O
Brasil, na carta oficial das ficções da esquerda, tinha até outro dia
“33 milhões de pessoas” com fome, um disparate fabricado para uso na
campanha eleitoral e desvinculado de qualquer relação com as realidades
mais evidentes.
A ministra, ao que parece, decidiu que essa cifra não é
suficientemente ruim para os seus propósitos; aumentou a desgraça por
quatro, de um momento para outro, e tentou mostrar um Brasil em estado
terminal de miséria para a plateia de milionários entediados que vai à
Suíça uma vez por ano para lamentar os problemas do capitalismo. O que
disse não tem pé nem cabeça. Os “120 milhões” de famintos são mais que
um numero errado – são simplesmente uma estupidez, como seria descrever
um homem que tem oito metros de altura ou um cavalo que corre a 1.000
quilômetros por hora.
No
mundo das realidades objetivas o que está acontecendo com o Brasil é o
oposto do que disse a ministra.
Segundo os últimos dados do Banco
Mundial, o Brasil foi o país que mais reduziu a miséria na América
Latina em 2020, saindo de um índice de 5,4% da população para 1,9% – o
menor de toda a serie histórica, iniciada em 1980. Em 2019, de acordo
com o Banco Mundial, o Brasil tinha acima de 11 milhões de pessoas
vivendo na miséria – ou seja, ganhando até 2,15 dólares, ou pouco acima
de 10 reais, por dia.
Em 2020 esse número caiu para 4 milhões; em um
ano, 7 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema.
Não é uma
informação do departamento de propaganda do governo anterior; é número
do Banco Mundial, coisa que a esquerda sempre toma como definitiva.
Como
dizer, então, que há “122 milhões de pessoas” passando fome num país
onde menos de 5% da população está abaixo da linha da miséria?
Não
existe fome acima da linha da miséria, nem “insegurança alimentar”,
como se diz hoje.
A ministra Marina mente, apenas, e mente com uma
mentira na qual é tecnicamente impossível acreditar.
É este o padrão de
seriedade dos extremistas que estão na alma do governo Lula.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo