Acusado pela defesa de Lula e pelo Partido dos Trabalhadores de
utilizar a Justiça para perseguir o ex-presidente petista, Sergio Moro
elevou o tom de sua resposta: “As provas indicam que Lula é o mentor
desse esquema criminoso que vitimou a Petrobras. E nós não tratamos
apenas de um tríplex. Nós falamos de um rombo estimado de R$ 6 bilhões. O
tríplex é a ponta do iceberg. A opção do Ministério Público foi
apresentar a acusação com base nesse incremento patrimonial específico,
que foi fruto da corrupção.”
[Fora do tema: Temer poderia adiantar o Governo Bolsonaro e além de vetar o reajuste dos MEMBROS do Poder Judiciário e do MP, romper relações diplomáticas com Cuba - fechar unilateralmente a Embaixada do Brasil em Cuba e 'convidar' os cubanos da embaixada cubana no Brasil a nos privilegiar com sua ausência.
Manter relações com Cuba é além de prejuízo, em todos os aspectos, uma posição que desmerece a memória do Barão do Rio Branco.
Outra excelente promessa de Bolsonaro e que Temer pode antecipar é conceder asilo a todo médico cubano, participante do programa MAIS MÉDICOS, que solicitar.
Os médicos cubamos, são como bem diz o presidente Bolsonaro, escravos, sendo que 70% do salário que recebem é confiscado por Havana.]
As novas declarações de Moro foram feitas em entrevista veiculada na edição mais recente da revista IstoÉ.
Ele respondia a uma pergunta sobre o recurso ajuizado pela defesa de
Lula no Supremo depois que trocou a Lava Jato pelo posto de ministro da
Justiça do governo de Jair Bolsonaro. Na peça, os advogados pedem que
Lula seja libertado e que os processos que correm contra ele em Curitiba
sejam anulados. Moro reiterou que a sentença que proferiu no caso
do tríplex é de “meados de 2017.” Declarou que “a decisão é
extensamente fundamentada.” Repetiu que sua deliberação “foi mantida
pela Corte de apelação (o TRF-4, sediado em Porto Alegre). A partir do
momento em que a Corte de apelação mantém a decisão, a decisão passa a
ser dela. Não é mais nem minha.”
O ex-juiz repetiu, de resto, que
enxerga as críticas do petismo e da defesa como “um álibi de Lula,
baseado numa fantasia de perseguição política.” Enumerou outras
condenações de sua lavra: “Vamos analisar a Operação Lava Jato. Nós
temos agentes políticos que foram do Partido Progressista condenados,
temos agentes do PMDB e de figuras poderosas da República, como foi o
caso do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, considerado adversário
figadal do PT. E, claro, condenamos também agentes do Partido dos
Trabalhadores.” Moro acrescentou: “O esquema de corrupção na
Petrobras envolvia a divisão de dinheiro entre executivos da estatal e
agentes políticos que controlavam a empresa. É natural que o esquema
criminoso dessa espécie, quando descoberto, com políticos envolvidos,
impliquem majoritariamente aqueles partidos que estavam no poder e
controlavam a empresa e não legendas que se encontravam na oposição.”
Além
do caso do tríplex, que rendeu a Lula 12 anos e um mês de cadeia, há na
13ª Vara Federal de Curitiba outros dois processos envolvendo o
ex-presidente petista: o do sitio de Atibaia e o do terreno que a
Odebrecht teria adquirido para o Instituto Lula. Instado a comentá-los,
Moro preferiu se abster: “Essa é uma questão da Justiça, a cargo
da doutora Gabriela Hardt, que me substitui na 13ª Vara Federal e não
seria apropriado comentar. Ela é uma magistrada muito séria e muito
competente. No entanto, está em suas mãos diversos casos criminais em
relação à Lava Jato, que demandam atenção dela. Então não sei se ela vai
ter tempo hábil para julgar esse caso ainda este ano.”
Nesta sexta-feira, Moro formalizou
seu pedido de exoneração do cargo de juiz. Algo que pretendia fazer
apenas no final do ano. Com essa decisão, deflagra-se o processo de
substituição definitiva do magistrado na Vara da Lava Jato. Estão aptos a
concorrer à vaga mais de 200 juízes.
Blog do Josias de Souza
LEIA TAMBÉM:Exoneração de Moro esvazia acusações do PT
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sábado, 17 de novembro de 2018
‘Lula é mentor do esquema criminoso’, diz Moro
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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Gilmar Mendes diz que auxílio-moradia é apenas 'a ponta do iceberg' no Judiciário
Ministro do STF discordou de Cármen Lúcia sobre avaliação do caso de Lula
Contrário
ao pagamento de auxílio-moradia aos juízes do país, o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes destaca que a questão é apenas
"a ponta do iceberg". Em entrevista à rádio "CBN"
nesta terça-feira, o ministro lembrou que há casos de magistrados que ganham
até o triplo do teto salarial do Judiciário e classificou a cobrança de parte
da categoria como um "problema de responsabilidade fiscal". "As
situações mais esdrúxulas mostram que 'Ah, bom. Nós estamos ganhando pouco. Não
houve revisão (salarial), então vamos dar um jeito'. Dar um jeito é o quê?
Pedir uma liminar aos colegas? Isso compromete a magistratura e é um problema
de responsabilidade fiscal", frisou Gilmar, em referência ao argumento, usado
pelo juiz Sergio Moro, de que o benefício compensaria a falta de reajuste nos
salários.
Em março,
o STF vai decidir se os magistrados têm direito ao benefício e em quais
condições ele pode ser pago. Mais de 17 mil juízes recebem até R$ 4.377 para
moradia — 26 deles têm apartamento próprio, como o juiz Moro, responsável pela
primeira instância da Lava-Jato, em Curitiba. Somente em dezembro, por exemplo,
os Tribunais de Justiça pagaram mais de R$ 49,4 milhões na ajuda de custo. Em
2013, um grupo pediu ao Supremo o direito e foi atendido, via liminar, pelo
ministro Luiz Fux.
Na
entrevista, Gilmar Mendes ainda discordou da presidente da Corte, ministra
Cármen Lúcia, sobre a avaliação da prisão em segunda instância decorrente da
condenação do ex-presidente Lula. A ministra havia ressaltado que o STF
"se apequenaria" se revisse o entendimento da questão pelo caso do
petista, cuja sentença condenatória foi confirmada pelo Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4), em janeiro. "Ou
o Tribunal vai discutir a questão que está posta na relatoria do ministro Marco
Aurélio, ou, certamente, vai discutir isso num habeas corpus do próprio Lula. O
(ex) presidente Lula não é um 'supercidadão', mas também não é um 'cidadão
menor'. Ele tem o direito de pedir que a sua situação seja julgada pela turma,
pelo pleno. Ele também não pode ser discriminado por ser Lula", defendeu o
ministro, que passa a Luiz Fux a presidência do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) nesta terça-feira.
Ao
defender o direito de Lula aos recursos, Gilmar frisou que não há espaço para
questionar a Lei da Ficha Limpa. Condenado em segunda instância, o petista fica
inelegível e não pode concorrer em outubro, segundo a legislação.
O Globo
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