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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Depois da Heineken, Bradesco tenta lacrar e sofre lacração reversa

Luciano Trigo

Elas ficaram conhecidas como as “Lacradoras do Bradesco”: três moças vestidas de branco, falando em um tom didático-tatibitate e trazendo no rosto aquela expressão feliz e confiante de quem se sabe “do bem” e se sente moralmente superior aos mortais comuns.

Em um comercial do banco, cancelado às pressas diante da repercussão negativa, as moças sugerem que as pessoas... deixem de comer carne uma vez por semana, para reduzirem suas “pegadas de Carbono” – já que os bois, vejam só, seriam os grandes responsáveis pelo efeito estufa.

Depois da Heineken, Bradesco tenta lacrar e sofre lacração reversa - Foto: Reprodução

Como escrevi em um artigo recente, “Cerveja, churrasco e uma história real de lacração reversa”, a cervejaria Heineken fez exatamente a mesma coisa e se deu mal. E, exatamente como no episódio da Heineken, diversas entidades ligadas ao agronegócio reagiram de forma enfurecida ao comercial, exigindo uma retratação por parte do banco. Nas redes sociais, vídeos foram postados convocando os pecuaristas a boicotar o Bradesco. E milhares de clientes comuns ameaçaram cancelar suas contas no Bradesco e trocar de banco.

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Por medo de perder clientes, o banco voltou atrás, por meio da longa nota reproduzida abaixo, assinada pelo diretor-presidente e três vice-presidentes da instituição. Mas, em vez de assumir sua responsabilidade pelo equívoco, o Bradesco preferiu jogar a culpa nas costas das três jovens lacradoras, classificando sua mensagem como “descabida” e prometendo realizar “ações administrativas internas severas”.

É algo como colocar a culpa no estagiário. Não ficou bonito, mas, de qualquer forma, a nota foi um sinal claro de que o banco sentiu o golpe. Deixa eu ver se entendi: o vídeo traz a logo do Bradesco e recomenda o uso do App lançado pelo Bradesco para medir a emissão de carbono, mas a nota sugere que o banco não teve nada a ver com o comercial. Quer dizer que as três jovens fizeram publicidade gratuita e usavam a logo do Bradesco sem autorização? Se não foi o Bradesco, alguém as patrocinou? Quem?

Ou seja, ou o comercial foi divulgado à revelia do Bradesco, o que seria grave, ou fica parecendo que o banco não assume a responsabilidade pelos seus próprios comerciais, preferindo atirar às feras três jovens influenciadoras boazinhas, que só estavam preocupadas (ou não) com a sustentabilidade.

A proposta da “segunda sem carne” é apenas mais um exemplo da ditadura das minorias que, ostentando virtude, tentam decretar o que as maiorias devem fazer. Mas a verdade é que, exceção feita às minorias barulhentas às quais é dirigido o marketing de lacração, as pessoas comuns, que constituem a imensa maioria da população, não suportam mais essa atmosfera doentia de patrulha e lacração em que estamos vivendo.

Até porque fica cada vez mais claro que, por trás das aparentes boas intenções do discurso ambiental, escondem-se poderosos interesses econômicos e uma agenda ideológica oportunista, que ataca de forma cada vez mais desavergonhada as liberdades individuais – aí incluída a liberdade de cada um comer o que quiser, no dia que quiser.

Bradesco, repita comigo: segunda-feira é dia de as pessoas comerem o que quiserem!  Mas isso se puderem, claro. Porque, se depender dos grupos que apoiam esse tipo de campanha lacradora, em breve muita gente só vai conseguir comer o que catar no lixo, como já acontece na vizinha Venezuela, onde 94,5% da população vivem abaixo da linha da pobreza e não sabem o que é um bife há muitos anos.

Luciano Trigo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 15 de maio de 2019

Internautas pedem boicote à Natura após propaganda com beijo lésbico



Nova campanha da marca conta a história de três casais e tem como slogan 'No amor cabem todas as cores'

Depois que a marca de cosméticos Natura lançou a campanha para divulgar a nova linha de batonsColeção do Amor”, centenas de internautas promovem, na manhã de terça-feira, 14, a hashtag #boicotenatura. A propaganda conta a história de três casais e, ao fim, eles se beijam em frente às câmeras.

A campanha foi divulgada nesta segunda-feira, 13. Os casais que representam a nova coleção são: uma drag queen e uma mulher (Nathalia e Beatriz); uma mulher transexual e uma mulher (Dominich e Gabi); e duas mulheres (Hadassa e Dayane). O slogan da marca é “No amor cabem todas as cores”.

Na manhã desta terça-feira, 14, a hashtag pedindo o boicote à marca já estava no topo do trending topics do Twitter. Alguns internautas apontaram como “militante” a postura da Natura, repetindo a frase “quem lacra não lucra”. “A Natura esqueceu q o publico q fez a marca crescer foram as donas de casa conservadoras com as revistinhas revendendo pras amigas e não feministas lésbicas lacradoras”, escreveu a youtuber “de direita” Avena.

Já muitas pessoas apoiaram a marca pelas redes sociais e criticaram quem estaria promovendo o boicote. “Em pleno 2019 essa tag só mostra como vivemos num país homofóbico, preconceituoso em todos os sentidos. Antes as pessoas tinham medo de demonstrar o preconceito, agora ganharam vozes e coragem. A intolerância sempre reinou neste mundo doente”, escreveu um seguidor. [recado ao seguidor: se você acha as pessoas que tem vergonha na cara, caráter, são conversadoras, tornam o Brasil ruim para você e outras coisas do gênero viverem, vá embora.
Tua partida será excelente. Vá e não precisa voltar.]
Procurada, a marca afirmou: “A Natura acredita no valor da diversidade. Isso está expresso em nossas crenças há mais de vinte anos, em nossas campanhas publicitárias, projetos patrocinados e em nosso corpo de colaboradores. Com o lema ‘No amor cabem todas as cores’, a nova coleção de maquiagem FACES reforça o apoio da marca à causa LGBT+, incentivando o orgulho de ser quem é e amar quem quiser”.

Revista VEJA

[o Blog Prontidão Total tem como regra básica não conceder holofotes a nada que divulgue aberrações e práticas bizarras.
Por isso não publicamos nada que permita a visualização da nojeira; mas, em respeito aos nossos leitores, que possuem o direito de se informar, na matéria da Veja - clique no link acima - consta o vídeo e fotos.]