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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Rodrigo Janot vira bibelô das esquerdas e articula golpe branco para ser reconduzido ao cargo

[PALHAÇADA] - Grupo de “artistas” quer uma audiência com Janot para lhe recomendar que fique à frente da PGR. Ora, não me digam!

Pois é… Se há sujeito ateu em matéria de teorias da conspiração, esse cara sou eu, como diria Roberto Carlos. No mais das vezes, as grandes articulações que se denunciam estão mais na cabeça do narrador do que na realidade. Mas, é fato, de vez em quando, é bom acreditar na existência de bruxas, especialmente quando negá-las contraria o conhecimento empírico. Sim, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, quer dar um golpe branco e governar o Brasil. Quer ser eleito pela gritaria dos boçais. Explico tudo direitinho. Mais: os leitores deste blog conhecem parte da história.

No dia 31 do mês passado, escrevi aqui um post sobre um vídeo que circulava nas redes sociais. Lá se vê o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na casa de Caetano Veloso a anunciar aquela que seria a grande conspiração contra a Lava Jato. Fala bobagem a baciadas e chega mesmo a inventar um corte de verba para a operação, o que não aconteceu. Os gastos do Ministério Público e da Polícia Federal foram submetidos a um teto, a exemplo do que se deu no resto da administração. [desta vez o senador não deu chilique e/ou faniquito - talvez por medo de perder o mandato por quebra de decoro;
só que mentiu.]

Vejam o vídeo mais uma vez. Só agora dá para compreender plenamente o seu sentido.

Notem que a fala do esquerdista juramentado, vivendo seus dias de “marineiro”, tem uma tese, um eixo, um aspecto primordial: só Rodrigo Janot conseguirá dar continuidade à Lava Jato. Sem ele, assegura Randolfe, estaria tudo acabado. O procurador-geral seria a única pessoa capaz de impedir que Temer destruísse a operação.

No vídeo, esse tenor dos valores democráticos deixa claro:
“[Temer] tem de cair antes do dia 26. Porque, no dia 26, é o dia em que os procuradores vão escolher o substituto de Janot. Até hoje, foi respeitado quem os procuradores escolheram. Ocorre que o Temer está acuado por quem? Pelo Janot, que é o chefe do Ministério Público. O problema é que, se cair o Janot, acabou o combate à corrupção no Brasil. E alguém tem dúvida de que é isso o que Temer vai fazer se continuar no governo?”

É, leitor amigo, nunca subestime a malignidade do que diz um esquerdista. Eu mesmo havia chamado de “ignorância” o que, na fala de Randolfe, é cálculo. Agora fica claro o sentido de sua tese: o que o senador quer é que Janot continue à frente do Ministério Público. Acontece que, por imposição política dos próprios procuradores e contra o que define a Constituição —, uma entidade, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), elege uma lista tríplice e à envia ao presidente, que é soberano para indicar o procurador-geral.

Janot não é um dos pré-candidatos. Logo, segundo as regras informais que o elegeram, não terá como assumir um terceiro mandato. A menos que o presidente da República decida ignorar as indicações da ANPR. E o que está a dizer Randolfe? Que, sem o atual procurador-geral, acaba o combate à corrupção. Pois é… Joesley Batista que o diga, não é mesmo? Ele não aguenta mais entrar e sair de seu apartamento em Nova York…

Janot não tem candidato à sua sucessão. Quaisquer que sejam os nomes da lista tríplice, ninguém será “janotista”. Ao contrário, o doutor, se participasse do pleito, teria uma votação vexaminosa. Pois saibam: ele próprio sugeriu ao presidente da República, não faz muito tempo, que, desta feita, ignore a votação da ANPR (por meio da qual se fez procurador-geral, diga-se). Adivinhem em que nome Janot estava pensando…

Leio agora no Painel, da Folha, que os artistas e esquerdistas que defendem a deposição de Temer pediram uma audiência com Janot, cobrando que ele concorra, sim, à reeleição. Se estiver na lista tríplice, poderá ser indicado para um terceiro mandato. A questão é saber se passa pelo crivo do Senado.  De toda sorte, observem que Janot virou “o homem das esquerdas”. Elas sabem o bem que esta rotunda figura lhes fez. Afinal, os vermelhos haviam sido trucidados pelas urnas na eleição de 2016 e não viam candidato viável para 2018. Tanto Janot aprontou das suas, com o beneplácito da direita xucra, que eis aí a esquerda, na soma das intenções de voto das pesquisas, a assumir a liderança. Não era para isso que advertia este escriba?

Sem mais dúvida
Ninguém mais tem dúvida. Janot quer, sim, derrubar Temer porque pretende se impor como procurador-geral àquele ou àquela que ganhar a cadeira em pleito indireto. Avalia-se que ele apresentará uma denúncia contra o presidente antes do dia 26 caso o TSE não casse a chapa.  Se houver a cassação, é possível que deixe a denúncia de lado e passe a investir apenas na sua recondução ao cargo, submetendo-se ou não ao pleito da ANPR, pelo qual, noto desde logo, não tenho simpatia porque inconstitucional.

A fala de Randolfe e a iniciativa dos “dozartistas” evidenciam que Janot se transformou no bibelô das esquerdas. E, do ponto de vista delas, por bons motivos. Então ficamos assim: Janot se articulou, ao arrepio da lei, com o ministro Edson Fachin para depor Temer. E tudo isso sob o silêncio anuente de Cármen Lúcia. Sabia que não tinha chance de ser reconduzido ao cargo. Mas, como se nota, ele tomou gosto por governar o Brasil sem ter sido eleito por ninguém. E quer mais.

A facção curitibana da Lava Jato provocou, sem dúvida, um estrago considerável no PT. Quando, no entanto, se avalia a atuação de Janot, uma coisa resta clara: ele procurou e procura aniquilar os adversários do petismo.  Não foi por falta de aviso, né, direita xucra? Olhem como age um de seus “heróis”. Que tal uma manifestação de rua em defesa da Lava Jato, hein? O herói da patuscada, sem dúvida, seria Joesley Bastista.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Janot não consegue dizer o que há de errado com a lei que pune abuso de autoridade



Em entrevista ao Estadão, o procurador-geral, na verdade, fornece argumentação favorável ao projeto

Nada como um dia depois do outro, com o bom senso triunfando ao fim. Escrevi vários posts  aqui defendendo o projeto de lei que pune abuso de autoridade. Leia a íntegra da proposta que tramita no Senado. Em razão de uma leitura deformada do texto e de um lobby infeliz do Ministério Público Federal, o texto, que é bom, está sendo visto como uma ação contra a Lava-Jato. Ora, isso é simplesmente mentira.

Pois é…
Num dos artigos que escrevi a respeito, lembrei o que segue em azul:
Aliás, o Brasil também tem a sua, a 4.898, de 9 de dezembro de 1965, uma herança da ditadura, quando abuso de autoridade não chegava a ser um problema. O ato aconteceu em frente ao Fórum Pedro Lessa, na Avenida Paulista.”

E, acreditem, levei pancada de alguns apressadinhos. Afirmaram que eu estava apoiando uma lei que seria contrária à Lava-Jato, o que é papo-furado.

Em entrevista ao Estadão, sabem quem defendeu uma nova lei? Ninguém menos do que Rodrigo Janot. E ele afirmou o seguinte:
“Nossa atual Lei de Abuso de Autoridade data de 1965 e está em vigor há mais de 50 anos. Essa norma foi concebida sob a égide de um estado de exceção autoritário e antidemocrático. É absolutamente imprescindível que o Congresso Nacional estabeleça um novo marco normativo que regule os limites do exercício legítimo da autoridade estatal em defesa das liberdades públicas e dos direitos de cidadania.”

Acho que já li essa argumentação. Os que me criticaram vão agora atacar Janot? Mas calma! Ele também se mostrou crítico do texto que está em tramitação, agora no Senado — lembrando sempre que a proposta é de 2009, bem antes da lava-Jato, e traz a assinatura do então deputado Raul Jungmann (PPS-PE), hoje ministro da Defesa. O projeto, que ele assinou, foi elaborado por uma comissão de notáveis.

Janot faz duas críticas à proposta em curso no Senado:
1: o texto é omisso porque não pune a famosa “carteirada”;
2: segundo o procurador-geral, a proposta “traz uma sequência de tipos penais abertos, de constitucionalidade duvidosa, que podem sim inibir indevidamente a atuação das autoridades no combate à corrupção e à criminalidade crescente.”

A primeira questão é fácil de resolver. Basta emendar.
Quanto à segunda… Bem, então ele tem de dizer onde está essa ambiguidade, o que ele não faz. Li e reli a proposta. Não encontrei nela nada que não seja essencial num regime democrático.

Janot vai além. Diz ser preciso “não estigmatizar a meritória iniciativa de revisar a Lei de Abuso de Autoridade com a pecha de tentativa de obstrução do trabalho sério e legítimo que o Ministério Público, juntamente com outros órgãos, vem desenvolvendo no combate à corrupção.”

Eu concordo com ele. E quem deve começar por não criar esse estigma é o Ministério Público e as associações de juízes. Afinal, esses órgãos estão fazendo carga contra a lei sem dizer, afinal de contas, o que é ruim nela. O argumento mais forte contra o texto é que ele conta com o apoio de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.

E daí? O fato de Renan apoiar um texto não o torna automaticamente mau, não é mesmo? Se Renan afirmar que acredita, sim, na Lei da Gravidade, não me obrigarei a ser um cético a respeito do assunto, ora bolas! As associações de juízes, Sérgio Moro, os procuradores e agora o próprio Janot tiveram a chance de dizer o que há de errado com o projeto de lei e não o fazer.

Desconfio que isso se deva a uma única razão: não há nada de errado com ele.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA