Vejam este vídeo. São supostos professores exercendo o que o Ministério
Público do Paraná considera um “direito
fundamental”. Volto depois.
VÍDEO: Vândalos na greve dos professores do Paraná 3
O Ministério Público do Paraná propôs nesta segunda uma ação civil
pública contra o governador do Estado, Beto Richa (PSDB), e mais cinco pessoas — entre elas, o
então secretário de Segurança, Fernando Francischini, e o então
comandante-geral da PM, Cesar Vinicius Kogut — em razão da ação policial
desencadeada no dia 29 de abril para impedir que uma turba, composta, consta,
de professores, invadisse a Assembleia Legislativa do Estado onde se votava uma
reforma no sistema de aposentadoria.
Trata-se de política, não
de Justiça. Os senhores promotores deveriam dizer, na sua ação, o que o
governador deveria ter feito. Deveria, por exemplo, ter permitido que pessoas armadas de paus, pedras e estilingues tomassem, de novo, como
já haviam feito, a sede do Poder Legislativo, como uma horda de milicianos?
A acusação é ridícula:
improbidade administrativa. É
mesmo? Improbidade por quê? Assim teria sido se o governador tivesse sonegado os recursos do
Estado, permitindo que vândalos, sob o pretexto de fazer reivindicações,
tomassem de assalto a Assembleia. Até porque havia uma determinação judicial
para que o espaço tivesse resguardada a sua segurança.
O MP do Paraná sustenta
que se trata de improbidade porque o governador e os demais acusados teriam contrariado o
direito à livre manifestação e reunião, um princípio da administração pública.
Só pode ser piada. O governo proibiu os
manifestantes de invadir a Assembleia, não de se reunir. “Foi uma grave violação a conquistas
históricas da sociedade civil”, afirma, por exemplo, o procurador Eliezer
Gomes da Silva. É demagogia. Invadir e depredar é uma
conquista histórica dos vândalos, não da sociedade civil.
O ânimo beligerante do MP é tal que acusa o Palácio do governo de
ter servido de posto de observação e de
cárcere privado de manifestantes. Aí a coisa ultrapassa o ridículo. Para que não se pudesse ver do
Palácio Iguaçu o que acontecia no Centro Cívico, seria preciso mudar o prédio
de lugar. A argumentação é vergonhosa.
O governo do Estado afirmou não ter tido acesso aos dados da
investigação, que, de fato, não foram fornecidos. Mas convenham: tudo isso já
era esperado, não é mesmo? A imprensa — a nacional também, mas, em
particular, a paranaense — desempenhou e desempenha um papel tristíssimo nesse episódio, com
raras exceções.
Todas as fotos que retratam o episódio flagraram os trogloditas invasores só na
posição de vítimas, nunca de agressores.
Será mesmo verdade que o
Paraná é como a Venezuela, cujo governo é defendido
pelos sindicalistas do PT que armaram a confusão? Será mesmo que Beto Richa
é como Nicolás Maduro? Basta que alguém decida protestar, e ele manda a Polícia
descer o porrete?
Olhem aqui: eu até posso condescender
que a ação da Polícia Militar não tenha sido a mais organizada ou eficiente, mas daí a acusar o governador e os outros cinco de improbidade
administrativa, bem, vai uma grande diferença. Improbidade, prevaricação e
desrespeito a uma ordem judicial teria havido se Richa tivesse permitido a
invasão da Assembleia. Se o Ministério Público não sabe a diferença entre ordem
e desordem e entre direito e abuso, é compreensível que acuse alguém de
improbidade só por não ter prevaricado.
Mais um pouco do que o MP do Paraná considera exercício da
democracia
.
VIDEO: Vândalos na greve dos professores do Paraná 4
Por que boa parte da
imprensa paranaense omitiu essas informações da população do Estado? Perguntem aos
omissos. Não tenho a menor ideia. Se não for por ideologia, é por coisa ainda
pior.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo