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quinta-feira, 4 de junho de 2015

A pior notícia - em linguagem clara: estamos em 2015 e a Dilma já está planejando F ... o brasileiro em 2017

O professor José Pastore e o economista José Márcio Camargo avaliam que a tendência ainda é de piora dos indicadores nos próximos meses.. A visão é a mesma da equipe de análise do Banco ABC Brasil e da consultoria Rosenberg Associados. Pastore estima que a taxa de desemprego pode chegar a 9,5% no ano que vem.

Pelo lado da oferta de vagas, as empresas já seguraram o que podiam o quadro de funcionários, depois de um longo período de estagnação do PIB. Nos últimos quatro anos, a economia brasileira teve o menor crescimento desde 1995, abaixo até do que a média mundial.

Já pelo lado da demanda por trabalho, há mais gente voltando ao mercado. O rendimento ficou estagnado, segundo o IBGE, mas a inflação permanece alta, corroendo a renda disponível das famílias. O crédito também está mais caro, com o aumento dos juros promovido pelo Banco Central. Tudo isso faz com que mais pessoas precisem voltar a trabalhar. — A queda de confiança faz com que alguns membros das famílias voltem à força de trabalho, já prevendo um momento mais difícil à frente. A retração da renda real provoca o mesmo efeito, assim como as dificuldades de financiamento estudantil, como no Fies — explicou José Pastore.

Em um ano, o número de desempregados aumentou em 985 mil pessoas no trimestre encerrado em abril, nos mais de 3.500 municípios pesquisados pelo IBGE. Chegou a 8 milhões, com crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados da PME, a pesquisa mensal feita em seis regiões metropolitanas, e do Caged, o cadastro do emprego formal, também indicam essa tendência de fragilidade.  Ao mesmo tempo em que faz os ajustes fiscal e monetário, o governo precisa criar condições para a volta mais rápida possível do crescimento.

Aperto nos juros deve continuar
Depois da repetição na íntegra do texto da reunião de abril, a leitura do mercado é que o ciclo de alta de juros ainda não acabou, mesmo com a Selic em 13,75%. “O Banco Central ainda pode dar outros sinais na Ata, na semana que vem, e no Relatório de Inflação. Mas repetir o texto sugere que a Selic vai subir”, disse o economista-chefe do Banco Modal, Alexandre de Ázara. Antes do anúncio, a Mirae Asset já contabilizava que 66% dos investidores no mercado futuro apostavam em outro aumento, de 0,25%.

Queda real do mínimo
Do jeito que está, a MP 672 vai diminuir o valor real do salário mínimo em 2017, lembra o economista Fábio Giambiagi. É que o texto estabelece o reajuste com a inflação acumulada em 12 meses somada ao PIB de dois anos antes. “A não ser que a MP mude, o valor real do salário mínimo terá que ser corrigido abaixo da inflação, uma vez que o PIB de 2015 será negativo”, disse. A regra está em vigor, mas, antes de ficar definitiva, passará por votação no Congresso.

Matérias-primas sobem quase 6%
O índice de commodities IC-Br subiu 5,93% de janeiro a maio deste ano, em relação ao mesmo período de 2014. Petróleo, gás natural e carvão estão pressionando o indicador, com alta de 12,51%. As commodities agrícolas também subiram, 4,85%, e as metálicas, 8,45%. Mesmo com a queda dos preços internacionais de alguns produtos, a desvalorização do real faz com que eles fiquem mais caros no Brasil.


ESFORÇO CONTÍNUO. Mesmo com o ajuste fiscal, a Moody’s avalia que o endividamento do governo brasileiro vai continuar subindo nos próximos anos.

JUROS AMERICANOS. O Fed, banco central dos EUA, voltou a cogitar a subida dos juros por lá ainda em 2015. A alta tende a fortalecer o dólar.

Fonte: Coluna da Miriam Leitão