O desnível
econômico entre indivíduos se mostra também entre nações, ainda que
estas se pautem pela economia capitalista, de mercado. A desigualdade
acontece na religião, cultura, tradições. Pode-se constatar que o
sistema de produção e distribuição da riqueza capitalista, integra e
confronta as nações com diferentes regimes políticos e religiosos, pois
são governados pela concorrência. Sob a concorrência, há disputa
pacífica ou bélica, de acordo com as circunstâncias. Penso que ainda há
um largo espaço para o desenvolvimento capitalista, como sua crescente
abrangência tem se mostrando desde a metade do século XX.
Provam-no
acontecimentos como a ruína da URSS, o salto econômico em quatro décadas
da China. O conservadorismo islâmico do Irã e da Arábia Saudita estão
engranzados na economia mundial pelo capitalismo, num desprezo olímpico
dos versículos maometanos quando se trata de negócios.
Nesta
constatação quero enfatizar que estes países financiam o terrorismo de
Al Qaeda e Talebã, cujas ações criminosas feriram o ocidente, e agora se
faz sentir no Afeganistão. Salvo o Egito islâmico e secular implantado
pelos militares, o resto (sem ofender) são teocracias; por razões outras
USA e Rússia e China contornam as contradições em benefício de
interesses nacionais no tapete geopolítico. Eis onde desejava chegar: o
desnível econômico de nações. Veja-se a África – um amontoado de países
desenhados na geografia pelo colonialismo – ronceia no pré-capitalismo e
na pobreza. O extremo Oriente vem a largos passos enriquecendo há cinco
décadas.
As
teocracias se consolidam pelo fanatismo da crença, e elas permanecem
fieis aos preceitos islâmicos de subjugar pela força as nações
descrentes. Exibem a modernidade na arquitetura estirada na altura de
mil metros em meio de população onde a mulher é mascarada sob a chibata
do fiscal religioso. A legitimidade desta autoridade se atribui à
divindade. Toda realeza precisa de deus para se proteger. Precisa
inculcar a crença popular no deus que lhe garante a estabilidade do
desnível de renda e a submissão moral e política da população. Os
sistemas políticos ateus, herança comunista, recorrem às múmias dos
ditadores embalsamados, feitos substitutos da divindade. A Coreia do
Norte é um caso cômico: seu fundador morto continua presidente
vitalício; o país inventou o primeiro caso de necrocracia. Parece que a
linha divisória do confronto dentro do bojo capitalista, cindirá o
mundo: o islamismo paupérrimo de África e Oriente Médio em migração
ameaçadora e a civilização rica dos infiéis orientais e ocidentais
unindo China, Rússia e EEUU.
Artigos de Outros Autores - Luiz Carlos da Cunha