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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Cinco motivos para o Senado rejeitar Flávio Dino no STF - Deltan Dallagnol

VOZES - Gazeta do Povo

Justiça, política e fé

Depois de meses de especulações, rumores e quebras de braço públicas na imprensa entre os candidatos, inclusive com ataques frontais e politiqueiros à operação Lava Jato, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, foi escolhido pelo presidente Lula para a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Os eleitores de Lula, que cobravam a nomeação da primeira mulher negra foram mais uma vez vítimas de estelionato eleitoral. 
Com a indicação de um político aliado, venceram os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. 
Perderam o Brasil e os brasileiros por cinco razões, que devem ser consideradas pelo Senado para rejeitar a indicação. 


1) Dino é abertamente comunista
Em uma entrevista em 2019, Flávio Dino se disse defensor orgulhoso do comunismo: “Eu sou comunista, graças a Deus”
Nessa entrevista, Dino foi confrontado pela jornalista a respeito de algumas contradições: no comunismo, é permitido empresa privada? 
E livre mercado? 
No comunismo, há Judiciário independente? 
Dino não conseguiu responder a nenhuma dessas perguntas, saindo pela tangente.

É extremamente problemático que um indicado ao STF, responsável por proteger direitos fundamentais dos cidadãos - como a vida, a liberdade, a propriedade privada e a liberdade de expressão e de imprensa - se diga um orgulhoso comunista, referindo-se a uma ideologia que matou milhões de pessoas, em regimes como o soviético de Stalin e o chinês de Mao Tsé-Tung, sem falar na censura às liberdades, inclusive de expressão e religiosa.

2) Dino é um péssimo ministro da Justiça
Uma das preciosas lições de Jesus está em Mateus 7:16: “Pelos seus frutos os conhecereis. É possível alguém colher uvas de um espinheiro ou figos das ervas daninhas?” Quais são os frutos de Dino no Ministério da Justiça senão a lacração e perseguição de opositores do governo? 

Em março, Lula e Dino divulgaram o Programa Nacional de Segurança Pública (Pronasci), que foi marcado por críticas à polícia e ao racismo estrutural, mas que não continha nenhuma proposta concreta para enfrentar o crime organizado ou reduzir o alto número de homicídios.

Em julho, Lula e Dino anunciaram o Programa de Ação de Segurança (PAS), que supostamente tinha como objetivo reduzir a violência, mas tratava bandidos como vítimas, dizendo que a violência é resultado da pobreza e da falta de educação. 
Propôs o aumento de penas contra quem atentasse contra ministros do Supremo e outras altas autoridades. 

Não tivemos nenhum resultado positivo desde a divulgação desses dois programas. Pelo contrário, tivemos guerra entre facções do crime organizado e forças de segurança nos estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, contabilizando mais de cem mortos, imagens de membros do crime organizado recebendo treinamento de combate em áreas públicas do Complexo da Maré, massacre de médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio, e ataques do crime organizado em vários pontos da cidade carioca, com mais de 30 ônibus incendiados.

Em resposta, Dino assinou, junto com Lula, uma GLO em portos e aeroportos absolutamente ineficaz, contraproducente e enviesada, que avisava os traficantes onde haveria reforço na fiscalização, viabilizando o uso de rotas alternativas.  
Não dá para esquecer, ainda, que foi justamente o Ministério da Justiça de Dino que “perdeu” as imagens das câmeras do 8 de janeiro. 
 
Dino e Lula adotaram a política pública da lacração e do identitarismo woke para a segurança pública, em vez de políticas públicas baseadas em evidências e sólidas experiências internacionais. 
Por isso, o ministro passou a sofrer críticas duras do próprio PT e se fortaleceu a ideia de separar o Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas. 

Não é à toa que, segundo uma pesquisa Atlas/Intel da semana passada, o combate à corrupção e a segurança pública são as áreas do governo com pior avaliação, com 41% de reprovação. A criminalidade e o tráfico de drogas são apontados por 60,8% dos brasileiros como os maiores problemas do país, seguidos da corrupção, com 50,2%.

3) Dino foi um péssimo governador do Maranhão
Mais uma vez, a árvore é conhecida pelos frutos. 
O legado de Dino como governador do Maranhão é absolutamente vergonhoso. 
Um levantamento da Gazeta do Povo mostra que, durante os 8 anos do governo de Dino, o Maranhão continuou sendo o estado mais pobre do Brasil, com a menor renda média mensal, o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre todos os estados brasileiros, a maior taxa de informalidade e a expectativa de vida mais baixa.

Ao mesmo tempo em que Dino não conseguiu nem mesmo uma leve melhora que fosse na economia do Maranhão ou na qualidade de vida da população mais pobre, acumulou polêmicas com gastos milionários com alimentação, contratando a entrega de trufas, canapés e bacalhau para a Secretária de Saúde ao custo de R$ 1,2 milhão para os cofres públicos. 

Já na Secretária de Educação, Dino desembolsou R$ 1,2 milhão com 1.472 assinaturas da revista de extrema-esquerda Carta Capital, contribuindo para a doutrinação ideológica das crianças e adolescentes maranhenses. Curiosamente, em 2021, Dino se tornou colunista da própria revista que ele beneficiou com verbas públicas milionárias.

4) Dino é autoritário
Flávio Dino processou o YouTuber Monark por injúria e difamação, por Monark tê-lo chamado de “gordola”. 
Eu mesmo fui processado por Dino no STF, que pediu ao ministro Alexandre de Moraes que me incluísse no inquérito das fake news depois de eu ter questionado como Dino entrou no Complexo da Maré sem fazer um acordo com o crime organizado. 
Outros parlamentares da oposição que fizeram o mesmo questionamento também foram processados por Dino.
 
Dino é um dos maiores apoiadores do PL 2630/20, mais conhecido como PL da Censura, que quer limitar a liberdade de expressão nas redes sociais
Em uma reunião com os representantes das big techs, Dino deu vazão ao seu autoritarismo e ameaçou as empresas caso não se submetessem à política de censura do governo Lula: “Nós não queremos que os senhores passem à condição de investigados pela Polícia Federal ou de réus”, disse na ocasião. 

Num momento em que há forte preocupação com o caráter político e autoritário do STF, indicar alguém que pode reforçar esse perfil afasta o Brasil do ideal de uma Justiça técnica e autocontida e do necessário reequilíbrio de poderes. 
Olhando para seu passado, Dino pode se revelar uma síntese do que há de pior no Supremo: o autoritarismo do ministro Alexandre de Moraes e a politização somada à verborragia do ministro Gilmar Mendes. 

5) Dino vai perseguir a Lava Jato no STF
Dino sempre foi contrário à Lava Jato e, durante sua atuação como ministro da Justiça, endossou a perseguição do governo Lula aos agentes da lei que combateram a corrupção. 
Primeiro, Dino pediu uma investigação à Polícia Federal sobre os acordos firmados pela Lava Jato no exterior, que recuperaram bilhões de reais para os cofres públicos.
 Depois, o ministro encaminhou para a PF a vergonhosa e infame decisão de Dias Toffoli que anulou as provas do acordo da Odebrecht, pedindo investigação criminal contra quem? Contra o Ministro, que enterrou provas da empreiteira que o tratava como “amigo do amigo de meu pai”? Não, ele pediu a investigação dos procuradores, juízes e servidores que atuaram na operação.
 
Mais recentemente, Dino anunciou um grupo de trabalho, em conjunto com o ministro Salomão, que preside o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para investigar a devolução de valores pela Lava Jato, sem que haja nenhum indicativo de qualquer crime ou desvio. 
Será a primeira vez no mundo em que agentes da lei serão investigados por devolver dinheiro roubado da corrupção.

Muito mais poderia ser dito e outras razões poderiam ser agregadas, mas esses motivos são suficientes para mostrar a gravidade da indicação de Dino se for confirmada pelo Plenário do Senado

Se você também é contra Dino no STF, convido você a assinar o abaixo-assinado que já tem mais de 250 mil assinaturas de brasileiros que também se opõe à indicação.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima


Deltan Dallagnol, coluna VOZES - Gazeta do Povo


segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Altos salários e tédio: o que explica o furor militante dos funcionários do TSE

Vozes - Polzonoff

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja 

MENTE VAZIA

funcionários TSE
Funcionários TSE
Uma cebola é uma cebola,sempre uma cebola. Foto: Reprodução/ Youtube

Estava lendo (e rindo) pela segunda ou terceira vez a matéria do meu colega Gabriel de Arruda Castro sobre o curso de lacração dos funcionários do TSE. 
 O “barriguinha” no título é de uma sutileza genial. 
E a melhor parte do texto é quando a palestrante compara o racismo estrutural à estrutura de um prédio – e mostra a foto de um prédio. 
Tudo no texto é muito real e verdadeiro, e não só porque confio no autor da reportagem. É que é impossível inventar uma patuscada dessas.
 
O Gabriel também foi muito feliz ao informar os salários dos funcionários envolvidos no curso de doutrinação que pretende transformar os funcionários do TSE em militantes da infame Agenda 2030 da ONU: todos na faixa dos R$20 mil, exceto por uma “oprimida” que ganha apenas R$14 mil. Tadinha. 
Os valores despertaram ainda mais a ira de quem leu a matéria para descobrir no que será gasto o dinheiro arrecadado com os novos e estratosféricos impostos do ministro Haddad aquele que dá gosto chamar de Taxad. Por que não?
 
Ali pela quarta ou quinta leitura, porém, minha visão sobre esse mundinho que vive uma distopia não tão particular assim, a bolha dos funcionários públicos muito bem remunerados, começou a mudar. 
Deixei a ira cidadã de lado e fui tomado por algo mais incômodo que vou chamar de pena. 
Porque comecei a pensar no tédio de que sofrem essas pessoas, muitas delas jovens cheios de energia, fechadas em seus gabinetes existencialmente claustrofóbicos, ocupadas em encontrar sentido para suas vidas entre uma eleição e outra. Ou melhor, entre um nada e outro.

(Mas antes de continuar quero dizer que minha mulher - sempre ela! - veio aqui, leu este texto por sobre meu ombro e reclamou da generalização que faço dos funcionários públicos do TSE. Expliquei para ela, e agora explico para vocês, que estou generalizando mesmo. Mas reconheço que há exceções. Não conheço nenhuma, pero que las hay, las hay. Tudo certo agora? Posso continuar, Dani?).

Parque de diversões
“Mente vazia, oficina do diabo”, diz o ditado – e não é preciso ser muito perspicaz para perceber que o tinhoso construiu todo um complexo industrial de maldade (ainda que não-intencional) na cabecinha ociosa desses ultraprivilegiados.  
Desses jovens que, se me permitem a sociologia de botequim a esta hora da manhã (ou da tarde ou da noite; vai saber a que horas você está lendo!), se julgam melhores do que os pobres mortais (nós) que pagam seus salários porque passaram num concurso público ou têm os contatinhos certos nos cargos certos.
 
Daí aquilo que por falta de termo melhor vou chamar de pena
Ah, se ao menos os funcionários do TSE tivessem valores morais sólidos. Ah, se ao menos eles tivessem ambições espirituais verdadeiras. 
Ah, se ao menos não tivesse se deixado levar pelo canto das sereias da Ilha da Tecnocracia.
 Ah, se fossem um pouquinho humildes. 
Um pouquinho só. 
Ah, quanta diferença real eles seriam capazes de fazer no mundo.
 
Na condição de funcionários públicos, cidadãos e principalmente seres humanos, imagino que eles se sentiriam muito mais realizados se usassem o tempo livre, a capacidade de organização e até mesmo a fortuna de dinheiro público de que dispõem no TSE para promoverem cursos e seminários realmente engrandecedores. 
Cursos e seminários sobre temas importantes, que dialogassem com o mundo real e não com o parque de diversões das pautas identitárias, com a montanha-russa do racismo, a roda-gigante da gordofobia ou o trem-fantasma do feminismo.
 
Garanto la garantía soy yo! – que eles se sentiriam muito mais úteis e realizados. 
E talvez dispensassem os ansiolíticos e os antidepressivos para dormir com a deliciosa sensação do dever cumprido ao testemunharem a construção de algo virtuoso e duradouro. 
De uma obra erguida sobre a rocha da imperfeita civilização judaico-cristã que nos trouxe até aqui. E não sobre essa areia pós-moderna multicolorida e suscetível às marés que é a ideologia.


Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 16 de setembro de 2023

O império da lacração - Percival Puggina

        Outro dia, dei-me conta de que um novo mal havia acometido o país e que eu apresentava, por vezes, sintomas desse mal. Refiro-me à “lacração” como peça do debate político.

A lacração não é uma síntese, um concentrado de sabedoria. Ela é um diminutivo da Razão, que ganha R maiúsculo, estatura necessária e cumpre papel importante na formação de ideias quando, no conteúdo e na forma, se expressa apta e consistente para o natural contraditório.

Por conta desse vício, as ideias ganham o tamanho da frase com que se apresentam. Forma-se o hábito da brevidade. Do textão para o textinho e do textinho para a frase lacradora que em segundos de leitura arranca um sorriso ou uma gargalhada. Nesses poucos segundos, de algum modo, o debate político se atrofia.

A lacração é parente muito próxima da maledicência, que é outro vírus que infesta o ambiente nacional, tendo seus principais hospedeiros na comunicação social e no mundo político. Desqualificar o adversário tornou-se o dever número 1 de quaisquer antagonismos como forma de vencer sem ter razão.
 
Esse é um terreno perigoso, moralmente desastroso se a epidemia se alastra e toma conta do ambiente acadêmico e cultural, porque a pessoa humana é um ser em construção. 
Ela deveria buscar, pelo exercício da liberdade, a perfeição de sua natureza. 
Quando negligenciado esse dever, com o abandono da leitura de bons autores, porque uma tuitada é a coroa da verdade que se quer apresentar, há uma perda individual com consequências sociais.
 
Deus nos fez dotados de inteligência que nos permite conhecer o bem, de liberdade que nos possibilita escolher o bem, e de vontade para resistir a tudo que nos pode afastar do bem. 
Sim, caros leitores, a palavra vontade tanto designa aquilo que queremos quanto significa a força para renunciar ao que queremos para fazer aquilo que devemos
Comumente chamamos a isso de força de vontade. 
Muito embora a primeira regra moral afirme que devemos evitar o mal e buscar o bem, quem evita o mal está cumprindo a metade mais neutra e mais comum da regra. 
Difícil é fazer o bem; e mais difícil, ainda, é fazer todo o bem que se possa. Na vida pública, isso é especialmente significativo. 
Ali, não fazer o mal – tarefa dos medíocres, segundo José Ingenieros – já é difícil. Fazer o bem é a missão de estadistas, dos quais estamos tão carentes! Os que temos, por poucos que são, não atendem a demanda nacional.
 
Por isso, me desgosta vê-los, tantas vezes, perdidos em lacrações que valem tanto quanto duram
A vitória dos conservadores e dos liberais só terá a extensão necessária se as respectivas ideias e as correspondentes ações alcançarem com clareza os corações e as mentes que andam por aí, vazias por falta de quem lhes proporcione bons conteúdos.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

terça-feira, 7 de junho de 2022

Maverick é a esperança ocidental - [ Top Gun: Maverick, o cinema que desafia a lacração.] Revista Oeste

O cinema que desafia a ‘lacração’

Rodrigo Constantino escreve sobre o que incomoda tanto a crítica em Top Gun: Maverick, novo sucesso do astro Tom Cruise

Rodrigo Constantino

Eis o que o telespectador vai encontrar ali: heroísmo, bravura, sacrifício, espírito de equipe, meritocracia, busca por excelência, redenção, senso de dever, patriotismo, amor, família, amizade

O cinema respira. Enquanto a audiência do Oscar despenca a cada ano, por excesso de “lacração”, de vez em quando surge um filme que corre “por fora”, bate recorde de bilheteria e alimenta nossa fé não só nessa arte, como na civilização. É o caso de Top Gun: Maverick, que já é o filme de maior sucesso do Tom Cruise na largada. E não é para menos.

O filme é um retorno aos anos 1980, quando foi rodado o primeiro Top Gun, uma década de esperança que terminou com a queda do Muro de Berlim. Não há qualquer intuito de “lacrar” ali. Apenas uma história emocionante, efeitos especiais de tirar o fôlego e ótimo entretenimento por algumas horas. Não por acaso a crítica desprezou. Teve um que chegou a falar em “machismo tóxico” e anatomia fálica dos jatos.

Mas eis o que o telespectador vai encontrar ali: heroísmo, coragem, bravura, sacrifício, espírito de equipe, meritocracia, busca por excelência, redenção, senso de dever, patriotismo, amor, família, amizade. A missão é quase impossível, mas ela precisa ser feita, pela nação, por eles, pela liberdade. O capitão altamente condecorado, mas que permaneceu capitão para sempre, é uma espécie em extinção, talvez. Mas ele mesmo rebate: “Não hoje”. E enquanto homens de verdade puderem existir, é isso que importa, pois haverá uma luz no fim do túnel.

Em The War on the West, Douglas Murray fala da guerra cultural em curso contra todos os valores que definiram a sociedade ocidental. Ele explica: “Nos últimos anos, ficou claro que há uma guerra em andamento: uma guerra contra o Ocidente. Isso não é como as guerras anteriores, onde os exércitos se chocam e os vencedores são declarados. É uma guerra cultural, e está sendo travada impiedosamente contra todas as raízes da tradição ocidental e contra tudo de bom que a tradição ocidental produziu”.

Todos nós podemos perceber isso no dia a dia, mesmo sem se aprofundar no tema. As pessoas começaram a falar de “igualdade”, mas não pareciam se importar com direitos iguais. Elas falavam de “antirracismo”, mas soavam profundamente racistas e segregacionistas. Elas falavam de “justiça”, mas pareciam significar “vingança”.

Pôster do filme Top Gun: Maverick | Foto: Reprodução

E esses radicais disfarçados de moderados possuem um só objetivo: detonar o legado ocidental. Um dos instrumentos preferidos para isso, além de cuspir em tudo que vem do Ocidente enquanto ignora os defeitos de outras civilizações, é mudar a demografia dos países, escancarando suas fronteiras e alegando que é preciso absorver o mundo todo em nome dos “crimes” passados. Essa turma age na base do sentimento de culpa incutido nas pessoas.

Apenas os países ocidentais, espalhados por três continentes, foram constantemente informados de que, para ter alguma legitimidade para serem considerados decentes —, deveriam alterar rápida e fundamentalmente sua composição demográfica. Os argumentos estavam sendo feitos não por amor aos países em questão, mas por um ódio mal disfarçado por eles. O Ocidente é o problema, e sua destruição seria a solução.

Por isso esses radicais nada falam dos abusos contra as liberdades básicas na China ou no Oriente Médio, sobre a total ausência de direitos das minorias nesses países, à exceção de Israel, uma democracia parlamentar nos moldes ocidentais, e ironicamente o país mais atacado pelos “progressistas” na região. Eles partem da premissa de que há um apreço global por tais valores, ignorando que foi apenas no Ocidente que eles surgiram de verdade. Eles cospem nas bases morais e religiosas que tornaram possível o surgimento desses valores. E, mesmo quando não é possível negar a ausência deles em outras civilizações, os radicais dão um jeito de culpar… o Ocidente por isso!

As novas gerações aprendem essa visão ignorante da história. Elas recebem uma história das falhas do Ocidente sem gastar um tempo correspondente em suas glórias

O racismo terrível existe atualmente em toda a África, expresso por africanos negros contra outros africanos negros. O Oriente Médio e o subcontinente indiano estão repletos de racismo. Viaje para qualquer lugar do Oriente Médio — até mesmo para os Estados “progressistas” do Golfo e você verá um moderno sistema de castas em ação. Na Índia até hoje existem os “intocáveis”.  
Mas misteriosamente é o Ocidente a civilização condenada por ser “estruturalmente racista”. 
Enquanto o Ocidente é agredido por tudo o que fez de errado, agora não recebe nenhum crédito por ter feito algo certo.

Para Murray, passamos de apreciar e avaliar o que há de bom na cultura ocidental para dizer que cada parte dela deve ser desmantelada, que está tudo errado. Somos hoje incapazes de reconhecer o diferencial positivo do Ocidente. Em poucas décadas, a tradição ocidental passou de celebrada a constrangedora e anacrônica e, finalmente, a algo vergonhoso. Passou de uma história destinada a inspirar as pessoas e alimentá-las em suas vidas para uma história destinada a envergonhar as pessoas.

A crítica histórica e o repensar nunca são uma má ideia. No entanto, a busca por problemas visíveis e tangíveis não deve se tornar uma busca por problemas invisíveis e intangíveis, argumenta Murray. Especialmente se for realizada por pessoas desonestas com as respostas mais extremas. Se permitirmos que críticos maliciosos deturpem e sequestrem nosso passado, então o futuro que eles planejam com base nisso não será harmonioso. Será um inferno.

A cultura que deu ao mundo avanços incríveis na ciência, na medicina e um mercado livre que tirou bilhões de pessoas ao redor do mundo da pobreza e ofereceu o maior florescimento de pensamento em qualquer lugar do mundo é interrogada através de lentes da mais profunda hostilidade e simplicidade. E o duplo padrão salta aos olhos: as demais culturas não podem ser julgadas pela mesma régua, pois isso seria “etnocentrismo”.

As novas gerações aprendem essa visão ignorante da história. Eles recebem uma história das falhas do Ocidente sem gastar nada como um tempo correspondente em suas glórias. E elas existem! E são muitas! Parece que estamos matando a galinha dos ovos de ouro, constata Murray. E é nesse contexto que devemos celebrar o sucesso de Top Gun: Maverick, além de ser bom entretenimento. O filme resgata esses valores que os “lacradores” querem enterrar. Todos saem com orgulho dos heróis, emocionados pelo sacrifício, pela camaradagem, pela bravura e pelo senso de dever daqueles patriotas. Por isso o filme incomodou tanto a elite “progressista”. E por isso também foi esse estrondoso sucesso de bilheteria. O Ocidente respira.

Leia também “A aristocracia arrogante de Davos”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

A bolha da Folha - Caio Coppolla [você é racista? se afirmativo teu racismo é preto antibranco ou branco antipreto?

Revista Oeste

Motim na redação progressista é sintoma da repulsa do jornalismo militante pelo contraditório 

Mês passado, 208 jornalistas da Folha de S. Paulo enviaram uma carta de protesto à direção do jornal após a publicação de um artigo de opinião que, supostamente, continha uma opinião impublicável já explícita no título: “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo”.
Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock 
 
Reproduzo aqui alguns trechos do texto, de autoria do antropólogo baiano Antonio Risério:

Todo o mundo sabe que existe racismo branco antipreto. Quanto ao racismo preto antibranco, quase ninguém quer saber.”

“Casos desse racismo se sucedem, mas a ordem-unida ideológica manda fingir que nada aconteceu.”

Ataques de negros contra asiáticos, brancos e judeus invalidam a tese de que não existe racismo negro em razão da opressão a que estão submetidos.

“O dogma reza que, como pretos são oprimidos, não dispõem de poder econômico ou político para institucionalizar sua hostilidade antibranca. É uma tolice. Ninguém precisa ter poder para ser racista…”

Mas o racismo é inaceitável em qualquer circunstância. A universidade e a elite midiática, porém, negaceiam.”

Não devemos fazer vistas grossas ao racismo negro, ao mesmo tempo que esquadrinhamos o racismo branco com microscópios implacáveis. O mesmo microscópio deve enquadrar todo e qualquer racismo, venha de onde vier.”

“O neorracismo identitário é exceção ou norma? Infelizmente, penso que é norma. Decorre de premissas fundamentais da própria perspectiva identitária, quando passamos da política da busca da igualdade para a política da afirmação da diferença.

Nota: no intuito de atestar que o texto é, claramente, contrário ao racismo, destacamos algumas frases em negrito — aliás, será que já é politicamente incorreto usar o termo “negrito”? Vai saber… [talvez seja, talvez não; muitos consideram 'denegrir' um termo racista, em que pese que a origem da palavra nada tenha a ver com cor da pele.]

Voltando à polêmica da vez, na sua argumentação, o autor lista uma série chocante de exemplos individuais e coletivos de antissemitismo, discurso de ódio, discriminação e violência de negros contra brancos pelo mundo. A descrição dessa realidade incômoda associada à tese de que o racismo independe da cor do racista e ainda pode ser agravado por ações afirmativas — indignou a redação progressista da Folha, que abraça a doutrina do racismo estrutural como verdade científica e enxerga o mundo dividido em grupos identitários em perpétuo conflito. O resultado é a tal carta, assinada por mais de duas centenas de jornalistas, incluindo os tais signatários anônimos, novidade que, certamente, será incorporada nos abaixo-assinados da esquerda brasileira de agora em diante:

“Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal” — que mentira. Cabem muitas críticas ao tipo de jornalismo praticado pela Folha, essa não. Por sua vez, o artigo em discussão, além de não ser racista, é antirracista na medida em que denuncia e repudia a discriminação.

O motim na redação da Folha é mais um sintoma da repulsa do jornalismo militante pelo contraditório

A carta segue “reafirmando a obviedade de que racismo reverso não existe”, o que não é uma verdade estabelecida e tampouco óbvia se o conceito de racismo se aplicar — e se aplica! — a qualquer preconceituoso que discrimine outras pessoas em razão da sua etnia. E, como não poderia deixar de ser, a carta termina com lacração: Acreditamos que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível com estar a serviço da democracia” — nada disso! É muito mais plausível que a real intenção do artigo (de quem escreveu e de quem publicou) seja nobre: combater o racismo em todas as suas formas de manifestação e assim servir à democracia.

Segundo apuração de Oeste,os jornalistas [da Folha] decidiram fazer uma assembleia para exigir a demissão do diretor de Redação, Sérgio Dávila. Ou seja, os funcionários exigiram se sentar para negociar com o chefe sua própria permanência no posto.

A exigência da demissão foi uma reação à resposta de Dávila ao levante nos dias anteriores. Ele dissera que a carta era parcial, equivocada e sem fundamentos. Lembrara que boa parte dos missivistas só estava ali justamente porque a Folha decidiu criar novas editorias e lhes dar emprego”.

Ao que consta, os jornalistas amotinados só recuaram diante da promessa de conquistar ainda mais espaço para promover sua visão de mundo e suas opiniões publicáveis.

Com sua maestria habitual para criar narrativas, nesta semana a Folha transformou o motim que pedia a cabeça do diretor de redação em um “exercício de autocrítica” que reuniu 220 jornalistas virtualmente para um debate interno sobre os limites do pluralismo. Ignorando completamente que o público leitor do jornal é formado por adultos perfeitamente capazes de interpretar textos e desenvolver raciocínio crítico, as alas mais militantes deram um tom orwelliano a alguns momentos do evento:

“jornalistas não devem se sentir obrigados a abrir espaço para o contraditório em nome do equilíbrio”;

“editores devem evitar a publicação de textos com argumentos falsos só porque existem pessoas que pensam assim”;

“deve haver limites à publicação de algumas opiniões, porque jornalistas influenciam as fronteiras do que é ou não uma controvérsia legítima”.

Durante a assembleia digital, também foi recorrente o uso da “falsa equivalência”, falácia que consiste em comparar e nivelar coisas essencialmente distintas. Assim, teses sociológicas foram alçadas à categoria de verdades científicas e parecia que admitir a existência do racismo de negros contra brancos era tão grave quanto não reconhecer que a Terra é redonda.

O motim na redação da Folha é mais um sintoma da repulsa do jornalismo militante pelo contraditório. A comparação entre pontos de vista distintos tende a revelar incoerências, expor inconsistências e trazer à tona realidades incômodas a quem deseja impor sua visão de mundo e de progresso à sociedade. Melhor, para eles, cortar o bem pela raiz lançando mão de expedientes como o patrulhamento, o cancelamento e a censura de ideias, mesmo que isso signifique abandonar a ética da profissão e sucumbir a uma prisão intelectual. Estarão intelectualmente presos, mas emocionalmente seguros… seguros como em uma bolha.


Caio Coppolla é comentarista político e apresentador do Boletim Coppolla, na TV Jovem Pan News e na Rádio Jovem Pan

Leia também “A ditadura do pensamento único”

Caio Coppolla, colunista - Revista Oeste

 


quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Branca de Neve e a caixa de Pandora da lacração - VOZES

Vozes - Luciano Trigo

Hollywood resolveu filmar uma nova versão, live action (com atores), da história da Branca de Neve e dos Sete Anões, imortalizada na animação de Walt Disney de 1937 (por sua vez inspirada em um conto dos Irmãos Grimm de 1812).

Pois bem, para o papel principal foi escalada uma atriz “latina”, Rachel Zegler. “Latina”, no miscigenado Brasil, não quer dizer muita coisa, mas nos Estados Unidos é considerada uma etnia à parte. Imagino que, ao escalarem uma atriz de origem colombiana para o papel de Branca de Neve, os produtores devem ter imaginado que iam ganhar o Oscar da lacração: “Vejam como somos ousados, virtuosos e politicamente corretos! Escalamos uma atriz latina – latina! – para interpretar a Branca de Neve! Esse filme vai bombar!”

Mas eles esqueceram um pequeno detalhe: os anões.

Uma vez aberta, a caixa de Pandora da lacração identitária liberta forças que rapidamente saem do controle. O problema é que, inevitavelmente, essas forças entram em rota de colisão umas com as outras, porque cada grupo identitário que se vê com direitos diferenciados olha para os demais como inimigos em potencial. Em um mundo dividido em grupos que competem por privilégios e se ofendem facilmente, jamais será possível agradar a todos.

Quem os partidos pequenos vão apoiar para presidente nas eleições de outubro

Quem com lacre lacra com lacre será lacrado. A Branca de Neve latina foi concebida para agradar e dar representatividade à comunidade latina nos Estados Unidos, mas a própria ideia de refilmar o conto de fadas pareceu inconcebível para a comunidade dos anões – ou, ao menos, para um anão muito representativo, o ator Peter Dinklage, que ficou famoso como o Tyrion Lannister da série “Game of Thrones”.

Em uma entrevista, nesta semana, Dinklage se mostrou chocado com o projeto da refilmagem da Branca de Neve:  “Literalmente sem querer ofender ninguém, mas fiquei um pouco surpreso: eles ficaram muito orgulhosos de escalar uma atriz latina como Branca de Neve – mas ainda estão contando a história de Branca de Neve e dos Sete Anões… Não faz sentido para mim. Querem ser progressistas, mas ainda filmam aquela história retrógrada sobre sete anões vivendo juntos em uma caverna?”

Pois é, coisas que pareceriam impensáveis ou simplesmente ridículas 10 anos atrás hoje são rotineiras – e ai de quem estranhar: será imediatamente julgado, condenado e esfolado nos tribunais de justiça sumária das redes sociais. Uma dessas coisas é um ator anão, que ficou famoso interpretando um personagem anão, achar ruim refilmarem a história da Branca de neve e dos sete anões.

Aliás, Tyrion Lannister era um personagem cínico, misógino, machista, preconceituoso e politicamente incorreto ao extremo – muito pior como ser humano que qualquer um dos Sete Anões. Tyrion era um personagem de ficção. Atchim, Dengoso, Dunga, Feliz, Mestre, Soneca e Zangado também são personagens de ficção, que já encantaram crianças de muitas gerações. Mas, por ser anão, Peter Dinklage julga ter autoridade moral para censurar e proibir a refilmagem de um conto de fadas.

O problema não acaba aí. A Disney julgou necessário responder às críticas de Dinklage mas respondeu de uma forma que deve ter feito seu fundador, Walt, se revirar no túmulo. Pagando pedágio para a lacração, a gigante do entretenimento se apressou a divulgar que a nova versão dos Sete Anões “fugirá dos estereótipos da animação original” (oi?) e que terá consultoria de “membros da comunidade do nanismo”. Já se fala que os anões serão substituídos por um grupo de “criaturas mágicas”...

Que estereótipos seriam esses? A Disney não explicou. O que fica claro é que a nova versão da Branca de Neve representará mais um passo no perigoso projeto de reeditar o passado que parece mover o fascismo identitário – projeto que conta com o apoio incondicional da academia e da grande mídia, principais patrocinadores da cultura do cancelamento.

Mas, superado o problema com os anões, nada impede que o filme seja cancelado por outros grupos. Por exemplo, que história é essa de uma mulher depender do beijo de um príncipe encantado para acordar do feitiço? Trata-se claramente de um estereótipo heteronormativo e machocêntrico e tem tudo para desagradar às feministas. Talvez a Disney resolva também excluir o príncipe e o beijo da história.

Luciano Trigo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Depois da Heineken, Bradesco tenta lacrar e sofre lacração reversa

Luciano Trigo

Elas ficaram conhecidas como as “Lacradoras do Bradesco”: três moças vestidas de branco, falando em um tom didático-tatibitate e trazendo no rosto aquela expressão feliz e confiante de quem se sabe “do bem” e se sente moralmente superior aos mortais comuns.

Em um comercial do banco, cancelado às pressas diante da repercussão negativa, as moças sugerem que as pessoas... deixem de comer carne uma vez por semana, para reduzirem suas “pegadas de Carbono” – já que os bois, vejam só, seriam os grandes responsáveis pelo efeito estufa.

Depois da Heineken, Bradesco tenta lacrar e sofre lacração reversa - Foto: Reprodução

Como escrevi em um artigo recente, “Cerveja, churrasco e uma história real de lacração reversa”, a cervejaria Heineken fez exatamente a mesma coisa e se deu mal. E, exatamente como no episódio da Heineken, diversas entidades ligadas ao agronegócio reagiram de forma enfurecida ao comercial, exigindo uma retratação por parte do banco. Nas redes sociais, vídeos foram postados convocando os pecuaristas a boicotar o Bradesco. E milhares de clientes comuns ameaçaram cancelar suas contas no Bradesco e trocar de banco.

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Por medo de perder clientes, o banco voltou atrás, por meio da longa nota reproduzida abaixo, assinada pelo diretor-presidente e três vice-presidentes da instituição. Mas, em vez de assumir sua responsabilidade pelo equívoco, o Bradesco preferiu jogar a culpa nas costas das três jovens lacradoras, classificando sua mensagem como “descabida” e prometendo realizar “ações administrativas internas severas”.

É algo como colocar a culpa no estagiário. Não ficou bonito, mas, de qualquer forma, a nota foi um sinal claro de que o banco sentiu o golpe. Deixa eu ver se entendi: o vídeo traz a logo do Bradesco e recomenda o uso do App lançado pelo Bradesco para medir a emissão de carbono, mas a nota sugere que o banco não teve nada a ver com o comercial. Quer dizer que as três jovens fizeram publicidade gratuita e usavam a logo do Bradesco sem autorização? Se não foi o Bradesco, alguém as patrocinou? Quem?

Ou seja, ou o comercial foi divulgado à revelia do Bradesco, o que seria grave, ou fica parecendo que o banco não assume a responsabilidade pelos seus próprios comerciais, preferindo atirar às feras três jovens influenciadoras boazinhas, que só estavam preocupadas (ou não) com a sustentabilidade.

A proposta da “segunda sem carne” é apenas mais um exemplo da ditadura das minorias que, ostentando virtude, tentam decretar o que as maiorias devem fazer. Mas a verdade é que, exceção feita às minorias barulhentas às quais é dirigido o marketing de lacração, as pessoas comuns, que constituem a imensa maioria da população, não suportam mais essa atmosfera doentia de patrulha e lacração em que estamos vivendo.

Até porque fica cada vez mais claro que, por trás das aparentes boas intenções do discurso ambiental, escondem-se poderosos interesses econômicos e uma agenda ideológica oportunista, que ataca de forma cada vez mais desavergonhada as liberdades individuais – aí incluída a liberdade de cada um comer o que quiser, no dia que quiser.

Bradesco, repita comigo: segunda-feira é dia de as pessoas comerem o que quiserem!  Mas isso se puderem, claro. Porque, se depender dos grupos que apoiam esse tipo de campanha lacradora, em breve muita gente só vai conseguir comer o que catar no lixo, como já acontece na vizinha Venezuela, onde 94,5% da população vivem abaixo da linha da pobreza e não sabem o que é um bife há muitos anos.

Luciano Trigo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 25 de novembro de 2021

A PERSPICÁCIA DO PIU-PIU, A VISÃO CLARA DO MAGOO E 2020 d.C. Esquerdistas culposos e outras assombrações

Adriano Marreiros

 

Difícil mesmo é notar que alguém é um esquerdista culposo, principalmente se você é essa pessoa: você jamais vai admitir porque ainda não sabe disso.  Da mesma forma que um engenheiro que errou no cálculo de uma viga nem sempre sabe que a casa caiu, você também não sabe o quanto é um militante de esquerda involuntário. Involuntário, mas culposo.

Eu: em junho do ano passado.

Quando eu era criança, e até na adolescência, existia um desenho animado com um passarinho chamado Piu-piu.  Em todos os episódios ele ficava frente a frente com um gato chamado Frajola, que queria devorá-lo e, mesmo diante de tão clara ameaça, o tolinho dizia: “Eu ACHO que vi um gatinho”.  Sim, ele só... achava...

Também tinha um outro personagem chamado Mr. Magoo.  Era um senhor que não enxergava nada, mas achava que via perfeitamente, e corria os maiores perigos, só se livrando deles por mero acaso: apenas porque era um desenho bem humorado e não a realidade.

Então fiquei adulto e não vejo mais esses desenhos. Talvez nem tanto por ter ficado adulto, mas porque os programas infantis minguaram, não só pelas restrições ridículas que fizeram quanto à propaganda de produtos infantis, que praticamente a destruíram, mas também porque os novos programas infantis só querem saber de lacração.

Isso, no entanto, não me impediu de lembrar bem daqueles dois ótimos desenhos e descobrir que nunca foram ficção.  Nunca.  Na verdade as pessoas que negam a realidade que aparece na cara delas existem aos montes, como as que negam a Guerra Cultural e o Globalismo.  Piu-Piu não acabou, apenas saiu das telas, se reproduziu aos montes e sua ingenuidade apatetada apenas colabora com o fim da Cultura Ocidental, das Liberdades e das Soberanias...  Só que agora eles nem ACHAM que viram um gatinho: eles dizem que o gatinho é fake news...

Mr. Magoo é outro personagem que vejo materializado constantemente em pessoas.  Pessoas completamente cegas mas que acham que, no Mito da caverna, seriam justamente o cara que fugiu e viu a verdadeira luz.   Não conseguem enxergar nada do que acontece à sua volta, e ainda não se lascaram totalmente por mero acaso – ou se lascaram e não perceberam, como agora que estão vendo a Economia do depois, como desejavam, justamente porque nada viam nem percebiam.  Só que sorte não dura para sempre e globalistas e outros autoritários não são tão bonzinhos quando os autores de desenhos.  Os Magoos já se ferram mais que o Coyote, só que sem aquela vida eterna, mas ainda acham que os cegos são os realistas a quem xingam de terraplanistas e negacionistas.

Esta semana já reclamei demais disso, porque andei recebendo conselhos pretensamente sábios de Piu-Pius e Magoos.  Já deu! (ou melhor, “Deu pra ti?!”, porque estou em Porto Alegre).

***

Paro por hoje e sugiro que comprem meu livro se quiserem mais coisa minha.  Que foi?  Fui direto demais?  Tosco?  Não convém ser tão cara de pau?  Mas, como o Belchior,  “eu não posso cantar como convém, sem querer ferir ninguém”.  Ou não seria eu…  Não vou ficar enrolando igual a vendedor.  Recomendo, sim, o meu novo livro: “2020 d.C.  Esquerdistas Culposos e outras Assombrações”.  Um livro de crônicas: de crônicas de Liberdade e profecias de servidão.  Longe de ser uma mera coletânea, é uma obra em que as crônicas foram divididas em seções, por temas, explicados com textos inéditos e bem humorados em seus inícios (novas crônicas, pois) e, ao final de cada um deles, existem prints de notícias e matérias que situam aquelas crônicas no tempo ou comprovam seu caráter um tanto quanto profético, por mais que eu quisesse ter errado. 

 O próprio prefácio, do Sileno, foge do tradicional por ser dividido em 3 partes espalhadas pelo livro.  Ele diz que um livro meu não poderia mesmo ter um prefácio tradicional pois se trata de um "autor um tanto estrambólico num país de gente normal”: não tenho como discordar… 

 A capa representa o principal assunto do livro, a luta do bem contra o mal, porque assim é a luta pelas Liberdades, e ela, o título, o livro e eu somos comentados na orelha escrita por Sílvio Munhoz, também autor desta série, especialista justamente numa escrita que bate no pé da orelha. Antes do Sílvio veio o belo livro da Érika, cujo filho foi o autor dessa bela capa com São Jorge e o dragão. Salve Jorge! 

 Valeu, Scansani, valeu, Sileno, valeu, leitores.  Não quero cansá-los: pra que vocês comprem o livro!

Adriano Marreiros -  Portal Tribuna Diária.