Comboio com os detentos chegou no começo da manhã ao aeroporto Salgado Filho
Treze criminosos de alta periculosidade começaram a ser transferidos, na madrugada desta quinta-feira (15), para penitenciárias federais de fora do Estado. Eles são suspeitos de envolvimento na nova onda de violência provocada por uma guerra de facções em Porto Alegre e, por isso, foram isolados, conforme as forças de segurança gaúchas.
Segundo o governo do Estado, o grupo irá para três penitenciárias federais — em Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO). Outro homem já teria sido transferido no mês passado.
Os criminosos — cujos nomes ainda não foram divulgados — são apontados como líderes de quatro facções diferentes: uma delas criada dentro de prisões de Porto Alegre, e outras nascidas na Vila Cruzeiro, na Bom Jesus e no Vale do Sinos.
De acordo com a polícia, dos 13 transferidos nesta quinta, 12 respondem por homicídios, entre outros crimes — apenas um deles é investigado por 23 assassinatos. Outro responde por latrocínio (roubo com morte), e um dos presos soma 59 passagens por tráfico de drogas.
Uma coletiva de imprensa, às 11h, trará mais detalhes sobre a operação desta manhã.
Outros 10 criminosos devem ser transferidos posteriormente entre presídios no Estado. De acordo com a Brigada Militar, todas as cidades em que os apenados tinham influência quando soltos estão recebendo reforço — com policiais do Comando de Choque, Bope e Batalhão de Aviação — desde o início da semana.
Acirramento da disputa
A segunda onda de conflitos entre facções já deixou pelo menos 29 mortos e 42 feridos desde o final de junho, tendo se intensificado em agosto e setembro. A primeira onda de ataques havia sido registrada em março e abril, com ao menos 24 mortes.
Os ataques foram cometidos principalmente em Porto Alegre e na Região Metropolitana.
A ação desta quinta-feira dá continuidade às três etapas anteriores da chamada "Operação Império da Lei", que, entre março de 2020 e julho de 2021, enviaram 34 líderes de grupos criminosos para estabelecimentos do sistema penitenciário federal. Somadas as quatro etapas da ofensiva, são 47 presos transferidos.
Zero Hora