forma, 342 parlamentares presentes e todos votando, em uníssono, contra o Senhor. 171 votos favoráveis ao denunciado, já arquivam o pedido.]
No pronunciamento, Moro deixou claro que tem munição guardada. Ele sugeriu que fará novas revelações em "outra ocasião".
Bernardo M. Franco, colunista - O Globo