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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Intervenção Federal na segurança do Rio derruba assassinatos e roubos

De 12 tipos de crimes, 8 registraram queda. Mortes decorrentes de ações policiais aumentaram. 

Intervenção acaba na segunda-feira 

Uma solenidade no Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste, marcará, nesta quinta-feira, o encerramento da intervenção federal na segurança pública do estado. Depois de nove meses, ela chega ao fim com uma redução nos índices de oito dos 12 tipos de roubos monitorados pelo Instituto de Segurança Pública fluminense. Diminuir um deles era um de seus principais objetivos: para os militares que estiveram à frente do processo de reestruturação das ações de policiamento, os assaltos a caminhões vinham impulsionando uma escalada da violência no Rio.
Operação do Exército na Avenida Brasil, na altura da Vila Kennedy, para combater o roubo de carga Foto: Arquivo / 19/06/2018 / Guilherme Pinto / Agência O Globo
 
(...)
 
Segundo o secretário de Segurança, general Richard Nunes, o foco no combate a roubos influenciou a queda nas estatísticas de homicídios: — A redução faz parte de um complexo de atuações em que a ostensividade da polícia desencoraja a prática de crimes de toda a ordem, principalmente os contra a vida. Contribuímos para que houvesse uma menor possibilidade de ocorrências. Os números estão aí para mostrar isso, com vários meses consecutivos de redução dos homicídios dolosos.


A intervenção federal na segurança pública do Rio foi decretada em 16 de fevereiro pelo presidente Michel Temer. Nomeado para comandar o processo, o general Walter Braga Netto encontrou um estado falido e com as polícias Militar e Civil desestruturadas — o patrulhamento era afetado até por falta de combustível para viaturas.  — Tínhamos uma tendência de alta em quase todas as modalidades criminosas. Conseguimos reverter isso.
Além dos roubos de cargas, caíram os de veículos, a transeuntes, de celulares, a residências, ao comércio, em coletivos e de caixas eletrônicos. Outros quatro tipos, a intervenção não reduziu: os de bicicleta, de condução da vítima, a instituições financeiras e após saques bancários.
— A grande vitória alcançada foi a reversão de uma expectativa que era muito ruim. A cada mês se atingia um indicador pior no roubo de veículos, por exemplo — disse o secretário de Segurança, acrescentando que esse tipo de crime teve uma queda de 6,67% na comparação entre os períodos de março a novembro de 2017 e deste ano. — O que falta agora para que o estado alcance melhores resultados no combate a ladrões de carros é a entrada definitiva do Detran na fiscalização de oficinas de desmanche. Mas com a crise que se abateu sobre o órgão ( alvo de um esquema de loteamento de cargos que levou sete deputados do Rio à cadeia ), ficou difícil concluir o plano dentro da intervenção.

Para o diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Eurico de Lima Figueiredo, “o improviso inicial imposto pelo governo Temer” foi um ponto negativo da intervenção, mas ele acha que ficou um legado para o Estado do Rio.
— No começo, tiveram que trocar pneus furados com o carro em movimento. Não existem milagres na segurança pública, porém a queda dos índices de criminalidade é algo positivo. No entanto, considero o treinamento de pessoal o maior legado. Os militares trouxeram não apenas recursos, que estão possibilitando a recuperação mínima de eficiência das polícias, mas ensinamentos de planejamento estratégico, de doutrinas de emprego e de capacitação dos serviços de inteligência.

Mortes causadas pela polícia dispara                                                 Por um lado, a intervenção derrubou índices de homicídios dolosos e roubos, mas, por outro, entrará para a História como o período de maior letalidade policial do Rio desde a criação do Instituto de Segurança Pública, em dezembro de 1999.

[normal = polícia mais presente, mais incentivada, a tendência é que mais bandidos morram. 

Ou só é aceitável quando só a tropa sofre baixas?] 


Até o mês passado, foram registradas 1.444 mortes durante confrontos com forças do estado, um aumento de 38,6% no acumulado de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período de 2017. Em operações do Comando Conjunto, foram mortos 46 civis e quatro militares, e instaurados 51 inquéritos. Houve, de acordo com o estado, 187 registros de ataques a tiros contra as tropas.

Gostaria de ver esse número ( de mortes decorrentes de ações policiais) reduzido, porém, dentro do cenário encontrado, de enfrentamentos entre facções e de ataques a policiais, entendemos que esse indicador está dentro de um espectro de normalidade, até que se atinja uma desejável estabilização — defende o secretário de Segurança, general Nunes.

Para o professor Guilherme Dias, especialista em estudos estratégicos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, o aumento da letalidade policial está relacionado a uma perda de capacidade da autoridade: — Claro que esse tipo de política acaba levando a um aumento das mortes decorrentes de ações policiais. É algo que reflete um processo histórico de perda da capacidade da segurança pública de dissuadir a criminalidade. Mas, com o reaparelhamento e a requalificação das polícias, esse quadro tende a mudar, com criminosos passando a temer o confronto. [a morte de bandidos em confronto com a polícia é um dos meios mais eficiente de dissuasão; 
- bandido morto não costuma atacar as forças policiais;  
No período em que as UPPs eram as vedetes, os bandidos cresceram - tanto em poder de foto, quanto eu ousadia - visto que havia um acordo não escrito garantindo que seriam avisados antes da realização de qualquer operação;
com o inevitável fracasso das UPPs o acordo foi rompido e a bandidagem achou que venceria no confronto direto.
Estão perdendo e morrendo em maior número.] 


 
    

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Interventor acerta com Temer 'lei de silêncio' sobre caso Marielle




Militares avaliam que falas do ministro Jungmann prejudicaram investigações - Avaliação é de que verborragia de Jungmann prejudicou investigações

[Militares dão cala boca em Jungmann; 

pergunta que não quer calar: como andam as investigações sobre a morte do garoto Marcos Vinicius - citando uma morte entre milhares que não são investigadas;

uma vida humana tem o mesmo valor de outra - são todos seres humanos e esta paridade é mais que suficiente para impedir que a investigação de uma morte prevaleça sobre investigação de outra, quanto mais de milhares.]


O interventor federal na segurança pública do Rio, general Walter Braga Netto, acertou com o presidente Michel Temer uma espécie de ordem do silêncio em relação às investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), diante da interpretação de que a verborragia do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, prejudicou as investigações. A reportagem do GLOBO apurou a informação com integrantes do alto comando das Forças Armadas.

Jungmann era ministro da Defesa quando a intervenção federal no Rio foi decretada por Temer, em fevereiro deste ano. Dez dias depois, o ministro foi deslocado para uma nova pasta criada pelo presidente, de Segurança Pública. A Defesa cuida dos assuntos relacionados às três Forças Armadas. O Ministério da Segurança Pública passou a abrigar políticas de segurança e a ascendência sobre a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por exemplo.  O comando da intervenção federal está nas mãos de generais do Exército. Braga Netto é o interventor e se reporta diretamente a Temer, conforme definido no decreto da intervenção. Ele nomeou o general Richard Nunes no cargo de secretário de Segurança Pública do Rio.

As constantes falas de Jungmann sobre o caso Marielle, especialmente as afirmações sobre o afunilamento das investigações, que evidenciariam o envolvimento de integrantes de milícias no assassinato, incomodaram tanto o interventor federal quanto o secretário de Segurança Pública. A insatisfação dos dois foi exteriorizada a integrantes do comando das Forças e também dentro do Palácio do Planalto.

Em maio, Braga Netto esteve em Brasília e, numa reunião com Temer, da qual também participou Jungmann, acertou a lei do silêncio sobre o andamento das investigações. Desde então, o ministro da Segurança Pública e o próprio interventor federal têm evitado dar declarações a respeito do andamento das investigações. Marielle foi morta a tiros, dentro de um carro, no centro do Rio, na noite de 14 de março. Já são 113 dias sem uma solução do caso e sem uma satisfação concreta sobre as descobertas das investigações até agora. O motorista da vereadora, Anderson Gomes, também foi assassinado a tiros.

Mesmo sem ter relação direta com a intervenção federal no Rio, Jungmann assumiu para si uma função de porta-voz sobre assuntos relacionados à atuação dos militares, com declarações à imprensa sobre o caso Marielle, por exemplo. Em abril e maio, o ministro deu várias declarações em que relacionou o assassinato à atuação de milicianos no Rio. No dia 10 de maio, ele chegou a dizer que a investigação do assassinato "está chegando na sua etapa final". Quase dois meses já se passaram desde então.  Jungmann é do PPS de Pernambuco. Foi deputado federal e ministro no governo de Fernando Henrique Cardoso. Quando passou a integrar o governo Temer, era apenas suplente de deputado.

Depois de o silêncio ter sido acertado entre interventor e presidente, o ministro da Segurança Pública tem evitado falar sobre as investigações do assassinato de Marielle. Para uma entrevista coletiva na tarde da última terça-feira, em que se apresentou um balanço sobre a atuação do novo ministério, Jungmann foi disposto a não falar nada a respeito, com a justificativa de que está "avesso" ao assunto e que o tema cabe à "linha de frente" da intervenção.
Em um evento no Rio, ontem, o ministro se deparou com gritos de "Marielle presente" e com algumas vaias. Jungmann respondeu:  — Sempre sou muito cobrado sobre a violência, sobre Marielle, sobre diversas coisas, mas estamos aqui justamente para celebrar a vida, a arte e a criação. Eu estou aqui para lembrar que a ponte entre nós todos é a cultura. Essa é a melhor política de segurança que existe, não é com fuzis e armas. Não adianta pensar que vamos resolver tudo só pelo lado da repressão — disse, num evento de lançamento de um programa de capacitação na área cultural.

A assessoria de imprensa do ministro afirmou ao GLOBO que não houve acerto por silêncio em relação ao andamento das investigações do caso Marielle, mas sim a interpretação pelo gabinete do interventor federal de que o sigilo é fundamental para a solução do caso, até por estar nas mãos da Polícia Civil do Rio. Ainda conforme a assessoria do ministro, militares têm dificuldade de comunicação com a mídia e, por essa razão, Jungmann assumiu essa interlocução para um esclarecimento à sociedade.  Além disso, ele era ministro da Defesa no momento da decretação da intervenção e tem conhecimento sobre a iniciativa, segundo a assessoria. O ministro deixou de falar a respeito da investigação sobre o assassinato de Marielle porque ainda não há resultados da apuração, que é complexa e depende de árdua coleta de provas, disse a assessoria de imprensa.