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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Só no sapatinho - O pagode do Barroso (e uns parágrafos de derrota)

Paulo Polzonoff Jr. - VOZES

Antes de botar o pandeiro para tocar, preciso reconhecer a vitória dos ministros do STF, sobretudo aqueles que empunham o artigo 43 do Regimento Interno para impor a censura no Brasil. Parabéns, vocês venceram! Afinal, ao longo de todo o processo de composição da peça de humor abaixo, inspirada pelas cenas do ministro Luís Roberto Barroso cantando alegremente na companhia de um jornalista e do pagodeiro Diogo Nogueira, não conseguia parar de pensar que estava correndo algum tipo de perigo.

Barroso em noite de pagode com Diogo Nogueira: isso daqui vai virar uma Venezuela -  Foto: Reprodução/ Twitter

Por isso repito aqui os parabéns a esses senhores que, na tola teoria do constituinte, são pagos justamente para garantir a minha liberdade diante da tendência inerentemente despótica e censória do Estado. Parabéns, novamente parabéns, mil vezes parabéns. Porque a censura que vossas excelências promoveram ao longo de todo o ano está finalmente introjetada. Não só em mim como também em vários artistas com os quais converso e que, ao saberem que eu estava compondo “O pagode do Barroso”, me aconselharam a preparar uma trouxinha e deixar já separados os livros que pretendo ler no gulag tropical.

Confessada a minha (nossa!) derrota, e depois de alguns suspiros de resignação, eis que já escuto a marcação melancólica do surdo. 
O cavaquinho nervoso é responsabilidade do decano da corte, Gilmar Mendes. 
Fachin toca reco-reco. 
O pandeiro está sob responsabilidade do discreto Nunes Marques. 
E a Rosa Weber coube o domínio do triângulo. 
E o que mais estou vendo daqui? Não posso acreditar! Mas é isso mesmo, minha gente: Ricardo Lewandowski está no comando do agogô.

Com vocês, os 11 integrantes do grupo Só Pra Censurar, numa versão do clássico “A Barata”.

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí André Mendonça o que cê vai fazer
Um entendimento sobre isso eu vou conceber
Diz aí André Mendonça o que cê vai fazer
Um entendimento sobre isso eu vou conceber

Ele ainda não faz parte da nossa panela
Ele ainda não faz parte da nossa panela
Ele ainda não faz parte da nossa panela
Ele ainda não faz parte da nossa panela

Toda vez que eu chego em casa

Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Nunes Marques o que cê vai fazer
Eu vou ter que pedir vista pra não ofender
Diz aí Nunes Marques o que cê vai fazer
Eu vou ter que pedir vista pra não ofender

Já vi tudo a democracia não é mais donzela
Já vi tudo a democracia não é mais donzela
Já vi tudo a democracia não é mais donzela
Já vi tudo a democracia não é mais donzela

Toda vez que eu chego em casa

Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Dias Toffoli o que cê vai fazer
Vou perguntar pro Zé Dirceu como proceder
Diz aí Fernando o que cê vai fazer
Vou perguntar pro Zé Dirceu como proceder

Ele vai dar uma petistada em toda essa querela
Ele vai dar uma petistada em toda essa querela
Ele vai dar uma petistada em toda essa querela
Ele vai dar uma petistada em toda essa querela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Rosa Weber que cê vai fazer
Vou perguntar pros universitários como responder
Diz aí Rosa Weber que cê vai fazer
Vou perguntar pros universitários como responder

Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela

Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela
Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela
Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Cármen Lúcia o que cê vai fazer

Vô cantar uma do Caetano pra me entreter
Diz aí Cármen Lúcia o que cê vai fazer
Vô cantar uma do Caetano pra me entreter

Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela

Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela
Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela
Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Fachinzinho o que cê vai fazer

Vou anular as sentenças do Moro, ninguém vai me deter
Diz aí Fachinzinho o que cê vai fazer
Vou anular as sentenças do Moro, ninguém vai me deter

Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela
Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela
Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela
Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela

Toda vez que eu chego em casa

Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Lewandowski o que cê vai fazer
Um monte de frango com polenta eu vou comer
Diz aí Lewandowski o que cê vai fazer
Um monte de frango com polenta eu vou comer

Só espero que o frango não tenha salmonela
Só espero que o frango não tenha salmonela
Só espero que o frango não tenha salmonela
Só espero que o frango não tenha salmonela

Toda vez que eu chego em casa

Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Luiz Fux o que cê vai fazer
Eu vou usar uma peruca pra calva esconder
Diz aí Luiz Fux o que cê vai fazer
Eu vou usar uma peruca pra calva esconder

Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela

Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela
Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela
Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Gilmar Mendes o que cê vai fazer

Vou distribuir habeas corpus pra quem requerer
Diz aí Gilmar Mendes o que cê vai fazer
Vou distribuir habeas corpus pra quem requerer

É só falar em Lava Jato que ele se rebela
É só falar em Lava Jato que ele se rebela
É só falar em Lava Jato que ele se rebela
É só falar em Lava Jato que ele se rebela

Toda vez que eu chego em casa

Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Alexandre o que cê vai fazer
O Sérgio Reis e o Zé Trovão eu vou mandar prender
Diz aí Alexandre o que cê vai fazer
O Sérgio Reis e o Zé Trovão eu vou mandar prender

Ofendeu o STF eu mando para a cela
Ofendeu o STF eu mando para a cela
Ofendeu o STF eu mando para a cela
Ofendeu o STF eu mando para a cela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Barrosinho o que cê vai fazer

Eu vou mostrar quem manda, quem tem o poder
Diz aí Barrosinho o que cê vai fazer
Eu vou mostrar quem manda, quem tem o poder

Isso daqui vai virar uma Venezuela
Isso daqui vai virar uma Venezuela
Isso daqui vai virar uma Venezuela
Isso daqui vai virar uma Venezuela...

Paulo Polzonoff Jr. , colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 21 de março de 2017

A PF escorregou na operação 'carne fraca'

A Carne na operação é Fraca

A Polícia Federal tem provas consistentes de conluio entre fiscais do governo e empresas, mas não de venda de produtos estragados em larga escala 

A Operação Carne Fraca, vendida pela Polícia Federal na última sexta-feira (17) como a maior da história, uma espécie de Kobe Beef investigativo, assenta-se, ao menos até agora e nos pontos mais relevantes, em provas repletas de acém. Um exame detido das evidências colhidas pela PF aponta a existência de um esquema corrupto entre frigoríficos do Paraná e fiscais do Ministério da Agricultura lotados em cidades paranaenses. 

Há indícios consistentes de que alguns dos envolvidos nessa organização criminosa facilitaram a produção e venda de carne estragada, ou possivelmente estragada, no Paraná. No aspecto gravíssimo do risco à saúde sanitária dos consumidores, as provas mais consistentes restringem-se a frigoríficos pequenos e médios naquele estado. Não há, até aqui, evidências da existência de um esquema em larga escala para vender carne podre, imprópria para consumo humano algo que o estardalhaço com o qual a PF divulgou a operação levava a crer. Resta, por enquanto, um preocupante descompasso entre as provas disponíveis e o alarde promovido pela PF.

A vasta maioria dos fatos criminosos expostos pela PF estão no Paraná. É lá que se encontram casos como o do frigorífico Peccin, principal alvo da investigação, cujos donos aparecem, em interceptações telefônicas, combinando pagamento de propina a fiscais e fraudes para assegurar venda de carne provavelmente podre. Existem indícios semelhantes quanto ao frigorífico Larissa. Há provas abundantes, em interceptações telefônicas, depoimentos e registros bancários, da relação corrupta entre os fiscais e os donos de frigoríficos. Havia propina em dinheiro. Havia propina paga em carne, até mesmo em coxinhas de frango, tudo sempre mencionado ao telefone. Havia uma promíscua naturalidade nos diálogos entre fiscais e funcionários dos frigoríficos. A esculhambação era tamanha que fiscais faziam churrasco com carnes apreendidas e forneciam as próprias senhas para que funcionários dos frigoríficos consultassem o sistema do Ministério da Agricultura. Um fiscal chegou a pedir petisco de cachorro a um dos frigoríficos; outro recebeu um isopor com picanha.

O filé da investigação encerra-se no Paraná – novamente, ao menos até o momento. Não há elementos semelhantes para descrever o mesmo descalabro em outros estados, quanto mais no país inteiro. A PF chegou às irregularidades em outros estados – Goiás e Minas Gerais, até agora – por meio de Roney Nogueira, um dos diretores da gigante BRF. Roney, conforme demonstram as interceptações telefônicas, era um resolvedor-geral da BRF. Ele aparece em todas. Tanto no Paraná quanto em Goiás e em Minas. No caso mineiro, usou o login de uma fiscal para verificar pendências da BRF. Em Goiás, a coisa foi possivelmente mais séria. Diálogos telefônicos mostram Roney agindo para evitar a interdição de uma planta da BRF.

A princípio, Roney estaria somente cumprindo sua função, sem qualquer ilegalidade. Mas ele aparece em interceptações repassando asinhas de frango – sim, asinhas de frango – para o fiscal responsável. E comenta com colegas que o mesmo fiscal cobrou R$ 300 mil em doação de campanha para o padrinho político dele, do PTB. (Em diálogos subsequentes entre diretores da BRF, eles dizem que não pagarão.) Há evidências de que a planta da BRF em Goiás apresentava problemas para se adequar aos padrões impostos pelo governo. Não fica clara, contudo, a natureza dessas dificuldades.

Ou seja, se a planta tinha problemas porque produzia carne podre ou se essas dificuldades advinham de empecilhos burocráticos, banais. Um diálogo entre diretores da BRF registra a preocupação com uma carga, produzida na planta em Goiás, que foi impedida de entrar na Europa por suspeita de conter um tipo de salmonela. Pode ser um caso grave, mas a PF não avançou nele. Na verdade, há vários tipos de salmonela em carnes in natura – nem todos são um problema sanitário. (A PF fez perícia em somente uma planta, do frigorífico Peccin.)

>> Seis perguntas para entender a Operação Carne Fraca

Ler MATÉRIA COMPLETA, em ÉPOCA 

 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Volkswagen e os softwares fraudulentos



A Internet das Coisas está chegando. Muitas indústrias estão se movimentando para colocar computadores em seus dispositivos e isso dará aos fabricantes novas oportunidades para praticarem fraudes.
Durante os seis últimos anos, a Volkswagen fraudou testes de emissão de poluentes dos seus carros movidos a diesel. Os computadores dos veículos conseguiam detectar quando estavam sob teste e alteravam temporariamente o comportamento dos motores para que parecessem muito menos poluentes do que realmente eram. Quando não estavam sob análise, vomitavam 40 vezes mais poluentes. O CEO da Volkswagen renunciou e a empresa enfrentará um recall caro, multas enormes e coisa pior.

Fraudes de testes regulatórios têm um longo histórico na América corporativa. Isso acontece regularmente no controle de emissões dos automóveis e em outras situações. O que é importante no caso VW é que a fraude estava pré-programada no algoritmo que controlava as emissões dos carros.

Computadores permitem às pessoas fraudar de modo inédito. Como a fraude fica encapsulada no software, as ações maliciosas podem ocorrer muito longe do teste em si. Como o software é “inteligente” de um modo que outros objetos não são, a fraude pode ser mais sútil e mais difícil de detectar.

Nós já tivemos exemplos de fabricantes de smartphones fraudando testes de benchmark de processadores: detectavam quando estavam sob análise e aumentavam artificialmente o desempenho. Logo veremos isso em outros ramos da indústria. (NT: benchmark é um ponto de referência em relação ao qual computadores ou programas podem ser medidos em testes de comparação de desempenho, confiabilidade etc.)

A Internet das Coisas está chegando. Muitas indústrias estão se movimentando para colocar computadores em seus dispositivos e isso dará aos fabricantes novas oportunidades para praticarem fraudes. Lâmpadas poderão burlar os padrões regulatórios parecendo ter mais eficiência energética do que realmente têm. Sensores de temperatura poderão enganar os compradores fazendo-os acreditar que a comida está acondicionada em uma temperatura mais segura do que a real. Urnas eletrônicas poderão parecer funcionar perfeitamente – exceto durante a primeira terça-feira de novembro quando imperceptivelmente transferirão uma pequena porcentagem de votos de um candidato para outro. (NT: a primeira terça-feira de novembro é a data das eleições nacionais americanas – Congresso a cada 2 anos e Presidente a cada 4 anos.)

A minha preocupação é que alguns executivos não interpretarão o episódio da VW como um aviso envolvendo penas justas para um grande erro, mas, ao contrário, o verão como uma demonstração de que você pode conseguir fazer uma coisa dessas por seis anos.  E eles trapacearão com mais esperteza. Para todos os envolvidos na ousadia, a fraude da VW era óbvia caso as pessoas soubessem procurá-la. Mais inteligente teria sido fazer a fraude parecer um acidente. A qualidade geral dos softwares é tão ruim que produtos são entregues com milhares de erros de programação.

Muitos deles não afetam as operações normais, motivo pelo qual o software da sua máquina geralmente funciona relativamente bem. Alguns desses erros, entretanto, afetam as operações, e por isso o software ocasionalmente falha e requer atualizações constantes. Ao fazer um software fraudulento parecer conter um erro de programação, a fraude parece um acidente. E, infelizmente, este tipo de fraude que se pode negar é mais comum do que se pensa.

Especialistas em segurança computacional acreditam que as agências de inteligência têm feito este tipo de coisa por anos, com o consentimento dos desenvolvedores de software e de maneira secreta. Esse problema não será resolvido por meio da segurança computacional como normalmente a entendemos. A segurança computacional convencional é projetada para impedir a invasão de computadores e redes por hackers. A analogia com carros seria uma segurança de software que impedisse que o dono pudesse adaptar o motor do seu veículo para correr mais, gerando, por outro lado, uma maior emissão de poluentes. O que precisamos combater é uma ameaça bem diferente: um comportamento condenável programado na fase de projeto. Nós já sabemos como proteger a nós mesmos contra o comportamento condenável das corporações. Ronald Reagan uma vez disse “confie, mas verifique” falando sobre a dissimulação da União Soviética nos tratados nucleares. Precisamos ter a capacidade de verificar o software que controla as nossas vidas.

A verificação de software tem duas partes: transparência e supervisão. Transparência significa disponibilizar o código-fonte para análise. A necessidade disso é óbvia; é muito mais fácil esconder um software fraudulento se o fabricante puder esconder o código. Mas a transparência não diminui a fraude nem melhora a qualidade do software magicamente, como qualquer pessoa que usa software de código aberto sabe. É apenas o primeiro passo. O código precisa ser analisado. E, como software é tão complicado, essa análise não pode ficar limitada a um teste governamental de vez em quando. Precisamos também de uma análise privada.

Foram pesquisadores de laboratórios privados nos Estados Unidos e na Alemanha que enquadraram a Volkswagen. Assim, transparência não significa tornar o código disponível apenas para o governo e seus representantes; transparência significa tornar o código disponível para todos.

Transparência e supervisão estão sob ameaça no mundo do software. As empresas normalmente lutam contra tornar o seu código público e tentam calar os pesquisadores de segurança que encontram problemas, citando a natureza proprietária do software. (NT: software proprietário é aquele em que o código-fonte não é disponibilizado.) É uma queixa válida, mas o interesse público de exatidão e segurança precisa se sobrepor aos interesses dos negócios.

Cada vez mais, software proprietário está sendo usado em aplicações críticas: urnas eletrônicas, dispositivos médicos, bafômetros, distribuição de energia elétrica, sistemas que decidem se alguém pode ou não embarcar num avião. Estamos cedendo mais controle das nossas vidas a softwares e algoritmos. Transparência é a única forma de verificar se eles não estão nos enganando.

Não faltam executivos dispostos a mentir e a fraudar em sua caminhada em direção aos lucros. Vimos outro exemplo semana passada: Stewart Parnell, ex-CEO da agora extinta Peanut Corporation of America, foi condenado a 28 anos de prisão por comercializar deliberadamente produtos contaminados por salmonela. Pode parecer excessivo, mas nove pessoas morreram e muitos mais adoeceram devido à sua fraude.

Software somente tornará uma má conduta como essa mais fácil de perpetrar e mais difícil de provar. Menos gente precisará saber sobre a conspiração. Isso pode ser feito de antemão, longe do local ou da ocasião do teste. E, se o software permanecer escondido por um tempo longo o suficiente, facilmente pode ser o caso de que ninguém na companhia se lembre de que ele está lá. Precisamos de uma melhor verificação dos softwares que controlam as nossas vidas e isso significa mais – e mais pública – transparência.

Este ensaio foi publicado originalmente na CNN.com
Tradução feita a partir do post Volkswagen and Cheating Software.

Bruce Schneier
é especialista em tecnologia internacionalmente renomado, chamado de “guru da segurança” pelo The Economist. É autor de 13 livros – incluindo Data and Goliath: The Hidden Battles to Collect Your Data and Control Your World – e centenas de artigos, ensaios e dissertações acadêmicas. Prestou declarações ao Congresso, é presença frequente em programas de rádio e tv, tem servido em diversos comitês governamentais e é citado regularmente na imprensa. A sua newsletter Crypto-Gram e o seu blog Schneier on Security são lidos por mais de 250 mil pessoas. É fellow do Berkman Center for Internet and Society na Harward Law School, do Open Technology Institute da New America Foundation, membro da Electronic Frontier Foundation, do Electronic Privacy Information Center e é Chief Technology Officer da Resilient Systems, Inc.

Tradução:
Ricardo R Hashimoto