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terça-feira, 1 de março de 2016

O novo “populismo nacionalista” Europeu, ou simplesmente neo-nazismo com nova roupagem



O grande desafio do momento é “integrar” não somente os refugiados que chegam, mas os extremistas que estão imersos nesta sociedade paralela extremista. Desde o início do ano, a quantidade de ataques contra centros de refugiados na Alemanha cresceu. Somente nas seis primeiras semanas foram 118 ataques contra estes abrigos e muitos especialistas já falam sobre um novo movimento “populista nacionalista” que tem se espalhado pela Europa e criado verdadeiras sociedades paralelas.

Ao ver o mapa de ataques contra refugiados na Alemanha (incluindo vandalismo, incêndios criminosos e lesões corporais), três grandes centros da violência aparecem no mapa: Colônia, Berlim e, o maior deles, Dresden.

E foi exatamente em Dresden, quando fui cobrir o movimento Pegida, onde escutei ameaças raivosas de “Lügen Presse, auf die Fresse”, algo como imprensa mentirosa, murro na boca. O movimento que se encontra todas as segundas-feiras desde o fim de 2014 se autodenomina Europeus patriotas contra a “islamização” do Ocidente e é realizado na cidade com uma das menores concentrações de islâmicos da Alemanha.

Estes movimentos tem uma aversão contra a grande mídia e se informam por blog extremistas e xenófobos. E olha que a imprensa alemã tem uma pluralidade invejável, contando com uma rede de rádios, jornais e televisões públicas e privadas, com um espectro político amplo. Estudos do professor alemão Andreas Zick da Universidade de Bielefeld publicados no New York Times mostram que 20% da população estariam suscetíveis a estes movimentos. Estas sociedades paralelas alimentam um aumento na violência contra estrangeiros e, principalmente, refugiados. Mais de 1.200 ataques contra centros de requerentes de asilo foram feitos desde janeiro de 2015.

Entre as armas destes ataques estão tiros, coquetéis molotov e até mesmo uma granada de mão, que foi lançada contra um abrigo em Villingen-Schwenningen. Muitos dos extremistas dizem que não querem os estrangeiros, porque esta recepção dos refugiados vai custar caro. Mas os ataques contra estes centros causam prejuízos ainda maiores nesta conta. 

Diante de tamanha violência, o Partido Verde de Berlim já se posicionou que não quer colocar mais nenhum abrigo de refugiados no bairro de Marzahn, que é controlado pelo partido de extrema direita NPD. Por um lado faz sentido, já que colocar refugiados ali só faz aumentar a espiral de ódio que esta região da periferia berlinense vive. Mas a posição manda a mensagem errada e passa uma impressão de que a violência da extrema direita surte efeito. Este é só um dos muitos dilemas deste momento.

Na sociedade alemã muitas vezes se usa a palavra “integração” para descrever o processo de chegada do estrangeiro na Alemanha, mas neste caso o grande desafio do momento é “integrar” não somente os refugiados que chegam, mas os extremistas que estão imersos nesta sociedade paralela extremista.

Fonte: Albert Steinberger,  repórter, ciclista e curioso – O Globo


sábado, 10 de janeiro de 2015

A tirania do silêncio

Uma cruel inversão de valores leva muitos a fechar os olhos à dimensão político-religiosa de atentados bárbaros e, imediatamente depois deles, culpar a “islamofobia”

Em algum lugar entre dois extremos está a razão. Uma das extremidades é bem conhecida: a cada vez que é cometido um atentado sanguinário em consonância com os ensinamentos do fundamentalismo muçulmano, multiplicam-se as reações garantindo que a violência não tem absolutamente nada a ver com a religião revelada há 1 400 anos a Maomé, por inspiração divina segundo acreditam seus seguidores. Ao contrário, dizem, o Islã é a religião da paz e quem comete atrocidades em seu nome está desvirtuando seus fundamentos. Ou talvez seus autores tenham lá no fundo suas razões, pelos motivos de sempre — a exclusão, a perseguição, o domínio imperialista e outras distorções infantis que povoam o universo mental daqueles que querem, no fim de tudo, pôr a culpa nos americanos. Entre estes, incluem-se muitos americanos, fruto da civilização ocidental avançada na qual os enormes benefícios do pensamento livre de controles do Estado e da Igreja redundaram, em sua forma distorcida, no impulso masoquista de culpar a si mesmos por todas as atrocidades, contanto que cometidas por gente de pele mais escura, cabelos mais encaracolados e roupas mais exóticas.
 Rejeitados por todo o espectro político, alemães se manifestam no escuro contra a islamização (Jens Meyer/AP)
E do outro lado, quem está? Surpreendentemente, a extrema direita, que deveria estar bradando por sangue, pronta para cravar seus dentes islamofóbicos em vítimas inocentes e tirar proveito dos atos de barbárie, tem demonstrado, pelo menos em público, contenção e argumentos razoáveis. “Por que chegamos a esse ponto? Qual o percurso desses assassinos, as ramificações das fileiras do Islã radical em nosso solo, seus financiamentos? Que países os apoiam? As perguntas são muitas e legítimas. O tempo da negação e da hipocrisia já passou. É preciso proclamar em alto e bom som o repúdio absoluto ao fundamentalismo islâmico”, disse sobre o massacre de qu­arta-feira Marine Le Pen, herdeira, líder e candidata razoavelmente viável a presidente pela Frente Nacional, um dos partidos europeus classificados ora de populistas, ora de ultradireitistas. É sob o pretexto de não fazer o jogo desses partidos que as esquerdas nem esperam esfriar os corpos das vítimas da mais poderosa ideologia político-religiosa das últimas décadas para invocar os perigos da islamofobia. Aliás, não só as esquerdas. Na Alemanha, o centro e a direita também se uniram à condenação a um movimento que surgiu nos últimos meses, o Pegida — acróstico de Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente. Chamados de tudo — de inocentes tolamente manipulados a neonazistas —, cerca de 17 000 alemães manifestaram-se comportadamente em Dresden, em um ato que terminou em frente à histórica catedral, de luzes apagadas como sinal de repulsa a eles.

É claro que todos esses partidos ou movimentos têm esqueletos xenofóbicos no armário, que procuram esconder ou, devidamente, extirpar. E é lamentável que acabem se constituindo quase que na única opção àqueles que não acreditam que não existe problema algum na militância político-religiosa do islamismo radical, mesmo quando os próprios radicais proclamam sua pureza teológica — a cena em que um acusado de roubo tem a mão decepada por integrantes do Estado Islâmico foi divulgada na semana passada como outra atroz demonstração de que seguem ao pé da letra a sharia, o conjunto de leis muçulmanas originais. Entre as duas pontas, sobra pouco espaço para pessoas razoáveis e corajosas como Flemming Rose, editor do jornal dinamarquês que encomendou charges sobre Maomé que provocaram reação brutal em 2005, não só entre os muçulmanos que cortam alegremente cabeças e mãos, mas entre cidadãos comuns para os quais a liberdade de expressão é um valor desprezível ante suas crenças religiosas e seus cúmplices atordoados pelo medo da islamofobia. “Encomendei as charges em resposta a vários incidentes de autocensura na Europa provocados por um crescente sentimento de medo e de intimidação no trato de assuntos relacionados ao Islã”, escreveu Rose, que depois fez um livro com o título reproduzido nesta reportagem, A Tirania do Silêncio. “E continuo a acreditar que esse é um tópico que nós europeus precisamos enfrentar, desafiando os muçulmanos moderados a se pronunciar.” Rose está em todas as listas de cabeças a prêmio de grupos fundamentalistas. Quantos moderados estão dispostos a protegê-lo para que o massacre na redação do Charlie Hebdo não se repita?

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