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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Acusado pelo irmão por sumiço de meninos na Baixada diz que jogou sacos em rio a pedido de traficantes - O Globo

 Ao prestar depoimento à polícia, contudo, homem afirmou que não sabia o que estava dentro dos invólucros descartados; Justiça negou pedido de prisão [novidade.]

[Garotos desapareceram em dezembro 2020.] 

Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique desapareceram dia 27 de dezembro Foto: Reprodução

Um suspeito de envolvimento no sumiço de três crianças em Belford Roxo, denunciado por um irmão como tendo sido a pessoa que jogou os corpos dos meninos em um rio, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Ele não confessou o crime, mas admitiu ter jogado sacos entregues por traficantes embaixo de uma ponte da cidade, situada na Baixada Fluminense. O delegado Uriel Alcântara, titular da DHBF, pediu a prisão do homem, mas a Justiça não deferiu o pedido e ele continua em liberdade. [prender? para que? também não vão perder tempo protegendo o irmão denunciante - se proteger dificultará a quase certa vingança dos traficantes.] Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, sumiram no dia 27 de dezembro do ano passado.

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De acordo com a denúncia feita pelo  irmão do suspeito, os meninos teriam sido espancados e mortos a mando do traficante José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha, que tem a prisão decretada por tráfico. [decretada, porém, não efetuada; fácil para o 'piranha' permanecer em liberdade: basta se esconder em uma das favelas do Rio - áreas em que por suprema determinação a Polícia não pode entrar.] O motivo do crime, ainda segundo o denunciante, seria que uma das crianças estaria envolvida no furto de uma gaiola de passarinho. O homem procurou inicialmente o 39º BPM (Belford Roxo) e depois foi encaminhado para a DHBF, onde contou que os corpos foram jogados na localidade conhecida como Ponte de Ferro 38, no bairro Amapá, na divisa dos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias.

 O ponto indicado fica em um local ermo, próximo ao Arco Metropolitano, e é considerado como área de desova de cadáveres. No depoimento prestado pelo suspeito,  ouvido na DHBF nesta quarta-feira, ele afirma que não sabia o que havia no interior dos sacos que foram jogados no rio, próximo à Estrada Manoel de Sá. 

Ainda não se sabe quando a polícia fará buscas para tentar encontrar os corpos dos garotos desaparecidos e confirmar se realmente foram ou não assassinados. Nesta quinta-feira, um parente dos meninos disse ainda não ter sido procurado pela polícia e que nada sabia sobre a denúncia feita nesta quarta-feira.  —  Não sabemos de nada. A polícia não nos comunicou nada oficialmente. Ainda continuamos com o mesmo sofrimento de não saber o que aconteceu com os meninos —  disse o tio de um dos meninos.

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As três crianças foram vistas pela última vez em uma feira do bairro Areia Branca, também em Belford Roxo. Moradores do Morro do Castelar, localidade que tem o comércio de drogas controlado pelo traficante Piranha, os meninos ainda foram flagrados por uma câmera de segurança quando estavam a caminho da feira.

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Pelo menos duas testemunhas também afirmaram, ao prestar depoimento na DHBF, terem visto os garotos no local. A polícia trabalha com a hipótese de que os meninos tenham desaparecido logo após sair da feira ou nas proximidades da comunidade em que moravam.

Procurada, a Polícia Civil emitiu uma nota sobre caso. Abaixo, a íntegra do documento.

"Um homem se apresentou no 39º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Belford Roxo e acusou o próprio irmão por envolvimento no desaparecimento de Lucas Matheus, Alexandre Silva e Fernando Henrique, que teriam sido mortos por traficantes da comunidade Castelar, em Belford Roxo. Após a declaração, o acusado foi detido pela PM e os dois foram ouvidos por agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). 

Em depoimento na unidade policial, ele negou as acusações feitas pelo irmão. Segundo a DHBF, as investigações continuam e buscas serão realizadas na possível área onde os corpos das crianças teriam sido levados."

Rio - O Globo