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domingo, 5 de julho de 2020

Traição drive-thru: os novos casos extraconjugais da quarentena




Homens e mulheres infiéis precisaram se adaptar ao tão badalado “novo normal”. As desculpas para acobertar as escapadas, como longas reuniões e viagens a trabalho, tornaram-se impraticáveis. Os encontros conjugais que podiam durar horas em motéis passaram a ocorrer em postos de gasolina, ruas vazias, no calçadão das praias nas cidades litorâneas e entre carros do lado de fora do supermercado, como se deu no exemplo relatado pela detetive. Dito de outro modo: o restaurante romântico foi substituído pelo drive-thru.

Como tudo na vida, a mudança de comportamento pode ser medida em cifras econômicas. Os motéis, apesar de terem se mantido abertos durante todo o período do isolamento social, sofreram uma queda de 70% no movimento desde março. As vendas totais de preservativos caíram 20%, índice inédito nesse mercado.

Mas há otimismo. Diz Erh Ray, CEO da agência BETC/Havas, responsável pela publicidade das principais marcas de camisinha do país: “Existe a crise, mas com a reabertura haverá muita vontade de retomar o cotidiano”. E como nem tudo é dificuldade, há um ramo de negócios que cresceu enormemente em razão das traições. Muitos casais limitaram os encontros às telas dos smartphones, e nesse cenário os aplicativos para encontrar um parceiro extraconjugal apresentaram uma movimentação fora do comum desde o estabelecimento da clausura. No website Ashley Madison, um dos mais conhecidos, por exemplo, houve recorde de 17 000 novos usuários noviços a cada 24 horas desde o começo do isolamento social nos Estados Unidos.

Traição não é novidade, evidentemente, e não cabe julgamento moral para além dos envolvidos nela. No entanto, pode-se afirmar que, em parte, ela seja alimentada, no aqui e agora, pelo excesso de convivência do lar transformado em escritório, com as crianças dentro de casa.

Há quem conviva muito bem com esse ambiente, mas é comum que os conflitos domésticos desabrochem — e os advogados de família já sentem a movimentação. Um levantamento feito por VEJA com os principais escritórios especializados em direito de família de São Paulo mostrou que o número de novos processos de separação cresceu 20% desde o começo da quarentena, comparado ao mesmo período do ano passado. O fenômeno é mundial. Pesquisa realizada em abril pelo site americano para planejamento de cerimônias de casamentos The Knot com 1 000 homens e mulheres comprometidos revelou que 82% deles estão insatisfeitos na quarentena. E a maior fonte de conflito é a baixa frequência sexual do casal (ou a falta dela). Contudo, ainda que a pandemia seja aceleradora de crises em diversas relações, os especialistas afirmam que atribuir a traição exclusivamente a este período é simplório. “A quarentena tem sido um fator para acelerar o que já era pensado e desejado. É improvável que alguém se torne um traidor durante este isolamento sem ter cogitado essa possibilidade antes”, avalia o psicólogo Rossandro Klinjey. Não há, convenhamos, nada de novo aí — é o antiquíssimo normal.

Publicado em VEJA, edição nº 2694de 8 de julho de 2020



terça-feira, 18 de junho de 2019

Filho de Flordelis confessa que matou o pai a mando do irmão, diz polícia

Lucas dos Santos, de 18 anos, disse que agiu a mando de Flávio Rodrigues de Souza, de 38 anos. A motivação do crime seria uma traição extraconjugal de Anderson

Um dos filhos adotados pela deputada federal e pastora evangélica Flordelis e pelo pastor Anderson do Carmo de Souza, foi um dos executores do assassinato dele ocorrido na madrugada de domingo, 16. De acordo com informações da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, Lucas dos Santos, de 18 anos, teria confessado que matou o pai a mando do irmão, Flávio Rodrigues de Souza, de 38 anos, filho biológico de Flordelis. Os dois foram presos na segunda-feira (17/6)

A motivação do crime seria uma traição extraconjugal de Anderson. Em depoimento, Lucas se contradisse e, segundo policiais, ele teria decidido confessar o crime e acusar o irmão depois que a polícia mostrou imagens de câmeras de segurança em que ele aparece na cena do crime. Ainda de acordo com a polícia, transtornado, o filho mais novo incriminou Flávio e contou detalhes que estão ajudando nas investigações do crime. 

Flávio foi preso durante o enterro do padrasto. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, onde prestou depoimento. Segundo a polícia, Flávio tinha um mandado de prisão preventiva em aberto por violência doméstica. Em janeiro, a Justiça determinou que se mantivesse a pelo menos 500 metros de distância da ex-mulher, além de respeitar outras medidas protetivas. Já Lucas foi preso no momento em que prestava depoimento na DHNSG. Contra ele, havia um mandado de apreensão por tráfico de drogas quando ele ainda era menor de idade. 

O crime 
Anderson e Flordelis voltavam de uma confraternização e teriam sido seguidos até a casa deles. Segundo a deputada contou à polícia, depois que chegaram em casa, o marido voltou à garagem porque teria esquecido algo dentro do carro. Nesse momento, a família ouviu o som dos disparos e desceu correndo. Souza chegou a ser levado ao Hospital Niterói D’Or, onde morreu. Os atiradores fugiram sem levar nada.

Testemunhas disseram que três homens encapuzados fizeram disparos. O cachorro da família teria sido dopado para não alertar sobre a presença de desconhecidos. Imagens de câmeras de segurança da rua onde fica a casa do casal foram requisitadas e estão sendo analisadas pela polícia. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.