Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador general-de-brigada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador general-de-brigada. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Sem política de inclusão, elite das Forças Armadas não tem diversidade - O Globo

Apenas três dos 228 integrantes do alto escalão da Marinha e da Aeronáutica se declaram pretos; para órgãos há meritocracia [o destaque dado à Marinha e à Aeronáutica, não foi esquecimento e sim para destacar, como se falha fosse ,  uma situação que está mais presente nas  Forças citadas, por especificidades a elas inerentes.]

O topo da carreira nas Forças Armadas reproduz a desigualdade existente em outras instâncias de comando de instituições públicas e empresas privadas no país. Documentos de Marinha e Aeronáutica, obtidos pelo GLOBO via Lei de Acesso à Informação, mostram que apenas três integrantes da elite — todos da Força Aérea — se declaram pretos, em um universo de 228 militares do alto escalão. Os retratos, colocados lado a lado aos dos 172 colegas do Exército — que não dispõe dos dados, o que dificulta inclusive a mudança do quadro, segundo especialistas —evidenciam a falta de diversidade.

[A meritocracia é o mais importante para avaliar a competência das pessoas; a Constituição Federal decreta:  Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
Que sentido tem política de cotas disso e daquilo? 
- o que justifica preterir pessoas que a Constituição considera iguais, apenas por ser o escolhido, digamos, afrodescendente ou ter estudado em escola pública, ou por dezenas de outros motivos que os cotistas sempre arranjam.  Segundo a CF ambos são iguais, sendo o único critério lícito, ético, moral, o do MÉRITO. 
O critério que deve ser o primeiro a diferenciar iguais tem que ser a MERITOCRACIA]

Infográfico: Veja o retrato da desigualdade nas Forças Armadas

A representação de pretos na elite militar é apenas um quinto daquela encontrada na sociedade brasileira como um todo. Entre os oficiais-generais da ativa (nomenclatura que contempla o topo das três Forças), apenas 1,75% são pretos, número que vai a 9,4% na população geral. Como as informações dos dados oficiais nem sempre seguem o padrão de cor definido pelo IBGE — na Marinha, por exemplo, há a possibilidade de se autodefinir como “moreno” —, O GLOBO acrescentou à lista a observação das fotografias de todos os oficiais-generais. A identificação visual incorporou outros quatro oficiais pretos aos três autodeclarados, totalizando sete num universo de 400. Nenhum deles ostenta quatro estrelas, o grau máximo que um oficial da elite pode atingir.  [generais de duas, três ou quatro estrelas, pelo caráter especial da carreira, não podem ser escolhidos por critério que não seja o do MÉRITO.]

Os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica brasileiras estão sob a tutela de 400 generais-oficiais na ativa. No entanto, apenas sete deles são de cor preta, ou 1,75% do total. A constatação parte da análise de documentos e dos retratos de generais de quatro, de três e de duas estrelas, as mais altas patentes das Forças.

Estudo sobre representatividade racial nos espaços decisórios da Aeronáutica, publicado no ano passado pela Escola Nacional de Administração Pública, apontou a ocorrência de “um importante quadro de desigualdade racial” na “distribuição de espaços de poder” da Força Aérea. O trabalho menciona, no entanto, que não se trata de uma particularidade, mas o “retrato fiel do quadro de exclusão social presente no Brasil”.

Em países com debate público sobre igualdade racial nas Forças Armadas, como os Estados Unidos, oficiais de cor preta representam 9% dos comandantes da instituição, percentual mais próximo à representação de pretos na população norte-americana — 13%, segundo o último Censo.

Diretor-executivo do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), o advogado Daniel Silveira ressaltou que a própria ausência de dados sobre militares em postos de comando reduz a capacidade de modificação do cenário: — A negação de discussão se equivale à negação da construção de um país mais inclusivo. Considerando que as Forças Armadas também são instituição pública e empregadora, você não pode simplesmente excluir dos espaços mais empoderados a população negra. Ela também quer se ver refletida neste espaço de decisão.

Silveira diz ser importante reconhecer que os pontos de partida para acesso a oportunidades não apenas no Exército, Marinha e Aeronáutica, mas em toda sociedade, são diferentes para cada grupo. — O próprio STF já afirmou que uma meritocracia que não considera os diferentes pontos de partida equivale a uma espécie de aristocracia velada.
[esqueceram de perguntar???  quantos ministros do STF são negros?
E, nos últimos cem anos quantos eram afrodescendentes?]

(...........)

Embora diga nunca ter se sentido vítima de preconceito ao longo da carreira militar, ele avalia que a “falta de oportunidade” e a má qualidade da educação em regiões periféricas contribuem para a baixa diversidade. No Exército, o general-de-brigada André Luiz Aguiar Ribeiro é o único de cor preta entre os 172 da elite. Procurado, ele afirmou que só poderia tratar do tema com autorização do Exército, o que não ocorreu.

Brasil - O Globo