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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DOIS PESOS e DUAS MEDIDAS: Fernando Baiano diz que pagou despesas pessoais do Lulinha e Janot nada faz. Já quando Baiano acusa Cunha, Janot imediatamente denuncia



PGR amplia denúncia contra Eduardo Cunha na Lava-Jato
Rodrigo Janot pede que seja incluída na denúncia o teor da delação de Fernando Baiano
O Ministério Público Federal ampliou a denúncia apresentada no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB- RJ). Em petição anexada nesta quinta-feira ao processo que investiga Cunha no STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede que seja incluído na denúncia o teor da delação premiada do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Na delação, Baiano confirma que Cunha foi beneficiado por esquema de pagamento de propina a partir de contratos da Petrobras.

A defesa do presidente da Câmara já pediu acesso à íntegra do processo de delação premiada, alegando que precisa saber tudo o que está ali registrado e como foi feito o acordo com Baiano. O acordo de delação foi homologado pelo ministro Teori Zavascki.  Em agosto, Janot denunciou Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber do lobista Júlio Camargo US$ 5 milhões para facilitar a contratação de dois navios-sondas da Samsung Heavy Industries para Petrobras, um negócio de US$ 1,2 bilhão. Em depoimento ao Ministério Público Federal, Camargo disse que pagou US$ 40 milhões em suborno.

Outros dois acusados de cobrar propina para facilitar a contratação dos navios da Samsung são o lobista Fernando Soares, o Baiano, e o ex-diretor da área de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Os dois já foram condenados pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.  Baiano foi condenado a 16 anos e um mês de prisão. Cerveró recebeu 12 anos e 3 meses de cadeia. O caso de Cunha será julgado pelo STF. Caberá ao relator do caso, ministro Teori Zavascki, decidir se acolhe a denúncia de Janot.

O procurador-geral pede ainda que o presidente da Câmara e os demais acusados de receber suborno devolvam US$ 80 milhões aos cofres públicos. São US$ 40 milhões relativos a propina e mais US$ 40 milhões a título de reparação do dinheiro desviado da Petrobras. [curioso é que o mesmo Fernando Baiano declarou que pagou despesas pessoais do Lulinha, filho do Lula, no valor de R$ 2 milhões e Rodrigo Janot não efetuou denúncia contra o primeiro lobista da ‘famiglia’ da Silva.]]


Fonte: O Globo

sábado, 10 de outubro de 2015

O Brasil espera provas contra Cunha. Se existirem que ele - não vamos esquecer o Renan, que continua incólume - seja punido com rigor

A parcela de Cunha na crise política

Confirmada pelo Ministério Público a existência de contas na Suíça, a posição do presidente da Câmara, entrincheirado no cargo, se fragiliza

Exposto em praça pública enquanto é atingido por informações sobre contas suas na Suíça, das quais costuma negar a existência com a mesma convicção de um Paulo Maluf, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se entrincheirou na mesa da presidência da Câmara, ampliando seu protagonismo na crise política. Não se sabe até quando aguentará, depois da divulgação, ontem à noite, do conteúdo de relatório do Ministério Público suíço sobre o uso dessas contas para financiar despesas da família em viagens internacionais —, à Espanha e aos Estados Unidos, entre outros destinos. [sempre devemos conceder ao Cunha o beneficio da dúvida e nada garante que o conteúdo do relatório do Ministério Público suíço, amplamente divulgado, corresponda à realidade.
Este governo corrupto da petralhada tem sido pródigo em divulgar relatórios que fazem muita fumaça e depois desaparecem.
Afina, não podemos olvidar que para Dilma postergar mais alguns dias sua execução nada melhor do que uma bomba contra o Cunha.
Postergar, destaque-se, já que está provado que a ainda presidente continua delinquindo no mandato atual. Saiba mais: Dilma continua pedalando.]

No ano passado, enquanto transcorria a Operação Lava-Jato o nome de Cunha já frequentava rumores, junto com o de outros políticos, sobre a descoberta de impressões digitais dele como beneficiário de traficâncias financeiras ilegais. De lá para cá a situação do deputado piorou muito, e constantemente.


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Mas, como é do seu estilo, nada o impediu de exercitar a ousadia. Emergiu das eleições de outubro como de fato homem forte do PMDB, lançou-se para presidente da Casa contra um candidato petista, Arlindo Chinaglia (SP), e ganhou no primeiro turno da votação, sob olhares esperançosos da oposição. A Lava-Jato avançou e o nome de Cunha entrou numa lista enviada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo, onde tem foro especial, com pedido para ser investigado. Neste meio tempo, declarou-se em oposição a Dilma, por enxergar naquela iniciativa manobra urdida entre o procurador Rodrigo Janot, em campanha para recondução ao cargo, e, de outro lado, Dilma e PT.

A consistência, porém, das denúncias contra o presidente da Câmara desmontou a interpretação conspiratória. São várias as acusações. Um dos lobistas e operadores financeiros do escândalo na Petrobras que aderiram à colaboração premiada, Júlio Camargo, garante ter entregue a Cunha US$ 5 milhões. Há, ainda, provas de que saíram do gabinete do deputado pedidos de investigação sobre contratos de empresas com a estatal que seriam na verdade pressão para a liberação do dinheiro.


E agora o próprio Ministério Público suíço confirma a existência de contas, outrora ditas “secretas”, do deputado e família. O que negara na CPI da Petrobras. Inicia-se a fase da deliberação sobre o futuro de Cunha no Conselho de Ética. Enquanto isso, a oposição aguardava em silêncio na esperança de que Eduardo Cunha, nos estertores, ainda desse sequência ao impeachment de Dilma. A ver, depois das novas revelações. [independentemente do Cunha ser culpado, tudo indica que na próxima semana o impeachment da Dilma começa a ter curso.
O pedido apresentado pelo Bicudo não será sumariamente arquivado e a ele se soma a conveniência para o próprio Cunha que o foco passe a ser Dilma e ele seja esquecido, mesmo que temporariamente.
E, para ter êxito basta um dos pedidos de impeachment da Dilma começar a tramitar.]

Ao mesmo tempo, o Planalto se mantém preso em armadilhas ideológicas e nada faz para executar o devido ajuste fiscal, por meio de reformas que o permitam executar os necessários cortes de despesas. Prefere apostar em mais impostos, como é de sua índole, um grande equívoco e sem chances de ter o apoio do Congresso. Em meio ao pântano, a economia escorrega para zonas mais profundas da crise que a presidente e seu criador, Lula, semearam. Tempos difíceis.

Fonte: Editorial - O Globo