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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

PCC-Hezbollah: conexão investigada há 23 anos tem treinamento armado e financiamento de terrorismo


PCC e Hezbollah trocam experiências com armas, treinamentos militares e na capitalização para financiamento de ações criminosos
PCC e Hezbollah trocam experiências com armas, treinamentos militares e na capitalização para financiamento de ações criminosos| Foto: Divulgação/Polícia Federal

As conexões entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Hezbollah são investigadas no Brasil desde o ano 2000, mas só se tornaram públicas na última década após uma operação da Polícia Federal.

As investigações apontam que a maior facção criminosa da América Latina, o PCC, se aliou ao grupo terrorista libanês, que apoia o Hamas na guerra contra Israel, para operações na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, em Foz do Iguaçu (PR).

Além disso, a parceria entre PCC e Hezbollah também teria braços de atuação nos portos brasileiros para o transporte ilegal de drogas, armas e munições exportadas e importadas pelo crime organizado no Brasil.

A Polícia Federal brasileira tem evidências da presença de membros do Hezbollah no país, conforme relatórios de segurança emitidos nos últimos anos. 
A reportagem da Gazeta do Povo apurou que a parceria tem quase duas décadas com envio de armas pelos terroristas para o PCC, além de treinamento de faccionados com técnicas de guerrilha. 
Em contrapartida, o Primeiro Comando da Capital auxilia o grupo extremista na capitalização e investimentos para financiamento das ações do Hezbollah, inclusive, por meio do tráfico internacional de drogas. Após o ataque terrorista do Hamas com mortes e sequestros de civis em Israel, no início deste mês, o Hezbollah voltou às manchetes internacionais com elevada tensão na fronteira da Faixa de Gaza, ao Sul do Estado de Israel, onde se concentra a contraofensiva do Exército israelense contra o Hamas e as negociações para a entrada de ajuda humanitária aos palestinos.

Mas o Norte também preocupa Israel por causa da fronteira com o Líbano, onde o Hezbollah atua e é considerado um grupo ainda mais agressivo, com alto poderio armamentista e preparado para abrir para segunda frente de batalha em apoio ao Hamas. Se isso acontecer, as forças israelenses seriam divididas e o novo cenário poderia potenciar o risco de outros países entrarem na guerra, como o Irã, inimigo histórico do Estado de Israel.

Procurado o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse apenas que o “tema deveria ser tratado com a Polícia Federal”. A PF, no entanto, respondeu que estava analisando a demanda, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Como Hezbollah  e PCC se encontraram?

Em 2008, surgiu o primeiro alerta da relação criminosa depois que uma operação da PF identificou ligações e parcerias. Na época, as investigações apontavam que a aproximação teria ocorrido dois anos antes, ainda em 2006, focada na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina e não por acaso.

A região concentra uma das maiores comunidades vindas do Oriente Médio,
conciliada à facilidade logística proporcionada pelas fronteiras, por onde o PCC transporta drogas, armas, munições e amplia suas ações para outros segmentos ilícitos, como o contrabando bilionário de cigarros.

Há uma década, o alerta foi tema de debate no Congresso Nacional com informações de que os “serviços de inteligência brasileiros reuniam uma série de indícios de que traficantes se associaram a criminosos de origem libanesa, ligados ao Hezbollah, organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita, sediada no Líbano” e que “relatórios da Polícia Federal apontavam que esses grupos teriam se ligado ao PCC”.

À época, o terceiro vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, o então deputado João Campos (PSDB-GO) alertava que pouco vinha sendo feito pelo governo e instituições no sentido de enfrentamento aos núcleos terroristas em território nacional, usando como exemplo a ligação entre PCC e o Hezbollah. Só em 2016, o Brasil aprovou a Lei 13.260 que passou a disciplinar o terrorismo e reformulou o conceito de organização terrorista.

Na prática, os operadores da lei têm avaliado que ela foi feita para não funcionar diante da grande preocupação em não criminalizar movimentos "populares", com ênfase neste caso ao próprio Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). 

É preciso enfrentamento com rigor, defende promotor que investiga o PCC
Quem enfrenta legalmente o crime organizado sente na pele a ausência de medidas mais severas no combate às facções. 
O promotor do Gaeco de São Paulo, Lincoln Gakiya, reforça que são necessários mecanismos para que o Estado brasileiro e as instituições consigam atuar, livremente, no combate contra as organizações.
 
Segundo ele, os Estados Unidos já consideram o PCC uma organização criminosa de risco ao país como tem classificado o próprio Hezbollah e cartéis mexicanos.  
O PCC tem se fixado como um dos maiores traficantes de cocaína do mundo. 
O grupo despacha, ilegalmente, pelos portos brasileiros toneladas da droga, com destaque à Europa.

Além do grupo extremista libanês, a PF tem alertado para a parceria da facção brasileira com máfias de diversos cantos do planeta, com retorno financeiro expressivo e maior influência.

Juliet Manfrin, colunista - Gazeta do Povo - Paraná



quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Terras indígenas - Fim do marco temporal no STF trará insegurança fundiária - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

STF marco temporal
Ação que tramita no STF pode determinar indenização do governo a donos de propriedades que tiverem terras confiscadas para demarcação indígena

O Brasil já passa por insegurança pessoal; por insegurança patrimonial, devido à insegurança pública; por insegurança jurídica, porque não sabemos mais o que vem do Supremo, já que a Constituição não tem sido seguida como se espera. 
Agora vamos ter também a insegurança fundiária: ninguém vai estar seguro de que a terra que comprou, em que mora, em que produz, continuará a ser dele.
 
O Supremo está decidindo que não vale o marco temporal do artigo 231 da Constituição
Está escrito lá que são de propriedade dos indígenas as terras que “tradicionalmente ocupam”. “Ocupam” é presente do indicativo; não está escrito “ocuparam”, nem “vierem a ocupar”. 
Portanto, refere-se ao dia em que foi promulgado o documento chamado Constituição Federal, que é a lei maior, a lei suprema, que está acima do Supremo. 
Então, quem estava na terra em 5 de outubro de 1988 é o dono, mas o Supremo está dizendo que não, que tem de tirar quem está em terra que o indígena disser que é dele.
 
A Câmara reagiu, fez um projeto de lei que já foi aprovado e está no Senado, com relatoria do senador Marcos Rogério, de Rondônia, que está perto do problema. 
Ele está dizendo que quem quiser discutir a posse de uma terra tem de provar que estava nela no dia 5 de outubro de 1988
O indígena terá de demonstrar de alguma forma, já que ele não tem escritura. 
E o fazendeiro que estiver plantando, ou criando gado, tem de apresentar documentos atestando que ele já estava naquela terra em 5 de outubro de 1988.

Hoje existem 421 terras indígenas para 466 mil indígenas, um total de 106,6 milhões de hectares. Como o Brasil tem 850 milhões de hectares, isso significa 12,5% do território nacional. 
Já o plantio de grãos, de hortaliças, de frutas, de cereais, de oleaginosas, de gramíneas, de leguminosas, ocupa 8%
Essa terra põe comida no prato de 1,6 bilhão de pessoas em todo o planeta, e equilibra as contas externas brasileiras. 
Não aprenderam a lição de Raposa Serra do Sol, em que o Supremo se meteu, tirou os rizicultores de lá, perdemos 5% da produção de arroz do Brasil, e os silvícolas, que viviam em simbiose com os arrozeiros, ficaram na pior.
 
Lula conseguiu acabar com o otimismo em relação à economia
Já completamos oito meses desse governo, estamos no nono mês, e o otimismo inicial está caindo. 
A Genial Quest fez uma pesquisa com operadores do mercado financeiro, da área de investimentos, e viu o seguinte: o olhar negativo para a economia brasileira, que estava em 44% no dia 20 de julho, subiu agora para 47%. A avaliação positiva do ministro Fernando Haddad, que era de 65%, caiu para 46%; a avaliação negativa subiu de 11% pra 23%.  
Os que achavam que o país melhoraria eram 53%, agora são 36%; os que acham que vão piorar subiram de 21% para 34%.
 
O primeiro problema que eles identificam é fiscal, o desequilíbrio das contas públicas, apontado por 57%. 
Depois vem o fator eleitoreiro na economia; os juros só foram mencionados por 6%. Vejam só o fiscal: os primeiros sete meses de Lula tiveram déficit de R$ 78,24 bilhões, e os primeiros sete meses de Bolsonaro tiveram superávit de R$ 73,24 bilhões
Essa diferença de R$ 151 bilhões é o retrato das diferenças na política econômica.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia,
colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 12 de setembro de 2023

A fraude do clima - J. R. Guzzo

Revista Oeste

Vivemos uma espécie de eugenismo 'de esquerda' — a exclusão da sociedade para os seres humanos ecologicamente indesejáveis


 Ilustração: Bruce Rolff

A “mudança do clima”, como acontece com a maior parte das realidades oficiais que são impostas ao público mundial pelo Comissariado Supremo da Ciência, não é real, não está fazendo o clima mudar e não é ciência. É, cada vez mais abertamente, uma causa política. 
A ideia-matriz dos chefes, militantes e apóstolos desse novo partido internacional, formado nas universidades, nos governos e nos departamentos de marketing dos países com PIB per capita a partir de US$ 50 mil, é que “o homem” está fazendo o clima da Terra ficar pior. 
É uma ideologia desesperada. 
Seu raciocínio principal estabelece que o ser humano está atrapalhando o mundo — interfere na vida dos bichos, das plantas e das pedras, além dos oceanos, das geleiras e do movimento das marés. 
Para o planeta ser salvo, se os novos cientistas do “clima” pudessem mesmo tomar as decisões, o homem, em termos práticos e no fim das contas, teria de sumir da superfície terrestre ou voltar à vida que levava na era das cavernas, para incomodar o menos possível o ambiente físico em seu redor. Teríamos aí, como consequência da preservação da natureza, um clima perfeito — só que não poderia haver gente para desfrutar dele. É uma meta que entusiasma cada vez mais a elite civilizada, o universo “progressista” e a mídia em geral.

O “clima” está realmente mudando? Talvez até esteja. Não há nenhuma evidência efetivamente científica disso; há apenas bilhões de dólares investidos na produção em série de “pesquisas”, “estudos” e “testes” com resultados já decididos antes de se pesquisar, estudar e testar o que quer que seja. É terminantemente proibido, aliás, fazer qualquer outra experiência em sentido diferente. Mas, se estiver acontecendo mesmo alguma mudança, com certeza não é o homem o culpado por ela. Mudanças climáticas acontecem há milhões de anos — e produziram efeitos incomparavelmente maiores do que qualquer coisa que o ser humano possa ter feito, desde a separação dos continentes até a Era do Gelo mais recente, entre 20 mil e 10 mil anos atrás. 

Apenas na última grande inundação da China, em 1931, estima-se que morreram entre 400 mil e 3 milhões de pessoas e na época a interferência do homem no meio ambiente era mínima. Agora que a ação humana é descrita como “fatal”, não passa pela cabeça de ninguém que possa acontecer uma calamidade dessas em qualquer lugar do mundo. A verdade dos fatos é o contrário do que diz a ciência única em vigor no momento. Nunca o homem fez tanto para limitar os desastres trazidos pelos fenômenos naturais como faz hoje — barragens que impedem enchentes, edifícios à prova de terremotos, irrigação extensiva para combater as secas, e assim por diante. Mas é o homem, segundo o pensamento cientificamente correto, o grande responsável pelo excesso de chuva, a falta de chuva, o calor, o frio, o vento, as geadas, a atividade dos vulcões, os incêndios nas florestas — salvo no Brasil, naturalmente, onde o único culpado é “o Bolsonaro”.

O ideal, mesmo, seria que o Brasil não existisse — ou, mais exatamente, que não tivesse os 200 milhões de brasileiros que tanto atrapalham a natureza com a produção de alimentos, a extração de minérios para suprir as exigências mais elementares da vida e outras atividades nocivas ao “clima”

Ninguém jamais admite, é claro, mas a constante mais invariável em toda a religião do clima é a sua hostilidade fundamental em relação ao ser humano — uma espécie de antropofobia que foi transformada em dever moral, ético e político por universidades, governos, magnatas convertidos à causa do bem depois dos seus primeiros 10 bilhões de dólares, “influencers” e, talvez mais que tudo, as inesgotáveis reservas de gente com bons propósitos e pouca paciência para pensar que se espalham por este mundo afora. Essa antipatia, obviamente, é seletiva. Os adversários a eliminar, ou pelo menos a serem submetidos a controle severo, não são todos os “humanos” — como eles se referem, com frequência cada vez maior, aos 8 bilhões de seres de carne e osso que infestam o “planeta” com a sua existência, suas necessidades básicas e, ultimamente, sua insuportável pretensão a uma vida materialmente mais cômoda. Além das girafas, das geleiras e da mata amazônica, devem ser protegidos os 5% da população mundial, no máximo dos máximos, que estão nos galhos de cima nas sociedades do Primeiro Mundo. A humanidade tem de ser governada para as suas neuroses, a sua “qualidade de vida” e as suas bicicletas de 30 marchas. Os outros 95%, essa pobrada que ocupa espaço, emite carbono, consome água e ocupa áreas preciosas de vegetação natural para produzir comida — bem, é preciso encontrar “uma solução” para que parem, já, de se reproduzir, de usar os recursos “do planeta” e de alterar “o clima”.

Ainda não é possível, na prática, fazer isso. Mas o pensamento-padrão dos militantes do mundo verde está sempre irritado com o fato básico de que existe vida humana no Brasil; deveria haver, pelo menos, uma “governança global” para que os brasileiros se comportassem de modo mais responsável e parassem de mudar as quatro estações, tirar “o nosso oxigênio”, como imagina o presidente Macron, e provocar incêndios no Canadá. Já se ouviu, num salão da Quinta Avenida, uma intelectual do progressismo norte-americano propor algum tipo de “evacuação” dos 20 milhões de moradores da Amazônia. 

Pode parecer piada, mas a estratégia central de ONGs internacionais com milhões de dólares de orçamento é promover o que chamam de “desintrusão” da Amazônia — a progressiva retirada dos “brancos”, da civilização contemporânea e da atividade econômica da região. É uma espécie de eugenismo “de esquerda” — a exclusão da sociedade para os seres humanos ecologicamente indesejáveis. Sai a seleção pelas características genéticas. Entra a seleção pela conduta ambiental correta

Nada disso tem qualquer relação objetiva com o mundo das realidades. A “salvação do clima” é um projeto de eliminação do capitalismo, e a sua substituição por um sistema ainda não descrito de virtudes, para quem ganha de US$ 200 mil por ano para cima. Como pode funcionar, na prática, um negócio desses? O estilo de vida e as convicções existenciais dessa gente exigem mais, e não menos, exploração dos recursos naturais — e isso requer mais capitalismo, e não menos. Não adianta nada ter casas de 500 metros quadrados com painéis solares, SUVs elétricos ou móveis feitos de madeira certificada se a produção de cada átomo disso tudo vai exigir cada vez mais energia, mais minérios e mais utilização do que existe de material na Terra — levando-se em conta que os recursos extraterrestres ainda não estão disponíveis. Em duas décadas de militância para preservar o “clima”, os governos dos países ricos gastaram US$ 5 trilhões nas tentativas de substituir os combustíveis fósseis por energia “limpa”, “verde” e neutra para a camada de ozônio. Resultado: o petróleo, o gás natural e o carvão continuam a responder por 85% de todo o consumo energético do mundo — 2% a menos, só isso, do que se consumia 20 anos atrás. Salvo no Brasil, onde é possível rodar com álcool, quase 100% de todo o transporte mundial é feito com petróleo. Não se trata de opinião. É física, química e matemática.

 (...)

 
O petróleo, o gás natural e o carvão continuam a responder por 85% de todo o consumo energético do mundo | Foto: Shutterstock

Leia também “Um Brasil para eles”

ÍNTEGRA DA MATÉRIA , AQUI

Coluna J. R. Guzzo - Revista OESTE
 
 
 

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Os frutos da terra - Sílvio Lopes

         Tudo, absolutamente tudo o que vem de Deus, a esquerda demoniza. E o que é do capeta, por outro lado, endeuza e idolatra em prosa e verso.

O agronegócio brasileiro, hoje, é dos mais modernos e eficientes do planeta.  
Alimenta boa parte da população mundial. Pau nele. Até fascista é chamado... Afinal, é das coisas que deram certo e para a esquerdopatia isso é crime inadmissível.Tem que ser combatido. 
 
Lá atrás, na eleição de Collor, o agro mostrou, afinal, a sua cara. Forjou o  embrião de um movimento estrutural e político via UDR( União Democrática Ruralista), para defender nossos produtores e o seu negócio do preconceito e da perseguição esquerdopata. Figuras como Ronaldo Caiado ( hoje governador de Goiás), à época candidato presidencial, mostraram a força do campo e sua importância estratégica na geopolítica mundial. Aqui, no RGS, figuras como Gilberto Scopel de Moraes, Carlos Eduardo  Borba Nunes, Ana Maria Sartori e tantos outros, tornaram-se  ícones da representatividade rural gaúcha.

O campo, até então avesso à arena política percebeu a necessidade - e aproveitou a oportunidade- para fazer valer seu papel primordial na construção de uma nação pujante e autosuficiente na produção primária. Os frutos, hoje colhemos. Somos respeitados no mundo todo e graças a essa gente e sua determinação e amor ao trabalho e ao País, temos muito a comemorar.

Se a política mesquinha e destruidora de nossos valores e das nossas riquezas for neutralizada, logo o Brasil poderá alçar ao panteão das grandes nações do planeta terra. O agronegócio merece nosso total apoio e aplauso.

Conservadores e Liberais - O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista, professor e palestrante.

 

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

As travessuras de Dino - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Era uma vez um menino muito travesso chamado Dino. Ele só gostava de usar camisa vermelha desde criança. 
Mais tarde, assumiu que era um comunista, graças a Deus! 
Como bom comunista, Dino enaltecia os piores regimes do planeta. Quanto mais totalitarismo, censura, perseguição a inocentes, mais Dino aplaudia.

Dino virou ministro da Justiça numa aliança "para salvar a democracia". Era a piada pronta, pois o país não era bem uma nação que merecesse tal título, mas sim um grande circo. Logo no começo de seu mandato, uns arruaceiros desesperados resolveram invadir instituições de estado.

Dino ficou lá, com seu sorriso diabólico, só acompanhando os acontecimentos que poderia impedir. Ele mesmo meio que confessou para a imprensa aliada, sem saber que haveria uma CPMI em que a oposição cobraria as imagens.

Tanto o governo de Dino como a mídia subserviente trataram os acontecimentos daquele fatídico dia como o maior atentado golpista contra a democracia na história do país. Com base nisso, o aliado ministro supremo chegou a prender, de férias em Paris, mais de mil "meliantes", que teriam tentado dar um golpe usando algodão doce como arma.

Os parlamentares da CPMI exigiram, então, as tais imagens. O governo, que chamou aquilo tudo de ato golpista e não queria a abertura da CPMI para investigar, ficou de embromação e mandou a pelota para o campo supremo. Autorizado a entregar as imagens, Dino disponibilizou somente duas câmeras de segurança, enquanto um deputado da oposição provou existirem várias outras.

Os jornalistas prostituídos não se incomodaram, pois para eles basta a narrativa de Dino. Mas os insistentes opositores não desistiram, pois Dino ainda não conseguira transformar esse grande circo num típico país comunista, sua eterna inspiração. Aí algo teve de ser dito para dar alguma explicação, por mais fajuta que fosse, aos deputados e senadores.

"Imagens do Ministério da Justiça e Segurança Pública em 8 de janeiro foram apagadas",
dizia a chamada. "A justificativa é que as gravações ficam salvas por 15 dias e são excluídas para abrir espaço de armazenamento no sistema", constava no subtítulo. Puxa vida! Logo as imagens daquele dia tão importante, que o próprio Dino chamou de golpe terrorista?!

Quanto custa um hard disk com terabytes de capacidade de armazenamento? É bem baratinho, não é mesmo?  
Para salvar a democracia, então, creio que o valor compensasse. 
Mas nada disso importa. O tal país, como já disse, é um enorme circo, e o povo assume compulsoriamente o papel de palhaço.

Dino apenas sorriu uma vez mais, imaginando o contorcionismo dos jornalistas que comprou e transformou em militantes. Com sua pança esparramada no sofá caríssimo pago pelos trabalhadores, Dino se lembrou de quando era apenas um travesso menino na escola, e chegou sem seu dever feito.

A professora cobrou explicações, pois valia ponto, e o garoto Dino, rindo, apenas disse: "O cachorro comeu meu dever, professora". E depois saiu gargalhando, direto para o circo com tenda vermelha...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

domingo, 23 de julho de 2023

O agro brasileiro e o idiota-padrão - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Nunca o mundo precisou tanto do Brasil para comer — o agronegócio do país alimenta 1 bilhão de pessoas, ou cinco vezes a população nacional. É ruim isso? A esquerda diz que é.

 

 Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
 
 
Os intelectuais de esquerda, mais os jornalistas, os economistas das grandes e pequenas universidades, os bispos, o papa Francisco, a ministra Marina, os advogados democráticos que acreditam na natureza divina de Lula, os apresentadores da Rede Globo e os robôs da causa do “clima” têm uma história impecável de apoio a muitas das ideias mais estúpidas que já ocorreram ao ser humano ou a todas, provavelmente. 
 
Uma das mais notáveis e mais na moda, nessa gente e nas classes culturais dos Estados Unidos e dos países ricos em geral, é a descoberta de que o agronegócio brasileiro é o culpado pela “fome no Brasil”.  
É também uma ameaça para o mundo inteiro. 
Os 225 milhões de bois e vacas que o Brasil tem hoje cometem o crime de provocar o “efeito estufa” e o “aquecimento global”.  
A soja e o milho “degradam a vegetação natural do cerrado”
Os frangos, nas granjas de alta tecnologia do Brasil, vivem em condições inaceitáveis de estresse. 
 A perfuração do solo em busca de água está entortando o eixo de inclinação da Terra — quer dizer, o sujeito fura um poço artesiano em Jundiaí e o planeta sai do lugar.  
O presidente Emmanuel Macron diz que os “incêndios na Amazônia” estão tirando o “nosso ar”
A lista não para — nessa toada, os agricultores e os pecuaristas brasileiros vão ser levados amanhã ou depois ao Tribunal Internacional de Haia para responder por crimes contra a humanidade. 

Capa da Revista Oeste, edição 99. Vista aérea de uma plantação de café no Brasil | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

 
O governo Lula, é claro, se declara automaticamente solidário a todas as acusações contra o Brasil quanto mais cretina a acusação, aliás, mais solidário fica. Tudo bem: a esquerda brasileira tem um instinto infalível para ficar do lado errado de todas as questões possíveis — do seu apoio às ditaduras à guerra contra a liberdade de expressão na internet. 
É natural que fique contra a produção rural do seu próprio país, que, para piorar as coisas, é uma prova objetiva de que o capitalismo transformou o Brasil de um anão agrícola num dos dois ou três maiores produtores de alimentos do mundo, ao lado dos Estados Unidos e da China
Curiosa, mesmo, é a noção de que o agro brasileiro causa fome — cada vez mais em voga nos salões da Quinta Avenida, nas conversas de intervalo da Ópera de Paris ou nos decretos da Universidade de Oxford, que nos instruem sobre o que é, ou não é, científico
 
O petista-padrão, é claro, concorda.  
Não entende direito o que estão dizendo, mas fica a favor. 
O problema é a lenda que vai sendo criada no mundo considerado culto, civilizado, racional etc. em relação à maior conquista da economia brasileira nos últimos 500 anos. 
Essa lenda é frontalmente oposta à lógica, aos fatos e à razão. 
Mas é aceita com a mesma segurança com que se admite a existência dos números primos ou da Lei da Gravidade de Newton.

Como é possível, no funcionamento normal dos circuitos cerebrais, dizer que uma atividade que produz alimento está causando a fome?
 
(...)
 
Até 1970, discutia-se a sério a “escassez de alimentos no Brasil” — a falta de comida era apontada como uma ameaça clara e presente, que iria, entre outras desgraças, “paralisar a indústria”. 
O Brasil importava alimentos. Um pouco antes, na década de 1950, só havia máquinas agrícolas em 2% das propriedades rurais do país. 
Em 1975, após 500 anos de atividade, a área rural brasileira produziu uma safra de 40 milhões de toneladas de grãos. E hoje?  
Este ano, apenas cinco décadas depois, vai colher oito vezes mais. 
O agronegócio brasileiro, em menos de 50 anos, conseguiu criar a primeira agricultura tropical bem-sucedida da história — a única, na verdade, com esse volume de produção, de renda e de avanço tecnológico. 
 
O Brasil, ao lado da China e da Índia, é um dos maiores sucessos da “Revolução Verde” que mudou a existência humana em nossos dias e tornou possível um mundo com 8 bilhões de habitantes.  
O agro brasileiro está permitindo que a população mundial, hoje, coma mais carne que em qualquer outra época — e que gente que nunca comeu um bife na vida tenha conseguido comer. 
Vai produzir, em 2023, mais de 10 milhões de toneladas de carne, e abater mais de 40 milhões de bois — o que tornou o Brasil o maior exportador de carne do mundo, e o segundo maior produtor, logo abaixo dos Estados Unidos.  
É, como dito acima, o maior exportador mundial de frango; foram cerca de 5 milhões de toneladas no ano passado, para 150 países. 
A mesma indústria produziu quase 50 bilhões de ovos no ano passado — isso mesmo, 4 bilhões de dúzias
O Brasil está em primeiro lugar, igualmente, nas exportações mundiais de soja, de milho, de açúcar, de suco de laranja e de café. Tudo isso, naturalmente, teve um efeito decisivo na redução da miséria no país — caiu a 1,9% da população em 2020, segundo números do Banco Mundial, ou cerca de 4 milhões de pessoas.  
É o índice mais baixo desde que começaram a fazer essas contas. 
Como poderia haver “33 milhões de pessoas passando fome” no Brasil, como diz Lula, ou “130 milhões”, como diz sua ministra da natureza, se só há 4 milhões de miseráveis? Não interessa. 
Os devotos da religião oficial querem passear com boné do MST — ou dizer em Londres que o agronegócio provoca “a fome” no Brasil, além de ser “bolsonarista” e coisa ainda pior.

.....

Ninguém, na discurseira do governo Lula, parece ter notado um fato essencial: o agronegócio brasileiro, hoje, vale mais que toda a produção de petróleo da Arábia Saudita. 
 O Brasil, no ano passado, exportou US$ 160 bilhões; as exportações de petróleo da Arábia ficaram em US$ 150 bilhões. 
O agro ajuda a pagar todas as importações do Brasil — e, além disso, contribuiu decisivamente, no ano passado, para o saldo de US$ 60 bilhões obtido pela balança comercial. É dinheiro que se soma às reservas em moeda forte, nos impede de ser um país-mendigo de chapéu na mão diante dos credores e paga as viagens de Lula e Janja em seu programa de volta ao mundo.  
Dá para imaginar algum país sério que ache bom acabar com a sua produção de petróleo? Não dá. A esperança é que, na hora de agir como adulto, o Brasil deixe de lado a pregação suicida dos seus extremistas. 
É bom observar, a respeito, que Lula sempre fala muito mais do que faz — no caso do agro, fica mostrando as abóboras do MST, mas na vida real seu governo acaba de aprovar o financiamento da safra, e o volume de dinheiro liberado é maior que o de 2022. 
É o que está valendo no momento. Vamos ver, agora, se os cérebros do PT começam a exigir o extermínio das lavouras de soja e do rebanho de gado do Brasil — ou se, como de costume, continuam fazendo o que sempre fazem.

Leia também “A diplomacia das ideias mortas”
 
 
Revista Oeste - ÍNTEGRA DA MATÉRIA
 
J. R. Guzzo, colunista

quarta-feira, 19 de julho de 2023

A diplomacia das ideias mortas - J. R.Guzzo

Revista Oeste

Lula não tem 'política externa'; tem uma agenda de turismo para encher o álbum de fotos da mulher e fugir dos problemas que nem ele nem o seu governo têm a menor ideia de como resolver



Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, embarcando para Letícia, na fronteira entre Brasil e Colômbia | Foto: Cláudio Kbene/PR

Não há em cartaz no planeta, neste momento, nenhuma exibição mais rasa de subdesenvolvimento, de palhaçada típica do pobre diabo que quer entrar de penetra na festa e de cafajestismo em estado bruto do que o programa de volta ao mundo que Lula e a mulher fazem há seis meses. Desde que pegaram a chave do Tesouro Nacional para sair por aí detonando o dinheiro do pagador de impostos brasileiro, sem controle de ninguém, não pararam mais. 
É um dos sonhos de consumo mais recorrentes do brega-padrão: viajar pelo mundo “sem pagar um tostão”, com hospedagem em hotéis que cobram diária de R$ 40 mil e jato pessoal equipado com dormitório exclusivo para o casal — ou na base do “vamo gastá, que o governo paga tudo”
Quem paga é você, claro, mas eles estão pouco se lixando para você. 
O que querem é a viagem de paxá, carregando junto, e por conta do Erário, um cardume gigante de bajuladores-raiz e de jornalistas extasiados com a visão divina do presidente.  
Acham, ou fazem de conta que acham, que estão realizando algo importantíssimo para a geopolítica mundial. 
São apenas um bando de suburbanos deslumbrados com mais uma “viagem grátis”
Vão a Paris, Londres ou Roma para ficar falando entre si em português e torrando dinheiro que não é deles. É cômico. Também é uma lástima.

Lula e o cardume descrevem o que estão fazendo como diplomacia e, pior ainda, como “diplomacia de Terceiro Mundo”, para mostrar aos países ricos (e brancos, e imperialistas, e etc. e tal) que os pobres, unidos, jamais serão vencidos. 
Lula exibe-se como líder mundial e acha que estão lhe devendo há muito tempo o Prêmio Nobel da Paz embora nunca tenha tido capacidade, estatura ou o mínimo de competência para pacificar uma briga de botequim. A Rede Globo e o resto da mídia de “consórcio” e de opinião única descrevem essa comédia como “intensa atividade internacional”. 
 
Alguns, mais agitados, discutem com caras sérias e palavras difíceis, em suas mesas-redondas depois do horário nobre, o que imaginam ser a “política externa” de Lula. A sua “estratégia” seria essa. As suas “opções” seriam aquelas. A sua “leitura” da situação internacional seria sabe-se lá o que, e assim por diante. Lula não tem “política externa”; tem uma agenda de turismo para encher o álbum de fotos da mulher e fugir dos problemas que nem ele nem o seu governo têm a menor ideia de como resolver. Tornou-se, com suas viagens, um exportador de ignorância — apenas isso.

Se Lula fala sem parar dos “pobres”, e que precisa de mais impostos para socorrer os “pobres”, então por que não dá para os pobres as fortunas que gasta nessas viagens todas?

A ciranda alucinada de Lula já foi para Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Portugal, Espanha, China, Abu Dhabi, Japão, Itália (para tirar foto com o Papa), França e Colômbia e está de viagem marcada para a Bélgica é, mais do que tudo, uma coisa ridícula.  
Nenhum outro chefe de Estado do mundo faz algo parecido — não faz hoje e nem fez nunca. Ele, Janja e a mídia não percebem, mas o presidente que se acredita uma nova voz no cenário internacional está apenas fazendo papel de bobo, ou de figura exótica de Terceiro Mundo como foi um dia o Xá da Pérsia, ou como são hoje esses ditadorezinhos africanos que pousam nos aeroportos da Europa com o peito carregado de medalhas, agendas sem um único minuto de trabalho real e comitivas tamanho XXXXX-L. Desfilam diante da guarda. Vão a banquetes. (O presidente do Brasil, inclusive, reclama da comida que lhe deram nos palácios do Quirinale e do Élysée, em Roma e Paris. Quer se fazer de “homem simples”, que gosta de “um arrozinho com feijão”; consegue apenas ser mal-educado.) Gastam como xeiques das Arábias. 
 
Perturbam o trânsito. É um alívio quando vão embora. Lula, no fundo, é apenas um deles
As coisas sérias que os estrangeiros têm para tratar com o Brasil são conversadas em outros lugares, em outras ocasiões e com outras pessoas. Do presidente brasileiro, o que fica é a imagem do subdesenvolvimento arrogante, burro, perdulário e sem noção — como ocupar 57 quartos de um dos hotéis mais caros de Londres para ir à coroação do rei. 
Por que raios seria preciso levar essa multidão para assistir a uma cerimônia?
 Assinaram algum tratado? 
Discutiram exportações ou problemas de legislação internacional? Não. Só passearam e gastaram dinheiro público como em Portugal, onde conseguiram montar (e pagar) uma comitiva oficial de 22 carros para levar Lula daqui até ali.
 
Os países ricos que recebem Lula tomam nota dessas coisas; a principal sensação que têm é de desprezo. Dão os sorrisos, fazem os rapapés e tiram as fotos que o protocolo diplomático exige. Nas conversas que têm entre si registram o despropósito ofensivo que é torrar, em viagens patéticas, milhões de dólares de um país pobre. 
Será que está sobrando dinheiro no Brasil? 
Se Lula fala sem parar dos “pobres”, e que precisa de mais impostos para socorrer os “pobres”, então por que não dá para os pobres as fortunas que gasta nessas viagens todas? 
 
Ele conseguiria citar uma viagem indispensável, só uma, entre todas as que fez, ou que fosse necessária, ou que tivesse servido para alguma coisa de útil? É claro que não.  
Há, também, a desmoralização do Brasil no exterior. 
Estrangeiro se dá conta, na hora, do desperdício deslumbrado de chefete de país pobre — acha um insulto ver um presidente como Lula, que diz haver “33 milhões” de pessoas passando fome no Brasil, passear e gastar como um sultão nas suas capitais. 
Os jornalistas se esforçam para demonstrar que Lula está se “projetando no Exterior”, ou “ocupando espaços para o Brasil” e influindo em assuntos sérios. Falam de “influência”, de “alianças”, de “eixos” e repetem bobagens que ouvem, sem entender direito, no Itamaraty. Não é nada disso. 
É apenas mais uma farsa, como a picanha geral, o Ministério do Namoro e outros truques de quem não sabe e não quer governar.

Ainda não caiu, para Lula, a Rede Globo e a esquerda brasileira, uma ficha elementar: o valor de mercado da Apple, divulgado outro dia, é 50% superior ao PIB inteirinho do Brasil.                                              São US$ 3 trilhões para eles, ante US$ 2 trilhões para nós. Que tal?    É o tipo de coisa que faz qualquer um baixar o facho. Não se trata de achar que o Brasil é uma mixaria, porque o Brasil não é uma mixaria. Trata-se apenas de ter um pouco de consciência do tamanho real do país — o Brasil é o que as realidades mostram, e não o que Lula quer. 

O presidente e o seu sistema não têm ideia disso. Puseram na cabeça que os “países ricos” estão preocupadíssimos com a influência decisiva do Brasil no mundo e no resto do sistema solar — e acham que podem mudar os destinos da humanidade, que irá para onde Lula for. É a fórmula ideal para dividir a política externa brasileira de hoje em dois pedaços, e apenas dois: o inútil e o nocivo. 

No pedaço inútil estão tolices de 24 quilates, como o “Parlamento Amazônico”, que Lula acaba de propor na Colômbia, a “moeda comum” do Mercosul, a “parceria” em inteligência artificial com Abu Dhabi (não com os Estados Unidos; com Abu Dhabi) ou a troca de “tecnologia” com a Venezuela — e daí para baixo. No pedaço nocivo não é mais, apenas, o embusteiro falando de coisas que não entende. Aí já é a ação direta contra os interesses concretos do Brasil e dos brasileiros.

O veneno básico está na procura permanente, há seis meses, de um conflito com os Estados Unidos, com os países europeus e com o “imperialismo” mundial, em obediência às doutrinas que encantam o governo Lula. O plano-mestre, nessa toada, é ser amigo político da Rússia, da China e, como regra geral, de qualquer ditadura que se declare vítima do sistema capitalista. Tem sido um desastre, é claro. O grande momento, nesse “alinhamento” com a Rússia, foi a declaração de que a Ucrânia é responsável pela invasão do seu próprio território. Conseguiu, de imediato, ofender diretamente aliados vitais do Brasil; não ganhou nada em troca. Para a “política externa” de Lula, a Europa e os Estados Unidos são culpados por “fragilizarem” a Rússia. O que significa isso? É óbvio que europeus e norte-americanos querem dar apoio à Ucrânia contra a Rússia; estão, a propósito, fazendo há mais de um ano um boicote econômico aberto contra os russos. 
 
 O que Lula propõe: que o Brasil boicote, em represália, os Estados Unidos e a União Europeia? A diplomacia brasileira permite que navios de guerra do Irã, que tanto americanos como europeus declararam oficialmente uma nação terrorista, ancorem no Porto do Rio de Janeiro. Recebe no território nacional, com todas as honras, o ditador da Venezuela — que está com a cabeça a prêmio pelo Departamento de Estado americano, a US$ 15 milhões, por tráfico internacional de drogas. O Exército Brasileiro faz “manobras conjuntas” com a Nicarágua. 
O governo gosta da “Palestina” e dos seus terroristas. 
Não gosta de Israel, que é a única democracia da região. Em suma: é alguma coisa contra o “Ocidente”? Então o Brasil é a favor.

Não pode haver nada mais nocivo aos interesses brasileiros, ao mesmo tempo, do que a insistência de Lula em dar dinheiro para as economias mais fracassadas do mundo — lugares como Venezuela, Cuba ou Argentina. Para Lula, a culpa da ruína econômica da Venezuela não é da ditadura de Chávez e de Maduro — é dos Estados Unidos, que não compram os produtos venezuelanos. Não faz sentido. 
Para começar: que produtos? A Venezuela não produz nem um prego. Não tem papel higiênico. Não tem nada para vender. É um Saara econômico. Para concluir: a ditadura da Venezuela passa o tempo todo fazendo declarações de guerra aos Estados Unidos. 
Por que raios os Estados Unidos deveriam ajudar a Venezuela? 
 
É a mesma coisa com Cuba. A miséria cubana, segundo Lula, não foi provocada pelo regime comunista; na sua opinião, Cuba seria “uma Holanda” se não fosse pela falta de colaboração dos norte-americanos. Lula quer ajudar também a Argentina — o maior caloteiro da economia mundial. Pede “compreensão” dos credores etc. É claro que ninguém no exterior dá a menor atenção ao que ele diz. Nem o Banco do Brics, onde arrumou emprego para Dilma Rousseff; chinês empresta, mas quer receber o dinheiro de volta, e a Argentina não paga ninguém. Mas aqui no Brasil ele tem acesso aos recursos da população. Vai fazer o que puder para arrancar dinheiro do BNDES, e de outros caixas, para doar à Argentina, Venezuela e quem mais se apresentar como país “progressista”.

Nada disso vai melhorar o Brasil em absolutamente nada — e, no fundo, a “política externa de Lula” talvez nem seja mesmo de Lula. Pelo cheiro da brilhantina, é coisa do companheiro que ocupa, no mundo dos fatos, o cargo de ministro das Relações Estrangeiras. Não é o funcionário que dá expediente no Itamaraty. É o assessor externo Celso Amorim. Lula, basicamente, repete o que ouve de Amorim; é ele quem realmente está por trás do que Lula fica falando por aí, e da estratégia diplomática genial que os dois pensam estar executando. A cabeça de Amorim está congelada num momento qualquer entre 1955 e 1960; ele continua a pensar, hoje, como se pensava durante a guerra fria entre a Rússia e os Estados Unidos. Não parece ter notado que a Rússia perdeu essa guerra, nem que houve algumas mudanças tecnológicas de lá para cá, todas elas geradas pelos norte-americanos. 
 
Continua festejando o lançamento do Sputnik, torcendo contra os “trustes internacionais” e dizendo que a Rússia comunista pode até ter umas falhas aqui ou ali, mas precisa ter o apoio de todos para nos salvar dos horrores do capitalismo. Parecem ser fruto do seu sistema cerebral ideias tais quais a eliminação do dólar como meio de pagamento das transações do comércio mundial — e tantos outros dos momentos-chave da diplomacia de Lula. O resultado é que o Brasil não tem mais quem defenda os interesses nacionais no exterior. A diplomacia brasileira se transformou num serviço de apoio a ideias mortas.

Leia também “Amorim é o passarinho de Lula”
 
 
Coluna J. R. Guzzo - colunista - Revista Oeste
 

sábado, 8 de julho de 2023

Lula vai continuar com a gastança sem freio – e a reforma tributária não vai mudar isso - VOZES

J. R. Guzzo - Gazeta do Povo

Com compra em massa de votos, pressões de todos os tipos e nenhuma atenção a nada que tenha a ver com os reais interesses da população deste país, a Câmara de Deputados aprovou por larga maioria de votos a reforma tributária. 
Como o governo Lula quis muito essa reforma, há pouco risco de que o Supremo Tribunal Federal venha a anular tudo, dizendo que a lei é ilegal isso só acontece quando o PT e a esquerda perdem as votações em Plenário. Aí sim: o que foi aprovado, seja lá o que tenha sido, é declarado inconstitucional e não vale nada.

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Mas agora houve um acordo geral em torno de mais uma partilha gigante dos 3 trilhões de reais que o governo, nos níveis federal, estadual e municipal, vai arrecadar em impostos em 2023. Cada um – governos, lobistas, grupos em defesa de interesses particulares, advogados e quem mais decide esse tipo de coisa – tratou de levar o seu.

    O problema do Brasil não é o imposto, nem como ele é cobrado.
O problema é a quantidade de dinheiro que o governo gasta.

O cidadão brasileiro, que vai pagar até o último centavo disso tudo e só sonha em ser um pouco menos extorquido na cobrança de impostos, não disse nem uma sílaba a respeito de absolutamente nada do que foi decidido – e, também, não passou pela cabeça de ninguém ouvir a sua opinião ou fazer alguma coisa em seu favor. 
O povo poderia estar em outro planeta, de tão longe que é colocado de tudo por governo, deputados e outros gatos gordos.
 
Custou caro para o pagador de impostos, e antes mesmo da reforma entrar em vigor, a aprovação, feita em seu nome, das novas regras. 
Só nas últimas horas, o governo Lula tirou da população mais de 5 bilhões de reais em “emendas pix” para comprar votos de deputados em favor da reforma. Foi um recorde – e uma moldura perfeita para a trapaça geral permanente que é o gasto público no Brasil.

O fato central é que o gasto do governo não tem nenhum controle, e não há a mais remota vontade de se controlar nada por parte dos que têm o poder de gastar. 
Como poderia haver controle, se já começam a arrancar dinheiro do Tesouro Nacional para aprovar a própria legislação que garante o assalto ao Erário?
Ficou claro, mais uma vez, que a maioria do mundo político continua insistindo em ficar de olhos fechados para o que acontece na cara de todos. O problema do Brasil não é o imposto, nem como ele é cobrado
O problema é a quantidade de dinheiro que o governo gasta – ele acha que pode gastar sem nenhum limite, e aí não há imposto que chegue, com ou sem reforma. 
Também não há sistema de produção que aguente ser sangrado pelo fisco como é o caso da economia brasileira. 
Só mexem no imposto; nunca mexem no gasto. Não pode dar certo.

O resto é negacionismo de terceira categoria.


J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quinta-feira, 29 de junho de 2023

A cesta (nada) básica do MST - Artur Piva

Revista Oeste

Com produtos que vão de uma cachaça estampada com o rosto de Lula a um açúcar mais caro que picanha, os sem-terra querem alimentar o Brasil

Alguns produtos vendidos pelo MST | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
 
Num bairro central da cidade de São Paulo existe uma loja da marca Armazém do Campo.  
A proposta da rede é vender a produção dos assentados do MST.  
Na teoria, as prateleiras deveriam ser forradas por alimentos plantados pelas mãos dos militantes do grupo. Na prática, os assentamentos não conseguem produzir sequer todos os produtos oferecidos na cesta básica.
 
O público e os preços se assemelham aos de um empório chique da capital paulista.  
Na semana passada, o açúcar da reforma agrária à venda no Armazém do Campo vinha do coco. “Supersaudável e gostoso”, garantiu uma consumidora vestida com uma camiseta estampada com a imagem de Lula, boné de Che Guevara na cabeça e uma bolsa a tiracolo com a frase “o amor venceu”. O preço: R$ 31,98 por 250 gramas. Ou seja: quase R$ 130 o quilo — nem a picanha seria tão cara.
Açúcar de coco à venda na loja do MST, Armazém do Campo, por R$ 31,98 o pacote de 250 gramas | Foto: Artur Piva/Revista Oeste
 
Do que tem, falta tudo
 A cesta com os alimentos fundamentais para o consumo das famílias é formada por pão francês, carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, café em pó, banana, banha ou óleo, açúcar e manteiga
No empório do MST não há pão. Assim como não existe metade dos produtos dessa lista. A outra metade é vendida por mais do dobro do preço médio.
“A produção de carne ainda é muito pequena e distante”, disse um rapaz de Santa Catarina ao tentar justificar a ausência da proteína. 
Filho de assentados em seu Estado de origem, ele comentou estar na loja cumprindo uma missão dada pelo MST. “Funciona assim: eles pedem para migrarmos conforme precisam de gente nos lugares”, disse. “Daí, vim para cá.”
 
Ele reconheceu que nem tudo à venda vinha dos assentamentos. “A gente procura alguns parceiros para suprir as faltas”, disse. 
Ele garantiu, porém, que a escolha acontecia somente entre os fornecedores alinhados com os valores dos sem-terra.
 
Armazém do Campo, loja do MST | Foto: Artur Piva/Revista Oeste
 
Bibelôs da revolução
Três prateleiras à frente, azeites importados da Espanha e da Itália (cerca de R$ 50 por um vidro com meio litro) dividiam o espaço com o café da reforma agrária: R$ 49,98 por um pacote de 500 gramas da marca Guaií Sustentável
A poucos metros dali, numa grande rede de supermercados, o café do agronegócio era vendido na mesma quantidade por R$ 17.
 
 Azeites importados à venda na loja do MST | Foto: Artur Piva/Revista Oeste
 No armazém do MST, o café Guaií (500 gramas) custa R$ 46,98 | Foto: Artur Piva/Revista Oeste
 
Ao lado, um freezer da Heineken com as latas de cerveja estampadas com fotos de Fidel Castro, Olga Benário e Antonio Gramsci. 
Quem quisesse uma bebida mais forte — e mais cara — podia comprar uma garrafa de meio litro da cachaça Vidas Secas, com o rótulo homenageando Lula.
O MST se apresenta como o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. 
A venda de acessórios é um dos negócios em destaque. 
Logo na entrada do armazém, começa uma área para vendas de souvenir. Ela é forrada com camisetas com a cara do Lula, canecas e garrafas com o emblema do PT, além de guardanapos e bonés do MST. 
 
O arroz e o feijão, dois itens imprescindíveis na mesa das famílias brasileiras, ficam quase escondidos no fundo da loja.
Um pacote com 1 quilo de feijão carioca dos assentamentos custa quase R$ 15.  
No supermercado, o mesmo alimento sai por menos de R$ 10
No pé de uma prateleira esquecida, um saco de arroz orgânico de 5 quilos estava à venda por pouco menos de R$ 38. No mercado, a mesma quantidade do produto sai por R$ 25.
 
Verdade opressora?
A safra dos assentados, contudo, que em 2022 fechou em 15,5 mil toneladas, não conseguiria alimentar o Brasil nem por um único dia
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), hoje aparelhada por companheiros do MST, os brasileiros consomem cerca de 13,5 milhões de toneladas em um ano. Ou seja: 18,5 mil toneladas a cada 12 horas.
 
Além disso, foram necessárias quase 300 famílias sem-terra, todas localizadas no Rio Grande do Sul, para conseguir as 15,5 mil toneladas. Fazendo uma regra de três, seriam necessárias quase 150 mil famílias para igualar a produção.
Para ter uma base, toda a agropecuária gaúcha emprega por volta de 100 mil trabalhadores com carteira assinada para produzir um leque extenso de alimentos.  
A começar por 7,6 milhões de toneladas de arroz — 500 vezes mais que o MST.Cachaça com o rosto de Lula estampado no rótulo, à venda no armazém do MST | Foto: Artur Piva/Revista Oeste
 
No mundo real
Em 2022, o agronegócio gaúcho, longe das terras invadidas, gerou 25 milhões de toneladas de grãos.  
Além do oceano de arroz, volumes gigantescos como 3 milhões de toneladas de milho, 5,7 milhões de toneladas de trigo e 9 milhões de toneladas de soja — carro-chefe da agricultura nacional.
Aparentemente, para os sem-terra, a soja também é o carro-chefe. Somando todas as terras sob o comando dos assentados, a colheita desse grão é estimada em 2,4 milhões de toneladas. Isso é 60 vezes menos que a safra do grão gerado nas lavouras do agronegócio brasileiro.Arroz orgânico do MST (5 quilos), vendido a R$ 37,49 | Foto: Artur Piva/Revista Oeste
 
Pobres e ricos precisam comer
A safra de soja colhida no país é a maior do mundo. Haveria um desastre em escala global caso o Brasil dependesse da produção do MST para o plantio da cultura.
O grão é um dos mais utilizados no planeta. Vai soja até em pneu de carro, pasta de dente e chocolate, além de diversos outros itens e da dependência da indústria de proteína animal. 
A redução da produção brasileira geraria uma devastação em cadeia e um verdadeiro apagão alimentar.
Um dos grandes motivos dos chineses serem os maiores importadores da soja brasileira é manter o maior rebanho de porcos do mundo.  
Não bastasse isso, a disponibilidade dessa leguminosa no mercado interno faz do Brasil o maior exportador de carne de frango do planeta.
Colocando as ideologias de lado, a população mundial precisa comer. 
O MST pode até ter uma butique gourmet, mas é o agronegócio que alimenta a humanidade. Fachada do Armazém do Campo | Foto: Artur Piva/Revista Oeste
 
 
 
Artur Piva, colunista - Revista Oeste