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terça-feira, 3 de julho de 2018

Um petista privatizador



Sitiado por denúncias e críticas no próprio partido, Fernando Pimentel sonha com a reeleição no governo de Minas, mas enfrenta dificuldades para sair à rua em campanha

Três invernos atrás era festejado como símbolo da renovação do Partido dos Trabalhadores. Hoje se vê sitiado pelos antigos aliados do partido e do sindicalismo no setor público, que há 30 meses incitam greves em protestos contra privatizações e atrasos nos salários. Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, é caso curioso de político que sonha com a reeleição em outubro, mas enfrenta dificuldades para sair à rua em campanha. Coleciona denúncias por corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e caixa 2 eleitoral, e, ao mesmo tempo, administra um estado virtualmente falido, com o funcionalismo em convulsão. 

Semana passada, grevistas invadiram os jardins do Palácio da Liberdade, onde ele se entretém no desenho de ideias para resgatar sua administração do naufrágio — elas têm sido exorcizadas pelo próprio partido, sob a premissa da rejeição ao “neoliberalismo”.
Minas gasta com funcionalismo o equivalente à receita de uma companhia como a Vale. Foram R$ 49,8 bilhões no ano passado, 13% mais do que conseguiu arrecadar em tributos.  A principal fonte de renda do estado, o ICMS, não cobre o gasto com os quase 400 mil servidores, que consumiram R$ 42 bilhões. 

Desde 2015, Pimentel aumentou custos de pessoal em cerca de 20%. Decretou calamidade financeira logo no primeiro ano de governo. E se tornou refém de uma folha de pagamentos onde a Polícia Militar (R$ 10,5 bilhões) custa 25% mais que os serviços de Educação. O gasto com servidores na Educação supera a despesa com pessoal das maiores empresas privadas de Minas. Deve aumentar na próxima semana, quando a Assembleia aprovar reajustes retroativos (até 14%) para os professores. Entre eles, há 96 mil temporários. Sua incorporação é reivindicação antiga, mas foi bloqueada na Justiça pelo PT de Pimentel, anos atrás. 

Pesado, também, é o custo do Judiciário mineiro (R$ 4,5 bilhões). A despesa com a folha já ultrapassa o valor anual da arrecadação de outro imposto estadual, o IPVA. São 24 mil servidores trabalhando com três processos pendentes para cada caso novo registrado.
A Justiça estadual sustenta um expressivo número de privilegiados entre os 978 juízes, com rendimento mensal acima de R$ 50 mil. O recorde em maio foi de um juiz aposentado que recebeu remuneração de R$ 387.346,67. Equivale a R$ 12,9 mil por dia de aposentadoria, ou R$ 537,5 por hora de inatividade.
 
Pimentel procura alternativas. Tentou vender a sede administrativa do governo (290 mil metros quadrados) e parte das ações da empresa de saneamento (Copasa), promover concessões em metrô, aeroportos, estradas, presídios e escolas e centros de saúde.
Não conseguiu. Agora insiste numa obscura operação com debêntures de R$ 2 bilhões e a estatal Codemig, que recebe 25% da receita de produção de nióbio, um metal raro no mundo, mas abundante em Araxá (MG), e que é essencial à indústria de alta tecnologia.
Nessas iniciativas, seu maior adversário tem sido o próprio partido. A uma dúzia de semanas da eleição, o PT já não reconhece “Jorge”, antigo militante da guerrilha VAR-Palmares, olha para Pimentel, candidato à reeleição, e enxerga um petista privatizador. [Pimentel também é acusado de ser consultor fantasma - recurso utilizado por políticos corruptos para lavar dinheiro de propina;
sempre foi atabalhoado o atual governador de Minas, até nos seus tempos de terrorista - tentou sequestrar o embaixador americano e foi atropelado pelo quase sequestrado.]

José Casado, jornalista - O Globo
 

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Governo e Justiça do DF cedem à imposição dos professores

Greve dos professores da rede pública chega ao fim

Docentes seguiram a posição do comando de greve do Sinpro-DF e vão retomar as aulas na próxima segunda-feira (22)

Seguindo a posição do comando de greve do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) de encerrar a paralisação da categoria que já dura 27 dias, a classe decidiu interromper o movimento e retomar as aulas na segunda-feira (22/4). A categoria também votou por uma greve geral a partir de 28 de abril. A assembleia, no entanto, foi marcada por impasses por dois grupos. 

Com gritos de ordem, bandeiras, tambores e cantos organizados, um grupo preferia manter as aulas interrompidas. O outro, no entanto, preferiu acabar com a paralisação. O movimento, que começou em 15 de março, deixou 450 mil alunos da rede pública sem aula.

[mais uma vez o Governo e a Justiça do DF fazem 'acordo' com os professores.
Eles falam em acordo mas na realidade foi uma imposição dos professores da rede pública ao Governo e à Justiça do DF e que  desmoralizou o governo Rollemberg (se é que um governo sem moral pode ser desmoralizado mais ainda) debochou da Justiça e prejudicou os alunos.

VEJAM:
- o governo Rollemberg aceitou a exigência dos 'mestres' e vai devolver os dias que descontou - a punição, descontar os dias parados, vai na realidade se transformar em BÔNUS,  já que os professores vão receber o dinheiro de volta e com essa 'poupança forçada' que fizeram se tornou possível aos impositores viajarem durante as férias;
- a Justiça decretou a ilegalidade da greve, mandou que os professores voltassem ao trabalho e estabeleceu uma multa ao 'sindicato dos professores' no valor de CEM MIL REAIS por cada dia de atraso - os professores não voltaram ao trabalho, a decretação da ilegalidade da greve foi ignorada e a multa não será cobrada. O JUSTO, o CORRETO seria a multa ser executada judicialmente, inclusive com penhora de bens da entidade classista e prisão, por desobediência, da diretoria do SINPRO; 
- os motoristas que perderam dezenas de horas e triplicaram os gastos com combustível durante os engarrafamentos no Eixo Monumental (centro de Brasília) causados pelas passeatas feitas pelos professores, protegidos pela PM, ficarão no prejuízo;
- e os alunos se FERRARAM - algumas escolas tiveram aulas, outras não, vai haver uma 'reposição' das aulas - reposição de araque já que durante as aulas de REPOSIÇÃO os professores enrolam e os alunos seguindo o exemplo dos 'mestres' também enrolam e ano que vem - ou talvez ainda este ano, ficou acertada greve geral a partir de 28 de abril - nova greve e tudo se repete.

E tudo por OMISSÃO CRIMINOSA e COVARDE do GDF, já que os professores estavam voltando, a greve se esvaziando, para colocar os grevistas de joelhos por mais alguns dias bastava manter a postura de descontar os dias parados e cobrar a multa diária do SINPRO-DF.]


Antes do início da assembleia, uma das diretoras do sindicato, Rosilene Corrêa, destacou que 80% do comando tinha optado por encaminhar a proposta de término da paralisação em razão da intransigência do governo. "A categoria se sacrifica e o governo mantém a intransigência. Entendemos que teremos muitos outros momentos de enfrentamento, que não significa recuo ou resistência, apenas uma estratégia do movimento", ressaltou. 

Entre as propostas apresentadas pelo governo, estão o não encaminhamento da reforma da Previdência no DF sem o debate com a categoria e a sociedade, além da não implementação da terceirização no magistério. O Executivo local se comprometeu a procurar mecanismos judiciais para evitar o corte do ponto dos dias parados dos professores e ofereceu R$ 100 milhões para pagamento de licenças prêmio transformadas em pecúnia para todos os servidores. No entanto, segundo o Sinpro, seriam suficientes R$ 207 milhões. Os professores representam cerca de um terço dos beneficiados. 

"O governo só está se comprometendo a pagar um salário que é nosso. Essas respostas são inexistentes, porque não correspondem a absolutamente nada da demanda da categoria. O que está em discussão é o momento de se manter ou não a greve e de tentar, talvez, outras estratégicas para evitar o desgaste junto ao aluno", defendeu Rosilene, antes do resultado da assembleia. 

Entre as reivindicações dos professores estão a exigência do pagamento da última parcela do reajuste salarial, pendente desde outubro de 2015; o questionamento do atraso no pagamento de licenças-prêmio de professores aposentados em 2016 e 2017; a cobrança dos salários atrasados dos professores temporários e a postura contra a Reforma da Previdência enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional. Os professores também defendem o cumprimento da Meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE), que prevê a valorização de profissionais da educação, “de forma a equiparar seu vencimento básico, no mínimo, à média da remuneração das demais carreiras de servidores públicos do Distrito Federal, com nível de escolaridade equivalente".
 
Fonte: Correio Braziliense