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domingo, 23 de julho de 2023

O agro brasileiro e o idiota-padrão - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Nunca o mundo precisou tanto do Brasil para comer — o agronegócio do país alimenta 1 bilhão de pessoas, ou cinco vezes a população nacional. É ruim isso? A esquerda diz que é.

 

 Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
 
 
Os intelectuais de esquerda, mais os jornalistas, os economistas das grandes e pequenas universidades, os bispos, o papa Francisco, a ministra Marina, os advogados democráticos que acreditam na natureza divina de Lula, os apresentadores da Rede Globo e os robôs da causa do “clima” têm uma história impecável de apoio a muitas das ideias mais estúpidas que já ocorreram ao ser humano ou a todas, provavelmente. 
 
Uma das mais notáveis e mais na moda, nessa gente e nas classes culturais dos Estados Unidos e dos países ricos em geral, é a descoberta de que o agronegócio brasileiro é o culpado pela “fome no Brasil”.  
É também uma ameaça para o mundo inteiro. 
Os 225 milhões de bois e vacas que o Brasil tem hoje cometem o crime de provocar o “efeito estufa” e o “aquecimento global”.  
A soja e o milho “degradam a vegetação natural do cerrado”
Os frangos, nas granjas de alta tecnologia do Brasil, vivem em condições inaceitáveis de estresse. 
 A perfuração do solo em busca de água está entortando o eixo de inclinação da Terra — quer dizer, o sujeito fura um poço artesiano em Jundiaí e o planeta sai do lugar.  
O presidente Emmanuel Macron diz que os “incêndios na Amazônia” estão tirando o “nosso ar”
A lista não para — nessa toada, os agricultores e os pecuaristas brasileiros vão ser levados amanhã ou depois ao Tribunal Internacional de Haia para responder por crimes contra a humanidade. 

Capa da Revista Oeste, edição 99. Vista aérea de uma plantação de café no Brasil | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

 
O governo Lula, é claro, se declara automaticamente solidário a todas as acusações contra o Brasil quanto mais cretina a acusação, aliás, mais solidário fica. Tudo bem: a esquerda brasileira tem um instinto infalível para ficar do lado errado de todas as questões possíveis — do seu apoio às ditaduras à guerra contra a liberdade de expressão na internet. 
É natural que fique contra a produção rural do seu próprio país, que, para piorar as coisas, é uma prova objetiva de que o capitalismo transformou o Brasil de um anão agrícola num dos dois ou três maiores produtores de alimentos do mundo, ao lado dos Estados Unidos e da China
Curiosa, mesmo, é a noção de que o agro brasileiro causa fome — cada vez mais em voga nos salões da Quinta Avenida, nas conversas de intervalo da Ópera de Paris ou nos decretos da Universidade de Oxford, que nos instruem sobre o que é, ou não é, científico
 
O petista-padrão, é claro, concorda.  
Não entende direito o que estão dizendo, mas fica a favor. 
O problema é a lenda que vai sendo criada no mundo considerado culto, civilizado, racional etc. em relação à maior conquista da economia brasileira nos últimos 500 anos. 
Essa lenda é frontalmente oposta à lógica, aos fatos e à razão. 
Mas é aceita com a mesma segurança com que se admite a existência dos números primos ou da Lei da Gravidade de Newton.

Como é possível, no funcionamento normal dos circuitos cerebrais, dizer que uma atividade que produz alimento está causando a fome?
 
(...)
 
Até 1970, discutia-se a sério a “escassez de alimentos no Brasil” — a falta de comida era apontada como uma ameaça clara e presente, que iria, entre outras desgraças, “paralisar a indústria”. 
O Brasil importava alimentos. Um pouco antes, na década de 1950, só havia máquinas agrícolas em 2% das propriedades rurais do país. 
Em 1975, após 500 anos de atividade, a área rural brasileira produziu uma safra de 40 milhões de toneladas de grãos. E hoje?  
Este ano, apenas cinco décadas depois, vai colher oito vezes mais. 
O agronegócio brasileiro, em menos de 50 anos, conseguiu criar a primeira agricultura tropical bem-sucedida da história — a única, na verdade, com esse volume de produção, de renda e de avanço tecnológico. 
 
O Brasil, ao lado da China e da Índia, é um dos maiores sucessos da “Revolução Verde” que mudou a existência humana em nossos dias e tornou possível um mundo com 8 bilhões de habitantes.  
O agro brasileiro está permitindo que a população mundial, hoje, coma mais carne que em qualquer outra época — e que gente que nunca comeu um bife na vida tenha conseguido comer. 
Vai produzir, em 2023, mais de 10 milhões de toneladas de carne, e abater mais de 40 milhões de bois — o que tornou o Brasil o maior exportador de carne do mundo, e o segundo maior produtor, logo abaixo dos Estados Unidos.  
É, como dito acima, o maior exportador mundial de frango; foram cerca de 5 milhões de toneladas no ano passado, para 150 países. 
A mesma indústria produziu quase 50 bilhões de ovos no ano passado — isso mesmo, 4 bilhões de dúzias
O Brasil está em primeiro lugar, igualmente, nas exportações mundiais de soja, de milho, de açúcar, de suco de laranja e de café. Tudo isso, naturalmente, teve um efeito decisivo na redução da miséria no país — caiu a 1,9% da população em 2020, segundo números do Banco Mundial, ou cerca de 4 milhões de pessoas.  
É o índice mais baixo desde que começaram a fazer essas contas. 
Como poderia haver “33 milhões de pessoas passando fome” no Brasil, como diz Lula, ou “130 milhões”, como diz sua ministra da natureza, se só há 4 milhões de miseráveis? Não interessa. 
Os devotos da religião oficial querem passear com boné do MST — ou dizer em Londres que o agronegócio provoca “a fome” no Brasil, além de ser “bolsonarista” e coisa ainda pior.

.....

Ninguém, na discurseira do governo Lula, parece ter notado um fato essencial: o agronegócio brasileiro, hoje, vale mais que toda a produção de petróleo da Arábia Saudita. 
 O Brasil, no ano passado, exportou US$ 160 bilhões; as exportações de petróleo da Arábia ficaram em US$ 150 bilhões. 
O agro ajuda a pagar todas as importações do Brasil — e, além disso, contribuiu decisivamente, no ano passado, para o saldo de US$ 60 bilhões obtido pela balança comercial. É dinheiro que se soma às reservas em moeda forte, nos impede de ser um país-mendigo de chapéu na mão diante dos credores e paga as viagens de Lula e Janja em seu programa de volta ao mundo.  
Dá para imaginar algum país sério que ache bom acabar com a sua produção de petróleo? Não dá. A esperança é que, na hora de agir como adulto, o Brasil deixe de lado a pregação suicida dos seus extremistas. 
É bom observar, a respeito, que Lula sempre fala muito mais do que faz — no caso do agro, fica mostrando as abóboras do MST, mas na vida real seu governo acaba de aprovar o financiamento da safra, e o volume de dinheiro liberado é maior que o de 2022. 
É o que está valendo no momento. Vamos ver, agora, se os cérebros do PT começam a exigir o extermínio das lavouras de soja e do rebanho de gado do Brasil — ou se, como de costume, continuam fazendo o que sempre fazem.

Leia também “A diplomacia das ideias mortas”
 
 
Revista Oeste - ÍNTEGRA DA MATÉRIA
 
J. R. Guzzo, colunista

terça-feira, 18 de julho de 2023

Os supersalários do funcionalismo público e a desigualdade que “some” quando o PT governa - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES



                          Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O debate sobre concentração de renda, uma praga tão ruim para o Brasil quanto a saúva, saiu de moda agora no governo Lula sempre sai, porque enquanto Lula é presidente não existe concentração de renda, nem na propaganda oficial e nem na mídia de consórcio. 

Segundo a doutrina oficial e os apresentadores da Rede Globo, a população do Brasil foi riquíssima de 2003 a 2016, quando Dilma Rousseff foi posta para fora da presidência da República. Essa mesma população, assim que o PT deixou o governo, ficou paupérrima de uma hora para outra culpa, segundo Lula e a maioria da mídia, do “golpista” Michel Temer e, ainda muito mais, do “genocida” Jair Bolsonaro. Chegamos, segundo Lula e o PT, a ter “33 milhões” de pessoas “passando fome”. 
Os números do Banco Mundial, sempre sagrados para a esquerda nacional, mostram o oposto
- a pobreza extrema no Brasil, aquela que realmente dá fome, caiu para 1,9% da população em 2020, o que daria umas 4 milhões de pessoas. Foi a maior redução da miséria em toda a América Latina, mas e daí? Número que o PT não gosta não existe. 
Agora, com Lula de novo na presidência, pobreza e concentração de renda sumiram de novo – o salário-mínimo assinado por Lula é de 1.320 reais por mês, com o aumento de 18 reais (sim, 18 reais) que ele deu, mas não se fala mais em pobres. 
A dificuldade é que eles continuam existindo na vida real, e tudo o que a autoridade pública faz é para que aumentem cada vez mais.
 
Uma demonstração indiscutível dessa degeneração está numa reportagem que acaba de sair em O Estado de S.Paulo, de autoria da jornalista Bianca Lima, mostrando que 25.000 magnatas do funcionalismo público ganham acima do teto de 41.600 reais fixado para os servidores – o que é ilegal, e coloca nos bolsos dessa casta, todo os anos, 4 bilhões de reais tirados do pagador de impostos. 
Alguns chegam a ganhar 300.000 por mês, com o arsenal de truques legais que foram montando ao longo dos anos, e que não param nunca de aumentar. É um desvario integral, mesmo dentro do funcionalismo
Os marajás representam 0,1% dos 25 milhões de funcionários públicos, federais, estaduais e municipais que existem hoje no Brasil; seu salário médio é de 5.600 reais por mês, oito vezes menos que o teto, ou 50 vezes menos do que ganham os gatos mais gordos – a turma dos 300.000 mensais. Ou seja: não há apenas uma desigualdade demente em relação à renda da população brasileira, mas em relação aos próprios funcionários públicos.

Essa mesma população, assim que o PT deixou o governo, ficou paupérrima de uma hora para outra – culpa, segundo Lula e a maioria da mídia, do “golpista” Michel Temer e, ainda muito mais, do “genocida” Jair Bolsonaro

Não existe forma mais primitiva de concentração de renda do que este sistema de remuneração para os barões do aparelho estatal. Lembram-se do “capitalismo selvagem”, e da sua crueldade em relação aos pobres?  
Pois eis ele aí à toda, mais selvagem do que nunca, e disfarçado de “políticas públicas de valorização do Estado”. O pobre que era oprimido pelos “ricos” agora é oprimido cada vez mais pelos salários alucinados do serviço público. 
Que maneira mais eficaz de concentrar renda, para o Estado, do que tirar dinheiro de todos - a começar pelos mais pobres, que pagam imposto a cada real gasto na sua sobrevivência – e dar para uns pouquíssimos privilegiados a serviço do próprio Estado? 
É claro que os marajás não são apenas os 25.000 que ganham de 40.000 reais por mês para cima. 
Há todos os que vêm imediatamente abaixo, e embolsam importâncias jamais sonhadas pelos brasileiros que pagam os salários de cada um deles. Ainda assim, continuam sendo a minoria da minoria da minoria. É o estatismo selvagem.
 
A esquerda, quando falava do assunto, dizia que a concentração de renda era causada pelo “capitalismo” e pelos que “ganham muito” nas suas atividades ou empresas. 
E que diabo o capitalismo tem a ver com os salários da casta suprema da máquina pública? 
A remuneração dessa gente é fabricada por eles próprios, sobretudo pelos militantes financeiros do Poder Judiciário. Juízes, procuradores, desembargadores e ministros pressionam o tempo todo o Legislativo para que aprovem leis aumentando os ganhos do judiciário. 
É um bazar: os deputados trocam seus votos pela proteção do Ministério Público e da magistratura, sobretudo a mais alta, nos rolos que tiverem na justiça
Para completar: os próprios juízes, depois, julgam as causas que envolvem a sua remuneração
Nunca, jamais, em tempo algum, deram uma sentença contra os interesses materiais da “classe”. 
Concentração sistêmica de renda é exatamente isso. 
O Estado brasileiro, hoje, é a maior fábrica de pobres deste país.
 
Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

terça-feira, 18 de abril de 2023

Trapaça, mentira e entreguismo: como foi a viagem de Lula à China - J. R. Guzzo

Vozes - Gazeta do Povo

Líder da China, Xi Jinping, recebe o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em Pequim, em 14 de abril de 2023| Foto: EFE/EPA/KEN ISHII

A viagem do presidente Lula à China, apresentada como mais uma obra monumental da diplomacia lulista pelo governo, pelos “especialistas em política externa” e pelo serviço de propaganda oficial que opera a maior parte da imprensa brasileira de hoje, foi uma trapaça
A comitiva de Lula, [com vários bandidos entre os seus integrantes, com destaque para o 'general da banda' Stédile = quadrilha do MST] paga com dinheiro de impostos cujo montante será mantido como segredo de Estado para sempre, não representava o Brasil, nem os seus interesses – a viagem toda foi um empreendimento que serviu unicamente aos propósitos políticos e pessoais de Lula, dos seus aliados e da esquerda nacional que quer substituir o capitalismo no Brasil por um “outro modelo”.

Um dos sócios-proprietários da viagem, o dono perpétuo do MST e figura de grande destaque na caravana, falou tudo. Disse, orgulhosamente, que a maioria dos viajantes oficiais era “progressista”. Que tal, como “representatividade? Mais: a ideia de que Lula foi à China para incentivar as relações comerciais com o maior parceiro comercial do Brasil, espalhada pelo governo e adotada automaticamente pelos “formadores de opinião”, é baseada numa mentira.

    O Brasil precisa de dólar como precisa de oxigênio; sem dólar não se compra nenhum dos produtos que a economia brasileira exige para sobreviver, a começar pelo petróleo.

O presidente defendeu publicamente, em seus discursos, a submissão do Brasil aos interesses econômicos e políticos da China a principal comprovação disso é a sua proposta de que os chineses deixem de pagar as exportações brasileiras em dólares, como sempre foi e como todo mundo faz, e passem a pagar em yuans. 
 O Brasil, por sua vez, passaria a pagar em reais o que compra da China. Não é lindo?  
Lula acha que sim; os livros de economia, segundo diz, estão superados e a ciência econômica passou a ser o que ele acha que é. 
No mundo das realidades é um desastre – e um desastre que só interessa à China.
 
A China é hoje uma das principais fontes de moeda forte para o Brasil; só em 2022, o saldo em favor dos brasileiros em suas compras e vendas com os chineses foi de 30 bilhões de dólares. Na proposta de Lula, esses 30 bi somem.  
Passam a ser yuan – e com yuan não se compra nada, nem um palito de fósforo, em lugar nenhum do mundo
Se Lula não quer mais os dólares que vêm da China, como pretende pagar as importações de produtos que o Brasil tem de comprar em outros países? 
E o que ele vai fazer com os seus yuans? Só servem para pagar o que for comprado na própria China.

Veja Também:

   O balanço dos primeiros 100 dias do governo Lula: nenhum resultado, só mentiras e apego ao passado

    Como um presidente da República pode ajudar os pobres comprando um sofá de 65 mil reais?
 
    A política externa do governo Lula é digna de um grêmio estudantil: só apoia ditaduras

O argumento de Lula e dos seus economistas é que o Brasil “precisa” tratar a China com esses favores porque os chineses são os maiores importadores de produtos brasileiros. É um raciocínio falsificado. 
A China foi o maior parceiro comercial do Brasil durante todo o governo de Jair Bolsonaro sem que fosse necessário fazer absolutamente nada do que Lula e o PT estão querendo agora; só no ano passado, importou 90 bilhões de dólares de produtos brasileiros, sobretudo alimentos, e deixou aquele saldo de 30 bilhões no balanço das compras e vendas. O que Lula e o PT têm a ver com esse sucesso?

No final de todas as contas, o Brasil está presenteando a China com algo que nenhum país sério entrega a licença de não pagar em divisas, ou em dinheiro de verdade, o que compra dos brasileiros. [Detalhe que o ilustre J. R. Guzzo, não cita: o Brasil não é um país sério; caso fosse Lula não estaria presidente e sim recolhido ao presídio pagando seus crimes, dos quais NÃO FOI INOCENTADO.]  

A isso se chamava, até outro dia, de entreguismo.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Governo Lula troca êxito do capitalismo no campo por interesses do MST - O Estadode S. Paulo

 J. R. Guzzo

Movimento Sem Terra pratica atos de terrorismo no campo e prega abertamente a destruição do sistema de propriedade rural no Brasil

A agropecuária é o maior sucesso que já houve na história econômica do Brasil. 
Há 30 ou 40 anos, a produção rural brasileira não era praticamente nada – não dava para competir nem com a Argentina e, no resto do mundo, não passava pela cabeça de ninguém ligar a palavra “Brasil” a qualquer ideia de agricultura moderna, produtiva ou eficaz. 
Hoje o Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo, e está entre os três maiores produtores – ao lado dos Estados Unidos e China. É um fenômeno de impacto global.
 
Em 2022 o País teve mais uma safra de grãos recorde; o mesmo aconteceu com a carne e demais produtos de origem animal. 
O agronegócio brasileiro exportou US$ 160 bilhões no ano passado, ou quase 50% de todas as exportações nacionais – um número absolutamente vital para fortalecer as reservas em divisas do País, garantia contra quaisquer problemas cambiais e elemento chave para a independência econômica do Brasil. 
Em 2023, como resultado do trabalho de 2022, a produção de grãos deverá passar das 300 milhões de toneladas – de novo, um recorde
Esse sucesso extraordinário tem uma razão objetiva, e uma só: é exatamente o contrário de tudo o que a esquerda, os “movimentos sociais” e os padres pregam para a área rural.  
O êxito do Brasil é resultado direto da aplicação do capitalismo no campo; é a negação da “reforma agrária”, da agricultura de “pequenos lotes” e outras ideias mortas que encantam as cabeças coletivistas há mais de 100 anos.
 
 Êxito do Brasil é resultado direto da aplicação do capitalismo no campo; é a negação da “reforma agrária”, da agricultura de “pequenos lotes” e outras ideias mortas que encantam as cabeças coletivistas.
Êxito do Brasil é resultado direto da aplicação do capitalismo no campo; é a negação da “reforma agrária”, da agricultura de “pequenos lotes” e outras ideias mortas que encantam as cabeças coletivistas. Foto: Ed Ferreira/Estadão
O PT, fora do governo, tem feito questão de se apresentar como o inimigo número 1 do agronegócio.  
Agora, de volta pela terceira vez à Presidência da República - e ao contrário do que fez entre 2003 e 2010 - declarou guerra ao campo brasileiro tal como ele é hoje
O BNDES suspendeu linhas de crédito vitais para a atividade rural. 
Foi extinto o departamento do Itamaraty que dava apoio ao agro brasileiro nas nossas embaixadas através do mundo. 
O Ministério da Agricultura, peça essencial para a produção no campo, foi esvaziado; inventaram, para tomar suas funções, um “Ministério do Desenvolvimento Agrário”, entregue ao MST, e encarregado de sabotar tudo o que está dando certo na área.

O MST, que faz invasões de terras e pratica atos de terrorismo no campo, prega abertamente a destruição do sistema de propriedade rural no Brasil. O que vai fazer, agora que está no poder?

É um caso único de governo que tem como meta substituir o sucesso pelo fracasso – querem que o agronegócio brasileiro produza, exporte e cresça menos do que hoje, pois não admitem que exista no País uma área rural capitalista e bem-sucedida. 
Um dos marechais-de-campo da “equipe econômica” já disse que o Brasil não pode ser “a fazenda do mundo”; acha ruim o que seria um sonho para qualquer outro país. 
Os demais argumentos contra o agro são do mesmo nível de qualidade. Alegam que a soja “não alimenta”
É falso, pois a soja é hoje essencial para a alimentação humana, inclusive como geradora de proteínas. Também é integralmente estúpido.  
Não se pode comer petróleo, por exemplo - e nem por isso os países deixam de explorar as suas reservas. 
Dizem que a produção rural brasileira vai para o “estrangeiro” e não alimenta o “povo”. É o oposto dos fatos. O Brasil só exporta o que não é consumido aqui dentro; se exporta muito é porque produz muito. Falam, até, que o agronegócio é o culpado pela “fome” – quando, ao contrário, ele é hoje o principal responsável pela segurança alimentar do País.

O governo Lula está trocando os interesses do Brasil pelos interesses do MST e de outros grupos privados. 
Os concorrentes do agro brasileiro no mercado internacional de alimentos agradecem ao céu.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 


domingo, 4 de setembro de 2022

Golpistas do WhatsApp - Percival Puggina

Os golpistas do WhatsApp agem há muitos anos com total liberdade, a ponto de a plataforma se transformar no novo espaço de nossas cautelas e receios.  
Roubos de contas e de identidade, achaques a amigos de grupos, “narrativas” de sequestros de parentes, o diabo. Não sei se qualquer desses casos saiu do balcão da delegacia para a mesa de um promotor e foi desembocar no gabinete de um juiz. Mas sei que se por lá chegou, “não deu nada”
Esses patifes só incomodam a sociedade – quem por ela nessas horas? – e estão sob salvaguarda de uma legislação penal que se tem por virtuosa e moralmente superior à sociedade. Nesta, com seus anseios por encarceramentos e segurança, vivem as repreensíveis vítimas da bandidagem.
 
Agora, os “golpistas do WhatsApp” são respeitados homens de empresa, cuja periculosidade, a olhos policiais, senatoriais e judiciais, se agrava com a potencialidade de seus recursos financeiros. 
Aprendeu essa, leitor amigo? Marx já advertia sobre os "perigos" do capitalismo. O marxismo, claro, levou miséria e morte a centenas de milhões de lares e coube ao capitalismo resolver a encrenca, mas isso não é coisa que se diga contra acusações tão severas. 
 
Severíssimas. Eu li toda a decisão. Foi como viajar com Aladdin no seu tapete mágico observando o movimento de fantasmas nas esquinas digitais. 
Foram 15 minutos que valeram mais 15 de insônia porque entre hipóteses, possibilidades e probabilidades, ilações, insinuações, presunções, indícios e mal fixados pontos de vista, nada vi que não se dissolvesse no ar. Sólido, mesmo, é o perigo que o ministro percebe em cada conservador e apoiador do atual governo. 
 
Somos tratados como não pessoas de uma não sociedade. Ela não é percebida pelos que dizem defender a democracia e o estado de direito. Pois sirvam-me isso e liberdade que estarei bem servido! 
Mas não me venham quebrando inocentes ovos de primeira para fazer omelete de terceira, porque o que está posto à mesa não guarda mais qualquer semelhança com o que diz o cardápio constitucional.

Abro jornal e levo um golpe por dia.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 20 de agosto de 2022

Como o capitalismo populariza o que era luxo no passado - Luan Sperandio

Com um pequeno barco que comprou aos 16 anos com dinheiro da mãe, Cornelius Vanderbilt (1794 – 1877) começou navegando pelas águas do porto de Nova York e acabou formando um vasto império no crescente ramo de transportes. Aos 20 já era rico e, quando morreu, tinha acumulado uma fortuna de 105 milhões de dólares (ou, em valores corrigidos, quase 200 bilhões de dólares, mais do que o dobro do patrimônio de Bill Gates). Em contrapartida, o fundador da Microsoft usufrui amplamente os benefícios do capitalismo.

Afinal, Cornelius não chegou a experimentar a maior parte dos confortos modernos trazidos pela industrialização. Água corrente, vasos sanitários com descarga e ar-condicionado. Geladeira, microondas, remédios e anestesia. Isso sem falar nos telefones celulares, acesso à Internet e televisão por satélite. Apesar de o magnata da logística ter sido o homem mais rico de seu tempo, provavelmente trocaria toda a sua fortuna pela vida confortável de alguém de classe média hoje.

Tanto a história quanto os dados disponíveis mostram que, longe de produzir miséria, o capitalismo é uma magnífica máquina de geração de riqueza.   
Em primeiro lugar, porque a condição natural do homem é a pobreza, desde os primórdios da humanidade. Parece evidente dizer que, a princípio, há dezenas de milênios, não existia nada na Terra para o ser humano além de animais, plantas e demais recursos naturais.

Essa realidade foi transformada gradativamente, especialmente em virtude da acumulação de capitais, da expansão dos mercados e do empreendedorismo. A Revolução Industrial, que consolidou o processo de surgimento do modo de produção capitalista, foi uma combinação desses fatores.

Em suma, sob diversos aspectos, o mundo se desenvolveu mais, e de forma mais rápida, após o século XVIII: o crescimento da população mundial, a redução da pobreza, a melhora dos índices de desigualdade, a alfabetização, a queda da mortalidade infantil, o aumento da expectativa de vida, entre outros. Os parâmetros de avaliação são muitos. O resultado, contudo, é incontroverso: o mundo mudou para melhor.

Mais mercado, mais prosperidade
Pela primeira vez na história, segundo dados do Financial Times, há mais pessoas na classe média do que na pobreza. O mundo não está apenas mais rico; as pessoas estão migrando cada vez mais rápido para a classe média — que, por sua vez, também está enriquecendo. Tudo isso melhorou os índices de bem estar para patamares jamais alcançados na história.

Nesse sentido, os números podem nos deixar otimistas. De acordo com estimativas do Our World in Data, a taxa de pobreza extrema, que era de 94% em 1820, caiu para menos de 10% em 2015. Isso é ainda mais impressionante se considerarmos que a população mundial cresceu mais de sete vezes nesse período.

(...)

Como luxos de magnatas são popularizados
Bens luxuosos, antes restritos a nobres, donos de petrolíferas e grandes banqueiros, passaram a fazer parte da vida dos mais pobres. Com o aumento de produtividade proporcionado pelo capitalismo, bens e serviços antes restritos à elites ficaram mais acessíveis, tornando possível seu consumo pelas massas.

No Brasil colonial, por exemplo, até mesmo produtos que hoje encontramos em qualquer padaria da esquina, como queijos e azeites, eram restritos aos senhores de engenho, entre outras pessoas ricas, em virtude das dificuldades de importação. Além disso, naquela época, os ricos nem sonhavam com a conserva de alimentos em um refrigerador.

Em 1937, uma geladeira Frigidaire custava 15 milhões de réis, o equivalente a 62 salários mínimos na época. Hoje, mais de 98% dos brasileiros têm geladeira. As mais simples custam menos ou o mesmo valor do que um salário mínimo, segundo o IBGE.

(...)

Outros benefícios do capitalismo

Até 1750, 60% das pessoas trabalhavam produzindo alimentos, isto é, eram necessárias 60 pessoas produzindo para alimentar 100 habitantes. Sem tratores, controle de pragas ou adubos artificiais, trabalhavam muito para colher pouco. De lá para cá, o desenvolvimento da tecnologia e a mecanização da agricultura liberaram bilhões de pessoas do trabalho pesado no campo. Hoje, na Europa, só 3% das pessoas trabalham no setor. No Brasil, um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, esse número é de 10%.

Estima-se que, em 1994, há pouco mais de 25 anos, um rodízio de carnes custava aproximadamente R$13, cerca de 20% de um salário mínimo. Hoje o mesmo salário mínimo paga rodízio para até seis pessoas em uma churrascaria tradicional.

Além disso, para comprar um carro popular em 1994, eram necessários, em média, 113 salários mínimos. Atualmente, é possível adquirir modelos novos de automóveis por cerca de 43 salários mínimos. E a gasolina? Em 1994, o salário mínimo comprava 117 litros de gasolina; hoje, compra 257 litros.

(...)

Considerações finais

Até mesmo o sal, hoje em dia tão acessível ao cidadão comum, já foi considerado uma espécie de “direito fundamental” em sociedades antigas. Inclusive, a extração foi monopolizada em diversos lugares, sendo o produto provido pelo Estado. 
Os romanos, embora não tivessem estabelecido um monopólio, subsidiavam o produto com o lema “Sal para todos”. Por fim, o que já motivou guerras, ergueu impérios e era uma obsessão até o final do século XIX, hoje custa menos de R$2/kg.

Como bem define a frase “o capitalismo transforma luxos em necessidades”, atribuída ao empresário americano Andrew Carnegie, eis a maior virtude desse sistema: criar confortos e torná-los parte do cotidiano.

Não é à toa que esse processo de desenvolvimento, que sempre aconteceu de forma lenta ao longo da humanidade, experimentou uma aceleração exponencial nos últimos 200 anos. De fato, os padrões de vida hoje são significativamente melhores do que os de um século atrás. Consequentemente, mais pessoas escapam da morte na infância e vivem o bastante para usufruir dessa prosperidade.

Agora, ao sacar o smartphone do bolso e assistir a um simples vídeo, você está desfrutando de algo com o que mesmo alguém poderoso e rico como Cornelius Vanderbilt provavelmente nunca foi capaz de sonhar.

O autor é Editor-chefe da casa de investimentos Apex Partners, analista político e colunista da Folha Vitória. Integra diversas organizações ligadas ao desenvolvimento de instituições com melhor ambiente de negócios, como o Ideias Radicais, o Instituto Mercado Popular e o Instituto Liberal, onde escreve desde 2014. É associado do Instituto Líderes do Amanhã.

Publicado originalmente em Instituto Liberal -  MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

PORQUE NÃO SOU DE ESQUERDA - Roberto Motta

Não sou de esquerda porque essa posição ideológica é baseada em três crenças equivocadas: a de que totalitarismo produz liberdade, a de que a distribuição da riqueza é mais importante que sua criação, e a de que o Estado deve dirigir nossas vidas nos mínimos detalhes.

Essas crenças são a base do comunismo e do socialismo, que são a mesma coisa: sistemas filosóficos, morais e políticos mórbidos, usados por psicopatas e aventureiros para transformar o ser humano em um farrapo corroído por fome, miséria e degradação.

Esse é o resumo breve do que é “esquerda”.

Faltou dizer que a esquerda sempre contou com o apoio dos intelectuais e, por isso, tem um marketing incomparável: foi assim que uma ideologia totalitária, violenta e empobrecedora se tornou promotora da “justiça social” (seja lá o que for isso) e ganhou o apelido de “progressista”.

Quando as revoluções sangrentas saíram de moda, a esquerda abraçou as bandeiras das minorias, do feminismo e da ecologia para se manter no poder. Percebam a ironia de ter esquerdistas liderando movimentos feministas, antirracistas e ecológicos: basta contar quantos negros já foram presidentes de Cuba ou Venezuela, quantas mulheres já foram chefes do Partido Comunista Russo ou Chinês, ou lembrar do desastre ambiental da China e da usina nuclear russa de Chernobyl.

No ano passado os Estados Unidos foram paralisados pelos protestos contra a morte de George Floyd. Em qualquer país comunista, você jamais teria ouvido falar do George Floyd; ele teria sumido rápida e completamente, e toda sua família e amigos teriam sido internados em algum campo de “reeducação”.

Todo os regimes comunistas da história foram ditaduras. NÃO HÁ UMA ÚNICA EXCEÇÃO. Opositores são perseguidos, presos, torturados e mortos. Os países são cercados de muros para que ninguém escape. Apesar disso, o comunismo ainda é apresentado como o regime da solidariedade e do amor, onde “cada um dá o que pode e recebe o que precisa”. O comunismo é um remédio que mata 100% dos doentes, mas que continua sendo vendido até para crianças. “Pode confiar”, diz o fabricante. “Da próxima vez vai dar certo”.

Essa mentira assombrosa é divulgada nas artes plásticas, na literatura, na arquitetura, no teatro, no cinema e na TV como verdade. 
Livros escolares usados por nossos filhos plantam, em suas mentes imaturas, uma ideia que significará, para muitos, uma vida de frustração, revolta vazia, vício e pobreza.  
Escolas de direito doutrinam futuros juízes, promotores e defensores públicos no ódio ao capitalismo e à prosperidade, e na promoção de um Estado intervencionista, autoritário e onipresente.

O esquerdismo, socialismo ou “progressismo” é isso: um equívoco moral e lógico, um instrumento de violência e opressão, e uma armadilha emocional e intelectual, glamourizada, divulgada e promovida pelos segmentos mais influentes e charmosos da sociedade. Quem paga o preço disso são os que não podem se informar ou se defender.

Como disse Theodore Dalrymple, “os pobres colhem o que os intelectuais semeiam”.

E é por isso que eu não sou de esquerda.

Publicado originalmente -  Facebook @RobertoMottaPagina - Twitter @rmotta2 - Telegram https://t.me/RobertoMottaOficial)

Roberto Motta

 

 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O BRADESCO E A TURMA DO “CARBONO NEUTRO”

 J. R. Guzzo

Campanha de publicidade

O Bradesco levou ao ar recentemente, através das redes sociais, uma campanha de publicidade com a pretensão de promover a ideia do “carbono neutro”. A campanha é mais uma repetição daquilo que fazem hoje, com o dinheiro das grandes empresas que pagam a conta, os departamentos de marketing, agências de propaganda e produtoras de comerciais para salvar o mundo do capitalismo destruidor da natureza – e dos delitos ambientais cometidos pelos próprios clientes dessas mesmas empresas, em suas vidas nocivas ao “planeta” e carentes de consciência ecológica.

O conteúdo é aquilo que se pode imaginar: um amontoado de aulas de conduta com teor de inteligência nas vizinhanças do zero, pregando essas superstições disfarçadas de verdade científica tão na moda nos dias de hoje. Até aí, é oportunismo direto na veia. De um lado, executivos da área de criatividade, de imagem e de “responsabilidade social” ganhando dinheiro com as causas em circulação na praça. De outro, um banco que quer, ao mesmo tempo, tirar vantagem da ideologia ambientalista barata que cresce pelo mundo afora e fingir que está prestando um serviço de interesse público.

Só que, desta vez, deu errado. A campanha do “carbono neutro”, num dos seus vídeos, mostra três comunicadoras, ou algo assim, dizendo que a pecuária é uma inimiga da natureza e que as pessoas deveriam comer menos carne para reduzir o carbono que está destruindo o mundo. Seria apenas mais uma estupidez. Mas é uma estupidez paga e promovida pelo Bradesco, e aí a coisa muda de figura.

Os pecuaristas, sobretudo os que são clientes do Bradesco, ficaram indignados: quer dizer que o seu banco, no qual depositam seu dinheiro e sua confiança, está dizendo que eles são delinquentes ambientais? Com a falta de coragem típica da falta de convicção que marca essas campanhas, o Bradesco tirou imediatamente o tal comercial do ar. Em nota oficial, lamentou profundamente o que estava dizendo, pediu desculpas aos pecuaristas e prometeu providências “internas” para que o desastre não se repita. [esperamos que as providências internas comecem, incluam, a demissão sumária de todos os que de alguma forma colaboraram  para o absurdo.]

É este, precisamente, o grau de honestidade que marca a maior parte da comunicação pretensamente “social” das grandes empresas no Brasil de hoje. Por causa da covardia, preguiça e insuficiência mental dos seus presidentes e principais imediatos, a coleção de princípios e valores das maiores corporações brasileiras foi abandonada em favor do primeiro zé-mané executivo que ganha a vida sendo, ou fingindo ser, politicamente correto.

Os acionistas não mandam mais nada nessa área. É a turma do “carbono neutro” e a favor do extermínio da pecuária que decide o que a empresa tem de dizer para o público. É ela que proíbe a divulgação de publicidade nos veículos de imprensa carimbados como “de direita”. É ela que corta patrocínios e manda demitir atletas deste ou daquele clube. É ela que define a virtude e o pecado.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 4 de novembro de 2021

A FAMÍLIA E SEUS INIMIGOS - Percival Puggina

É provável que só com ler o título deste artigo alguém já me esteja alertando mentalmente: "Olha que o Estado é laico!". Como se eu não soubesse! Tal advertência, tantas vezes lida e ouvida, tem por finalidade silenciar quem se manifeste a favor de algo que seja motivo de apreço para os cristãos
Isso leva ao seguinte disparate: do agnóstico ao bolchevista, do iletrado ao acadêmico, do maria-vai-com-as-outras ao ministro do STF, todos podem falar sobre quaisquer assuntos, especialmente sobre moral e valores
Admitem-se, com reverências, posições das mais diferentes culturas, da txucarramãe à budista. 
Calem-se, contudo, os que pretendam dizer algo que guarde relação com a cultura judaico-cristã, fundadora, com a filosofia grega e o direito romano, da civilização ocidental. [buscando explicar nossa opinião: qualquer religião séria, fundado nos principios cristãos,  é alvo de uma campanha cerrada buscando silenciar, desautorizar seus principios, seguidores e valores.  
Um dos exemplos são as religiões conhecidas por evangélicas.  
Temos religiões chamadas evangélicas que são sérias, respeitáveis, com um passado iniciado antes mesmo do surgimento das atuais 'evangélicas'. 
Temos outras que são verdadeiras fraudes e seus 'líderes', seus 'mentores', obtiveram os conhecimentos teológicos nas prisões = a maior parte das lideranças da das muitas igrejas que surgem por aí, a cada dia,  são ex-presidiários, que descobriram que a "Bíblia" que ousam interpretar e pregar com base no que interpretam, usam, pode ter outra função além de ser usada debaixo da axila, como se desodorante fosse.
Esses líderes se unem à  famigerada esquerda no culto ao diabo e a valores demoníacos e o que mais odeiam são os cristãos,  especialmente os que desfrutam da felicidade de pertencerem à Igreja Católica Apostólica Roma, funda por Nosso Senhor Jesus Cristo.] 

O tema "família" sempre foi conteúdo importante nas posições filosóficas e ideológicas. Os principais adversários do comunismo não são o capitalismo e a vida real, mas Deus e a família. Quando imposto pela força, o totalitarismo não tolerou que persistisse na sociedade algo que a influenciasse mais do que o Estado. Quando imposto pelo domínio da cultura, centra suas baterias na instituição familiar e em Deus.  É a esteira aberta por Marx e por Engels.

Num sentido estritamente prático, sociológico, é impossível desconhecer que Deus e a família servem à sociedade, pelo amor, a ordem e a moral. Desconsiderados, restam apenas a lei, a força e o braço pesado de algum inimigo real da humanidade.

***

Contudo, não apenas os coletivismos e os totalitarismos investem contra a instituição familiar e contra a influência de uma cultura religiosa na vida social. Também a atacam, embora por outra frente, os defensores do individualismo exacerbado, anarco-individualistas.  Afirmam que a família, por se constituir em um "coletivo" a influenciar fortemente os indivíduos, acaba opondo obstáculos à liberdade de cada um. “Culpa” que muitos atribuem também a Deus. Portanto, em benefício da liberdade de todos, é preciso reduzir a força desses vínculos.

Não é difícil perceber o que vai acontecer com a família à medida que os ataques forem prosperando e sendo adelgaçados, por vários modos e motivos, os vínculos entre seus membros. 
Combater a instituição familiar é atentar contra a humanidade e a liberdade. 
A família é essência do espaço privado, grupo humano em relação ao qual o Estado só deve agir para proteger e onde não deve entrar sem expressa e muito bem justificada determinação judicial. 
Ela é o porto seguro, escola do amor afetivo e efetivo, do serviço mútuo, do sacrifício pelo bem do outro, do martírio e do êxtase. Onde mais se haverá de prover tudo isso, geração após geração?

Alguém dirá que o parágrafo acima é ficcional. Que não se pode tomar a exceção por regra. Admitamos. Admitamos que o descrito é exceção e que a regra, agora, é outra. Tem-se, então, um diagnóstico sobre a quantas anda nossa marcha involuntária para alguma forma de totalitarismo.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 2 de novembro de 2021

OS JOVENS E O SOCIALISMO

Autor desconhecido*

Há um fenômeno ocorrendo nos países mais prósperos do mundo: os jovens afirmam ter sentimentos positivos em relação ao socialismo. Em uma pesquisa de 2017, 51% dos millennials se identificavam como socialistas, com adicionais 7% dizendo que o comunismo era seu sistema favorito. Apenas 42% preferiam o capitalismo.

Em alguns casos, a defesa do socialismo ocorre abertamente, como nos EUA, onde os jovens que apoiam o Partido Democrata abertamente se auto rotulam como socialistas. Em outros, a defesa é menos explícita, como nos recentes protestos no Chile. 
Em comum, vemos jovens de países prósperos, que vivem em meio a uma abundância nunca antes alcançada na história do mundo, exigindo mais poder estatal e mais intervenções, e menos liberdade de mercado — o mesmo mercado que lhes forneceu toda esta abundância.

O que explica essa contradição?

Quem melhor explicou o fenômeno foi a sempre interessante crítica cultural Camille Paglia (feminista e de esquerda).

Segundo ela, a atual juventude é ignorante em história econômica, e por isso mesmo enxerga suas atuais liberdades de escolha (inéditas na história da humanidade) e a atual riqueza de bens de consumo à disposição (algo também inédito na história da humanidade) como um fato consumado, como algo que sempre foi assim e que jamais irá mudar.

Diz ela:

“Tudo é muito fácil hoje em dia”. Todos os supermercados, lojas e shoppings estão sempre plenamente abastecidos. Você pode simplesmente ir a qualquer lugar e comprar frutas e vegetais oriundos de qualquer lugar do mundo.

Esses jovens e universitários acreditam que a vida sempre foi fácil assim. Como eles nunca foram expostos à dura realidade de seus antepassados, eles não têm ideia de que essa atual abundância é uma conquista muito recente, a qual foi possibilitada por um sistema econômico muito específico.

Foi o capitalismo quem produziu esta abundância ao redor de nós. Porém, os jovens parecem acreditar que o ideal é ter o governo gerenciando e ofertando tudo.

Nossos antepassados tinham uma noção da realidade da vida. Já a juventude de hoje foi criada em um período muito mais pujante. “Perderam o senso da realidade”

Em outras palavras, indivíduos ignorantes sobre história e economia acreditam que a abundância atual sempre existiu e sempre foi assim. Daí é compreensível que se sintam atraídos pela ideia de um socialismo idílico: eles genuinamente acreditam que, sob o socialismo, toda esta abundância será mantida, mas agora simplesmente será gratuita para todos.

Haverá MacBooks, smartphones, roupas de grife, comida farta e serviços de saúde amplamente disponíveis a todos, e gratuitamente. Como resistir?

Acreditando que poderão seguir usufruindo toda esta fartura, eles sonham que terão ainda mais coisas luxuosas sob um governo que confisque a riqueza alheia.

Como disse Cynara Menezes, a famosa “Socialista Morena”:

“No socialismo TODOS terão iPhone!"

Os jovens de hoje (- 40 anos) estão levando o mundo a um buraco negro, e com isso tirando a oportunidade de seus filhos usufruírem de um mundo livre! Serão todos escravos do Socialismo/Comunismo.

Transcrito do site Percival Puggina 

*       A primeira publicação deste texto que encontrei no Google foi feita pelo Instituto Mises Brasil em 11 de dezembro de 2019. 

Em sequência, a publicação inclui uma ampliação do texto, rica em esclarecimentos, cuja leitura recomendo.


sábado, 9 de outubro de 2021

Absorvente feminino - O capitalismo de Estado da “pobreza menstrual” - Gazeta do Povo

  Bruna Frascolla

O absorvente feminino

Guardei o papelzinho do absorvente Always. Aquele papelzinho que puxamos para colar o absorvente na calcinha. Nele, para a minha surpresa, vinha um monte de florezinhas e escritos motivacionais: “Força”, “Meu jeito/ Nossa vitória”, “Seja o lado bom”, “#TamosJuntas”, “Não desista”, “Meninas Podem!”, “Acredite” e “Permita-se!”. 
 Algum publicitário idiota acha perfeitamente normal e sadia a ideia de receber motivação impessoal e anônima de um absorvente. É mal generalizado; vemos um monte de frases piegas e anônimas espalhadas por placas. Eu não quero viver numa sociedade em que todos presumem que sou uma órfã que precisa de empatia, e muito menos numa sociedade em que a empatia venha de coisas inanimadas como um papelzinho de absorvente.
Mas ao ver a montanha de florezinhas me ocorreu também que o produto hoje é voltado para uma faixa etária baixa, para adolescentes em vez de mulheres feitas. Com a pílula, é provável que os absorventes descartáveis tenham visto sua receita despencar ao longo dos anos. Qual a solução? 
Lobby! Basta emplacar uma compra bem grandona com governos.

Triste história contada pela Always
Você na certa viu a tristíssima estatística de que um quarto das meninas faltam às aulas por não poderem comprar absorventes descartáveis. Essa estatística é repetida sem que se fale sempre na sua origem: um estudo da Always

Tem hora que o Brasil é pior que o mundo no que concerne ao tratamento dado a homossexuais, graças aos dados do GGB (Grupo Gay da Bahia). E tem hora que é pior que o mundo, graças aos dados da Always: “A ONU estima que 1 em cada 10 meninas falte a escola durante a menstruação, e no Brasil esse índice é ainda pior. Segundo a pesquisa, 1 em cada 4 mulheres já faltou a aula por não poder comprar absorventes. Quase metade destas (48%) tentaram esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acredita que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar."

Empresas privadas se comportam como ongueiros – aliás, arranjam até uma ONG de fachada para mascarar o seu lobby. Como mostrou a cientista política Marize Schons em suas redes sociais, a P&G, dona da Always, é uma financiadora da ONG Girl Up. E essa ONG é a responsável por criar um projeto para usar o seu dinheirinho para “combater a pobreza menstrual” – termo que ninguém conhecia e que de repente parece um problema urgentíssimo.

A jornalista Paula Schmitt comparou a conduta dos lobistas à dos cracudos que pedem para pessoas decentes comprarem o leite das crianças. Ela tem razão; afinal, um jeito bem eficaz de tirar dinheiro dos outros é dizer que é para ajudar criancinha pobre. Depois o cracudo revende o leite e o lobista faz a festa com a licitação.

E os movimentos liberais, hein?

Nas redes sociais, políticos do Novo, do MBL e a conta oficial do Livres têm defendido que Bolsonaro é mau como um pica-pau por não ter apoiado a Bolsa Absorvente da Dona Tabata. A Bolsa Modess seria super compatível com o liberalismo porque absorvente não é privilégio. E comida? Comida é mais importante que absorvente. Será então que o governo deveria abrir licitação de feijão pra distribuir?

Isso lembra o debate do início dos anos 2000 em torno do Bolsa Família. Quando Lula assumiu, queria implementar o Fome Zero, que coletava alimentos e os distribuía aos necessitados. O projeto acabou abandonado. Com a introdução dos economistas liberais por Palocci, Lula largou os economistas da Unicamp e adotou figuras como Marcos Lisboa, que cito: “José Márcio Camargo e Francisco Ferreira fizeram então a proposta de unificar todos os programas de transferência de renda [do governo FHC, tais como Bolsa Escola e Vale Gás] e distribuir os recursos para as famílias mais pobres com filhos na escola. No lugar de variados programas que subsidiavam o consumo de bens específicos [tais como a novidade da vez, que é o absorvente descartável], seria preferível transferir renda, dinheiro, diretamente às famílias extremamente pobres. Caberia a elas, então, decidir como melhor utilizar esses recursos para atender às suas necessidades. Foi esse o caminho afinal tomado pelo governo – o da unificação e focalização dos programas de transferência de renda –, apesar da oposição feita por muitos economistas e intelectuais ligados ao PT. O mérito por essa guinada é do presidente Lula, com o apoio decisivo do ministro Antonio Palocci. Eles souberam reformular a política social – e abraçar a agenda liberal – quando ficou claro o fracasso das propostas originalmente defendidas pelo PT, como Fome Zero e Primeiro Emprego. Nascia assim o Bolsa Família.”

A Bolsa Modess da Dona Tabata merece ser chamada de retrocesso. O Bolsa Família deu certo apostando na liberdade do pobre em escolher como gastar o próprio dinheiro, ao tempo que reduzia a burocracia. Desde a época do PT, as meninas pobres têm o dinheiro do Bolsa Família para comprar absorventes. É claro que a mãe da menina vai saber melhor do que o Estado quantos pacotes a filha usa por mês e qual modelo é o seu preferido. (Com abas? Sem abas? Precisa de absorvente noturno ou o fluxo é pouco?) Agora, a menina pobre tem uma outra receita para comprar absorventes: o Auxílio Brasil, que Bolsonaro quer unificar com o Bolsa Família mantendo a filosofia liberal.

Em matéria de liberalismo, Tabata, o Novo, o MBL e o Livres estão mais perto de Maria da Conceição Tavares do que de Marcos Lisboa. Podem ir dar aula de economia na Unicamp e na UFRJ. Ou isso, ou sua atuação política é lobby disfarçado de preocupação com os brasileiros.

Bruna Frascolla, colunista - Gazeta do Povo - VOZES