O Ministério Público Federal (MPF)
denunciou 11 brasileiros pela formação de uma organização criminosa e
por promoção do Estado Islâmico (EI) no País. Para o MPF, houve
tentativa de recrutar jihadistas para se juntar ao grupo terrorista na
Síria, discussões sobre atentados no Brasil e cinco dos envolvidos também respondem
pelo crime de corrupção de menores, que teriam sido recrutados pelo
grupo. A denúncia tem como base conversas que eles mantinham em
aplicativos de mensagem e redes sociais, interceptadas pela Polícia
Federal.
A denúncia, à qual o Estado teve acesso,
é resultado da Operação Átila, da PF, que correu em sigilo até março. O
inquérito serviu de base para a acusação do MPF. Ao menos sete pessoas
foram detidas desde outubro e outras deram depoimento após condução
coercitiva. Dois envolvidos permanecem presos
preventivamente. Jhonathan Sentinelli Ramos, de 23 anos, cumpria pena
por homicídio e se comunicava por celular de dentro do Complexo
Penitenciário de Bangu, no Rio. A Justiça determinou sua transferência
para a Penitenciária Federal de Campo Grande, de segurança máxima, onde
está Welington Moreira de Carvalho, de 46 anos. Os demais respondem em
liberdade.
As investigações começaram em novembro
de 2016, após a divisão antiterrorismo da PF receber um comunicado da
Guarda Civil da Espanha. No documento, a polícia espanhola informava que
números de telefones brasileiros estavam em grupos do aplicativo
WhatsApp suspeitos de “promover, organizar ou integrar” o EI. Alguns
tinham mais de 200 participantes. Segundo a denúncia do MPF, um dos grupos
identificados foi criado para promover atividades terroristas do EI e
era “destinado a discutir a criação de uma célula terrorista no Brasil”.
O título dessa comunidade virtual, que tinha 43 integrantes, era
“Estado do Califado no Brasil”.
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Segundo o Ministério Público Federal (MPF), alguns dos 11 acusados de promover o Estado Islâmico no Brasil planejavam um atentado terrorista no País. Entre as evidências estão instruções para a fabricação de explosivos encontradas no celular de Welington Costa do Nascimento. Outro indício seria uma troca de mensagens pelo celular entre Jonatan da Silva Barbosa e Brian Alvarado – um peruano que não está entre os acusados. No diálogo, eles discutem um ataque no carnaval.
Blog do Reinaldo Azevedo