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domingo, 5 de novembro de 2023

O Brasil não está no círculo das nações que dão as cartas no mundo

 Geopolítica é para profissionais

Assistimos à intensificação da tensão entre nações, característica de uma guerra fria agravada. Isso não é uma novidade, mas o quadro é complicado por dinâmicas econômicas contraditórias nos EUA, China e Europa. 
Paralelamente, a guerra na Ucrânia se desenrola com uma cascata de efeitos secundários que reverberam globalmente — quadro agravado pelo conflito em Israel.
 
 

 O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em reunião do Conselho de Segurança da ONU (30/10/2023) (ONU/Divulgação)

Deparamos com circunstâncias sem precedentes que podem trazer consequências sérias ao Brasil. Estamos à beira de uma transformação da guerra fria em curso em conflito de proporções globais, considerando a inclinação para a beligerância e a imprevisibilidade dos líderes atuais.

A atual conjuntura guarda paralelos com a década de 1930, ecoando a máxima de que a história tende a se repetir — embora como uma espécie de paródia. 
Para o Brasil, os impactos de um conflito global seriam desastrosamente superiores aos da II Guerra. 
A interconexão global e a interdependência econômica amplificadas deixam-nos em posição mais vulnerável.
 
No período pré-guerra, o Brasil vacilou antes de se posicionar ao lado dos Aliados contra o Eixo. 
 Hoje, observa-se um aparente desvio do país em direção a uma política externa reminiscente do Terceiro Mundo, com um alinhamento mais próximo aos interesses chineses e russos. 
Esse movimento gera questionamentos: por que tomar tal direção?

“Em um contexto complicado, o país oscila entre um protagonismo ilusório e ações relevantes”

Nossa economia está atrelada em grande medida ao comércio de commodities com a China, conferindo a esse parceiro uma influência considerável nas relações comerciais. 
Além disso, nossa dependência dos insumos russos, especialmente fertilizantes e diesel, restringe nossa capacidade de adotar postura mais assertiva com esse parceiro estratégico. 
Simultaneamente, enfrentamos críticas e uma espécie de perseguição por parte dos países europeus no que tange às questões ambientais.
 
A diplomacia dos EUA, marcada pela confusão há algum tempo, carece de narrativa coesa e ferramentas eficazes para reforçar sua presença institucional no Brasil. 
Washington parece nos tratar como “não prioridade”, relegando ao setor privado as relações com o país.

Em um contexto complicado, o Brasil oscila entre um protagonismo ilusório e ações efetivamente relevantes, como as tentativas de mediar um cessar-fogo em Gaza. O país não demonstra o peso de uma grande potência nem atua como tal em um cenário mundial onde a dissimulação e a desinformação são estratégias geopolíticas corriqueiras.
 
A biografia Putin, de Philip Short, revela a intricada teia da geopolítica ao narrar as manobras do líder russo desde o colapso da União Soviética. 
No trabalho de Short, que cobre os principais acontecimentos desde a queda do Muro de Berlim até a invasão da Ucrânia, o Brasil, para o bem ou para o mal, é mencionado apenas uma vez em um contexto singelo: nossa abstenção em uma votação de resolução da ONU em 2011.
Essa menção isolada reflete a posição do Brasil no xadrez geopolítico. Mesmo ostentando o status de uma das maiores economias do mundo, detendo vastos recursos naturais e sendo um dos principais produtores de alimentos, não ascendemos ao círculo das nações que dão as cartas no palco mundial.[para fechar o rol - autêntico e até condescendente -  que aponta as falhas do Brasil na disputa por um desejado, e inalcançável, protagonismo mundial, ainda fazem o L e elegem um Lula presidente, trazendo ao picadeiro  um ministério em que mais de 95% dos integrantes são SUMIDADES EM NADA.
Lula se imagina um estadista, mas, ainda não sabe diferenciar apupos de aplausos, da mesma forma que a primeira dama considera ser apalpada o mesmo que apupada.] 
 
 
 

Publicado em VEJA,  edição nº 2866, de 3 de novembro de 2023

 

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Ditabranda – China abandonou guerrilheiros no Araguaia para se aliar à ditadura

DefesaNet

Principal parceiro comercial do Brasil, país asiático vive momento de desaceleração econômica e mantém relação pragmática e foco nos negócios, que hoje se concentram na compra de commodities

Leonencio Nossa
À margem da História
Estadão – Estado de São Paulo
02 Setembro 2023

Ver Nota DefesaNet ao pé da página

Tempo de repressão. Um grupo de militantes do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, foi convidado pelo regime de Mao Tsé-Tung, nos anos 1960, para treinar guerrilha na Academia Militar de Pequim.  
Num idioma e numa cultura completamente diferentes, os brasileiros tiveram mais aulas de política internacional que de tiros e emboscadas. 
O anfitrião liderara, décadas antes, uma Longa Marcha a partir do interior chinês e vencera uma guerra civil que implantou o comunismo.
 
Na volta ao Brasil, os militantes seguiram para o Bico do Papagaio, na divisa do Pará com o norte de Goiás, hoje Tocantins, para combater a ditadura militar
Ali, na confluência dos rios Araguaia e Tocantins, na chamada Mesopotâmia Brasileira, o partido criou três pequenas comunidades. 
Cada uma com pouco mais de 20 integrantes e o intuito de convencer caçadores, agricultores, pescadores, barqueiros e catadores de coco a aderir à luta armada até atingir os grandes centros, numa guerrilha maoísta.

Pequim não formou homens para guerra na selva. Nem a ditadura tinha agentes para isso. O Araguaia foi um conflito assimétrico, de um lado civis e do outro as Forças Armadas. Eram cerca de cem guerrilheiros, entre militantes das cidades e camponeses. O Exército montou a primeira operação em abril de 1972, mas saiu de lá sem liquidar o movimento. Voltou em setembro. Sem sucesso. A cúpula militar e o Palácio do Planalto organizaram uma operação de inteligência de mapeamento da área antes de uma terceira campanha.

Após recolher dados de agentes disfarçados, o Exército iniciou em 1973 a ofensiva final com homens preparados em Manaus. No Natal daquele ano, o chefe político da guerrilha, o ex-deputado federal Maurício Grabois, quase sem enxergar, foi morto por paraquedistas.

A biografia dele, feita dentro do partido, registra um equívoco em sua primeira edição ao dizer que a infantaria o teria matado. O livro ainda registra que o comunista nascido em Campinas era de Salvador. A obra erra no nascimento e na morte do personagem. Leitor de Albert Camus, Grabois preferia o Estadão às publicações comunistas para se informar. Merecia um perfil decente, tipo tijolaço.

Foram muitos anos de guerra civil envolvendo os comunistas de Mao Tsé-Tung, além dos nacionalistas de Chiang Kai-Shek. Com a vitória comunista em 1949, fundou-se o Partido Comunista Chinês, tendo como chefe supremo Mao Tsé-Tung. Foto: Foto acervo UPI

A guerrilha brasileira mais bem estruturada, hoje é preterida pelos intelectuais de esquerda em detrimento dos grupos urbanos da luta armada. O grupo apostou num movimento de foco, que começava justamente onde a ditadura iniciava o “Brasil Grande”. A região no sudeste paraense foi demarcada como área de segurança nacional.

Lá estavam o canteiro das obras da Transamazônica, as pesquisas da Vale sobre a potencialidade de minério de ferro e o projeto de Tucuruí. 

(...) 

Na década seguinte, Fernando Henrique Cardoso daria início à tradição de pedir apoio da China à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU em troca de defesa de alguma posição polêmica de Pequim – o governo chinês informou que ele defendeu, em uma visita em 1995, a política de direitos humanos do país, marcada pelo massacre da Praça da Paz Celestial e pela repressão a dissidentes. O tucano fez malabarismo para dizer que não foi bem assim.

Ter assento permanente no Conselho de Segurança significa poder de barganha em outras áreas. A questão é que os cinco membros do órgão devem ser unânimes à ampliação do grupo, e não houve registros de que a China tentou convencer os norte-americanos, em especial, a aumentar o número de cadeiras.

Pequim pôs crianças com bandeirinhas e soldados em traje de gala para recepcionar Luiz Inácio Lula da Silva (em 2004, 2008 e 2009), Dilma Rousseff (2011), Michel Temer (2016 e 2017) e Jair Bolsonaro (2019). Justiça seja feita, Bolsonaro foi o único visitante que não fez discurso de chefe de superpotência. Mas excedeu no viralatismo por interesse pessoal.

Distante de questões diplomáticas e do papel de candidato à presidência de um país parceiro comercial da China, copiou Donald Trump no uso de bobagens contra a China para ganhar seguidores nas redes. Ainda na campanha, esteve em Taiwan para irritação de Pequim. Até a ditadura militar havia deixado de reconhecer a autonomia da ilha reivindicada pelos comunistas chineses.

(...)

Irmãs de guerrilheiros mortos no Araguaia fizeram um protesto para lembrar assassinatos na floresta, do passado e do presente.  Foto: Leonencio Nossa

Nota DefesaNet
Para mais detalhes sobre as Campanhas da Guerrilha do Araguaia, e detalhes sobre as três campanhas. Acesse o excepcional artigo do General Álvaro Pinheiro, publicado originalmente por DefesaNet, em 2005 e republicado em 2012.

Nota Blog Prontidão Total: informamos que estamos apresentando  transcrição parcial da matéria e ao tempo que agradecemos à  DefesaNet, registramos que nos proibimos de apresentar qualquer comentário, inclusive por ser a matéria uma narrativa (que não corroboramos) apresentada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Acesse DefesaNet para leitura integral

 

 


sexta-feira, 5 de maio de 2023

A escravidão volta a vigorar no Brasil - Revista Oeste

Edilson Salgueiro

Com o objetivo de apagar o legado de Jair Bolsonaro, Lula sepulta o Médicos pelo Brasil e desenterra o Mais Médicos de Dilma Rousseff, que se transformou num instrumento político da ditadura cubana

 

 Governo Lula volta com o programa Mais Médicos | Fotos: Walterson Rosa/MS

Aplausos efusivos de um punhado de engravatados conduziram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao púlpito instalado no Palácio do Planalto. Naquele 3 de março de 2023, o petista anunciaria a retomada de um programa que submeteu milhares de profissionais de saúde cubanos à escravidão: o Mais Médicos, lançado há dez anos pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Entusiasmado com a recepção da plateia, formada por ministros e jornalistas ideologicamente alinhados, Lula defendeu a volta do programa, que fora suplantado por um projeto mais eficiente — o Médicos pelo Brasil, sancionado em 2019 pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. "O importante não é saber a nacionalidade do médico, mas a nacionalidade do paciente, que é um brasileiro que precisa de saúde”, disse o petista.

A declaração de Lula é uma tentativa de diminuir a desconfiança da população e das instituições especializadas sobre o Mais Médicos. Mas esse discurso sucumbe à realidade dos fatos. De 2013 a 2018, por exemplo, mais de 11 mil cubanos estiveram em 3 mil cidades brasileiras — ocupando 60% do total das vagas disponíveis. Brasileiros com formação no exterior (5 mil) e intercambistas (3,5 mil) preencheram as vagas restantes.

O Mais Médicos beneficiou 63 milhões de brasileiros espalhados por 4 mil municípios. Mas ninguém foi tão favorecido quanto a casta política cubana. Segundo o acordo intermediado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a ditadura instalada em Cuba tinha o direito de embolsar 70% do salário dos médicos, estimado em R$ 12 mil. Outros 25% ficavam com quem trabalhava de fato, enquanto 5% pertenciam à Opas.

Enviar médicos para o exterior não era apenas uma maneira de o governo cubano ganhar dinheiro, mas também uma estratégia de propaganda. Havana pretendia vender para o mundo a imagem de potência médica.Jalecos extraditados
Assim que Bolsonaro venceu as eleições presidenciais de 2018, a ditadura cubana determinou que seus médicos deixassem o Brasil e voltassem para a terra natal. De acordo com o advogado André de Santana Corrêa, representante dos cubanos no país, a decisão de Havana atenta contra a Constituição Federal. “Essa medida fere quatro princípios fundamentais: o direito adquirido, a dignidade humana, a isonomia e o valor social do trabalho”, afirmou.

Corrêa argumenta também que o rompimento do acordo não é justificável, porque ambos os governos chamaram os médicos para trabalharem no Brasil por seis anos — e acabaram excluídos ao fim dos três primeiros. “Isso nos traz a ideia de escravidão moderna, como se os médicos cubanos fossem commodities”, ressaltou. “Eles tinham a perspectiva de melhorar suas condições de vida. Infelizmente, esse sonho não se tornou realidade.”André de Santana Corrêa é advogado dos médicos cubanos no Brasil | Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Quase 200 médicos entraram na Justiça e pediram que seus contratos fossem negociados individualmente com o governo brasileiro. Em resposta, Havana passou a se movimentar para descobrir quem eram os cidadãos que estavam se rebelando. Havia um motivo especial: Cuba deixaria de abocanhar cifras milionárias à custa do trabalho alheio.

Uma decisão da9ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal deu parecer favorável aos médicos cubanos. Segundo o órgão, a questão não diz respeito ao cumprimento de um acordo bilateral, mas à necessidade de garantir aos profissionais de saúde a possibilidade de exercerem sua liberdade.

Nos Estados Unidos, a Justiça deu esperança aos profissionais que se sentiram ludibriados pelo governo de Cuba e pela organização que intermediou a negociação. Em abril de 2022, o Tribunal de Apelações do Distrito de Columbia concedeu a quatro cubanos que trabalharam no Mais Médicos o direito de processarem a Opas. Na denúncia, os profissionais alegam ter exercido trabalhos análogos à escravidão entre 2013 e 2018. Intermediária financeira de Brasília e de Havana, a Opas usou sua própria conta bancária nos EUA para converter reais brasileiros em dólares e transferir uma quantia significativa de dinheiro para a ditadura cubana,como mostrou reportagem do Wall Street Journal.Raio X
É na esteira desses problemas que a equipe de Lula formulou aMedida Provisória n° 1165/2023. A matéria visa a restabelecer o Mais Médicos como o principal programa de direcionamento de profissionais para a rede de atenção primária à saúde (APS), que envolve prevenção, diagnóstico, tratamentos de baixa complexidade, reabilitação e cuidados paliativos. Há a previsão de contratar 15 mil pessoas em 2023, ampliando o total de participantes para 28 mil. Nesse cenário, o Médicos pelo Brasil perde o protagonismo.

O programa lançado durante o governo Bolsonaro recebeu a aprovação depois de extenso debate entre o Ministério da Saúde, o Congresso Nacional e as instituições especializadas que representam 560 mil profissionais habilitados nos Conselhos Regionais de Medicina (CRM). Já o Mais Médicos de Lula propõe ideias desfavoráveis para a classe médica, como o vínculo profissional exclusivamente por bolsa e a contratação de profissionais formados no exterior — sem a necessidade de revalidação do diploma.


O programa ressuscitado por Lula não prevê a fixação dos médicos nas comunidades — uma das questões mais importantes da atenção primária à saúde

“Participei desse debate no Parlamento”, disse o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS). “Em que pese programas sempre terem espaço para aprimoramento, felizmente o Médicos pelo Brasil teve a discussão com a sociedade que faltou — propositalmente, em larga medida — na época do lançamento do Mais Médicos por Dilma. A Medida Provisória n° 1165/2023 havia sido assinada no mesmo dia em que médicos cubanos eram colocados em aviões e enviados como commodities ao Brasil, sem a menor discussão.”Há diferenças fundamentais entre os programas

Algumas diferenças entre os programas chamam a atenção. No Médicos pelo Brasil, por exemplo, é possível estabelecer vínculos empregatícios com os profissionais depois do período de atuação por bolsa (dois anos). Há também a possibilidade de progressão salarial até R$ 36 mil para os médicos que atuarem em regiões de maior vulnerabilidade social. No Mais Médicos, por sua vez, o modelo de remuneração é exclusivamente por bolsa. Os profissionais recebem cerca de R$ 13 mil, mais gratificação equivalente a R$ 2,5 mil por mês, caso trabalhem durante quatro anos em regiões vulneráveis.

As distinções não param aí. O Mais Médicos retoma a possibilidade de contratação de profissionais formados no exterior — sem diploma revalidado — para preencherem os possíveis vazios assistenciais. No Médicos pelo Brasil, os profissionais com formação em outros países precisam comprovar sua competência através do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida). Na prática, o governo Lula castiga as regiões vulneráveis com médicos desqualificados, aumentando ainda mais a desigualdade entre o atendimento dado à população mais carente e aquele concedido às pessoas mais ricas.Bolsonaro e Queiroga, durante cerimônia de contratação dos primeiros profissionais do Médicos pelo Brasil | Foto: Alan Santos/Presidência da República

Outra diferença: no Mais Médicos 2023, a seleção dos profissionais segue critérios subjetivos. As convocações ocorrem por meio de chamamentos públicos — sem processos seletivos estruturados. Já o Médicos pelo Brasil estabelece regras objetivas, e os profissionais devem fazer uma prova eliminatória.

Por último, mas não menos importante, o Mais Médicos restringe o tempo máximo de atuação dos profissionais a oito anos (ciclo de quatro anos, prorrogáveis pelo mesmo período). No Médicos pelo Brasil, por sua vez, esse tempo é indeterminado para aqueles que possuírem o título de medicina de família e comunidade. O programa ressuscitado por Lula não prevê a fixação dos médicos nas comunidades — uma das questões mais importantes da atenção primária à saúde, segundo especialistas consultados por Oeste.“O PT não é o Partido dos Trabalhadores?”
Agora, Lula tem um nó a desatar: o governo pretende restabelecer o programa de importação de profissionais estrangeiros via Opas? Para o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, a oposição deveria propor uma emenda à MP 1165/2023 que impedisse a evasão dos recursos dos médicos para ditaduras. “O dinheiro deve ficar com os profissionais”, ressaltou Queiroga. “Sou contra a atual medida provisória. O PT não é o Partido dos Trabalhadores? Por qual motivo não assina a carteira dos médicos? Por que querem que os profissionais trabalhem de maneira clandestina, sem vínculo empregatício?”

Quem participa ativamente do processo de reconstrução da MP 1165/2023 é a deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP), que apresentou uma emenda proibindo a transferência de recursos para a ditadura cubana. “Não podemos ser coniventes com a apropriação indevida de pagamentos”, afirmou a deputada, ao argumentar que as bolsas deveriam ser pagas diretamente para os médicos — sem desvio de recursos para intermediários nem organismos internacionais.Adriana Ventura quer barrar o envio de verbas para Cuba | Foto: Reprodução/Wikipedia

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Hiran Gallo, também alerta para a seleção de profissionais sem diploma revalidado. “Esse cuidado se ampara em dados estatísticos”, disse. “Desde que foi criado, em 2011, o Revalida já aprovou quase 12 mil médicos — dos quais pouco mais de 7 mil brasileiros (63%) formados no exterior e cerca de 4,5 mil estrangeiros (37%). O número de aprovados equivale a 18% do total de 62 mil candidatos que se inscreveram no exame.”

Apesar de serem maioria entre os aprovados, ressalva Gallo, os brasileiros formados no exterior têm um desempenho levemente pior que o registrado pelos estrangeiros. A média dos primeiros é de 17,8%, com cerca de 38 mil inscritos e pouco mais de 7 mil aprovados. Os estrangeiros chegam a 18,85% de aprovação, com 24 mil inscritos e quase 4,5 mil aprovados.

“A explicação para esse fenômeno está na baixa qualidade das faculdades de medicina, principalmente nas fronteiras do Brasil com o Paraguai e com a Bolívia, que formam a maioria dos estudantes brasileiros que fazem o Revalida”, observou o presidente do CFM. “Apesar da barreira da língua, estudantes de outras nacionalidades têm desempenho melhor que os brasileiros. É um sintoma preocupante.” Para Gallo, admitir a participação de portadores de diplomas estrangeiros sem aprovação no Revalida — de qualquer nacionalidade — configura uma situação de risco para os pacientes. “Especialmente para aqueles que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde, ou seja, a parcela mais vulnerável da população”, salientou.

O CFM acredita que não há necessidade de celebração de acordos com instituições de ensino superior estrangeiras. Atualmente com 389 cursos, o Brasil é o segundo país em número de escolas médicas no mundo — atrás apenas da Índia, com 392.Hiran Gallo é presidente do CFM | Foto: Divulgação/CFM

Raphael Câmara, ex-secretário nacional de Atenção Primária do Ministério da Saúde, diz que Lula pretende emplacar o Mais Médicos por motivos financeiros. “O valor usado para contratar os profissionais no Médicos pelo Brasil é o dobro do verificado no Mais Médicos”, observou. “O salário é maior, e os custos trabalhistas são altos. O governo prefere contratar mais pessoas, mesmo que sejam menos qualificadas. A ideia é apostar no volume e dizer para os brasileiros que estão fazendo mais contratações.”

No Médicos pelo Brasil, lembra Câmara, os profissionais tinham carteira de trabalho assinada. “Esse vínculo é semelhante ao estabelecido com funcionários da Petrobras”, explicou. “Os médicos não podem ser demitidos sem um motivo concreto. Para demitir, é necessário um processo administrativo complexo. Aqueles que trabalham corretamente permanecem em seus cargos. Há um plano de carreira, o que é absolutamente fundamental.”

Patrícia Izetti, ex-coordenadora-geral de Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, acredita que os programas lançados por Lula, Dilma e Bolsonaro têm objetivos distintos. “O Médicos pelo Brasil foi construído para ser uma política de Estado, e não de governo”, argumentou. “O PT quer acabar com esse projeto, pois entende que é uma propaganda do governo Bolsonaro.”Em compasso de espera
A oposição ainda trabalha para reparar os equívocos do Mais Médicos, considerado um dos principais projetos do governo Lula-3. O retorno desse programa, idealizado por Dilma em 2013, simboliza a ressurreição das piores práticas políticas da América Latina — paternalismo, violência e opressão.

É com esse cenário em vista que os parlamentares têm de agir no Congresso Nacional. Quando a discussão sobre o Mais Médicos chegar à Câmara dos Deputados e ao Senado, os representantes do Legislativo terão de definir quais princípios nortearão o debate: o respeito aos direitos humanos, valor indispensável às democracias liberais, ou a veneração às ditaduras, comportamento habitual em países subdesenvolvidos.

O Médicos pelo Brasil é um arquétipo das melhores políticas governamentais, porque tem regras claras, recursos finitos, fiscalização independente e objetivos definidos: atender às necessidades dos mais pobres, que não têm acesso à saúde, e premiar os profissionais competentes. O Mais Médicos, ao contrário, é um modelo perfeito da ineficiência dos programas estatais: regras obscuras, recursos infindáveis, fiscalização atrelada ao governo e objetivos reais indecifráveis.

Leia também “Mais Médicos: jalecos escravizados”

Lula quer levar o país de volta para a UTI.


Edilson Salgueiro,
colunista - Revista Oeste
 
 
 

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Bolsa cai e dólar sobe em reação ao novo arcabouço fiscal; texto foi apresentado ontem - O Estado de S. Paulo

Ibovespa cai e dólar sobe em reação ao novo arcabouço fiscal

O Ibovespa opera em baixa nesta quarta-feira, 19. O índice acelerou a queda nesta manhã e ameaçou perder a marca dos 104 mil pontos, em meio às incertezas em relação ao cumprimento do governo com o fiscal, a despeito do encaminhamento das novas regras na terça-feira, 18, ao Congresso e a queda de empresas de commodities. Em Nova York, as bolsas caem, mas um pouco menos do que o Índice Bovespa.

Um dos pontos de tensão para o mercado em relação ao projeto é a existência de brechas que permitem a não responsabilização pelo descumprimento das metas estabelecidas. Para Rafael Schmidt, operador de renda variável da One Investimentos, essas exceções preocupam. “Mesmo no governo passado se tinha um discurso de maior austeridade e isso não fui cumprido. Agora, com o governo abertamente mais gastador reforça a preocupação.

Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, também avalia negativamente essas cláusulas e alerta que se o Ibovespa perder o suporte dos 104.100 pontos, pode ir para os 99.700 pontos, zona considerada crítica.

“Há muitas dúvidas em relação ao cumprimento das metas do novo arcabouço e a cláusula que permite a não responsabilização pelo descumprimento das metas estipuladas é ruim. O exterior não ajuda, as commodities caem e as ações da Vale segue perdendo suportes importantes”, afirma Monteiro.

Em entrevista à GloboNews, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que as exceções colocadas pelo governo ao limite de despesas do novo arcabouço fiscal são as mesmas previstas já no teto de gastos. O secretário afirmou, ainda, que o cenário base do governo aponta para a estabilização da trajetória da dívida pública a partir de 2027, considerando a curva de juros atual e a aprovação do novo arcabouço fiscal, apresentado ontem.

Dólar
O dólar também avança, retomando a casa dos R$ 5,00, diante dos temores relacionados ao novo arcabouço fiscal e o ceticismo sobre o cumprimento das metas de resultado primário e à trajetória da relação dívida/PIB. Por volta das 12h53, o dólar subia 1,46%, para R$ 5,049.

Na máxima do dia, a moeda americana atingiu os R$ 5,0630 (avanço de 1,75%), quase zerando as perdas acumuladas em abril.O analista de inteligência de mercado da Stonex, Leonel Mattos, afirma que a demanda por dólar é estimulada principalmente por cautela fiscal interna e, em menor grau, pela valorização externa da divida americana frente a outras moedas latino-americanas ligadas a commodities.

“Repercute mal o grande número de excepcionalidades previsto na proposta de arcabouço, que não foram apresentadas integralmente durante a apresentação da proposta ao mercado, e o temor é de que as regras fiscais possam ser menos eficientes que o esperado e não atingirem as metas de superávit primário que o governo se propôs a cumprir” , avalia Mattos.

Economia - O Estado de S. Paulo

 


domingo, 11 de dezembro de 2022

Dívida da China é quatro vezes maior do que a do Brasil - Oxford Group

Apesar de sua enorme reserva cambial, a China está enfrentando numa dificuldade econômica atípica, em considerando sua história nas últimas décadas.

A política de tolerância zero para com a COVID, tem desestruturado sua capacidade produtiva, corroendo a confiança de seus compradores tradicionais, e minado sua estabilidade política.

Sua dívida interna, atingiu 295% de seu PIB, que é quase o dobro, nesta forma de mensurar, do que a americana e 4 vezes a do Brasil. São U$52 trilhões de dólares, só do setor não financeiro.

Mesmo com uma vacinação em massa, que atingiu cerca de 90% da população, com uma pequena liberação da população o vírus tem se espalhado de forma rápida, chamando a atenção por colocar em dúvida a eficiência das suas vacinas. Já se prediz a infeliz morte de 2 milhões de pessoas com esta liberação.

Os investidores estrangeiros estão buscando alternativas para mudar seus projetos industriais. Com a pressão dos EUA e da EU, para contingenciar as compras da China, assim como sustar a venda de produtos e conhecimento de itens importantes da tecnologia de ponta, a China tem encontrado dificuldades para manter seu fantástico e necessário nível de desenvolvimento.

Hoje, já se espera um crescimento pífio de 3% a 4% para este ano em seu PIB. Ela enfrenta um problema grave com relação à liquidez dos seus créditos externos, principalmente em função da crise econômica dos devedores, que receberam fartos recursos dentro do projeto de logística mundial que a China tratou de implementar na expectativa de dominar o comércio internacional.

O setor imobiliário entrou em colapso e a falta de disponibilidade no seu caixa tem feito o governo emitir bônus para financiar as obras de infraestrutura para reaquecer a economia e gerar empregos.

A população vem decrescendo e deverá haver uma diminuição de quase 100 milhões até 2047. Esta, que seria uma boa notícia há alguns anos atrás, causa preocupação no momento pois a idade média da população aumentou de 38.5 anos para uma expectativa de mais de 50 até 1947.

E, o que isto tem que ver com o Brasil? Tudo.

Como nosso principal importador de commodities, agrícolas e minerais, uma queda nesta demanda pode afetar os preços mundiais e as nossas exportações.

Por outro lado, a China precisará aumentar suas exportações e buscará países que sejam “simpáticos” em favorecer as importações do país asiático, mesmo que em prejuízo de sua indústria local e de sua balança comercial.

Como nossa imprensa está bastante "simpática" com a China, ela terá apoio na mídia para favorecer seus interesses. Vale um alerta para nossa indústria e os produtores de commodities [o alerta deveria ter sido para os eleitores brasileiros , antes das eleições e assim seria evitada a besteira que fizeram = estávamos -  e ainda estamos, só que agora saindo - em um processo de economia se consolidando, PIB crescendo, ainda que de forma discreta e agora corremos o risco de e, 1º jan 2023, o governo do  Brasil ser entregue a pessoas que tem como NORTE = estatização, desonestidade no trato da coisa pública e aumento de gastos = infelizmente, passaremos à frente da China, só que no processo de degradação econômica.]

Editorial Oxford Group


sábado, 29 de outubro de 2022

Em time que está ganhando… - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo


Toda a estratégia petista nessa campanha imunda consiste em demonizar Bolsonaro como “genocida” e resgatar a lembrança de uma fase econômica boa no começo do governo Lula. O contexto pouco importa. Não vem ao caso, por exemplo, que saímos de uma pandemia e logo depois vimos uma guerra entre países produtores de energia. Tampouco cabe lembrar que, no começo da era Lula, a China crescia dois dígitos e puxava o preço das commodities, beneficiando países produtores como o Brasil.

Ocorre que, a despeito da pandemia, da guerra e da tentativa de boicote por parte da oposição, o Brasil de Bolsonaro está se saindo muito bem economicamente falando. E isso não só em relação ao vizinho lulista, já que a inflação argentina passou de 100%. O Brasil vai bem em comparação ao próprio país no passado, mesmo com cenários bem mais favoráveis antes.

É o caso do emprego. A taxa de desemprego no Brasil caiu para 8,7% no trimestre encerrado em setembro, menor valor desde 2015. O número representa uma queda de 0,6 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, terminado em junho (9,3%), e 3,9 pontos percentuais frente ao mesmo período de 2021 (12,6%).

O crescimento é a solução para vários de nossos problemas sociais. O
Brasil vem surpreendendo analistas com um crescimento mais forte e inflação menor, tudo isso graças a um melhor ambiente de negócios obtido com reformas. O país tem sido capaz de atrair investimentos produtivos como resultado de uma agenda liberalizante, tornando-se mais competitivo.

O PT tenta responsabilizar o governo Bolsonaro por tudo de ruim, ignorando esse contexto global adverso. É a primeira vez, por exemplo, que temos uma inflação menor do que a americana! Enquanto isso, todos os indicadores econômicos e sociais pioram rapidamente na vizinhança, com governos de esquerda apoiados por Lula. É o caso até do Chile, que já foi o mais próspero e estável da região, e hoje vive uma escalada de criminalidade. Na Colômbia a coisa vai de mal a pior, assim como no Peru, ambos com presidentes da esquerda radical ligada ao PT.

Isso para nem mencionar a Venezuela, que já mergulhou no absoluto caos com uma ditadura apoiada por Lula. 
É esse o destino que desejamos para o Brasil? 
Nada vamos aprender com a própria experiência ou com a observação do nosso entorno? 
As falácias petistas enganam alguns desavisados, mas quem está atento já sabe: o Brasil está no caminho certo, no rumo da prosperidade. 
E como diz o ditado popular, em time que está ganhando não se mexe...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Europa, desmatamento e agricultura tropical - Evaristo de Miranda

Revista Oeste

O interesse da UE em não contribuir com desmatamentos urbe et orbi é legítimo. Os meios propostos, discutíveis 

Em 13 de setembro passado, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução legal para regulamentar, aplicar sanções e até suspender a importação de produtos agropecuários originados em áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2019. A União Europeia (UE) quer enverdecer suas importações. A política do Farm to Fork e as regras para produtos zero desmatamento existem há anos e se inserem no chamado European Green Deal. O interesse da UE em não contribuir com desmatamentos urbe et orbi é legítimo. Os meios propostos, discutíveis.

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock 

A resolução aprovada envolve a política externa da UE e afeta os interesses de muitos países. Segundo seu relator luxemburguês, ela ainda dependerá da aprovação em cada um dos 27 Estados europeus e de muitos entendimentos. Lord Palmerston, primeiro-ministro inglês no século 19, assim definiu a política externa britânica: A Inglaterra não tem amigos eternos, nem inimigos perpétuos. A Inglaterra tem sim eternos e perpétuos interesses.

Para muitos, a resolução é unilateralista e viola as regras do comércio internacional e multilateral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e os interesses de muitos países. O Parlamento Europeu, sem mandato de instância regulatória global, tenta criar regras de comércio internacional, a partir de um tema ambiental. 
Sua aplicação será contestada na OMC. O Brasil tem um histórico de vitórias na OMC contra o protecionismo agrícola europeu. Os contenciosos do açúcar e do frango salgado são exemplos. E poderá liderar alianças inéditas com países africanos, americanos e asiáticos, na defesa de interesses comuns.

Para outros, a resolução é neocolonialista. Como os países tropicais parecem incapazes de gerir suas florestas ou pelo menos do jeito desejado pelos europeus, então estes lhes imporão sua lei. 

(...)

Para analistas do agro, os europeus buscam impedir seus concorrentes de explorarem suas próprias terras e florestas. Operacionalizada, a medida congelará a dimensão das áreas de agropecuária destinadas à exportação, sobretudo em alguns países tropicais. 
É como uma desapropriação parcial de terras privadas, destinando-as à manutenção florestal, sem indenização, em tempos de insegurança alimentar.
 Sem poder expandir essa área, nas nações mais pobres, o uso do solo para commodities competirá e poderá ocupar terras dedicadas à produção local de alimentos.

De suas florestas originais, a Ásia, apesar de seu imenso crescimento populacional, ainda preserva mais de 6%, a África mais de 8% e o planeta, 24%. No Brasil, 66,3% do território está dedicado à vegetação nativa. Na Amazônia, o valor alcança 83,8%.

(...)
E, sendo assim, como a Bélgica procederá com a madeira do Zaire? Ali, apenas um dos concessionários belgas detém uma área florestal equivalente à metade da Bélgica. 
A França fechará suas madeireiras instaladas no Gabão e seus projetos dedicados à exploração florestal
A exploração madeireira de baixo impacto ambiental na Guiana Francesa está fora da resolução? 
Como a UE, destino de 67% do cacau da Costa do Marfim, maior produtor mundial, cuidará desse caso amargo
Quais sanções ao café e a outros produtos silvícolas do Vietnã, cujas exportações para a Europa passaram de US$ 3,7 bilhões em 2020 para US$ 5,59 bilhões em 2021, resultado de seu acordo de livre-comércio com a UE?
E a borracha importada da África, ligada ao desmatamento
Qual será o destino do óleo de palma da Malásia e da Indonésia, objeto de tantas derrogações na legislação da UE
Na Europa, mesmo com avelãs e oliveiras, sem o óleo de palma, não há Nutella
Não há biocombustíveis, nem muitos itens da indústria agroalimentar.

Leia também “Amazônia: conquista luso-brasileira”

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste, clique para  matéria na íntegra


terça-feira, 24 de maio de 2022

Doria levou um xeque-mate do próprio partido - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

PSDB

João Doria durante pronunciamento em que anunciou retirada de sua pré-candidatura

João Doria durante pronunciamento em que anunciou retirada de sua pré-candidatura -  Foto: Divulgação

Doria deixa a corrida
Pré-candidato a presidente da República, o ex-governador João Doria acabou se curvando às evidências. Ele não saía de 1% nas pesquisas de intenção de voto e não era bem visto pelo próprio partido, e, por isso, desistiu de concorrer.

ELE CHOROU… TADINHO…


Só que o PSDB ainda não se resolveu, ele continua indeciso. Um lado quer Eduardo Leite e aí ficará bem claro que foi um golpe para tirar Doria e outro lado quer adotar a candidata do MDB, a senadora Simone Tebet.[a 'descompensada', codinome que ganhou desde que descompensou na CPI Covidão.]

Só que, tal qual os tucanos, o MDB está dividido também: tem o do Nordeste, que quer Lula, e o do centro-sul, que quer Bolsonaro. Parece que terceira via firme mesmo é a de Ciro Gomes (PDT) e tem muita gente, até no PT, achando que se Lula não tiver futuro, Ciro pode ser o futuro, já que tem menos rejeição do que Lula.

Horizontes para o agro
O mundo necessita ter uma oferta maior de alimentos para que os preços não subam e para que haja segurança alimentar de todos. E, por esse motivo, o mundo faz um apelo para o Brasil.

Os produtores brasileiros, nesse momento, podem responder a isso. Mas eles estão mais preocupados com a alta nos custos de produção, do diesel, dos fertilizantes, dos defensivos e dos insumos em geral. Se os preços caírem, aí a produção fica inviável.

Se cair o valor das commodities na Bolsa de Chicago, por exemplo, se houver uma oferta excessiva dessas commodities, o preço cai e aí não compensa mais produzir. É preciso que haja muita atenção a essas questões, não basta apenas aumentar a oferta.

Crédito da Caixa
Interessante como a Caixa Econômica Federal consegue entregar resultados sem a ingerência política que havia em anos anteriores, quando cargos de direção eram todos ocupados por políticos. Teve representante de partido que enchia mala com dinheiro e guardava em um apartamento em Salvador para citar apenas um exemplo.

Hoje, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, não para. Ele é um atleta nadador, mas não sei se tem tempo de continuar nadando. No último fim de semana, primeiro ele esteve em Macaé e Rio das Ostras, visitando pequenos produtores que a Caixa está apoiando com microcrédito. Depois, apareceu na grande exposição Agro Brasília, que é a vitrine de um Distrito Federal que despertou para o agronegócio.

O Distrito Federal acompanha Mato Grosso, Goiás, Matopiba, Paraná, Rio Grande do Sul, entre outros, na produção agropecuária. E ele estava lá, oferecendo crédito. Estou falando isso porque não basta ter crédito se o preço dos insumos estiver muito alto.

Supremo agiu bem
Estará o Supremo Tribunal Federal mudando de rumo? Há algumas indicações. Na semana passada, o STF unanimemente não aceitou o pedido do ex-presidente do PT Rui Falcão e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para mandar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se manifestar sobre os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Agora, nesta segunda-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes voltou atrás e cancelou a liminar que proibia o presidente da Câmara de tirar o deputado Marcelo Ramos (AM), que trocou de partido, da vice-presidência da Câmara. Essa liminar era uma clara intromissão do Supremo na Câmara dos Deputados. Lira, quando viu que a liminar foi revogada, imediatamente convocou para a próxima quarta-feira (25) uma eleição interna para renovar a mesa diretora.

Vamos esperar agora as próximas decisões, porque talvez o Supremo tenha finalmente lido o segundo artigo da Constituição que diz que os poderes são harmônicos e independentes.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 16 de março de 2022

FERTILIZANTES: IGNOMÍNIA DAS IGNOMÍNIAS - Sérgio Alves de Oliveira

O recente episódio da invasão da Ucrânia (ex-URSS) pelas forças armadas russas confirma o fato de que os preços de todas as coisas no Brasil “explodem” com mais rapidez do que as bombas e mísseis jogados nesse país pelos invasores comunistas.

Tanto isso é verdade  que se porventura houvesse um tipo qualquer de “Fórmula Um” de alta de preços no mundo, entre todos os países, certamente  ninguém conseguiria  tirar do Brasil a faixa de “Campeão”. Mas esse “campeão” remarca com toda a velocidade os seus preços, com ou sem justificativa válida.

Isso se dá meramente porque antes mesmo dos eventuais motivos da alta dos preços mundiais eclodirem, os “negociantes” contumazes da alta de preços nos mercados internacional e interno já se “anteciparam” e remarcaram os  preços de tudo que estiver relacionado, verdadeiramente, ou não, ao alegado motivo.

Porém essa atitude não é nenhuma novidade. A falta ou excesso de chuvas  também sempre é “motivo”, jamais para “baixa”,porém para a “alta”. Qualquer declaração de político ou autoridade importante que apresente algum “cheiro” de causar alguma “lesão” na economia, também  já é motivo de alguma “alta” qualquer. Alguma “baixa” de preços só se verifica em processos de “liquidação”, ou após uma super safra na produção rural de produtos perecíveis que não puderem ser armazenados para venda futura.

Jamais houve um só motivo mundial ou nacional para abaixar os preços de qualquer coisa. Além disso os cartéis de produtos industrializados, como o de lâmpadas “leds”, surgidas mais recentemente, gradativamente estão fazendo as lâmpadas durarem   menos, com objetivos muito claros  de mais rápida reposição, dentro de uma politica industrial absolutamente criminosa contra os consumidores,que chegam até a ter um falso ”código do consumidor” (fake news?)para “protegê-los”. 

 Esse tipo de malabarismo se repete e foi bem apanhado  no livro “A Trilateral:Nova Fase do Capitalismo Mundial”,escrito por Hugo Assmann,Theodore dos Santos e Noam Chomsky ”Antes” trabalharam em cima das lâmpadas incandescentes e fluorescentes, que estavam durando “demais” e tinham que durar menos, para mais rápida reposição e maior lucro. Agora é com  as lâmpadas “leds”,que já estão durando tão pouco  quanto duravam as incandescentes.

Voltando à “guerra” na Ucrânia, essa foi mais um motivo dos preços “explodirem” no Brasil,que certamente foi um dos mais impactados pela alta de preços mundial.

O maior impacto da alta internacional no Brasil se deu nos fertilizantes para “adubar” a terra e produzir alimentos para o povo e para os rebanhos,bem como exportar os excedentes,sabendo-se que as “commodities” se tornaram o carro-chefe da economia brasileira. Mas tudo depende dos ”fertilizantes”. Vital para o agronegócio,evidentemente. E a maior parte dos fertilizantes provém da Rússia, que devido à guerra, acabou prejudicando as importações, fazendo os produtores brasileiros entrarem em verdadeiro “pânico”com a falta do produto. Mas os “pés-de-alface” que tinham sido plantados e estavam na hora de colher também foram afetados nos seus preços. Tudo mais rápido que um relâmpago.

Mas o inacreditável em tudo isso é que o Brasil possui reservas de POTÁSSIO, que se trata do principal insumo dos fertilizantes,abaixo do  seu próprio solo,não só para sua total autossuficiência,porém para exportar a garantir comida para grande parte do mundo por muito tempo.

Só mesmo um “burro” poderia conceber a necessidade brasileira de importar água doce para matar a sede do povo e dos seus rebanhos,[prezado articulista: lembramos que uma ex-presidente, petista   = destacamos o 'petista' apenas para mostrar o quanto podem ser ignorantes (descartamos o 'burro', por ser ofensivo aos muares,dotados de inteligência superior a de grande parte dos eleitores petistas)propôs engarrafar  vento. Assim, era só alguém perguntas sua opinião sobre importar água e ela aprovaria.] já que nesse item o Brasil tem as maiores reservas do mundo, nos seus rios,lagos,lençóis  d’água e aquíferos ,dentre outras diversas fontes.

Por esse motivo a “necessidade” de importar fertilizantes é tão “burra” quanto seria a necessidade de importar água doce.

Como o povo brasileiro pode tolerar que tudo isso esteja acontecendo? Não seria o caso de “Paredón” para todos os nefastos responsáveis por esses absurdos? E que estão espalhados na política , “encostados” nos Três Poderes Constitucionais, nos partidos de esquerda, no Ministério Público, nos organismos “ambientalistas” cegos e mal-intencionados, e na própria “Justiça”,que convalida todas essas barbaridades?

Mas idêntica “ignominia” que se passa com os fertilizantes, porém por motivos diversos, se dá em relação aos combustíveis derivados do petróleo, também altamente impactados com a guerra na Ucrânia. Nem havia ainda explodido o primeiro míssil russo na Ucrânia e as bombas de combustível  (lógico)j estavam remarcando os seus preços,na base do tal “preço internacional”,cotado em dólares americanos. 

[Excelente abordagem; cabe ressaltar que apesar do êxito dos exploradores em reduzir a durabilidade das 'leds', uma vantagem de preço vai permanecer, sem esquecer que o superior rendimento em termos de capacidade de iluminação, compensa com folgas o custos das antigas incandescentes e reduz, substancialmente, o valor da conta de energia = especialmente, nesses tempos de bandeiras coloridas. 
Outro ponto a ser abordado, aproveitando a matéria como 'gancho',  é o truque da redução da quantidade sempre em proporção maior que a havida no preço.
Essa redução se torna mais presente  no sabão em pó, papel higiênico,  achocolatados, etc.]

Essa  incrível ”ligeireza” da Petrobrás em reajustas os preços dos combustíveis a níveis “internacionais”, certamente se dá pelo fato da estatal ter abandonado completamente o espírito da sua criação,mais conhecido como “O Petróleo é Nosso”,dos anos 40 e 50.   Hoje a Petrobrás serve muito mais aos interesses dos seus INVESTIDORES,seus acionistas -  privados,do que aos consumidores e povo brasileiro. Como explicar que na vizinha Venezuela,por exemplo,tão autossuficiente em petróleo quanto o  Brasil,mas sem os “parasitas” de investidores buscando lucros nas suas costas, pode vender gasolina de modo que o consumidor encha o tanque do seu carro com o valor equivalente a 5 (cinco) reais?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo