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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Composição verde-oliva da administração

O isolamento político de Bolsonaro


Há duas versões correntes para explicar a alta densidade de militares por metro quadrado do governo Bolsonaro, acentuada nesta terceira semana com a nomeação de mais militares para cargos de segundo e terceiro escalões e direção em estatais. Só nos últimos dias, foi indicado porta-voz o general Rego Barros, enquanto o ex-comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, foi designado para presidir o conselho de administração da Petrobras e o general Franklimberg Freitas retornou ao comando da Funai. Sem contar os sete ministros situados no coração do governo.

Uma dessas versões, a paranóica, dá conta de que o presidente estaria, com essa composição verde-oliva da administração, mandando recado às instituições e políticos que porventura vierem a querer apeá-lo do poder com um impeachment ou algo assemelhado antes do fim do mandato. Uma espécie de “não vem que não tem” baseado num suposto – e duvidoso – apoio incondicional das Forças Armadas em qualquer circunstância. Explicação meio duvidosa.

A outra versão, mais amena, tem base na obviedade: o capitão Bolsonaro chamou para governar com ele as pessoas em quem mais confia (inclusive as chaves do cofres) e que mais admira, e não é surpresa serem militares. Em sua maioria, são quadros bem preparados, quase todos na reserva, com incontestável afinidade ideológica com o chefe. Natural, portanto.

Nem tanto. Ainda que ambas as explicações sejam possíveis, e de modo algum excludentes, fica faltando uma peça no quebra-cabeças para justificar a opção preferencial pelos militares. Até porque Bolsonaro deixou a caserna há tempos, foi deputado por quase 28 anos e venceu uma eleição direta na condição civil. Teve tempo suficiente para procurar outra turma. [existe um ditado que diz 'o cidadão pode sair do Exército brasileiro, mas, o Exército não sai do cidadão.
Alguns gozadores, sempre existe, dizem que esse adágio deriva daquele que diz: você tira a pessoa da roça, mas, a roça não sai da pessoa.]
 
Aí é que está. Se procurou, não achou. Em seus anos civis, Bolsonaro perambulou por diversos partidos, não se integrou a qualquer projeto de poder, dedicou seus mandatos a defender interesses corporativos militares e ideias de direita radical, que o deixaram isolado no Parlamento. [as numerosas saídas de Jair Bolsonaro de partidos políticos, apenas comprova que Bolsonaro não depende, nunca dependeu,  de partidos políticos para se eleger por sete vezes.
Prova também que sempre foi coerente com o que defende - seja no aspecto corporativa ou no espectro político.]

Vários ex-colegas de Câmara relatam mal ter trocado palavras com ele ao longo dos anos, recordando-se de um personagem sentado na parte de trás do plenário, o chamado “Vale dos Caídos”.  Chegou ao poder com 58 milhões de votos, mas sem projeto político, partido consistente ou liderança organizada, guindado pelo discurso de ser contra “tudo o que está aí”. Nunca foi líder de bancada nem presidente de comissão ou relator de projetos importantes. Excetuando-se o armamento da população e uns poucos itens já revelados, não se sabe exatamente do que ele é a favor.

No poder, frequenta solenidades militares, onde parece se sentir à vontade. Mas tem poucos compromissos e conversas políticas, como se ignorasse que é possível, sim, fazer política e negociar apoios sem cair no lodaçal do toma-lá-dá-cá mais rasteiro.  Do Vale dos Caídos ao Planalto, Bolsonaro continua em isolamento político, e isso explica a alta densidade de militares por metro quadrado de seu governo. Dificilmente, porém, vai conseguir governar assim.

Helena Chagas, jornalista - Blog do Noblat - Veja


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Governo teme que derrota amplie isolamento político da ainda presidente - Um deputado petista, um idiota, disse: 'vamos perder ganahando'

Governo teme que derrota expressiva amplie isolamento político de Dilma

A base governista se concentrou em buscar votos para evitar uma derrota expressiva hoje na comissão. Se isso ocorrer, avaliam governistas, poderá ampliar a percepção de fraqueza e de isolamento político da presidente Dilma

Às vésperas da votação do parecer pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Comissão Especial, Brasília teve um fim de semana de reuniões estratégicas. A base governista se concentrou em buscar votos para evitar uma derrota expressiva hoje na comissão. Se isso ocorrer, avaliam governistas, poderá ampliar a percepção de fraqueza e de isolamento político da presidente Dilma.

Na outra ponta, a oposição avalia que uma boa vitória hoje na comissão, aliada aos eventos da semana passada decorrentes da Operação Lava Jato, lhe dará fôlego nesta semana decisiva.
De acordo com o Placar do Impeachment, do jornal O Estado de S. Paulo, ao menos 35 dos 65 deputados da comissão, que se reúne a partir das 1oh de hoje, se declaram favoráveis ao impeachment. É necessária maioria simples.

Por isso, a expectativa da oposição e do governo é de que o impeachment comece a ser votado em plenário na sexta-feira. A votação deverá terminar no domingo. São necessários 342 votos dos 513 deputados para o impeachment ser aprovado. Para a oposição, o momento é favorável ao impedimento e o placar na comissão vai variar de 35 a 39 votos pelo afastamento.

Já aliados da presidente afirmam que, se houver derrota na comissão, será por uma margem de, no máximo, dois votos. O Planalto busca ao menos 30 votos favoráveis. Ontem, Dilma se reuniu com ministros para avaliar o cenário da semana. "Será um placar apertado", previu o vice-líder do governo, deputado Paulo Teixeira (PT-SP). "Vai ser por um placar apertado, mas vamos perder ganhando", disse o vice-líder do governo, Silvio Costa (PT do B-PE). O governo começou a semana com pequenas vitórias que, avaliam, ajudará a obter essa margem apertada de votos desta segunda-feira, 11.

O presidente da Comissão Especial, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), decidiu que não haverá chamada nominal, o que faz com que os votantes se manifestem apenas por meio do painel eletrônico. A oposição avaliava que a votação nominal pressionaria, sob os holofotes da oposição, os deputados a votar contra o governo. Após conversa com o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, que ligou para confirmar presença na sessão de hoje, Rosso - que tendia a acatar o pedido da oposição para chamada um a um - consultou o regimento e concluiu que a solicitação da oposição só poderia ser acatada se o painel estivesse indisponível.
Ausências
Além disso, foi antecipada a estratégia do governo sobre os ausentes. Se a oposição trabalha para convencer os deputados a votar "sim" ao impeachment, aliados do Planalto orientam colegas a não comparecer à sessão, se abster ou votar não. Na comissão, o deputado Washington Reis (PMDB-RJ) - um dos oito indecisos do grupo - faltará porque está internado com a gripe H1N1.

Reis disse à reportagem ontem que em seu lugar votará Marx Beltrão (PMDB-AL), aliado do governo. A ausência de Reis foi um dos temas da reunião da oposição, que tentará garantir o voto de um suplente pró-impeachment. "A gente vai ter de correr para ver o suplente", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Rosso decidiu que só votará o suplente do bloco que registrar presença primeiro.

Integrante da comissão, Valtenir Pereira (PMDB-MT) se declarava até a véspera da votação "indefinido". "Há uma forçação de barra no relatório e no pedido de impeachment." Ele disse que não faltará à sessão e, se não decidir até a hora da votação, optará por se abster e tomar uma posição só em plenário.

Entre os oposicionistas, o cenário político da semana é visto com otimismo. "Estamos em ascensão", disse o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). A divulgação de trechos da delação do ex-executivo da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo foi um dos fatores que teriam ajudado a convencer parlamentares indecisos a defender o afastamento.

O parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendando a anulação da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil também contribuiu. "Estamos muito animados", afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.