Centro-americanos querem cruzar fronteira aos EUA
Centenas de pessoas saíram às ruas de Tijuana , cidade mexicana perto da fronteira com os EUA , no domingo para se expressar contra os milhares de centro-americanos que integram a caravana migrante que lá repousam antes de tentar seguir viagem ao território americano. Cerca de 300 pessoas gritavam "não à invasão!", balançando bandeiras mexicanas, numa marcha contra a presença dos migrantes até o estádio onde cerca de 2.500 centro-americanos estão abrigados. Algumas dezenas de mexicanos participaram de um contra-protesto numa manifestação de solidariedade aos vizinhos centro-americanos.[a situação dos migrantes certamente é desconfortável, até mesmo miserável e Trump tem posturas que podem ser chamadas de 'alopradas';
mas, é inaceitável, que algumas centenas ou mesmo milhares de pessoas, nascidas e/ou residentes em um determinado país, se julguem no direito de invadir território soberano de outro país.
É uma invasão, traz prejuízos à população do país invadido, e tem que ser combatida.]
Outras mil migrantes acampam nas ruas da cidade costeira, muitos deles nas praias. A caravana viaja há mais de um mês depois de ter partido de San Pedro Sula, em Honduras, e atravessado Guatemala e México de Sul ao Norte a pé, de carona ou em ônibus. Viajam pessoas sozinhas; grupos de amigos; e também famílias, incluindo crianças e idosos, que abandonaram suas vidas em busca de empregos e segurança. — Eu não duvido que venham famílias, pessoas necessitadas, mas a maioria é de pessoas das gangues que cometem delitos. A prova está na violência com que entraram no país forçando as portas da fronteira com a Guatemala — disse Esther Monroy, moradora de Tijuana de 58 anos.
Enquanto isso, um grupo menor levava cartazes brancos pedindo solidariedade aos migrantes. "O maior muro é a rejeição", "violência cria mais violência" e "não discrimine" eram algumas das frases escritas pelos manifestantes. — Eles estão há três dias perto de nós, e não tivemos nenhum problema. Comportam-se bem. São famílias com crianças — disse Karen Domínguez, estudante de 26 anos que vive perto de um abrigo para migrantes.
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Após acusar a caravana de buscar uma "invasão" contra seu país, o presidente americano, Donald Trump, enviou milhares de militares à fronteira, incluindo soldados armados. Também definiu que apenas aqueles que cruzarem a fronteira em pontos oficiais de passagem poderão pedir refúgio nos EUA. No domingo, o republicano voltou a criticar a caravana — a que vem repetidamente qualificando de um grupo de "invasores" — numa publicação da sua conta oficial no Twitter: "O prefeito de Tijuana, México, acaba de dizer que 'a cidade está mal preparada para receber todos estes migrantes, e a espera poderia ser de 6 meses'. Da mesma forma, os Estados Unidos está mal preparado para esta invasão e não a tolerará", escreveu Trump. "Eles estão causando crimes e grandes problemas no México. Vão para casa!"
Um novo grupo de cerca de 200 migrantes salvadorenhos iniciou no domingo seu caminho para os Estados Unidos e chegou a Guatemala. Eles tentam fugir da violência e da pobreza que afetam suas comunidades, assim como os integrantes das duas primeiras caravanas que já partiram de Honduras e foram aumentando com a incorporação espontânea de novos membros pelo caminho.
O Globo