Na verdade, para realizar direito o seu trabalho, o
BC tem muitas vezes de fazer o contrário do que pede o ministro: "tem de
opor à desvalorização da moeda que o governo quer provocar o tempo
todo, gastando mais do que pode para satisfazer aos seus desejos e ao
que chama de necessidades do Estado”. Isso é inflação. O BC é contra.
Lula a favor.
Todo
o governo Lula e o PT estão obcecados com o Banco Central - além de
Bolsonaro e do senador Sergio Moro.
Percebem, irritadíssimos, que a
economia, o governo e o país vão mal – mas é claro que se negam
terminantemente a entender que esse desastre em formação é resultado
único e exclusivo da má qualidade patológica da equipe de ministros que
Lula armou à sua volta, e da militância primitiva de suas posições
econômicas.
Sem consertar isso, e aí é trabalho de carpintaria pesada,
não vão resolver nada, nunca.
Mas quem é que diz que Lula quer resolver
alguma coisa com racionalidade?
Ele acha muito mais fácil, como sempre,
fugir do seu fracasso escolhendo um culpado a quem possa atacar com o
mínimo de risco e com o máximo de demagogia.
No caso, escolheu o Banco
Central. Desde o primeiro dia, é culpado por tudo o que está acontecendo
de ruim no Brasil por causa da incompetência terminal do presidente da
República.
O
conto do vigário que o seu governo quer aplicar no público é o que ouve
todos os dias: o Brasil não está se desenvolvendo e criando empregos
por causa dos juros altos estabelecidos pelo BC.
É falso. O Brasil
não cresce, nem vai crescer de verdade, porque o governo Lula é muito
ruim. Desde o primeiro minuto, numa erupção combinada de rancor com
ímpetos suicidas, lançou-se numa guerra aberta contra a produção, a
iniciativa privada e o capitalismo em geral – não porque tenha alguma
coisa útil para colocar no lugar, mas porque Lula tem raiva, ouve gente
que tem raiva e está numa cadeira onde pode exercer suas raivas
privadas.
As empresas só investem o que precisam para continuarem em
funcionamento – quem quer investir num país em que presidente se acha
“socialista”?
Na viagem que cancelou à China, um dos
marajás mais gordos da comitiva seria um burocrata decidido a denunciar a
soja, o milho e o agronegócio brasileiros como um mal a ser combatido.
Iriam também sócios-proprietários do MST.
Para que, numa viagem
supostamente de “negócios”?
Para pedir que o governo da China ajude o
MST a invadir terras no Brasil? Socou de novo em cima da população
impostos que haviam sido suprimidos; quer tirar da tumba ainda outros,
como o imposto sindical e o seguro obrigatório. Pensa só em aumentar a
carga fiscal.
Diz que “precisa” de dinheiro para os pobres etc, etc...[é nossa OPINIÃO que não podemos esquecer que na virada do governo Bolsonaro para o inicio do DESgoverno Lula, várias categorias de MEMBROS - Poder Judiciário, Poder Legislativo, Ministério Público e assemelhados - MEMBROS = os que integram um dos poderes da República, MP - não confundam com servidor público - foram agraciados com reajustes salariais e a imprensa noticiava que já em março/23, parte do funcionalismo público também teria o salário reajustado; março está acabando, nenhum funcionário público teve reajuste salarial e estranhamente nenhum sindicato piou, reclamou.
Razão do silêncio das entidades sindicais = em troca do silêncio pretendem ter de volta o imposto sindical - excelente para os pelegos.]
De
novo é falso. O governo Lula quer dinheiro (já levou uma fortuna antes
mesmo de tomar posse) porque tem de pagar as viagens do ministro das
Comunicações em jatos da FAB para ir à exposições de cavalo; seguem-se
mil e uma coisas equivalentes.
Os pobres continuam o seu pretexto para o
governo forrar o Estado com cada vez mais dinheiro, que vai ser gasto
cada vez mais consigo mesmo. A arrecadação total do Brasil, em todos os
níveis, vai passar os R$ 3 trilhões – mas Lula acha que isso não chega, e
exige que lhe deem mais.
Se gasto público tirasse pobre da pobreza, já
não haveria, há muito tempo, nenhum pobre neste país.
Mas quem quer
falar disso à sério? É muito mais proveitoso jogar a culpa no Banco
Central.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo