Malu Gaspar
Líder do governo admite "tempo perdido" no planejamento da vacinação no Brasil
Nem
bem deixou o ministério, Eduardo Pazuello já passou a receber um
tratamento diferente dos políticos que, até outro dia, tentavam
blindá-lo. Depois de meses defendendo sua gestão dos ataques da
oposição, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho
(MDB-PE), reconheceu falhas no plano de vacinação conduzido pelo ex-ministro. Fonte: Blog Malu Gaspar - O Globo
A
fala ocorreu na sessão de ontem do Senado, quando se discutia a
convocação do novo titular da pasta da Saúde, Marcelo Queiroga, para
apresentar à comissão de acompanhamento do combate à pandemia um plano contra a falta oxigênio hospitalar no país. Fornecedores de oxigênio de pelo menos três estados já alertaram que os estoques estão se esgotando.
[os políticos são pródigos em falar ... e fazer promessas que não pretendem cumprir. Mas nos tempos recentes estão se superando. O senador Fernando Bezerra, muito provavelmente por não ter algo mais relevante a falar e pressionado por jornalistas, especialmente os que formam a midia militante, que se consideram agora os auditores gerais da República, expeliu as pérolas, destacadas no parágrafo abaixo.] "Ao dizer que Queiroga está à disposição para prestar
informações aos senadores, Bezerra Filho afirmou que o novo ministro
está empenhado no diálogo com governadores, prefeitos e com o Congresso,
para "reiterar a prioridade na campanha de imunização, recuperar
o tempo perdido no planejamento da aquisição das vacinas e portanto
viabilizar num prazo mais curto possível a ampla vacinação dos brasileiros.'" [destaques do amontoado de asneiras expelidas: "reiterar a prioridade" ? - até o corona sabe que a vacinação é prioridade; "tempo perdido no planejamento..." - é notório que até meados 2020, no pico da pandemia, as vacinas eram apenas promissoras promessas... tempo perdido no planejamento da aquisição de algo inexistente ??? desenhando: planejar é essencial, indispensável, mas qualquer planejamento, cronograma - ainda que cumprindo determinação de suprema decisão - precisa do conhecimento de no mínimo um ponto de partida e um de chegada.Mas já que estamos falando de inutilidades inúteis, chega a ser absurdo o motivo da reunião: atender a curiosidade de mais uma comissão inútil, qual seja: comissão de acompanhamento do combate à pandemia um plano contra a falta oxigênio hospitalar. Esquecem que os seres humanos, inclusive e especialmente os vitimados pela covid-19, cultivam o 'péssimo' hábito de necessitar de oxigênio para se manterem vivos. O que importa é deixar os profissionais responsáveis planejarem o fornecimento do oxigênio hospitalar, executar o planejado e após dar informações aos que a falta do que fazer ficam acompanhando o que os outros realizar.Mas como besteira pouca é bobagem, se utilizam do último apara reclamação do governo não ter alguém para explicar ao público qual é o plano para evitar a falta de oxigênio. É tanta explicação que falta tempo para fazer o que realmente importa. Curiosidade quando excessiva é reprovável.]
O convite para Queiroga falar à comissão da Covid foi
aprovado, mas Bezerra pediu um tempo aos senadores para marcar a data da
audiência. A razão que ele apresentou para o adiamento espantou os
senadores: o novo ministro só toma posse nesta quinta-feira, e não se
sabe ainda quem fica e quem sai, na transição de Pazuello para Queiroga.
No pior momento da pandemia, portanto, o governo não tem alguém
para explicar ao público qual é o plano para evitar que falte oxigênio
nos hospitais brasileiros.
Leia mais: Avanço da Covid-19 pode ajudar a manter blindagem de Pazuello contra CPI
Malu Gaspar, colunista - O Globo