As autoridades indonésias estão terminando os preparativos para a
execução de seis condenados à morte por tráfico de drogas. Entre eles
está o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, que recebeu a
visita de familiares neste sábado.Os
outros condenados são um holandês, dois nigerianos, um vietnamita e um
indonésio.
As sentenças deverão ser executadas à 0h de domingo (15h
deste sábado em Brasília).
Marco e outros quatro
prisioneiros foram banhados e conduzidos a uma área especial de
isolamento na penitenciária de Nusakambangan. O sexto condenado está na
prisão de Boyolali. Os dois prédios se encontram na Ilha de Java. Atenção
religiosa foi posta à disposição dos presos, conforme a crença de cada
um. Seis pelotões de fuzilamento estão a postos para as execuções. Segundo
informa a imprensa indonésia neste sábado, ambulâncias e caixões já
foram enviados aos locais onde os fuzilamentos devem ocorrer.
Marco Archer foi
preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2004, com 13 quilos de cocaína
escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-X, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Ele conseguiu fugir do
aeroporto, mas foi capturado duas semanas mais tarde. Além
de Marco Archer, outro brasileiro, Rodrigo Gularte, de 42 anos, também
pode ser executado nas próximas semanas por ter transportado drogas para
a Indonésia. O tráfico de entorpecentes é um crime passível de pena de morte naquele país.
O governo brasileiro tenta interceder em favor dos brasileiros. Na sexta-feira, o presidente Joko Widodo negou um apelo pessoal da presidente Dilma Rousseff.
Em conversa telefônica, a presidente “ressaltou ter consciência da
gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros e disse respeitar a
soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário”, informou o Palácio
do Planalto. O apelo foi feito “como chefe de Estado e como mãe, por
razões eminentemente humanitárias”. “A presidente recordou que o
ordenamento jurídico brasileiro não comporta a pena de morte e que seu
enfático apelo pessoal expressava o sentimento da sociedade brasileira”.
Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
enviou uma carta ao chefe do Ministério Público da Indonésia pedindo o
adiamento da execução. A intenção é promover um diálogo entre as
procuradorias no sentido de que a condenação à pena de morte por tráfico
de drogas seja reconsiderada. Janot
demonstrou respeito pelos esforços da Indonésia para combater essa
prática criminosa e disse que não pretende questionar a soberania do
país nem pedir anistia aos condenados, apenas solicitar que outras
formas de punição sejam implementadas. "Apesar
de seus atos ilícitos, devemos considerar a situação extrema de ser
sentenciado à morte em uma terra estrangeira. Tal circunstância produz
uma sensação de solidão e abandono", argumentou. [mais correto seria Janot envidar esforços para a pena de morte, a de prisão perpétua e a de prisão com trabalhos forçados serem implementadas no Brasil.]
Fonte: Revista VEJA
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sábado, 17 de janeiro de 2015
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