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sábado, 25 de novembro de 2017

Relembre: há 17 anos, submarino russo Kursk desapareceu no Ártico



Tragédia matou 118 pessoas; embarcação foi içada apenas um ano depois

O desaparecimento do submarino argentino AKA San Juan, na última quarta-feira, fez com que muitos se lembrassem de um acidente parecido, no início dos anos 2000, quando o submarino nuclear russo K-141, batizado Kursk, sofreu uma explosão no compartimento de armas, e desapareceu no Mar de Barents, no Oceano Ártico, causando a morte de 118 pessoas. 

 Na foto, o submarino russo Kursk, nos anos 2000 - ITAR-TASS / AFP PHOTO

O acidente até hoje é considerado umas das maiores tragédias subaquáticas da História. O Kursk era na época visto como um orgulho da Marinha russa, uma máquina de guerra equipada com 24 mísseis e, até a tragédia, considerada indestrutível. Ao contrário do acidente mais recente, que foi rapidamente divulgado pelo governo argentino, há 17 anos os russos demoraram dias para ´comunicar ao público a gravidade do acidente. Além disso, as investigações posteriores apontaram que a Rússia recusou as ofertas de outros países para ajudar a resgatar os tripulantes do submarino, pois a embarcação poderia revelar segredos militares'.

FALHA NO RESGATE
Mesmo após a explosão, em 12 de agosto, alguns dos tripulantes conseguiram ir para o compartimento número nove do submarino, localizado na proa, e emitiram sinais de socorro por 48 horas. O Kursk foi localizado a 108 metros de profundidade na madrugada de 13 de agosto. Ainda assim, o governo russo só aprovou a operação internacional de resgate uma semana depois do acidente. Cartas deixadas por alguns dos marinheiros confirmaram a versão de que os marinheiros sobreviveram por algum tempo. Em uma delas, o tripulante Dmitri Kolesnikov dizia que havia 23 tripulantes na proa da embarcação.

Nenhuma autoridade acreditou que marinheiros conseguiriam sobreviver por um período de dois dias após o acidente. Depois de semanas de busca, foram resgatados os corpos de 115 ocupantes do submarino, exceto dos marinheiros Dimitri Kotkov e Ivan Nefedkov, e do técnico Mamed Gadzhiev. O submarino foi totalmente içado apenas em outubro de 2001, mais de um ano após a tragédia. 


ACIDENTES COM SUBMARINOS RUSSOS
Além da tragédia do Kursk, outros dois acidentes com submarinos russos ocorreram nos anos 2000. No dia 30 de agosto de 2003, o submarino atômico K-159 afundou durante uma tempestade, também no Mar de Barents, a uma profundidade de 170 metros e com dez pessoas a bordo, das quais uma foi resgatada com vida.

Em novembro de 2008, uma falha no sistema de incêndio provocou a morte de 20 pessoas num submarino nuclear russo, no Oceano Pacífico. A falha fez com que fossem expelidas substâncias químicas que também deixaram 21 pessoas feridas. No momento do acidente, havia 208 pessoas a bordo, dos quais 81 eram militares.