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sábado, 4 de novembro de 2023

'Greve branca' na Polícia Federal já afeta investigações sobre Bolsonaro - O Globo

A pressão da Polícia Federal sobre o governo Lula por uma reestruturação salarial está afetando o andamento de investigações sensíveis na corporação. O impasse das negociações com a União desencadeou uma espécie de “greve branca” que já desacelerou inquéritos que envolvem Jair Bolsonaro.

Desde o governo Bolsonaro, os policiais federais vêm pleiteando reajustes salariais. Depois da posse de Lula, a cúpula da PF costurou um acordo, chancelado pelo Ministério da Justiça, que prevê aumentos de 37% a 79%, conforme a função. Mas o projeto está parado no Ministério da Gestão, de Esther Dweck.

Para protestar contra o atraso, os policiais federais farão uma manifestação na porta de todas as superintendências da corporação nesta quinta-feira e no próximo dia 16 na Esplanada dos Ministérios.

Mas a mobilização que mais afeta o trabalho da PF está se dando nos bastidores. Chefes de inquéritos sensíveis relataram à equipe da coluna que gestores estão demorando a indicar agentes para as equipes de perícia e análise que estão atrasando, por exemplo, a checagem da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e a perícia nos celulares do ex-presidente que faz parte do inquérito que apura a fraude nos cartões de vacinação do ex-presidente e aliados.

Interlocutores com atuação nos sindicatos confirmaram à equipe do blog que a orientação das lideranças é diminuir o ritmo dos trabalhos para demonstrar a insatisfação com o que consideram ser um descaso do governo com a tramitação da reestruturação.

O clima interno na polícia é o pior desde a posse de Lula, segundo apurou a equipe do blog. O estopim para o desconforto foi o cancelamento de uma reunião da mesa de negociação formada pelo governo que deveria ter acontecido por telefone no último dia 17. A categoria teme que a demora deixe a reestruturação salarial de fora da previsão orçamentária de 2024.

A PF já teve desgaste semelhante no governo Bolsonaro, quando as entidades sindicais começaram a pedir o reajuste. O presidente chegou a firmar um compromisso com a corporação, mas o descumpriu. Na época, a Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) acusou o então presidente de “descaso, desprestígio e desvalorização” da categoria.

“Dessa vez o cenário é completamente diferente", disse um sindicalista que participa das negociações, pedindo reserva. "Não foi uma proposta sindical encaminhada ao governo, e sim uma proposta do Ministério da Justiça, gestada própria Polícia Federal com a anuência das entidades representativas”. “Desmarcar essa reunião sem o indicativo de um segundo encontro foi, inclusive, uma descortesia com o Ministério da Justiça”, completou a fonte.

Uma das entidades a convocar os atos desta quinta-feira, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirmou, em nota, que a defasagem salarial nos últimos anos chega a 51%, sem contabilizar o reajuste [???] de 9% concedido por Lula a todos os servidores federais neste ano. Nos cálculos da entidade, o aumento do funcionalismo recompôs apenas o aumento da alíquota previdenciária imposto pela reforma da previdência, de 5%.

Além do desgaste junto à PF, o impasse nas negociações também reflete a dificuldade do governo Lula para viabilizar a meta do déficit zero encampada pelo Ministério da Fazenda e equilibrar as demandas de diferentes setores.

A indefinição quanto ao orçamento de 2024 é um dos principais motivos do atraso na tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria ter sido aprovada até julho, e, por consequência, da LOA.

Malu Gaspar, colunista - Blog em O Globo

 


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Exército chega ao Espírito Santo para conter onda de violência




Homens do Exército já ocupam as ruas da Grande Vitória desde o início da noite desta segunda-feira, cumprindo determinação do governo federal, que aceitou pedido de ajuda do governo do Espírito Santos. A grave crise na segurança pública retirou a Polícia Militar das ruas desde a madrugada de sábado. O movimento gerou uma onda de violência com homicídios, arrastões, roubo a lojas, assaltos nas ruas, tiroteios, e fechou escolas, faculdades e postos de saúde.

O sindicato dos policiais civis informou que, desde o início do protesto, 62 corpos chegaram ao Departamento Médico Legal de Vitória, todos vítimas de homicídio. Para se ter uma dimensão da crise, no mês de janeiro inteiro, segundo o sindicato, foram registrados quatro homicídios. O governo do estado não divulga os números da crise, como assaltos, arrombamentos e roubo, mas o secretário de segurança, André Garcia, reconhece que houve aumento de mortes e também de crimes. No DML já não cabem mais corpos.
— O presidente Michel Temer determinou o emprego das Forças Armadas na garantia da Lei e da Ordem no Espírito Santo. E quero dizer da nossa determinação inflexível de restaurar e recuperar a normalidade. Tenho certeza que em conjunto com as forças locais nós estaremos nas ruas para garantir a integridade das pessoas, das propriedades, a paz e tranquilidade — disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que está no estado.

O ministro informou que 200 homens do Exército já estão nas ruas e outros 1.000 homens da Força Nacional de Segurança e também do Exército chegarão até amanhã. — Eles vem com seus carros exatamente para fazer o patrulhamento ostensivo e cumprir a sua função. Por parte do Exército o efetivo está aqui no 38º Batalhão e já estamos tomando as providências para atuação deles. De forma alguma nós vamos aceitar esse tipo de atitude que é deixar a população desguarnecida de um serviço que é essencial. As negociações com os militares estão suspensas até que eles retomem suas atividades — destacou o governador em exercício, César Colnago.

A Justiça decretou a ilegalidade do movimento, estabeleceu multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento da ordem e determinou que as entidades e seus associados não realizem qualquer movimento grevista, quer seja aquartelamento ou "greve branca" e retornem ao trabalho. São atingidas pela decisão a Associação de Cabos e Soldados, a Associação dos Subtenentes e Sargentos, a Associação dos Bombeiros Militares, a Associação dos Oficiais Militares e a Associação dos Militares da reserva. [o dificil vai ser provar que o aquartelamento ou 'greve branca' está sendo realizado por orientação das associações citadas na decisão judicial.
O que se constata, com fartas provas fotográficas, é o bloqueio de todas as saídas dos quartéis da PM do Espírito Santo - bloqueio realizado por esposas e demais familiares dos policiais militares que estão no interior das unidades militares e que não estão sob controle das associações.
Tal estratégia impede que os policiais possam ser legalmente acusados de participação em movimento grevista.
É grave, extremamente desagradável e prejudicial a Segurança Pública a permanência compulsória dos militares no interior dos quartéis, mas, bem mais grave, até mesmo ilegal e criminosa, seria os policiais saírem as ruas em passeatas, armados - o que algumas corporações policiais costumam fazer, impunemente,  em outras cidades.]

Na decisão, o desembargador Robson Luiz Albanez diz que "sendo assim, tendo como ilegal a deflagração do movimento grevista velado pelos militares, representados pelas associações requeridas, uma vez que paralisaram atividades essenciais à preservação da ordem pública e da paz social, sob a simples justificativa de que não poderiam deixar as suas unidades policiais, uma vez que seus familiares e amigos realizam piquetes impedindo a saída e entrada. Ademais, é fato público e notório que desde o início do movimento paredista instalou-se o caos social, principalmente na Grande Vitória".

As manifestações acontecem em toda a Região Metropolitana de Vitória e também nas cidades do interior. Além de reajuste salarial, os familiares pedem o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno, além de reclamarem do sucateamento da frota e da falta de perspectiva.

Fonte: EXTRA