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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Casa de militares - VEJA - Blog Dora Kramer


Por Dora Kramer

Um general da ativa na Casa Civil é uma contradição em termos, mas pode significar a volta dos poderes ao cargo

[o ideal era aproveitar as mudanças de agora e voltar a denominação Gabinete Civil e recriar o Gabinete Militar - que agora tem suas atribuições parcialmente atendidas, nos parece, pelo GSI.] 
Vista assim do alto, a transferência do chefe do Estado-Maior de Exército para a chefia da Casa Civil da Presidência da República soa a contradição em termos. Faz do Palácio do Planalto um nicho exclusivo de militares, que ocupam os principais postos na sede do governo central.

As notícias sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro de substituir Onyx Lorenzoni pelo general Walter Braga Netto têm sido interpretadas como a retomada da influência dos militares cujos poderes junto à Presidência foram sendo reduzidos ao longo de 2019, ao ponto de se enxergar aí um afastamento definitivo entre o governo e as Força Armadas.

Antes, porém, que se possa falar em retomada é preciso ver “qual” Casa Civil Braga Netto comandará: se aquela destituída de funções ou se há nos planos de Bolsonaro a devolução de parte e/ou da totalidade das tarefas daquele que já foi o gabinete mais importante da República depois do que abriga o presidente.


Blog Dora Kramer - Dora Kramer, jornalista - VEJA


quinta-feira, 5 de julho de 2018

Interventor acerta com Temer 'lei de silêncio' sobre caso Marielle




Militares avaliam que falas do ministro Jungmann prejudicaram investigações - Avaliação é de que verborragia de Jungmann prejudicou investigações

[Militares dão cala boca em Jungmann; 

pergunta que não quer calar: como andam as investigações sobre a morte do garoto Marcos Vinicius - citando uma morte entre milhares que não são investigadas;

uma vida humana tem o mesmo valor de outra - são todos seres humanos e esta paridade é mais que suficiente para impedir que a investigação de uma morte prevaleça sobre investigação de outra, quanto mais de milhares.]


O interventor federal na segurança pública do Rio, general Walter Braga Netto, acertou com o presidente Michel Temer uma espécie de ordem do silêncio em relação às investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), diante da interpretação de que a verborragia do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, prejudicou as investigações. A reportagem do GLOBO apurou a informação com integrantes do alto comando das Forças Armadas.

Jungmann era ministro da Defesa quando a intervenção federal no Rio foi decretada por Temer, em fevereiro deste ano. Dez dias depois, o ministro foi deslocado para uma nova pasta criada pelo presidente, de Segurança Pública. A Defesa cuida dos assuntos relacionados às três Forças Armadas. O Ministério da Segurança Pública passou a abrigar políticas de segurança e a ascendência sobre a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por exemplo.  O comando da intervenção federal está nas mãos de generais do Exército. Braga Netto é o interventor e se reporta diretamente a Temer, conforme definido no decreto da intervenção. Ele nomeou o general Richard Nunes no cargo de secretário de Segurança Pública do Rio.

As constantes falas de Jungmann sobre o caso Marielle, especialmente as afirmações sobre o afunilamento das investigações, que evidenciariam o envolvimento de integrantes de milícias no assassinato, incomodaram tanto o interventor federal quanto o secretário de Segurança Pública. A insatisfação dos dois foi exteriorizada a integrantes do comando das Forças e também dentro do Palácio do Planalto.

Em maio, Braga Netto esteve em Brasília e, numa reunião com Temer, da qual também participou Jungmann, acertou a lei do silêncio sobre o andamento das investigações. Desde então, o ministro da Segurança Pública e o próprio interventor federal têm evitado dar declarações a respeito do andamento das investigações. Marielle foi morta a tiros, dentro de um carro, no centro do Rio, na noite de 14 de março. Já são 113 dias sem uma solução do caso e sem uma satisfação concreta sobre as descobertas das investigações até agora. O motorista da vereadora, Anderson Gomes, também foi assassinado a tiros.

Mesmo sem ter relação direta com a intervenção federal no Rio, Jungmann assumiu para si uma função de porta-voz sobre assuntos relacionados à atuação dos militares, com declarações à imprensa sobre o caso Marielle, por exemplo. Em abril e maio, o ministro deu várias declarações em que relacionou o assassinato à atuação de milicianos no Rio. No dia 10 de maio, ele chegou a dizer que a investigação do assassinato "está chegando na sua etapa final". Quase dois meses já se passaram desde então.  Jungmann é do PPS de Pernambuco. Foi deputado federal e ministro no governo de Fernando Henrique Cardoso. Quando passou a integrar o governo Temer, era apenas suplente de deputado.

Depois de o silêncio ter sido acertado entre interventor e presidente, o ministro da Segurança Pública tem evitado falar sobre as investigações do assassinato de Marielle. Para uma entrevista coletiva na tarde da última terça-feira, em que se apresentou um balanço sobre a atuação do novo ministério, Jungmann foi disposto a não falar nada a respeito, com a justificativa de que está "avesso" ao assunto e que o tema cabe à "linha de frente" da intervenção.
Em um evento no Rio, ontem, o ministro se deparou com gritos de "Marielle presente" e com algumas vaias. Jungmann respondeu:  — Sempre sou muito cobrado sobre a violência, sobre Marielle, sobre diversas coisas, mas estamos aqui justamente para celebrar a vida, a arte e a criação. Eu estou aqui para lembrar que a ponte entre nós todos é a cultura. Essa é a melhor política de segurança que existe, não é com fuzis e armas. Não adianta pensar que vamos resolver tudo só pelo lado da repressão — disse, num evento de lançamento de um programa de capacitação na área cultural.

A assessoria de imprensa do ministro afirmou ao GLOBO que não houve acerto por silêncio em relação ao andamento das investigações do caso Marielle, mas sim a interpretação pelo gabinete do interventor federal de que o sigilo é fundamental para a solução do caso, até por estar nas mãos da Polícia Civil do Rio. Ainda conforme a assessoria do ministro, militares têm dificuldade de comunicação com a mídia e, por essa razão, Jungmann assumiu essa interlocução para um esclarecimento à sociedade.  Além disso, ele era ministro da Defesa no momento da decretação da intervenção e tem conhecimento sobre a iniciativa, segundo a assessoria. O ministro deixou de falar a respeito da investigação sobre o assassinato de Marielle porque ainda não há resultados da apuração, que é complexa e depende de árdua coleta de provas, disse a assessoria de imprensa.