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domingo, 23 de julho de 2023

O agro brasileiro e o idiota-padrão - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Nunca o mundo precisou tanto do Brasil para comer — o agronegócio do país alimenta 1 bilhão de pessoas, ou cinco vezes a população nacional. É ruim isso? A esquerda diz que é.

 

 Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
 
 
Os intelectuais de esquerda, mais os jornalistas, os economistas das grandes e pequenas universidades, os bispos, o papa Francisco, a ministra Marina, os advogados democráticos que acreditam na natureza divina de Lula, os apresentadores da Rede Globo e os robôs da causa do “clima” têm uma história impecável de apoio a muitas das ideias mais estúpidas que já ocorreram ao ser humano ou a todas, provavelmente. 
 
Uma das mais notáveis e mais na moda, nessa gente e nas classes culturais dos Estados Unidos e dos países ricos em geral, é a descoberta de que o agronegócio brasileiro é o culpado pela “fome no Brasil”.  
É também uma ameaça para o mundo inteiro. 
Os 225 milhões de bois e vacas que o Brasil tem hoje cometem o crime de provocar o “efeito estufa” e o “aquecimento global”.  
A soja e o milho “degradam a vegetação natural do cerrado”
Os frangos, nas granjas de alta tecnologia do Brasil, vivem em condições inaceitáveis de estresse. 
 A perfuração do solo em busca de água está entortando o eixo de inclinação da Terra — quer dizer, o sujeito fura um poço artesiano em Jundiaí e o planeta sai do lugar.  
O presidente Emmanuel Macron diz que os “incêndios na Amazônia” estão tirando o “nosso ar”
A lista não para — nessa toada, os agricultores e os pecuaristas brasileiros vão ser levados amanhã ou depois ao Tribunal Internacional de Haia para responder por crimes contra a humanidade. 

Capa da Revista Oeste, edição 99. Vista aérea de uma plantação de café no Brasil | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

 
O governo Lula, é claro, se declara automaticamente solidário a todas as acusações contra o Brasil quanto mais cretina a acusação, aliás, mais solidário fica. Tudo bem: a esquerda brasileira tem um instinto infalível para ficar do lado errado de todas as questões possíveis — do seu apoio às ditaduras à guerra contra a liberdade de expressão na internet. 
É natural que fique contra a produção rural do seu próprio país, que, para piorar as coisas, é uma prova objetiva de que o capitalismo transformou o Brasil de um anão agrícola num dos dois ou três maiores produtores de alimentos do mundo, ao lado dos Estados Unidos e da China
Curiosa, mesmo, é a noção de que o agro brasileiro causa fome — cada vez mais em voga nos salões da Quinta Avenida, nas conversas de intervalo da Ópera de Paris ou nos decretos da Universidade de Oxford, que nos instruem sobre o que é, ou não é, científico
 
O petista-padrão, é claro, concorda.  
Não entende direito o que estão dizendo, mas fica a favor. 
O problema é a lenda que vai sendo criada no mundo considerado culto, civilizado, racional etc. em relação à maior conquista da economia brasileira nos últimos 500 anos. 
Essa lenda é frontalmente oposta à lógica, aos fatos e à razão. 
Mas é aceita com a mesma segurança com que se admite a existência dos números primos ou da Lei da Gravidade de Newton.

Como é possível, no funcionamento normal dos circuitos cerebrais, dizer que uma atividade que produz alimento está causando a fome?
 
(...)
 
Até 1970, discutia-se a sério a “escassez de alimentos no Brasil” — a falta de comida era apontada como uma ameaça clara e presente, que iria, entre outras desgraças, “paralisar a indústria”. 
O Brasil importava alimentos. Um pouco antes, na década de 1950, só havia máquinas agrícolas em 2% das propriedades rurais do país. 
Em 1975, após 500 anos de atividade, a área rural brasileira produziu uma safra de 40 milhões de toneladas de grãos. E hoje?  
Este ano, apenas cinco décadas depois, vai colher oito vezes mais. 
O agronegócio brasileiro, em menos de 50 anos, conseguiu criar a primeira agricultura tropical bem-sucedida da história — a única, na verdade, com esse volume de produção, de renda e de avanço tecnológico. 
 
O Brasil, ao lado da China e da Índia, é um dos maiores sucessos da “Revolução Verde” que mudou a existência humana em nossos dias e tornou possível um mundo com 8 bilhões de habitantes.  
O agro brasileiro está permitindo que a população mundial, hoje, coma mais carne que em qualquer outra época — e que gente que nunca comeu um bife na vida tenha conseguido comer. 
Vai produzir, em 2023, mais de 10 milhões de toneladas de carne, e abater mais de 40 milhões de bois — o que tornou o Brasil o maior exportador de carne do mundo, e o segundo maior produtor, logo abaixo dos Estados Unidos.  
É, como dito acima, o maior exportador mundial de frango; foram cerca de 5 milhões de toneladas no ano passado, para 150 países. 
A mesma indústria produziu quase 50 bilhões de ovos no ano passado — isso mesmo, 4 bilhões de dúzias
O Brasil está em primeiro lugar, igualmente, nas exportações mundiais de soja, de milho, de açúcar, de suco de laranja e de café. Tudo isso, naturalmente, teve um efeito decisivo na redução da miséria no país — caiu a 1,9% da população em 2020, segundo números do Banco Mundial, ou cerca de 4 milhões de pessoas.  
É o índice mais baixo desde que começaram a fazer essas contas. 
Como poderia haver “33 milhões de pessoas passando fome” no Brasil, como diz Lula, ou “130 milhões”, como diz sua ministra da natureza, se só há 4 milhões de miseráveis? Não interessa. 
Os devotos da religião oficial querem passear com boné do MST — ou dizer em Londres que o agronegócio provoca “a fome” no Brasil, além de ser “bolsonarista” e coisa ainda pior.

.....

Ninguém, na discurseira do governo Lula, parece ter notado um fato essencial: o agronegócio brasileiro, hoje, vale mais que toda a produção de petróleo da Arábia Saudita. 
 O Brasil, no ano passado, exportou US$ 160 bilhões; as exportações de petróleo da Arábia ficaram em US$ 150 bilhões. 
O agro ajuda a pagar todas as importações do Brasil — e, além disso, contribuiu decisivamente, no ano passado, para o saldo de US$ 60 bilhões obtido pela balança comercial. É dinheiro que se soma às reservas em moeda forte, nos impede de ser um país-mendigo de chapéu na mão diante dos credores e paga as viagens de Lula e Janja em seu programa de volta ao mundo.  
Dá para imaginar algum país sério que ache bom acabar com a sua produção de petróleo? Não dá. A esperança é que, na hora de agir como adulto, o Brasil deixe de lado a pregação suicida dos seus extremistas. 
É bom observar, a respeito, que Lula sempre fala muito mais do que faz — no caso do agro, fica mostrando as abóboras do MST, mas na vida real seu governo acaba de aprovar o financiamento da safra, e o volume de dinheiro liberado é maior que o de 2022. 
É o que está valendo no momento. Vamos ver, agora, se os cérebros do PT começam a exigir o extermínio das lavouras de soja e do rebanho de gado do Brasil — ou se, como de costume, continuam fazendo o que sempre fazem.

Leia também “A diplomacia das ideias mortas”
 
 
Revista Oeste - ÍNTEGRA DA MATÉRIA
 
J. R. Guzzo, colunista