Tragédia matou 118 pessoas; embarcação foi içada apenas um ano depois
O
desaparecimento do submarino argentino AKA San Juan, na última quarta-feira,
fez com que muitos se lembrassem de um acidente parecido, no início dos anos
2000, quando o submarino nuclear russo K-141, batizado Kursk, sofreu uma
explosão no compartimento de armas, e desapareceu no Mar de Barents, no Oceano
Ártico, causando a morte de 118 pessoas.
Na foto, o submarino russo Kursk, nos anos 2000 - ITAR-TASS / AFP PHOTO
O
acidente até hoje é considerado umas das maiores tragédias subaquáticas da
História. O Kursk era na época visto como um orgulho da Marinha russa, uma
máquina de guerra equipada com 24 mísseis e, até a tragédia, considerada
indestrutível. Ao
contrário do acidente mais recente, que foi rapidamente divulgado pelo governo argentino, há
17 anos os russos demoraram dias para ´comunicar ao público a gravidade do
acidente. Além disso, as investigações posteriores apontaram que a Rússia
recusou as ofertas de outros países para ajudar a resgatar os tripulantes do
submarino, pois a embarcação poderia revelar segredos militares'.
FALHA NO
RESGATE
Mesmo
após a explosão, em 12 de agosto, alguns dos tripulantes conseguiram ir para o
compartimento número nove do submarino, localizado na proa, e emitiram sinais
de socorro por 48 horas. O Kursk foi localizado a 108 metros de profundidade na
madrugada de 13 de agosto. Ainda assim, o governo russo só aprovou a operação
internacional de resgate uma semana depois do acidente. Cartas deixadas por
alguns dos marinheiros confirmaram a versão de que os marinheiros sobreviveram
por algum tempo. Em uma delas, o tripulante Dmitri Kolesnikov dizia que havia
23 tripulantes na proa da embarcação.
Nenhuma
autoridade acreditou que marinheiros conseguiriam sobreviver por um período de
dois dias após o acidente. Depois de semanas de busca, foram resgatados os
corpos de 115 ocupantes do submarino, exceto dos marinheiros Dimitri Kotkov e
Ivan Nefedkov, e do técnico Mamed Gadzhiev. O submarino foi totalmente içado
apenas em outubro de 2001, mais de um ano após a tragédia.
ACIDENTES
COM SUBMARINOS RUSSOS
Além da
tragédia do Kursk, outros dois acidentes com submarinos russos ocorreram nos
anos 2000. No dia 30 de agosto de 2003, o submarino atômico K-159 afundou
durante uma tempestade, também no Mar de Barents, a uma profundidade de 170
metros e com dez pessoas a bordo, das quais uma foi resgatada com vida.
Em
novembro de 2008, uma falha no sistema de incêndio provocou a morte
de 20 pessoas num submarino nuclear russo, no Oceano Pacífico. A falha fez com
que fossem expelidas substâncias químicas que também deixaram 21 pessoas
feridas. No momento do acidente, havia 208 pessoas a bordo, dos quais 81 eram
militares.
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