Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Danilo Campetti atuava como assessor especial do governador de SP
A relação deLula com Tarcísio de Freitas já esteve melhor. Os dois entraram em rota de colisão nos últimos dias após o Ministério da Justiçaexigir a reintegração deDanilo Campetti, assessor especial do governador de São Paulo, ao quadro funcional da Polícia Federal.
Um ofício assinado pelo secretário executivo da pasta, Ricardo Capelli, foi enviado em abril ao gabinete do secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab,
com o pedido de retorno do servidor às suas funções na corporação. A
justificativa foi a falta de efetivo devido à criação de novas
diretorias na PF.
Campetti participou da condução coercitiva e da prisão de Lula durante a Operação Lava Jato e o escoltou, em 2019, quando o petista teve liberdade provisória concedida para ir ao velório do neto.
Naquele ano, a participação do agente nas operações gerou revolta entre a militância do PT por ele ser um apoiador declarado deJair Bolsonaro nas redes sociais. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, chegou a entrar com representação na PF e no Ministério Público Federal contra o policial. Auxiliares
de Tarcísio veem tentativa de vingança pessoal por parte do presidente e
também acusam Lula de interferir na gestão estadual.
Integrantes
do governo paulista dizem, ainda, que Campetti teme represálias devido à
sua filiação partidária. Ele foi candidato a deputado estadual em São
Paulo pelo Republicanos, partido de Tarcísio, mas não se elegeu e ficou
como segundo suplente da legenda na Alesp. Durante a campanha, divulgou
ostensivamente sua participação na prisão de Lula.
Há cerca de dois meses, interlocutores de Tarcísio procuraram o ministro da Justiça, Flávio Dino,
e conseguiram postergar a saída de Campetti. Na última semana, no
entanto, integrantes do governo federal mudaram a postura, exigiram o
retorno do servidor e disseram que se tratava de um pedido direto de
Lula.
O policial
vai se apresentar na delegacia da PF em São José do Rio Preto, no
interior de São Paulo, na próxima segunda-feira (5). Há o receio de que
ele seja transferido para outra região do País. Além de Dino, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o diretor-geral da PF, Andrei Passos, foram procurados, mas não conseguiram dissuadir o presidente.
Campetti
foi cedido em janeiro para assumir seu cargo. Durante o mandato de
Bolsonaro na Presidência, teve funções no ministério da Agricultura e, a partir de dezembro de 2021, no gabinete de Tarcísio, então ministro da Infraestrutura. Naquele período, se tornou homem de confiança do atual governador.
Ele
também é próximo de Bolsonaro, com quem conviveu durante a campanha de
2018, quando foi destacado para a equipe de segurança do ex-presidente.
Foi um dos agentes que o socorreu após a facada em Juiz de Fora.
O
Ministério da Justiça informou em nota que, “no dia 4 de janeiro de
2023, foi publicada portaria que determinou o recadastramento e retorno
de todos os seus servidores cedidos”. Acrescentou que a presidência da
República não participa de análises de pedidos de cessão.
Procurado pelo Estadão, Passos disse que não comenta processos da área de recursos humanos da corporação. Campetti não quis se manifestar.
CPI da Pandemia: diretor da Prevent Senior não comparece a depoimento
Com isso, colegiado realizou sessão administrativa e de debates
Diante
da ausência dodiretor executivo da operadora de saúde Prevent Senior,
Pedro Benedito Batista Júnior, na Comissão Parlamentar de Inquérito da
Pandemia do Senado nesta quinta-feira (16), o colegiado realizou uma
sessão administrativa e de debates.
A Prevent Senior a chamou atenção da CPI após denúncias de uma
possível pressão para que os médicos conveniados prescrevessem
medicamentos do chamado tratamento precoce para a covid-19, sem eficácia
e segurança comprovada. A denúncia dos médicos também é objeto de
avaliação no Tribunal de Contas da União (TCU), segundo o senador
Humberto Costa (PT-PE), autor do requerimento de convocação.
Defesa A defesa de Pedro Benedito Batista Júnior informou à comissão que o
e-mail da CPI com a intimação para o depoimento chegou ontem (15) no fim
da tarde e que, por isso, não houve tempo hábil para garantir a
presença do médico na comissão. "De acordo com o artigo 218 (parágrafo
segundo) do Código de Processo Civil, o prazo mínimo para atender a uma
convocação desta natureza é de 48 horas", justificaram os advogados em
nota.
O documento acrescenta que a Prevent Senior prestou todos os
esclarecimentos encaminhados pela CPI nos últimos meses e que “continua à
disposição para quaisquer esclarecimentos complementares”. Segundo a
defesa, o médico deve comparecer à comissão se receber outra notificação
com maior tempo tanto para chegar a Brasília quanto para a análise dos
autos que embasaram a convocação. Os advogados ressaltaram que a possibilidade de um pedido de condução
coercitiva do convocado também não seria possível, pelo fato de o
diretor não ter se recusado a comparecer – o que, para a defesa, ele
“tem amparo legal para assim fazê-lo”.
Sobre o fato de ontem o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal (STF), ter autorizado Pedro Benedito Batista Júnior a
não responder perguntas que possam incriminá-lo, a Prevent Senior
explicou que “o habeas corpus concedido pelo STF ao médico não tem por
objetivo conseguir o silêncio do convocado, mas meramente impedir que
ele seja alvo de eventuais constrangimentos ilegais”.
Novas datas O presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), propôs que os
depoimentos de Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU), e
Pedro Benedito Batista Júnior sejam marcados para terça (21) e
quarta-feira (22), respectivamente.
Aziz defendeu ainda que, na próxima quarta, também seja chamado a
depor pelo menos um dos médicos que enviaram à comissão "mensagens e
gravações fortíssimas", relatando ameaças sofridas em hospitais durante a
pandemia. O presidente da CPI aproveitou a discussão e conseguiu
aprovar um um requerimento que pede que o Conselho Regional de Medicina
(CRM) de São Paulo envie à comissão informações sobre apurações em
andamento sobre essas denúncias.
Antecipação Inicialmente, a ideia da CPI era ouvir o diretor executivo da Prevent
Senior na sexta-feira (17). A cúpula da comissão decidiu antecipar a
oitiva para hoje, após Danilo Trento, diretor da Precisa, cujo
depoimento estava previsto para hoje, não ter sido encontrado para ser
notificado de que teria de comparecer à CPI. [será que esse presidente do Circo Parlamentar de Inquérito não desconfiou que a CPI que ele presidiu acabou, chegou a fase em que vai quem quiser e quando quiser.]
CPI adia análise de convocação de Braga Netto e deixa general 'pendurado'
Senador Alessandro Vieira informou que vai refazer o pedido e apresentá-lo novamente
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, adiou nesta terça-feira, 3, a decisão de convocar o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, para prestar depoimento. O senador Alessandro Vieira
(Cidadania-SE) retirou o requerimento de pauta e informou que vai
refazer o pedido e apresentá-lo novamente. Nos bastidores, senadores
querem deixar Braga Netto com receio de uma investigação que está longe
de sair do radar da CPI e pode prejudicar ainda mais o governo de Jair Bolsonaro.
"Braga
Netto coordenava Saúde, Justiça e Segurança Pública, Defesa, Relações
Exteriores, Economia, Cidadania, Mulher, Família, Direitos Humanos,
Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Governo, GSI, AGU, CGU,
Banco Central, Anvisa, Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES",
enumerou Vieira. “Esse cidadão, sentado na cadeira, coordenava as ações
de todos esses órgãos. Se esse cidadão não precisa ser ouvido numa CPI
que investiga ações e omissões do governo federal, tenho dúvida de quem
precisa”.
Braga Netto é um dos ministros mais próximos do presidente Jair Bolsonaro. Como revelou o Estadão, o presidente da Câmara, Arthur Lira
(Progressistas-AL), recebeu dele um duro recado no último dia 8, por
meio de um interlocutor político. Na ocasião, o general pediu para
comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022 sem
aprovação do voto impresso, atualmente em tramitação na Câmara.
A mesma declaração foi dada publicamente por Bolsonaro várias vezes, tanto que, na noite desta segunda-feira, 2, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu abrir inquérito
[administrativo] sobre as acusações sem provas feitas por ele contra o sistema
eletrônico de votação e as ameaças às eleições de 2022. Além disso, o
TSE pediu que o Supremo Tribunal Federal inclua Bolsonaro no inquérito das fake news, em tramitação na Corte. O ministro Alexandre de Moraes deve decidir ainda nesta terça-feira, 03, sobre isso.
Na
primeira sessão presencial da CPI após o recesso, nesta terça-feira, 3,
Alessandro Vieira defendeu a necessidade de ouvir o depoimento de Braga
Netto. O senador afirmou que, em 16 de março do ano passado, o general
era ministro da Casa Civil e foi "designado como coordenador do comitê
de crise de combate à Covid".
"Esta é a figura que precisa ser
convocada para sentar naquela cadeira e explicar por que ele, como
coordenador, dotado de todos os poderes necessários, foi incapaz de
evitar esse desastre", disse Vieira. "Não há nenhum tipo de desapreço ou
de diminuição das Forças Armadas. É um cidadão que ocupou um cargo
civil e que ocupa hoje um cargo civil. E, nesta condição, precisa, sim,
ser chamado à CPI para prestar esclarecimentos."
Os senadores
governistas reagiram à possível convocação de Braga Netto e, nessa
empreitada, foram acompanhados por Eduardo Braga (MDB-AM) e Otto Alencar
(PSD-BA). "Creio que, se for do entendimento da maioria, o
general Braga Netto terá que vir aqui num momento em que estejamos
prontos para fazer as perguntas e fazer a conclusão sobre o depoimento
do general Braga Netto. Trazer o general Braga Netto a esta comissão,
aprovar o seu requerimento hoje, criar um factoide político, não termos
esses questionamentos e não termos esta conclusão da CPI, me parece uma
construção inoportuna diante de um cenário político nacional", afirmou
Eduardo Braga.
No começo da tarde, o senador Alessandro Vieira
apresentou um novo requerimento pedindo a convocação de Braga Netto. O
parlamentar afirmou, no documento, que o ministro deve explicar a
"inércia e negligência" na coordenação de Gabinete de Crise contra a
covid-19.[será que o senador Vieira acha que pode tratar um oficial general da forma, que tudo indica, tratava suspeitos que abordava quando era policial e fazia policiamento nas ruas de sua cidade?]
Vieira quer que Braga Netto detalhe como se deu sua
atuação no projeto de lei que liberava vacinas para clínicas privadas e
relate o que fez durante o colapso do oxigênio de Manaus. O senador
ainda pede que o ministro esclareça se foi o responsável por convocar e
conduzir uma reunião, no ano passado, na qual foi debatida a edição de
um decreto presidencial para mudar a bula da cloroquina . A alteração,
que não se concretizou, passaria a permitir que o medicamento fosse
indicado ao tratamento da covid.
Comissão no Senado acerta ao fazer um inventário sobre omissões do governo durante a pandemia, mas se precipita nas acusações de corrupção
Instalada em abril passado com o propósito de apurar eventuais omissões no combate à Covid-19, a CPI da Pandemia começou a ganhar tração ao reunir fatos, ouvir testemunhas e recolher evidências que sugerem que o governo, por erro, negligência ou ação direta, pode ter contribuído para ampliar a crise sanitária provocada pelo coronavírus. Às vésperas de uma eleição presidencial, um inventário apontando o presidente da República como responsável direto ou indireto por mais de 500 000 mortes já seria uma arma de enorme potencial de destruição.
Durante as
investigações, porém, surgiram indícios de corrupção no Ministério da
Saúde. Os parlamentares de oposição vislumbraram uma trilha ainda mais
promissora, que até agora não rendeu provas concretas de
irregularidades, mas levou a comissão a um pesado embate com os
militares. [os únicos fatos que circularam na Covidão, nos dias recentes, foi o indiciamento por crime de corrupção do relator Calheiros e ser lembrado que o mesmo senador quando presidia o Senado foi impedido de assumir, temporariamente, o cargo de presidente da República por responder processo penal no STF.] a Na terça-feira 13, o senador Renan Calheiros, relator da CPI,
defendeu a convocação do general Braga Netto, ministro da Defesa, para
depor sobre supostas ilegalidades no processo de compra de vacinas. A
temperatura subiu.
[os gênios da CPI se incumbem, com êxito total, em desmoralizar as investigações que pensam estar realizando. Desmoralização que decorre do descrédito quando o 'circo parlamentar de inquérito', após três meses de espetáculos, ainda não decidiu se acusa o governo Bolsonaro - ainda que no terceiro escalão - de retardar a compra de vacinas contra o coronavírus ou de apressar a compra = uma opção, qualquer que seja, é anulada pela outra.
Além do fato que as acusações de retardar a compra, esbarra no detalhe de tal atraso ter ocorrido antes da primeira vacina ser disponibilizada no mercado = comprar o que não existe para venda?
Já as acusações de comprar por preço superior ao do mercado, :- em uma das acusações a compra não chegou a ocorrer e em outra o superfaturamento ocorreria comprando do governo chinês,uma vacina já fabricada no Brasil e com preço público;
ainda não conseguiram provar um item que seja do que apregoam como verdade em suas narrativas - inexistem provas, condição comum a quando se investiga crimes que não ocorreram;
- apresentavam como prova robusta de uma imaginada prática de prevaricação pelo presidente da República - prevaricação para esconder um crime que não ocorreu - o depoimento de um servidorzinho do quinto escalão do MS, que é irmão de um deputado enrolado = só que quando a coisa saiu do circo e foi para a PF, onde as provas são essenciais para que acusações prosperem, o mano do parlamentar lembrou-se que tinha esquecido de gravar a conversa que disse na CPI ter mantido com Bolsonaro e que no entender do trio formado pelo "3 p..." , da Covidão, era a prova fundamental da prevaricação que não ocorreu.] ;
A poucos metros do Congresso, num poderoso gabinete do Palácio do Planalto, um importante auxiliar do presidente da República acompanhava pela televisão a sessão da CPI no momento em que o senador falava sobre a necessidade de chamar o ministro da Defesa para depor.“Parece que eles realmente decidiram esticar a corda”, disse o assessor, que, na sequência, passou a simular um cenário, hipotético, segundo ele. “O que aconteceria se o Braga fosse convocado e não comparecesse?”, especulou. “A Polícia Federal vai bater na casa do ministro da Defesa para levá-lo à força?” Após um silêncio no gabinete, o assessor continuou seu raciocínio: “E se, na hora de conduzi-lo, o general estiver acompanhado de alguns seguranças armados de fuzil? Você imagina o que poderia acontecer?…”. “E o que poderia acontecer?”, perguntou o interlocutor. Antes de dar a resposta, o auxiliar ponderou que não havia possibilidade de a crise entre a CPI e os militares evoluir a esse ponto, até porque, apesar da fricção, estavam em andamento negociações para evitar a convocação do general Braga Netto.
Na quarta-feira 7, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que “fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”. O senador fez o comentário depois de ouvir de um informante da comissão que alguns coronéis que participavam das negociações sob suspeita recebiam ordens diretas do então ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, que ocupou o cargo até março deste ano. Por essa teoria, o general estaria diretamente envolvido num esquema de corrupção que os senadores acreditam que foi criado no Ministério da Saúde para beneficiar uma empresa privada que intermediou a venda de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin. O envolvimento do general empurraria o caso para dentro do Palácio do Planalto, mais precisamente para a antessala de Jair Bolsonaro. Pelo lado político, é o que os senadores oposicionistas mais desejam. O fato é que até agora não existe uma mísera prova concreta que sustente essa teoria — o que abriu caminho para um pesado, preocupante e desnecessário embate retórico entre o Congresso, os militares e o próprio presidente da República.
A reação dos militares veio por meio de uma nota conjunta assinada pelo ministro da Defesa e pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. “As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.” Na sequência, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Jr., concedeu uma entrevista ao jornal O Globo. Perguntado sobre se era uma ameaça o trecho da nota que diz que os militares não aceitariam ataques levianos, respondeu que era apenas “um alerta”.E arrematou:“Nós não enviaremos cinquenta notas para ele (Omar Aziz). É apenas essa”. No mesmo dia, o almirante Almir Garnier, chefe da Marinha, endossou as palavras do colega por meio de um tuíte em que dizia que “nos momentos de festa ou de dor, os militares estarão sempre unidos, em prol do povo brasileiro”. O comando da CPI entendeu o conjunto das mensagens como uma ameaça. “Não estou interessado em saber o humor de militar. Eles não vão aceitar o quê? Se tiver que investigar general por corrupção eles vão fazer o quê? Vão mandar me matar? Vão dar um golpe?”, disse Omar Aziz a VEJA. “Não podemos ter medo de arreganhos, de ameaças, de intimidações, de quarteladas”, emendou Renan Calheiros, ao reforçar o pedido de convocação de Braga Netto. [só que após o enquadramento do senador Aziz, tanto ele como seu fiel escudeiro, o relator Calheiros, optaram pelo conveniente silêncio.] Como se diz no jargão político, a corda esticou.
No embalo, fiel ao seu estilo de jogar gasolina em incêndios, o presidente Bolsonaro chamou a cúpula da comissão de “os três patetas”,acusou o senador Omar Aziz de ter desviado recursos da Saúde quando foi governador do Amazonase, [fato: a esposa do senador Aziz e três irmãos do senador foram presos - a madame por duas vezes - em uma investigação por corrupção na área de Saúde, quando o senador governava o Amazonas; quanto ao pedido de informações foi alvo do oportuno esquecimento por parte dos que o enviaram.]ao ser indagado sobre um pedido de informações que lhe fora encaminhado pelos senadores, respondeu com um impropério. Longe dos holofotes, e com a temperatura cada vez mais quente, os personagens envolvidos na encrenca finalmente perceberam que ninguém tem muito a ganhar com o acirramento dos ânimos e deram uma chance à sensatez. O comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira, um dos signatários da nota do Ministério da Defesa, conversou por telefone com o presidente da CPI. Aziz e Oliveira se conhecem há anos. O general foi comandante da 12ª Região Militar, que inclui o Amazonas, quando o parlamentar era governador do estado. O tom da conversa foi ameno e o teor, absolutamente diplomático — e, ao que parece, produziu bons resultados.
Pelo lado do governo, sem alarde, o presidente Bolsonaro determinou que os senadores Flávio Bolsonaro, o Zero Um, e o governista Marcos Rogério (DEM-RO), titular da CPI, entrassem em campo para evitar que, instados por Calheiros e Aziz, os senadores aprovem o requerimento de convocação do general. Para que os dois lados fiquem bem, a missão dos parlamentares é transformar a convocação do ministro em convite. Se isso acontecer, o general poderá marcar a data e a hora do seu depoimento e comparecer se quiser.Se for convocação, é diferente. Caso não compareça, a comissão poderá solicitar a condução coercitiva do ministro da Defesa — hipótese em que a polícia poderia buscá-lo onde estivesse, inclusive no Palácio do Planalto, e o levaria à força ao Congresso Nacional. Era exatamente sobre esse cenário que o assessor de Bolsonaro citado no início desta reportagem divagava enquanto assistia à sessão da CPI. Antes de encerrar a conversa, o auxiliar havia perguntado ao interlocutor o que ele achava que aconteceria diante da possibilidade de ocorrer tal impasse. “Pode ter certeza que vai dar m…!”, ele mesmo concluiu. O Brasil não precisa disso, mas de paz e ponderação.
Publicado em VEJA, edição nº 2747, de 21 de julho de 2021
"(...) e, redesignada nova data para
seu comparecimento em até 05 (cinco) dias úteis, estarão sujeitas, como
qualquer cidadão, não importando o grau hierárquico que ostentem no
âmbito da República, à condução coercitiva ou 'debaixo de vara'". (Celso de Mello)
A forma desrespeitosa como o ministro Celso de Mello tratou as
testemunhas arroladas por Sérgio Moro, destacadas figuras do governo e
do Parlamento, entre elas três oficiais generais, é de uma grosseria que
desqualifica a autoridade que emitiu a ordem.
Desconhecer o
intuito provocador dessa redação exige um cérebro com dependências para
alugar.O ministro usou de seu poder para alertar às instituições sobre
quem é que manda e não pede. Para testá-las ao limite. Valeu-se das
autoridades mencionadas, integrantes dos outros dois poderes da
República para, num mero ato de ofício, impor constrangimento às Forças
Armadas e ao Congresso, e pôr a opinião pública nos eixos dele ministro.
É conhecido o desagrado dos ministros do Supremo com as apreciações
feitas a alguns deles em manifestações de vulto nacional que refletem
rejeição à instituição STF. Emergem desses eventos de rua, aqui ou ali,
de modo episódico e esparso, anseios não democráticos. É indiscutível,
porém, que cidadãos na rua, expondo seu sentir e seu querer, estão
exercitando a democracia em uma dimensão que lhe é essencial e que
deveria cobrar juízo de quem escuta. Celso de Mello,
inequivocamente, tratou as autoridades convocadas como se fossem
bandidos. Em relação aos bandidos de verdade, aliás, o próprio STF ditou
regras restritivas à condução coercitiva. Ele, no entanto, aplicou, em
acréscimo, o arcaísmo “debaixo de vara”, usado no Código Criminal do
Império, quase dois séculos atrás. Então, vara era vara mesmo, que
intimida, cutuca e machuca. A ordem foi e persiste como afronta. O
ministro atirou sobre o que viu para acertar em todos aqueles cujas
opiniões e manifestações o desagradam. Quando novembro vier ele vai
embora, tarde. Sem deixar saudades. A nação não se sente servida.
Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é
arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Parece que tem muita gente por aí que anda com os “miolos”
jurídicos fundidos.
Com efeito, não é sem motivo o enorme desconfortoe os protestos que têm causadoo polêmico [ não esqueçamos: o despacho dos DES = desaforado, desnecessário e desrespeitoso.
Quanto a ser polêmico não chega a tanto, de tão óbvias que são sua intenções.
Lembrar aos executores do despacho a forma de proceder foi algo também impertinente, por óbvio, são competentes e conhecem as leis brasileira.
Usar no despacho se referindo a oficiais generais e outras autoridades - todas merecedoras do respeito, da confiança - termos adequados para bandidos, convenhamos é extremamente inoportuno, deselegante e mesmo provocativo.]despacho do MinistroCelso de
Mello, do STF, nos autos doInquérito Nº
4.831-DF,de iniciativa doProcurador
Geral da República, pelo qualSua
Excelência ordena à autoridade policial a oitiva de 11 autoridades públicas, senecessário sob “condução coercitiva”, ou “debaixo de
vara”.
Inserção efetuada pelo Prontidão Total
A ordem de intimação para serem ouvidas as citadas 11 (onze) testemunhas, na Policia Federal, tem
como alvo três generais que integram o Ministério do Governo de Jair Bolsonaro,
mais precisamente, os Generais Luiz EduardoRamos, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, e Walter Souza Braga Netto, respectivamente,
Ministro Chefe da Secretaria de Governo, Ministro do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência, e Ministro Chefe da Casa Civil.
Além dos três citados generais, a ordem também atinge uma
Deputada Federal, e 7 (sete) Delegados da Policia Federal, que também deverão
ser ouvidos.
Ora, nos termos do ordenamento jurídico pátrio, é evidente que
ninguém pode se negar a depor como
testemunha, mesmo as mais altas autoridades, havendo, no entanto, certosprivilégios meramente formais para
determinadas pessoas, como a combinação de data e localem que serão ouvidas. Vê-se, já por aí, que nem sempre se aplica na
prática o mandamento constitucional da “igualdade de todos perante a lei”. Com certeza,Sua
Excelência devia estar plenamente consciente da enorme repercussão pública que teria o seu
“despacho”, na certeza de que milhões e
mais milhões de pessoas iriam se
debruçar sobre o seu “canetaço” interlocutório, quase “enciclopédico” e, de
certo modo, verdade, rico emerudição
jurídica ,fazendo, no entanto, um gigantescoesforço para desmoralizar, especialmenteperante a opinião pública, as referidas autoridades política, policiais
e militares. Mas, muitas vezes, como dizem, “o diabo mora no
detalhe”.
Provavelmente na busca de“estrelismo”,Sua Excelência
resolveu “atalhar”o disposto noartigo
218 do Código de Processo Penal, pelo qual “Se regularmente intimada,a
testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá
requisitar à autoridade policial, a sua apresentação”.
Mas de ondeSua
Excelência “tirou”,”antecipou”, que as 11 testemunhas não iriam comparecer à
audiência policial que seria designada para seriam ouvidas, quando, daí sim, e
só após essa informação da autoridade policial, caberia a referida ordempara“condução coercitiva”, ou“debaixo de vara”?
Porventura Sua Excelência não estaria confundindo aParlamentar Federal ,os Delegados Federais,e os Generais Ministros do Governo,
pessoas que trabalham, têm profissão e endereços certos, com aqueles delinquentes e malandros que não
têm endereço e nem trabalham, vivendo escondidos da Polícia e da Justiça, e que
até já setornaram espertosem “driblar” os órgãos de repressão ao crime
?
Decisão do ministro ordena que os depoimentos dos generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos sejam tomados até por 'condução coercitiva' ou 'debaixo de vara'
Os ministros militares do governo se dizem ofendidos com a decisão de Celso de Mello, magistrado do STF, de ordenar que os depoimentos dos generais Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, Walter Braga Netto, da Casa Civil, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, sejam tomados até por "condução coercitiva" ou "debaixo de vara". Eles são testemunhas no inquérito na Corte que apura as acusações de Sérgio Moro, ex-titular da pasta de Justiça e Segurança Pública, de possível interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
A equipe de generais que auxilia Bolsonaro avalia que, embora os termos usados pelo ministro da Corte sejam jurídicos,a redação do texto foi "desrespeitosa" e "desnecessária" na referência a eles. [o viés da redação é nitidamente provocativo.] Interlocutores do Planalto ouvidos pelo Estadoreiteraram que Celso de Mello não levou em conta a trajetória de três militares do mais alto posto do Exército, considerados pessoas "acima de quaisquer suspeitas". A decisão atinge também, no entanto, testemunhas civis ou integrantes da Polícia Federal no inquérito, como a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e os delegados Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira, Alexandre Ramagem Rodrigues e Maurício Leite Valeixo — este último, ex-diretor da instituição e um dos pivôs da crise entre Moro e Bolsonaro.
O trecho da decisão de Celso de Mello que irritou os ministros militares destacou que, "se as testemunhas que dispõem da prerrogativa fundada no art. 221 do CPP, deixarem de comparecer, sem justa causa, na data por elas previamente ajustada com a autoridade policial federal, perderão tal prerrogativa e, redesignada nova data para seu comparecimento em até 05 (cinco) dias úteis, estarão sujeitas, como qualquer cidadão, não importando o grau hierárquico que ostentem no âmbito da República, à condução coercitiva ou 'debaixo de vara'". O clima é de desconforto no Palácio e nas Forças Armadas.Oficiais da ativa e da reserva de fora do governo fizeram coro e disseram que se sentiram atingidos e tratados como"bandidos". Na Presidência, a decisão de Celso de Mello foi discutida em reunião, na manhã de ontem, quarta-feira, no Palácio. Chegou-se a pensar em uma reação às expressões usadas por Mello, mas a turma do "deixa disso" entrou em campo, tentando amenizar a situação. O entendimento no Planalto foi de que não se tratava de um caso do Ministério da Defesa e dos comandos militares, mas de "ministros da Presidência". Ainda no encontro, alguns citaram notícias de bastidores de que ministros do STF consideraram a decisão de Celso de Mello exorbitada e excessiva.
As decisões de Moraes e agora de Celso de Mello são consideradas "graves" na Presidência. Uma fonte qualificada que não quis se identificar avaliou que o STF dá sinais de que as interferências estão indo além do aceitável no que considera um "descumprimento flagrante da Constituição, que fala em harmonia e independência entre os poderes". No dia 19 de abril, Bolsonaro participou de uma manifestação contra o Supremo e o Congresso em frente ao Quartel-General em Brasília, deixando seus ministros-generais em saia justa.
É uma briga antiga. Ainda na campanha presidencial, o filho dele e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse, em vídeo gravado, que um soldado e um cabo podiam fechar a Corte. A afirmação ocorreu numa resposta a um estudante de cursinho que perguntou qual seria a postura do pai se fosse impedido pelo STF de assumir a Presidência. Na época, Jair Bolsonaro pôs panos quentes e afirmou que a frase do filho foi retirada de contexto. De lá para cá, a rede na internet liderada pela família mantém um ataque sistemático aos magistrados. Os ministros militares do Planalto sempre deixaram claro seu afastamento da rede e dos filhos do presidente e lembraram que também são vítimas de linchamentos virtuais, mas no entendimento do Judiciário e do Congresso não é possível ignorar o poder do clã do presidente no conjunto do governo.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal
exerceu o direito de errar por último, como Rui Barbosa definiu ser
prerrogativa do STF. Mas o Supremo é composto por 11 ministros, onze
ilhas, na definição de Sepultada Pertence, “Os Onze” retratados com
maestria pelo livro desse nome dos jornalistas Felipe Recondo e Luis
Weber.
Portanto, os três votos que inovaram a interpretação da lei para
anular o primeiro julgamento da Lava-Jato, usando uma criatividade que
até o momento era atribuída apenas ao “direito de Curitiba”, na
expressão jocosa do ministro Gilmar Mendes, não representam a opinião do
pleno, e em algum momento o caso deverá ser enfrentado pelo conjunto do
Supremo. Ou então a própria Segunda Turma, diante da má repercussão da medida
na opinião pública, pode explicitar no acórdão que os efeitos da decisão
só se produzem nos processos posteriores, não tendo efeito retroativo
para os casos em que a defesa não alegou cerceamento em recurso ainda na
primeira instância.
Essa interpretação de que os réus delatores são parte da acusação, e
por isso o réu delatado deve ter o direito de se defender por ultimo,
deve servir para basear pedidos de anulação de uma série de processos,
pois nunca os juízes separaram delatores e delatados,sempre
considerados réus igualmente. [a interpretação do inicio deste parágrafo só serve para criar um círculo vicioso e levar o julgamento para uma duração infinita.
A condição de os RÉUS delatores serem parte da acusação não elide o fato que também são réus e sendo réus terão o direito de se manifestar por último, levando a novo pedido dos delatados de serem os últimos e, por óbvio cada vez que for concedido ao delatado (réu) o direito de falar por último, o delator (réu) vai requerer o mesmo direito.
Natural que os 'supremos' ministros, especialmente os integrantes do 'jardim do Eden' tem a solução para essa situação 'suprema' - esse aprendiz de escriba, só pensa em uma: prazo único e simultâneo para todos os réus - delatores e delatados - e, mesmo assim vai dar um rolo.] A anulação com base nessa nova interpretação da Segunda Turma, porém,
só seria possível em situações como a de Bendine, em que a defesa dos
réus pediu que falassem depois dos delatores. [uma pergunta que não quer calar: conceder ao réus delatados o direito de falar por último, não estará cerceando a defesa dos réus delatores?] Os que assim fizeram,
antes da primeira condenação, tiveram seus recursos negados pelo juiz de
primeira instância, pelo TRF-4 e pelo STJ, e agora podem ser
beneficiados.
Como salientei ontem, o advogado Cristiano Zanin não fez esse recurso
no julgamento de primeira instância nos dois julgamentos em que Lula
foi condenado, o do triplex, e o do sítio de Atibaia, mas tenta se
aproveitar da nova interpretação no julgamento em curso do processo
sobre o terreno do Instituto Lula dado pela Odebrecht. A decisão do juiz Luiz Antonio Bonat ainda não foi divulgada mas,
como de praxe, ele deu aos réus o mesmo prazo, fossem delatores ou não.
Como o julgamento não terminou na primeira instância, basta que o juiz
que substituiu Moro siga a nova instrução do Supremo, refazendo essa
parte do processo, concedendo à defesa de Lula o direito de ser a última
a falar.
A única possibilidade de que a decisão da Segunda Turma atinja a todos os condenados seria mais uma interpretação criativa. Devido à controvérsia que a decisão causou, era provável que o
recurso da Procuradoria-Geral da República fosse encaminhado pelo
relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin, para decisão do plenário do
Supremo. Foi o que ele fez, ontem à noite, usando outro processo. Será a única maneira de esclarecer se essa criatividade jurídica
conta com o respaldo da maioria do STF. Se a Segunda Turma recebesse o
recurso, dificilmente o resultado seria diferente. Pode até ser que a
ministra Carmem Lucia, que surpreendeu a todos votando junto com Gilmar
Mendes e Lewandowski, defendesse a tese de que a decisão se restringe
ao caso de Bendini. Os dois outros teriam interpretação diferente,
provavelmente, e o resultado seria um empate de 2 a 2, que beneficiaria o
réu.
O ministro Celso de Mello está internado, e provavelmente não
retornará ao trabalho tão cedo. A defesa de Lula poderia se aproveitar
dessa baixa na Segunda Turma para apresentar o recurso, alargando sua
interpretação. Esta é a primeira grande derrota da Operação Lava-Jato no
Supremo, pois resultou na anulação de uma condenação. As outras derrotas, como o fim da condução coercitiva, ou a contenção
da prisão preventiva, foram superadas na prática do dia a dia. Agora,
depois da divulgação de "diálogos" [????] entre Sergio Moro e Dallagnol, e entre
os procuradores de Curitiba entre si, foram revelados detalhes pessoais
dos investigadores que reforçaram uma rejeição que já havia latente em
muitos dos ministros do Supremo, e expressada por outros, sendo o mais
contundente o ministro Gilmar Mendes.
Mesmo que as conversas não revelem nenhuma irregularidade jurídica
nas decisões tomadas, mostram uma faceta nada edificante das
investigações. São questões morais que não deveriam interferir no
julgamento, mas interferem. Muitos atribuem a esse incômodo o voto da
ministra Carmem Lucia.
Para o antipetismo, as ações de Moro foram sensacionais [só a corja lulopetista e os militância petista imbecil é que condenam Moro.
A trupe lulopetista concentrou todas suas esperanças, incluindo a libertação do presidiário Lula, nos diálogos publicados pelo IntercePT;
só que o resultado foi 'o escândalo que encolheu.']
No depoimento de quase nove horas no Senado, o ministro da Justiça,
Sergio Moro, usou a palavra "sensacionalismo" 45 vezes para se referir à
série de reportagens do site "The Intercept" que revelam suas conversas
com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato. Foi a
maneira de desqualificar as suspeições de parcialidade como então juiz
federal responsável pela força-tarefa. Moro defendeu que tantos diálogos
entre magistrado e acusação é algo absolutamente normal. Mas, enquanto
titular da 13ª Vara Criminal de Curitiba, Moro formou com Dallagnol um
casal sensacional.
Com a ajuda do procurador, tornou-se herói nacional do combate à
corrupção para uma parte da população politicamente mobilizada. Para
outra parte da opinião pública, Moro foi juiz punitivista, inquisitório e
parcial. Até o momento, as mensagens hackeadas de celular,
individualmente, não causaram estrago capaz de derrubar a imagem do
ministro. Mas, em conjunto, formam o quadro do ator político em busca de
espaço. Tem minado.
Se Moro não quisesse causar sensação, não teria feito de uma condução
coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de
março de 2016, um espetáculo midiático. Não teria retirado, menos de
duas semanas depois, o sigilo do grampo telefônico entre Lula e Dilma,
decisão inconstitucional segundo o então relator da Lava-Jato no Supremo
Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki - o vazamento do áudio acabou
com as chances do governo petista de reagir às pressões pelo
impeachment. Não teria divulgado a delação premiada do ex-ministro
Antonio Palocci, às vésperas do primeiro turno, no ano passado. Para o antipetismo, as ações de Moro foram sensacionais. Se parciais,
pouco importa. A Justiça serviu à política. Os fins justificaram os
meios. O juiz abandonou a toga e aderiu ao presidente favorecido pela
condenação que tirou da disputa o principal adversário eleitoral. Ao
aceitar o convite para ocupar o ministério da Justiça e Segurança
Pública, Moro passou a servir a um grupo político - não a um qualquer,
mas o que conduz o governo de perfil ideológico mais radical desde a
redemocratização. A história do juiz que prendeu Lula[quando Moro prendeu o ladrão Lula, Bolsonaro sequer era candidato - quase todos consideravam sua possível candidatura apenas um projeto fadado ao fracasso - então, qual o interesse de Moro em condenar Lula para agradar Bolsonaro? Lula foi condenado por ser um criminoso e abundarem provas - validadas por várias instâncias do Judiciário - da culpa do presidiário petista.] e virou ministro
de Bolsonaro não precisaria de hacker para ser contada. Moro deixa suas
intenções transparentes.
A moldura geral está dada à pintura. Cada revelação eventual de novos
diálogos do Telegram, se não for explosiva como um Pollock, tem o
potencial de ser o pontilhismo de um Seurat que retrata a paisagem e o
personagem. Talvez não chegue ao estardalhaço do esquemático PowerPoint
de um Dallagnol, promotor de motivos para vincular Lula ao esquema de
corrupção na Petrobras. Não se tem registro de que Moro viu ali
sensacionalismo, embora tenha alertado ao colega: "A reação está ruim". [estava; agora, a cada nova publicação das 'conversas', o escândalo desejado encolhe a Moro cresce.]
É certo que, pela legislação brasileira, o juiz que profere a sentença é
o mesmo que dirige investigações - característica institucional que
favorece a confusão de papéis. Mas um dos pontos que chamam a atenção
nas conversas é que Moro e Dallagnol tratam de cálculos e estratégias
políticas - e não jurídicas, o que já seria impróprio - para dar cabo a
objetivos definidos. Vem daí a importância do controle dos humores da opinião pública, de
estancar a capacidade de sobrevivência do governo federal e de escolher
líderes e grupos políticos aliados, como sugere o alerta de Moro sobre a
possibilidade de se investigar o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso: "Melindra alguém cujo apoio é importante".
Juntando os pontos, fica difícil não observar que a atuação da Lava-Jato
foi além da arena jurídica. Ultrapassar as fronteiras não significa que
a força-tarefa não tenha acertado quando se ateve ao que deveria ser
seus limites - pela primeira vez, prendeu representantes de uma elite
política e econômica e reduziu a percepção de impunidade crônica no
país. Também não significa que tenha errado ao responder, estrategicamente, ao
sistema político, por uma questão de preservação. Ninguém espera que um
juiz ou promotor seja naïf. Mas lhe faltou comprovada a ação
indiscriminada e de uma operação isenta em momentos críticos da disputa
política nacional.
A Lava-Jato não favoreceu o apaziguamento das tensões políticas, em alta
voltagem desde 2014. Tornou-se ela mesmo objeto de paixão. Buscou
ancorar sua legitimidade no sentimento popular de aprovação. Enredou-se
na conjuntura e nos destinos eleitorais como partido a dar e tirar
cartas da manga. Levou à decapitação parte expressiva da classe
política. Baniu líderes corruptos, ainda que experientes. Abriu uma
estrada para a histeria e o radicalismo. A cruzada pela Justiça não fez o
país reencontrar o seu centro. Pelo contrário.
O combate à corrupção teve como efeito colateral desarrumar a economia e
a política, ambas mergulhadas num caldo de rápida transformação de
comportamentos e de tecnologia. O avanço das redes sociais mostrou-se
compatível com a regressão da civilidade. Os algoritmos que criam bolhas
de opinião aproximaram os marginais do pensamento. Nenhuma posição é
vergonhosa e incorreta, desde que seja curtida e compartilhada. O
vale-tudo das ideias pouco ilustradas e reacionárias, das fake news e da
promiscuidade de mensagens trocadas por aplicativos desenha o cenário
de um país que terá um longo caminho para voltar ao seu eixo. A política
precisa se reconfigurar, se reconciliar, se desintoxicar - o que parece
longe do objetivo de um presidente sem noção da missão necessária.
Se Bolsonaro, um dogmático, diz querer seguir "a verdade", de forma
fundamental, Moro, Dallagnol e Cia adotam a lógica da convicção. Na
Marcha para Jesus, ontem, a base social evangélica - e igualmente
doutrinária - foi adulada pelo presidente que pretende fazer esse
amálgama em que há uma "nação de escolhidos" dentro do Brasil, para que
ele mesmo seja o escolhido por ela. Disse que tentará a reeleição em
2022, "se o povo quiser".
['Japonês', ditado antigo mas que ainda vale: 'quem se mistura com os porcos, porco é'; [o presidiário Lula está desesperado, a cada dia perde mais 'devotos' e a cada ano ganha nova condenação, precisa ficar em evidência e no desespêro vale tudo.]
O Japonês da Federal bem que tentou, mas não foi dessa vez que
conseguiu ver o ex-presidente Lula. Aposentado, Newton Ishii fez uma
visita à superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde
trabalhou. Com livre acesso, resolveu ir à cela de Lula.
Quando
estava na escada, foi orientado a não ir até o líder petista. O
ex-presidente tinha sido consultado sobre a sua intenção de vê-lo e
deixou claro que não queria receber Ishii. Informado, o Japonês deu meia
volta e foi embora.
Há três anos, Lula fez uma piada com o nome de Ishii ao ser alvo de uma
condução coercitiva, quando abriu a porta de sua casa para a PF. “Cade o
japonês?”, perguntou, na ocasião. O agente não integrava aquela equipe.
Os defensores de Temer ficaram tão felizes que nem notaram que o desembargador que o libertou também é um caso de polícia
Enquanto as cadeias do Brasil foram
reservadas exclusivamente a originários do universo dos três pês ─
pobres, pretos e putas ─, a imensa maioria dos jornalistas ignorou a
diferença entre prisão preventiva e prisão provisória, ou o significado
da expressão “condução coercitiva”. Acusados sem nenhuma chance de
acesso a advogados que cobram honorários em dólares por minuto eram ─
como ainda são ─ amontoados na traseira do camburão sob o olhar
indiferente dos guardiães do devido processo legal espalhados pelos
meios de comunicação.
As coisas mudaram desde que a Lava Jato começou a enriquecer a
população carcerária com a anexação de mais dois pês: políticos e
presidentes ─ de empresas ou da República. Só então as cadeias viraram
“masmorras medievais” e as prisões consumadas pela Polícia Federal se
tornaram “espetaculosas”, como berraram os especialistas em tudo no
minuto seguinte à prisão preventiva de Michel Temer.
O colunista José Simão fez um perfeito resumo da ópera: quando a
futura primeira dama Marcela nasceu, o maridão Michel já tratava o
Código Penal a socos e pontapés. Até os cascos dos navios sabem que,
desde o século passado, a cada grama descarregada no porto de Santos
Temer e seus comparsas ficam um pouco mais ricos. Agora se sabe que o
bando também agiu em outras fontes de maracutaias, até em usinas
nucleares. Mas alguns garantistas da imprensa acham que bandidos que
ocuparam o gabinete presidencial, sobretudo os que enfeitam mentiras com
mesóclises, devem ser tratados com muito respeito.
Ter sido presidente da República não é atenuante, muito menos
justificativa para tratamento especialíssimo. É agravante. Em liberdade,
Temer e sua turma continuarão a dedicar-se em tempo integral à
obstrução da Justiça e à ocultação de provas ─ como, por exemplo, os
dois celulares que o coronel Lima tentou esconder sob o sofá. Com a
libertação do ex-presidente, os defensores de Temer ficaram tão felizes
que nem notaram que o desembargador que o libertou também é um caso de
polícia.
Um dos símbolos da Lava-Jato, depoimentos
obrigatórios foram enterrados pelo STF
Nesta
quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento
sobre a constitucionalidade da condução coercitiva de investigados para
depoimento. A maioria dos ministros decidiu
que a medida, prevista no Código de Processo Penal, é inconstitucional. Entenda
o significado da decisão, que atinge um dos símbolos da Operação Lava-Jato:
O QUE
DIZIA QUEM ERA FAVORÁVEL
Os
defensores da medida consideravam o instrumento importante porque evita que
investigados tentem fugir da notificação judicial para comparecer perante a
autoridade policial. Em alguns casos, ela também evita que a Justiça adote
instrumentos mais amargos contra investigados, como a prisão temporária ou até
mesmo a prisão preventiva.
O QUE
DIZIA QUEM ERA CONTRA
Os
críticos da medida argumentam que a condução obrigatória de investigados para
depor fere o direito constitucional de todo cidadão em não se autoincriminar,
na medida em que impede conversa prévia com o advogado para definir a linha de
defesa no depoimento.
A ORIGEM
DO PROBLEMA
A
condução coercitiva tornou-se um instrumento bastante utilizado por
investigadores a partir da Operação Lava-Jato, que levou para atrás das grades
alguns dos empresários mais ricos do país e influentes políticos de diferentes
partidos. O caso mais emblemático ocorreu em 2016, quando o ex-presidente Lula
foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para interrogatório numa
sala especial do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
O COMEÇO
DA DISCUSSÃO NO STF
As
conduções contra a vontade do investigado foram suspensas em todo o país em
dezembro de 2017 por decisão do ministro Gilmar Mendes, relator do processo no
Supremo. “Não há nenhuma dúvida de que a condução coercitiva interfere pelo
menos no direito à liberdade, à presunção de não-culpabilidade, à dignidade da
pessoa humana, e interfere no próprio direito de, ou repercute sobre o direito
de defesa e, em alguma medida, sobre o direito de não auto incriminação”, disse
Gilmar em seu voto.
O
SIGNIFICADO DA DECISÃO DO SUPREMO
Ao
decidir derrubar a condução coercitiva, o Supremo se alinhou aos críticos do
instrumento, que enxergavam na condução um símbolo do abuso de investigadores
que utilizariam a medida para “expor” publicamente figuras públicas perante a
sociedade. A decisão é uma derrota simbólica para a Operação Lava-Jato que
popularizou a ferramenta ao conduzir coercitivamente para depor alguns dos
empresários mais ricos do país e uma série de políticos influentes da
República.
O EFEITO
O
resultado da proibição do instrumento da condução coercitiva já é visto em
diferentes investigações pelo país desde dezembro, com o aumento de prisões
temporárias de investigados.