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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

STF - Se queriam matar Moraes no 8 de janeiro, ele não pode mais julgar os manifestantes - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo 

 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse a jornal que havia planos para sequestrá-lo e matá-lo no 8 de janeiro.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse a jornal que havia planos para sequestrá-lo e matá-lo no 8 de janeiro.| Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O ministro Alexandre de Moraes gravou para a Globo um documentário. A entrevista saiu na primeira página do jornal O Globo, com a manchete “Havia planos de me prender e até de me matar, diz Moraes”. 
Ele afirma que isso é resultado das investigações do 8 de janeiro, em que descobriram três planos: no primeiro, forças especiais do Exército pegariam Alexandre de Moraes e o levariam para Goiânia; no segundo, o corpo dele seria ocultado à beira da estrada entre Brasília e Goiânia; e o terceiro seria para enforcá-lo na Praça dos Três Poderes.
 
Muita gente há de dizer, como os juristas já estão dizendo, que agora Moraes não pode mais continuar na direção do inquérito de 8 de janeiro, uma vez que ele é o alvo, a vítima, e portanto fica suspeito. 
Se ele continuar como juiz para julgar isso, já não seria juiz, mas vingador
Só que já temos isso há mais de quatro anos, no “inquérito do fim do mundo”, aberto não pelo Ministério Público, mas pelo Supremo, com base em um trecho do Regimento Interno que foi derrogado pela Constituição. 
A Constituição, quando escreveu os artigos 127 e 129, dizendo que o Ministério Público é essencial e é quem tem a iniciativa, o artigo 43 do Regimento Interno do STF deixou de existir.
 
E o estranho nesse inquérito imenso não é apenas que nunca termine, mas também que envolva pessoas que deveriam ser julgadas na primeira instância, que não têm foro privilegiado
Mas, nessa entrevista, Moraes disse que quem decide a competência é o próprio Supremo. O Supremo se declara competente, e pronto. Então não há mais parâmetro do devido processo legal para fazer observações a respeito de juiz natural, amplo direito de defesa. Em nome da “defesa da democracia”, atropelou-se a democracia.

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Moraes chegou a contar que aconselhou Lula e o ministro da Justiça a prender o comandante da PM de Brasília, o secretário de Segurança, a afastar o governador, para dar o exemplo a outros governadores, para que se não se levantassem em apoio ao golpe. 
E o chefão da Polícia Federal disse que as investigações vão mostrar quem fez planos de enforcar Alexandre de Moraes na Praça dos Três Poderes. 
Decerto ele desenhou uma forca lá, porque não foi alguém que gritou na rede social, se é plano mesmo.
 
Senado e Câmara querem barrar obrigatoriedade de vacinação de crianças contra Covid
Já existe movimento contrário na Câmara e no Senado à obrigatoriedade da vacinação com a vacina Pfizer-Baby: três doses para crianças de 6 meses a 5 anos. 
O Ministério da Saúde colocou a vacina no Programa Nacional de Vacinação, mas há um projeto de decreto legislativo na Câmara e movimentação do senador Eduardo Girão para derrubar a exigência e deixar essa decisão a critério absoluto dos pais. 
Porque, para obrigá-los a vacinar seus filhos, a punição dos pais pode ser multa, pode ser até o corte do Bolsa Família, por exemplo.
 
Estado Islâmico reivindicou autoria de atentado em manifestação no Irã
Queria falar também da surpresa: o Estado Islâmico atacou o Irã. 
Não deveria ser surpresa, na verdade, porque há essas lutas entre muçulmanos sunitas e xiitas. O Estado Islâmico já atacou xiitas no Irã. Agora, no dia 3, os iranianos estavam lembrando, numa grande manifestação, os quatro anos de morte do comandante iraniano Qassem Soleimani, muito querido no país, em um ataque de um drone americano no aeroporto de Bagdá, no Iraque. 
Na manifestação houve duas explosões que mataram 84 pessoas; outras 220 estão no hospital, algumas em estado grave. 
Pode haver mais mortes. 
O Estado Islâmico disse que dois dos seus homens-bomba se explodiram no meio da multidão
Isso aconteceu no dia seguinte ao anúncio israelense de que haviam matado o número 2 do Hamas no Líbano. 
O Hamas é apoiado pelo Irã, que é o maior inimigo, a maior ameaça a Israel.
 
Aliás, ainda falando de política externa, estão dizendo que Vladimir Putin está recebendo material bélico da Coreia do Norte e do Irã na luta contra a Ucrânia. 
A Ucrânia está sendo um osso muito duro de roer.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


 

sábado, 16 de setembro de 2023

PGR vai oferecer curso sobre democracia a réus do 8 de janeiro: ‘A ideia é despertar’

Revista Oeste

Termo faz parte do acordo a ser oferecido pela procuradoria a mais de mil manifestantes presos no Quartel-General de Brasília

Redação - Revista Oeste

 


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Todas as ironias da repressão aos manifestantes nos quartéis - Alexandre Garcia

    Últimas

Vozes - Gazeta do Povo

Vandalismo em Brasília

Centenas de manifestantes detidos pela Polícia Federal e esperando pelo processo de triagem em ginásio da corporação. -  Foto: Reprodução/ Redes sociais

É famosa aquela frase: a história, quando se repete, repete-se como uma farsa. Aqui no Brasil, parece que está se repetindo com ironia. Vejam a questão das prisões: 1,5 mil pessoas pensavam estar sendo recolhidas para serem levadas aos seus ônibus ou à rodoviária, e foram todas para um campo de concentração improvisado no ginásio da Academia Nacional de Polícia Federal: 1,5 mil pessoas!
Em 1968, no 30.º Congresso da UNE, em Ibiúna, a então Força Pública de São Paulo cercou o evento, que ocorria numa fazenda, e prendeu 800, segundo relato de José Dirceu em sua biografia. Então, os dias de hoje superaram a maior prisão em massa realizada no governo militar.
 
Desses presos de domingo, os que tinham mais de 60 anos foram liberados, o que nos lembra também a Lei do Sexagenário, de 1885, que libertou todo escravo que tivesse mais de 60 anos. 
A prisão indiscriminada, então, foi seguida por uma soltura inexplicável, simplesmente pela idade da pessoa. 
Os outros, segundo os advogados que lá estiveram, permanecerão presos: as mulheres vão para um presídio feminino, os homens para um presídio masculino, e todos vão ser enquadrados em atos terroristas e ações violentas para derrubar o Estado de Direito. 
O governo do Distrito Federal informou que 763 pessoas estão nessa situação, e dizem os advogados que estão preparando um habeas corpus.

Enquanto isso, o presidente Lula, ao receber dos presidentes da Câmara e do Senado a comunicação de que foi aprovada a intervenção na segurança pública do Distrito Federal, chamou os manifestantes de domingo de “aloprados”. Em 2006, Lula também usou esse mesmo adjetivo para se referir a sete petistas que foram presos em flagrante negociando a compra de um dossiê contra José Serra, candidato ao governo de São Paulo e que enfrentaria Aloizio Mercadante, e contra um candidato à Presidência da República que disputaria contra Lula – o candidato era Geraldo Alckmin. Quanta ironia nisso tudo!

E a suprema ironia atual é que, como vocês lembram, os manifestantes que estavam acampados em Brasília havia quase 70 dias insistiam para que o presidente Bolsonaro declarasse uma Garantia da Lei e da Ordem para que as Forças Armadas interviessem.  Nesta terça-feira, dizia-se que, se houvesse ameaça de uma nova invasão aos prédios públicos, o presidente Lula poderia recorrer às Forças Armadas, e a única forma de fazer isso é por meio de uma GLO exatamente contra o lado que queria a GLO decretada por Bolsonaro
Vocês veem aí a história brasileira dando voltas, eu diria até se retorcendo com ironias.

Apoio à Lava Jato derrubou médica reconhecida que assumiria cargo no Ministério da Saúde
Mais um caso em que a política se sobrepõe ao mérito: uma conhecida pediatra foi indicada pela nova ministra da Saúde para chefiar o Departamento de Imunização da pasta. Mas a doutora Ana Kalume Maranhão acaba de ser vetada porque, anos atrás, fez postagens apoiando a Lava Jato, que revelou o mais gigantesco escândalo de corrupção que o Brasil já viu.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 8 de janeiro de 2023

Manifestantes furam bloqueio na Esplanada e sobem rampa do Congresso - O Globo

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro furaram bloqueio montado pela Polícia Militar do Distrito Federal

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobem a rampa do Congresso no começo da tarde deste domingo

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobem a rampa do Congresso no começo da tarde deste domingo Reprodução

Um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro furou o bloqueio montado pela Polícia Militar e invadiu a rampa e a área superior do prédio do Congresso Nacional. Os manifestantes estavam concentrados no Quartel-General do Exército, em Brasília, e desceram em direção a Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo.

Mais cedo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou ter conversado com governadores sobre os atos antidemocráticos que acontecem pelo país e disse esperar que a polícia não precisasse agir para conter atos violentos desses grupos."Ontem conversei com governadores, inclusive que não são do nosso campo político. Queremos que a LEI prevaleça e não haja crimes. Estou em Brasília, espero que não ocorram atos violentos e que a polícia não precise atuar. “Tomada do Poder” pode ocorrer só em 2026, em nova eleição", escreveu ele.

A PM está usando bombas de efeito moral para tentar conter os manifestantes. Um carro da polícia legislativa caiu no espelho d'água do Congresso.O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o ministro da Justiça, Flavio Dino, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, estão acompanhando as manifestações deste domingo em Brasília.

Política - Jornal O Globo


sábado, 10 de dezembro de 2022

Manifestantes realizam novo protesto contra Lula em Brasília

Revista Oeste

'O ladrão não sobe a rampa', diz um cartaz 
 

A Esplanada dos Ministérios serviu de palco para um novo protesto contra o presidente eleito, Lula (PT), neste sábado, 10. No local, manifestantes criticaram o petista e pediram orações para Bolsonaro, além de cobrarem um posicionamento das Forças Armadas sobre o resultado da eleição. Segundo os organizadores do ato, a ideia é ficar na Esplanada até às 19h e voltar amanhã.

Nos caminhões, os manifestantes colocaram vários cartazes com palavras de ordem: “o ladrão não sobe a rampa”,
“Forças Armadas, honrem a espada de Caxias” e
“o Brasil está contigo, presidente! 27 estrelas brancas não se curvarão a uma estrela vermelha.”
Bolsonaro não irá ao protesto contra Lula. Presentes no ato, indígenas fizeram orações e danças no meio do gramado e caciques discursaram em cima do trio elétrico.

Os organizadores justificaram a menor quantidade de pessoas por causa dos diferentes focos do ato, dividido entre a Esplanada, o Quartel General do Exército e o Palácio da Alvorada.

Ato a favor de Bolsonaro, na Esplanada dos Ministérios - 10/12/2022 | Foto: Divulgação/Belomé

 Ato a favor de Bolsonaro, na Esplanada dos Ministérios - 10/12/2022 | Foto: Divulgação/Belomé

Na sexta-feira 9, Bolsonaro esteve com apoiadores e rompeu o silêncio, depois de 40 dias calado, e disse que “nada está perdido”. “O ponto final só vem com a morte”, observou o presidente. “Acredito em Deus e devo lealdade ao povo. Ao longo de quatro anos, resgatamos o patriotismo no Brasil. O povo voltou a acreditar que o Brasil tem jeito. O poder emana do povo. Nada está perdido.”

Leia também: “A liberdade ainda pulsa em frente aos quartéis”, reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 142 da Revista Oeste

 

 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Allan dos Santos se junta a manifestantes em Nova York

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes ordenou, em outubro do ano passado, a prisão preventiva do dono do canal Terça Livre, no âmbito do inquérito das milícias digitais. 

(crédito: Reprodução/Jovem Pan)

(crédito: Reprodução/Jovem Pan)

Vídeos publicados na internet mostram o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, participando da manifestação contra os ministros da Corte em Nova York. [ATUALIZANDO: o jornalista Allan dos Santos NÃO É FORAGIDO; ele deixou o Brasil antes de ser emitido pedido de prisão contra ele; está nos "States' livre, tendo em conta que o pedido de extradição enviado pelo ministro Moraes foi arquivado pelas autoridades americanas - os Estados Unidos só extraditam cidadãos pela prática de atos que sejam criminosos tanto no país requerente quando na terra do tio Sam - nos EUA não existe o crime de fake news;  
a Interpol também não atendeu a determinação do ministro do TSE de incluir o jornalista Allan dos Santos na Lista Vermelha - de criminosos procurados, foragidos - já que NÃO EXISTE sentença condenando o jornalista brasileiro.]
 

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes ordenou, em outubro do ano passado, a prisão preventiva do dono do canal Terça Livre, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele permanece foragido nos Estados Unidos desde então, embora costume se fazer presente em eventos públicos. Questionado, Moraes não falou sobre o assunto.

O Lide informou que uma assessora da deputada Carla Zambelli (PL-SP) entrou em contato com a produção do evento para perguntar se ele seria aberto a parlamentares e haveria vaga. O grupo informou que não.[o evento é particular, uma invenção do ex-governador de São Paulo, aquele Doria - codinome 'bolsodoria' e 'calcinha apertada' - que tenta se manter em evidência.] , que o patrocina e assim tenta se manter em evidência

Política - Correio Braziliense

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Multas a manifestantes que bloqueiam estradas já chegam a R$ 5,5 milhões, diz Ministério da Justiça

O Estado de S. Paulo

Pasta afirma que foram aplicadas 912 autuações; penalidade mais cara é para organizadores dos protestos

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou nesta quarta-feira, 2, que 912 multas já foram aplicadas aos manifestantes que interditam estradas em protesto após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição. Somadas, elas somam mais de R$ 5,5 milhões.

A pasta afirma que os valores das multas dependem do tipo de infração e podem variar entre R$ 5 mil e R$ 17 mil. A autuação mais cara é para as lideranças que organizam os protestos, sejam pessoas físicas ou empresas.

O comunicado diz ainda que os motoristas que usarem carros ou caminhões para bloquear as rodovias serão penalizados com “infração gravíssima”, ou seja, multa de R$ 5 mil e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. [pergunta que não quer calar: é pacífico que as multas de trânsito são objeto de legislação específica (Lei Federal, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República aliás, todas as multas são estabelecidas por LEI = Poder Legislativo.), porém o ministro presidente do TSE decretou multas de até R$ 100.000,00, por hora e de caráter pessoal. 

Vai valer o que: Lei Federal ou a determinação do ministro TSE?]

Mais cedo, o ministro da Justiça Anderson Torres disse que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já fez 544 desbloqueios. “Reitero o pedido do presidente Jair Bolsonaro para que as manifestações não impeçam o direito de ir e vir de todos”, escreveu.

Bolsonaro disse ontem, no primeiro pronunciamento após a derrota, que “manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas”, mas criticou as interdições nas estradas. “Nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, afirmou.

O último boletim da PRF informa que restam ao menos 167 pontos de bloqueios e interdições nas rodovias federais do País. Lideranças da corporação avaliam que a demora do presidente em reconhecer o resultado das urnas estimulou os protestos.

 Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo

 

quinta-feira, 19 de março de 2020

Pós-atos de domingo - Quanto mais apanha, mais Bolsonaro encorpa - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo

Quanto mais apanha, mais Bolsonaro encorpa

Presidente Jair Bolsonaro cumprimentou manifestantes dos atos de domingo na área externa do Palácio do Planalto, em Brasília.

Às vezes, francamente, a gente fica com a impressão de que os inimigos do presidente Jair Bolsonaro estão cada vez mais empenhados em garantir a sua reeleição nas eleições presidenciais de 2022. Não é o que querem, é claro, mas é o que acabam fazendo na prática em seus atos do dia a dia. Bolsonaro, como sabem até as crianças de 10 anos de idade, cresce e prospera, acima de tudo, em situações em que o colocam sob o fogo de artilharia pesada. É aí que ele realmente brilha.

É óbvio: de um lado está um bando de políticos de quinta categoria, uma mídia na qual o público acredita cada vez menos e detesta cada vez mais, e os grandes interessados em manter o Brasil aprisionado no atraso. Do outro lado está o cavaleiro solitário que tem o peito de enfrentar todos eles. Tanto faz se isso corresponde ou não à realidade dos fatos. É isso, e só isso, que a maioria da população, como ficou contabilizado nas eleições de 2018, tem a certeza de que está acontecendo. Resultado: quanto mais batem, mais ele encorpa.

Não seria o caso, então, de pensar em alguma outra estratégia? Em vez de se entregar, praticamente todo dia, a acessos de cólera cada vez menos equilibrados contra o presidente, não seria talvez o caso de fazer alguma coisa séria para tirar dele o palco permanente que estão lhe dando de graça? É pouco provável, obviamente, que Bolsonaro colabore com o inimigo e aceite, como um bom moço, ir para a geladeira – ele, que precisa do calor de 40 graus para ser politicamente viável. Estará, de um jeito ou de outro, fazendo coisas para manter-se no centro das atenções. Mas aí, pelo menos, o trabalho será dele. Do jeito que está, a oposição se encarrega de fazer esse esforço em seu lugar.

LEIA TAMBÉM: Quatro efeitos negativos da Covid-19 na economia do país. E dois que servem de consolo

O “domingo do coronavírus” foi um clássico no gênero. As manifestações de protesto originalmente voltadas contra o Congresso — e que Bolsonaro encampou como sendo a favor do seu governo — poderiam ter levado recordes de público às ruas de todo o Brasil. Com o clima antivírus e os esforços gerais para se reduzir os riscos de contágio, seus inimigos ganharam um belíssimo presente – as manifestações foram uma fração do que poderiam ter sido. Era só deixar quieto. Mas o que a oposição faz? Justamente na hora em que o chope do presidente fica aguado, saem de pau em cima dele porque foi cumprimentar, fazer selfies, etc, com grupos que, apesar da epidemia, foram saudá-lo na porta do palácio. Pronto: Bolsonaro, inteiramente sem custo, vira a figura central da história toda.

O presidente passou a imagem do homem que tem coragem de ir onde o povo está, num momento de perigo, enquanto os adversários se escondem pelos cantos. Os bolsonaristas vibram. Ele não perde um voto. Os outros não ganham nada. Aí, para completar a obra prima, entram com um pedido de “impeachment”. E quem apresenta o pedido? O ator Alexandre Frota. É uma piada cinco estrelas; um pedido como esse desmoralizaria o impeachment de Idi Amin. Bolsonaro, desse jeito, vai ter de fazer muita força para perder. 

J. R. Guzzo, jornalista - VOZES - GAZETA DO POVO




sexta-feira, 28 de abril de 2017

O grande piquete

O que se tem até agora é uma manifestação de autoritarismo por parte dos sindicatos.

[O maior, ou mesmo o único piquete, foi o coordenado pelos sindicatos quando decretaram a paralisação dos serviços de transporte público e impediram que eventuais manifestantes chegassem aos locais das manifestações.
Os sindicatos foram mestres, extremamente inteligentes, na arte de boicotar manifestações contra o Governo TEMER e as necessárias reformas.]


 Confusão no Aeroporto Santos Dummunto no Rio (Foto/Reprodução)

O que se tem até agora no meio de um dia em que foi convocada uma greve geral em oposição às reformas trabalhista e da Previdência é um grande piquete que paralisa as cidades, fere o direito sagrado de ir e vir dos cidadãos, procura impor condições à sociedade e não conquistar posições. [sindicatos de uma, no máximo duas categorias, cujos diretores estão se borrando de medo de perder benesses que conquistaram explorando os que dizem representar, impuseram a maior parte dos trabalhadores a SUSPENSÃO do DIREITO DE IR E VIR -  na maior parte dos casos com a OMISSÃO CRIMINOSA das autoridades que impedem a Polícia de restabelecer a ORDEM PÚBLICA e o cumprimento da Constituição.]  

A continuar assim, o governo pode ficar tranquilo porque o balanço não se poderá dizer que houve manifestações populares contra isso ou aquilo. Com a possibilidade adicional de os sindicatos envolvidos conseguirem atrair a ira da população em geral e disseminar a frustração dos que porventura pretendiam protestar mas não conseguiram chegar aos locais para concentração de manifestantes.

 Fonte: VEJA - Blog Dora Kramer


domingo, 31 de julho de 2016

Manifestantes favoráveis ao impeachment vão à Esplanada neste domingo

Postamos apenas para registro. Dilma já era, está morta e enterrada politicamente

O processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado vai ser iniciado no dia 29 de agosto. A decisão foi anunciada no último sábado (30/7)

Cerca de cinco mil manifestantes passaram pela Esplanada dos Ministérios na manhã deste domingo (31/7) durante um ato pró-impeachment. De acordo com informações preliminares da Polícia Militar, além do público, um grupo chamado "Movimento Democracia Direta", que defende a saída de Dilma Rousseff e de Michel Temer, precisou ser escoltado pelos policiais após um princípio de conflito entre manifestantes contra a presidenta. A movimentação chegou ao fim por volta das 13h. No microfone aberto, discursos celebram Jesus Cristo, intervenção militar e pedem o fim da imunidade parlamentar.

O processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado vai ser iniciado no dia 29 de agosto. A decisão foi anunciada no último sábado (30/7) pela assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal (STF) e foi acertada depois de um encontro entre presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

"Conforme entendimentos entre os técnicos do Supremo e do Senado, a expectativa dos prazos é a seguinte: 
- dia 9 de agosto: Sessão Plenária de Pronúncia, sob a coordenação do presidente do Supremo; 
- até 48 horas após, acusação apresenta libelo e rol de testemunhas; sucessivamente, 
- até 48 horas depois, defesa protocola contrariedade e rol de testemunhas; 
- em seguida, decurso do prazo de 10 dias previsto no parágrafo único do art. 60 da Lei 1079/50; 
- primeira data possível para início da fase de julgamento, respeitados os prazos acima elencados: 26 de agosto (sexta-feira); data acordada: 29 de agosto (segunda-feira). 
A expectativa dos técnicos é que o julgamento se prolongue por uma semana", diz parte do documento.

Para haver aprovação do impeachment são necessários 54 votos, o que representa dois terços dos 81 senadores.  
[no mínimo 59 votos pelo impeachment - este é o menor escore pró impeachment.]

Infelizmente não será necessária a INTERVENÇÃO MILITAR CONSTITUCIONAL

Fonte: Correio Braziliense 

 

terça-feira, 14 de junho de 2016

Conselho de Ética aprova por 11 a 9 parecer que pede cassação de Cunha - Decisão agora está com o plenário

Considerado aliado, Wladimir Costa vota contra deputado afastado

O Conselho de Ética aprovou, nesta terça-feira, por 11 a 9, o parecer que pede a cassação do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). . Aliado de Cunha, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) mudou de opinião e surpreendeu ao votar contra o presidente afastado. Agora, o processo vai para o plenário da Câmara, onde será votado pelos parlamentares. Cunha afirmou que vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Votaram a favor do relatório os deputados Paulo Azi (DEM-BA), Tia Eron (PRB-BA), Wladimir Costa (SD-PA), Léo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP), Zé Geraldo (PT-PA), Betinho Gomes (PSDB-PE), Júlio Delgado (PSB-MG), Nelson Marcehzan Júnior (PSDB-RS), Sandro Alex (PSD-PR), Marcos Rogério (DEM-RO).

Votaram contra os deputados Alberto Filho (PMDB-MA), André Fufuca (PP-MA), Mauro Lopes (PMDB-MG), Nelson Meurer (PP-PR), Sérgio Moraes(PTB-RS), Washington Reis (PMDB-RJ), João Bacelar (PR-BA), Laerte Bessa (PR-DF), Wellington Roberto (PR-PB).
O deputado Carlos Marun, um dos mais fiéis aliados de Cunha, admitiu que está "perdido" após a derrota no Conselho de Ética. Ele afirmou não ter conversado ainda com o presidente afastado, mas irá à residência oficial do presidente da Câmara na noite desta terça-feira.
Não sei o que fazer agora, confesso que estou perdido — disse, com semblante abatido.

Depois de fazer um discurso duro contra o PT e defender Cunha por ter aceito pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) também votou pela cassação e o relatório foi aprovado. [a atitude do tal Wladimir Costa demonstra uma grande covardia, falta de dignidade = falta de ética - a atitude dos que votaram contra Cunha, mesmo que por interesses não muito republicanos, é mais digna do que a do Wladimir.]

Houve aplausos de manifestantes que estavam no local. Ao final, quando o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), anunciou o resultado, manifestantes gritaram "Fora Cunha". Deputados levantaram cartazes onde de lia "Antes tarde do que nunca".  Aliados de Cunha do PR mantiveram o voto pela salvação dele e criticaram Costa.  — Ele não mentiu. Não vou me acovardar igual ao Wlad (Wladimir Costa). Voto não ao relatório afirmou o deputado Laerte Bessa (PR-DF).

Os peemedebistas também mantiveram o apoio a Cunha.  — Não devo favores a Cunha, não tenho cargos, nada. Não confundam conta jurídica com conta física. O relator não provou que existe conta física — disse Mauro Lopes.

Fonte: O Globo

domingo, 16 de agosto de 2015

Manifestantes fazem ato contra o governo em 16 estados e DF

Em São Paulo, manifestantes lotam neste momento a Avenida Paulista; no Rio, protesto foi menor, mas levou milhares de pessoas à praia de Copacabana pela manhã;

Manifestações contra o governo seguem pelo Brasil na tarde deste domingo

Em São Paulo, os primeiros manifestantes já começam a tomar a Avenida Paulista

 Manifestantes saem em passeata pela orla de Copacabana
Além das 25 mil pessoas que compareceram ao Congresso Nacional, em Brasília, neste domingo (16/08), outras cidades também registraram manifestações neste manhã e prometem continuar agitando o dia. Em São Paulo, os primeiros manifestantes já começam a tomar a Avenida Paulista. A expectativa é de que a capital paulista seja responsável pela maior manifestação do fim de semana. A Polícia Militar do estado, no entanto, já informou por meio de nota que não divulgará o número de pessoas no protesto.

 Fonte: CB
 

 

sábado, 15 de agosto de 2015

16 de agosto - Dilma não terá paz, pouco importa o número de manifestantes - BRASILEIROS do BEM, BOM PROTESTO


Dilma não terá paz, pouco importa o número de manifestantes

O importante é: sejam 10.000 manifestantes ou 10.000.000, Dilma já era. Não tem salvação, é só questão de renunciar, ser derrubada ou seguir o exemplo de Getúlio antes mesmo do próximo 24 de agosto

O povo na rua e a dinâmica da crise: Dilma não terá paz, pouco importa o número de manifestantes

Quantas pessoas vão à manifestação de protesto neste domingo? Cinquenta mil? Cem mil? Dois milhões? Querem saber? Para a dinâmica da crise, isso só teria importância se muitos milhões, muitos mesmo!, acima de qualquer expectativa, tomassem as ruas. É claro que um protesto à altura daquele do dia 15 de março já deixará o governo de sobressalto, ainda mais desorientado e, pois, suscetível ao erro. Se, na contabilidade geral, houver, sei lá, 100 mil pessoas nas ruas, o que é gente pra diabo, os palacianos e seus acólitos na imprensa gritarão: “Mico!”. Talvez os próprios promotores do evento venham a ficar um tanto acabrunhados se assim for. E, no entanto…

E, no entanto, que diferença o eventual mico efetivamente faria para Dilma Rousseff? Ninguém deixará de achar o governo ruim/péssimo, migrando para o grupo do “regular” ou do “bom/ótimo”, porque os protestos terão reunido 100 mil pessoas em vez de 3 milhões. Não há voto de confiança ou avaliação generosa que resista a menos dinheiro no bolso, preços em disparada, economia acabrunhada, futuro incerto, pessimismo.

Os próprios jornalistas, que cometem o pecado de circular demais no meio político e de menos nas ruas, correm o risco de fazer avaliações apressadas. Um balanço ligeiro desta semana, a se considerar só o ambiente da corte, tenderá a concluir que Dilma já superou o pior da crise. Segundo essa hipótese, a semana anterior teria sido o fundo do poço, e esta que termina, o ponto de inflexão. De fato, importantes costuras foram feitas entre palacianos e cortesãos, mas isso conta muito pouco. Dilma não tem de se segurar no cargo até 31 de agosto de 2015, mas ate 31 de dezembro de 2018.

Até que a economia melhore para as pessoas, não para os indicadores que medem tendências, ainda será preciso piorar bastante. Se o Palácio conseguiu ou não isolar Eduardo Cunha; se o deputado está mais poderoso ou menos; se o senador Renan Calheiros passou a ser o homem da “estabilidade” em Brasília… Convenham: que diferença isso faz para os brasileiros que não vivem de descrever os humores dos políticos de Brasília?

Há mais: a cada enxadada que dá a Operação Lava Jato, surge um punhado de minhocas reais, potencialmente reais ou virtuais, pouco importa. A engrenagem hoje envolvida na investigação e nos vazamentos tomou gosto pela coisa. Já se abriram duas variáveis independentes na operação, que remetem para o Ministério do Planejamento e para o setor elétrico. A artilharia se volta agora para os estádios da Copa do Mundo, terreno fértil para escavar frustrações e humilhações.

Na superfície desse terreno, está aquele sentimento que varreu o país em 2013 e 2014, que contrastava a ruindade dos serviços públicos oferecidos pelo estado com a suntuosidade dos estádios, o que transformou o tal “Padrão Fifa”, antes uma referência de qualidade, em reivindicação situada entre a política e a ironia. E a ironia suprema, depois que estourou o escândalo da Fifa, foi saber que, de algum modo e em certa medida, sempre estivemos no Padrão Fifa — no caso, o da roubalheira.

Nas profundezas desse terreno minado pela indignação, ainda está a humilhação daqueles 7 a 1 para a Alemanha, a indicar que fomos roubados para nada. A força-tarefa da Lava-Jato, qualquer observador arguto já percebeu, tem um atilado senso de marketing. E pouco importará saber o percentual de dinheiro público e de dinheiro privado que financiou os elefantes brancos. Isso não acaba tão cedo.

Para arremate dos males, os que recomendam a Dilma correção de rumo procuram empurrá-la justamente para o modelo que se transformou na usina das crises. Não era mágica que sustentava aquele modelo, em si insustentável, mas o ciclo que se encerrou dos preços estratosféricos das commodities. O resto foi só gestão porca de uma janela que o mundo nos abriu. O PT se encarregou de transformar o que poderia ter sido o planejamento do futuro em alguns fogões, algumas geladeiras, cocô de curto prazo e votos.

Em entrevista à Folha neste sábado, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sintetiza: “Ou o governo muda, ou o povo muda o governo”. E ele está se referindo justamente à economia. Mas mudar precisamente o quê? Na próxima cochilada que der nas contas públicas, o país pode ser rebaixado pelas agências de classificação de risco e aí haverá gente com saudade do tempo em que o símbolo do mal era o FMI…

Querem saber? As pessoas sensatas deveriam torcer para que, neste domingo, houvesse nas ruas muitos e muitos milhões, um troço realmente acachapante, a indicar para Dilma que não dá mais. Isso também poderia evidenciar aos políticos que é chegada a hora. Creio na robustez do movimento, sim, mas não nessa monumentalidade.

E a pior coisa  [especialmente para Dilma e a corja petralha]  que poderia acontecer seria o insucesso do protesto. A presidente não teria o que fazer com ele. Seria um indicador não de otimismo, mas de desalento e de descrença, o que costuma anteceder decisões coletivas desastradas.

Não há como o povo na rua, neste domingo, ser o problema. Ele só pode ser a solução. É a continuidade do governo que nos lança no escuro, não a sua interrupção.
Assim, meus caros, bom protesto! 

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Polícia Militar investiga ameaça de bomba no Palácio do Planalto e constata que a única bomba existente trabalha lá


Suspeita de bomba isola área em frente ao Palácio do Planalto
O esquadrão anti-bombas da Polícia Militar está em frente ao Palácio do Planalto. A polícia suspeita do conteúdo de duas mochilas e uma mala abandonadas desde o meio dia em frente à grade que circunda o Palácio. Há dois carros do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no local, fazendo o raio-x dos objetos. Antes dessa análise, não é possível minimizar o risco.




A área foi totalmente isolada, mas manifestantes conseguiram chegar próximos aos itens suspeitos, furando o bloqueio e empurrando a grade. A polícia dispersou o grupo lançando gás de pimenta. O trânsito está parado e os agentes bloquearam acessos de veículos ao Palácio do Planalto.

Fonte: Correio Braziliense



quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dilma e políticos mentem o tempo todo – são tão cínicos que no Brasil o PT vota contra o governo e maior parte da oposição se omite, ou mesmo vota a favor – MP 665, ajuste fiscal, foi aprovada com os votos da chamada ‘oposição’



Políticos mentem o tempo todo
Dilma Rousseff não apenas faz o contrário do que pregou como faz aquilo que disse que nunca iria fazer
Se Aécio Neves tivesse vencido a eleição, a política econômica seria praticamente a mesma aplicada neste momento. Joaquim Levy muito provavelmente estaria no governo tucano, em alguma posição de destaque. O eleitor não estranharia nada. Tudo normal: o PSDB passara a campanha toda dizendo que o modelo Dilma fracassara e que seria preciso fazer um severo ajuste.  Normal também, o PT estaria fazendo barulhenta e dura oposição, mobilizando os movimentos sociais e centrais sindicais para atacar o ajuste “nas costas do povo” e a supressão de direitos do trabalhador.

Mas é isso que estão dizendo os tucanos e o Democratas. Não apenas dizendo, mas votando contra as medidas de ajuste que cabiam perfeitamente em seu programa de campanha. Já Dilma, com o PT, toca um programa econômico ortodoxo, com o slogan “ajustar para crescer”. O marqueteiro de Aécio presidente poderia fazer igualzinho.  Dirão: a política é assim mesmo. Perdeu a eleição, vai para a oposição. E o que é ser oposição? É fácil: ser contra tudo o que faz o governo.

Resulta numa grande avacalhação. Numa pesquisa recente na Inglaterra, 65% dos eleitores disseram acreditar que “os políticos mentem o tempo todo”. Não se trata apenas daquele tipo de mentira para livrar a cara quando se é apanhado em alguma falcatrua. “Nunca fiz isso. Onde estão as provas?”

Trata-se de mentira política, quando o governante administra fazendo diferente do que pregou na campanha. Dizem também que campanha é poesia e governo é prosa. Vá lá que existam nuanças, ênfases mais suaves na propaganda. Não precisa dizer, por exemplo, que o ajuste vai gerar um baita desemprego, mas é preciso informar o eleitor que virão tempos difíceis.  O desempenho de Dilma vai muito além disso. Ela não apenas faz o contrário do que pregou como faz aquilo que disse que nunca iria fazer. Mentira política.

A oposição está cometendo a mesma mentira, com o sinal trocado. Viram a última propaganda do Democratas? Só faltou chamar o MST para invadir a fazenda da ministra Katia Abreu. O PSDB ainda tem um certo pudor em atacar Joaquim Levy — que estava ao lado até pouco tempo — mas vota contra e atrapalha o programa do ministro, que é claramente tipo tucano.

Só falta se opor ao programa de privatização de infraestrutura que Levy pretende desfechar. Ou seja, se fizerem a mesma pesquisa aqui no Brasil, deve dar mais de 65% dos eleitores dizendo que os políticos mentem o todo. Deve ser por isso que as manifestações contra o governo Dilma e o PT parecem não ter sequência política. A oposição, que claramente tem a simpatia dos manifestantes, não consegue empolgar o momento e apontar para uma saída viável, seja ou não a proposta de impeachment.

Nada demais
E por falar em tudo normal, a presidente Dilma assumiu uma tarefa impossível: mostrar que a atual política econômica é uma sequência normal da anterior.  A anterior, diz a propaganda oficial e repete Dilma, era aquela beleza: emprego, renda, programas sociais generosos. A atual gera desemprego, perda de poder aquisitivo e restringe direitos sociais, como o seguro-desemprego, abono salarial e pensões.
Uma o contrário da outra, certo?

Errado, indica a presidente. Tudo o que se faz agora, garante, é para preservar as benesses que o PSDB queria abolir. Donde se conclui: desemprega para gerar emprego; reduz salário para aumentar a renda; corta benefícios para garantir os mesmos benefícios; faz uma recessão para... crescer.

Qual o problema?
Pela lógica, se diria: a política anterior estava assentada em bases inviáveis, a tal nova matriz, de aumento do gasto público, do crédito e do consumo. Quando as bases falharam, chegou o preço, na forma de recessão, desemprego e perda de renda.
Pela lógica da presidente, está tudo na sequência. É mais ou menos como dizer: você pode encher a cara, comer até estourar, abusar das drogas, que não tem nada demais. Depois é só fazer um ajuste e mandar bala de novo.

Por: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista, coluna em O Globo