Segundo
o governador do Paraná, os relatos do protesto de quarta indicam que "não
houve violência" policial
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), falou nesta quinta-feira
(30) sobre a manifestação dos professores na
quarta-feira e a atuação da polícia militar. Richa isentou a PM de culpa e disse que a violência só ocorreu por
conta de "baderneiros, arruaceiros e
black blocs".
Na
quarta-feira (29), professores em greve
organizaram manifestação em frente a Assembleia Legislativa, em Curitiba.
Eles pressionavam para que os deputados não aprovassem projeto de lei do
governo Richa que muda regras da previdência. Uma liminar da Justiça impedia os
professores de entrar na Assembleia. Por isso, a PM isolou a área. Segundo o G1,
os policiais receberam ordem de avançar
sobre os manifestantes. No final, 213 pessoas ficaram feridas.
Em
entrevista ao jornal paranaense A Gazeta do Povo, Richa defendeu os
policiais. "Não dá para negar que
temos algumas cenas chocantes, indesejáveis. Mas lamentavelmente a presença de
baderneiros, arruaceiros, black blocs que radicalizaram, partiram para cima dos
policiais. E é uma defesa natural: eles reagiram para preservar sua integridade
física e suas vidas". Questionado sobre a violência policial, Richa
disse que vai apurar, mas que "os relatos que recebi não dão conta
disso".
Ao jornal
Folha de S.
Paulo, o governador do
Paraná decidiu partidarizar a manifestação. Ele acusou partidos políticos e
sindicatos de "instigar" os
manifestantes. "O pessoal do PT,
alguns do PMDB, PSOL e PSTU claro que instigaram. A CUT com presença forte
aqui", disse. Ele voltou a negar violência policial. "O relato que recebo da Segurança
Pública é que não houve violência, só contenção da massa que vinha pra cima
deles".
Os professores estão em greve há
três dias. Eles
protestam contra um projeto de lei do governo Beto Richa que muda as regras da
previdência estadual. A medida fará com que algumas categorias mudem de fundos
de previdência, para economizar desembolsos mensais com a aposentadoria que,
segundo o governo, está deficitário. Na prática, a aposentadoria dos professores, que hoje é paga pelo Estado, passa a ser paga pelo Estado e pelos servidores.