Os Estados Unidos reagiram com indignação às declarações do mulá Turabi
“Cortar as mãos é muito necessário para a segurança”,
declarou à agência Associated Press o mulá Nooruddin Turabi, ministro
das Prisões e um dos fundadores da milícia fundamentalista islâmica. Ele
explicou que o regime formulará uma política específica sobre como as
execuções serão realizadas. Turabi rejeita qualquer ingerência externa
no sistema judicial imposto pelo Talibã. “Ninguém nos dirá o que nossas
leis deveriam ser. Nós seguiremos o islã e faremos nossas leis com base
no Corão.”
Os Estados Unidos reagiram com indignação às
declarações do mulá Turabi. “(As amputações e execuções) Constituiriam
claros e indecentes abusos dos direitos humanos. (…) Permanecemos firmes
com a comunidade internacional para responsabilizar os perpetradores
desses abusos”, afirmou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado
norte-americano. [lembramos que apesar da 'humanidade' transmitida pelo norte-americano, as penas de morte e/ou prisão perpétua, são aplicadas na maior parte dos estados que formam os EUA.]
Diretor executivo da Human Rights Watch (HRW), Kenneth
Roth afirmou ao Correio que, apesar de se apresentar como um “novo e
melhorado” grupo, “o velho brutal Talibã continua emergindo”. “Desde que
ascenderam ao poder, eles negaram às meninas acesso ao ensino médio e
impuseram severas restrições à presença delas nas universidades e ao
código de vestimentas”, observou. Segundo Roth, o Afeganistão tem sido
palco de execuções sumárias, desaparecimentos e detenções arbitrárias de
pessoas associadas ao antigo governo. “O Talibã também prendeu e
espancou jornalistas por cobrirem protestos. Muitos deles agora se
autocensuram”, lamentou.
Roth instou o Conselho de Direitos Humanos da ONU a deter as atrocidades cometidas pelo Talibã e a estabelecer um mecanismo de monitoramento de coletas das evidências de abusos. “A União Europeia também propõe criar uma relatoria especial para supervisionar o Afeganistão.”
Mundo - Correio Braziliense