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sábado, 27 de agosto de 2022

O recado que um líder da base bolsonarista vai levar a Alexandre de Moraes - Bela Megale

O Globo

Um líder da base de Bolsonaro que mantém boa interlocução com Alexandre de Moraes contatou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para marcar uma conversa a portas fechadas.[nossa excessiva falta de inteligência nos leva a perguntar: qual o motivo da conversa e, se houver, ser a portas fechadas? nos parece que o teo9r da conversa já foi revelado nesta matéria.]

O político disse a aliados que seu objetivo é “alertar” o magistrado sobre reflexos da operação policial contra empresários bolsonaristas baseada em sua decisão. O recado, porém, está mais para uma queixa carregada de críticas. — Vou alertá-lo, dizer por que ele precisa explicar sua decisão. O ministro passou a ser comparado a Sergio Moro. Pela primeira vez, vejo Alexandre correndo o risco de ficar isolado disse o líder.

Nesta quinta-feira, o jornal “Folha de S. Paulo” publicou uma reportagem relatando que Moraes baseou sua decisão somente em reportagem sobre o conteúdo golpista trocado por executivos em um grupo de WhatsApp. Os diálogos foram revelados pelo site “Metrópoles”.

Como informou a coluna, integrantes da campanha de Bolsonaro e de seu governo trabalham para usar politicamente a operação policial contra os empresários e a veem como “a nova facada”. A estratégia é tentar esvaziar o teor das mensagens golpistas e focar no discurso da “liberdade de expressão”.

Para esse grupo, que inclui ministros do governo e filhos do presidente, a ação de Moraes poderia ser usada para justificar, perante a opinião pública, os ataques de Bolsonaro contra o magistrado. 
Bolsonaro já deu início ao plano, com críticas a Moraes em sua live de quinta-feira e no programa “Pânico” desta sexta. 

 
Bela Megale, colunista - O Globo
 

domingo, 2 de setembro de 2018

PT prefere desconstruir TSE a construir Haddad


“O PT se rende à decisão do TSE. (…) Nós perdemos hoje aqui”, disse, na madrugada de sábado, o advogado de Lula, Luiz Fernando Casagrande. 

Com sua rendição, o doutor convenceu os ministros da Corte máxima da Justiça Eleitoral a manter a propaganda do PT no ar. O advogado deu o braço a torcer: “Lula está fora. Ele não pode mais aparecer como candidato a presidente. O partido vai cumprir a decisão.''  Os ministros deram-lhe crédito. E fizeram papel de bobos.  Nos seus programas inaugurais no horário político do rádio e da TV, o PT manteve Lula como cabeça de sua chapa. E ainda aproveitou o tempo de propaganda que o TSE autorizou a usar para espinafrar o próprio tribunal. “…A vontade do povo sofreu mais um duro golpe com a cassação da candidatura de Lula pelo TSE”, afirma um locutor na abertura do programa petista. 

Relator do voto que prevaleceu caso Lula, o ministro Luis Roberto Barroso, além de barrar a candidatura do presidiário, retirara o PT do ar. Enquanto não fosse providenciada a troca do candidato, o tempo do partido na TV seria preenchido apenas por uma tela azul. Graças ao advogado Casagrande, esse pedaço da decisão foi revertido numa reunião dos ministros do TSE a portas fechadas A acidez da campanha petista tem efeitos negativos no campo jurídico e também na seara política. Juridicamente, as críticas do partido ao Judiciário transformaram Lula num colecionador de derrotas. Já amargou infortúnios na primeira instância (Sérgio Moro), na segunda (TRF-4), na terceira (STJ) e também na quarta (STF).

Politicamente, o PT retarda a eletrificação do seu novo poste. O verbo preferido do partido na campanha é desconstruir. Conjugando-o, o petismo desperdiça um tempo que poderia utilizar na construção da imagem de Fernando Haddad, cuja foto substituirá a de Lula na urna. Hoje, Haddad frequenta as pesquisas com um percentual de intenção de votos nanico: 4%).  É grande a capacidade de Lula de transferir votos, indicam as pesquisas. Mas a campanha é curta (apenas 45 dias) e o cabo eleitoral está preso. O slogan “Lula livre” serve para acender os devotos já convertidos. Isso pode levar Fernando Haddad para o segundo turno. Mas é insuficiente para devolver o PT ao Planalto.

A retórica azeda talvez não traga de volta os votos da classe média. Uma gente conservadora que acreditou na Carta aos Brasileiros, o documento em que Lula renegou o receituário radical que o impedia de chegar à Presidência da República. Sem esse pedaço do eleitorado, será mais difícil vencer. Nesta segunda-feira, Haddad visitará Lula na cadeia, em Curitiba. Vão discutir a estratégia da campanha. [visita que talvez não se realize: se não for revogada estará em vigor a decisão da juíza da VEP proibindo que elementos que não sejam advogados do presidiário o visitem - exceto nas quartas, dia de visita de familiares e amigos.
Haddad não consta oficialmente como rábula do celerado petista.]

Blog do Josias de Souza