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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Lições não aprendidas - Sílvio Lopes

          A história da humanidade é também a história da tragédia que acompanha o homem desde sempre, como revela o pensamento budista. As guerras nada mais são do que a síntese desses processos trágicos retroalimentados, aqui e ali, e que formam o próprio eixo do paradoxo existencial dos humanos.

Mesmo trágico, o passado parece inexistir ou ser desprezado pelas gerações, tanto as que se vão, como as que vêm. Por si só, isso já se mostra trágico sob o ponto de vista existencial e da própria essência da criação e do propósito do homem sobre a terra. Afinal de contas, como sentenciou o filósofo, teólogo e crítico social dinamarquês, Sören Kierkegaard (primeiro filósofo existencialista) "a vida só pode ser compreendida olhando- se para trás; mas só pode ser vivida, olhando- se para a frente". Se temos olhado para trás, esse olhar tem, sim, ofuscado (propositadamente ou não), a realidade trágica vivida de destruição e desgraça que se abateu sobre milhões de inocentes espalhados pelo planeta terra.

O recrudescimento do espírito que norteou o pavor do holocausto lá atrás, e que nos revelou o caráter de assassino impiedoso de um Hitler, parece renascer nas mentes estúpidas de todos os que defendem a máquina assassina do Hamas em sua intrépida e sanguinária luta visando a destruição do Estado de Israel. E não só de Israel, diga-se. 
O que esse grupo representa é algo bem mais amplo e aterrorizador (expressão bem afeita ao caráter desses terroristas natos, o que, verdadeiramente, são). Seu alvo é varrer o mundo ocidental da face da terra e fazê-la um único lar islâmico onde haverá (como ocorre nesses lares já constituídos), o verdadeiro, bíblico e devastador " choro e ranger de dentes". 

A encruzilhada nunca esteve tão clara e ameaçadora diante de nós. A hora de firmar posição e resistir, é agora.  Sem qualquer espécie de procrastinação. É viver. Ou é morrer.

*       O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante de " Economia Comportamental".


sábado, 9 de maio de 2020

Militares cumprem ordens - Merval Pereira

O Globo

Um governo deteriorado

O General Vilas Boas, ex-comandante do Exército e figura icônica entre seus pares, encontrou palavras para elogiar a entrevista à CNN da ainda secretária de cultura Regina Duarte onde ela, em vez da “sensibilidade” que o general vislumbrou, demonstrou uma absurda indiferença diante das mortes pela Covid-19, das torturas e mortes na ditadura militar. [ofender aos familiares das vítimas da Covid-19 é comparar as mortes de seus entes queridos [mortes causadas por um vírus mortífero e que encontrou o Brasil desprevenido na área de saúde pública - situação resultante do assalto contínuo , durante 13 anos, aos cofres públicos - as mortes de terroristas que além de lutar contra o Governo Militar, legitimamente instalado, assassinavam de forma covarde, cruel, fria e sanguinária, brasileiros que em defesa da Pátria os combatiam e também civis inocentes.]

A mesma insensibilidade que o presidente Bolsonaro explicitou ao ir de supetão ao Supremo Tribunal Federal (STF) pressionar pelo fim da quarentena, num momento em que o país claramente entra na fase aguda da pandemia e tem o número de mortes diário aumentando dramaticamente.  A presença de seus ministros de origem militar na comitiva mórbida [?]  indica que eles pensam igual a Bolsonaro, ou se submeteram a seu desprezo pelo sofrimento alheio, numa visão utilitarista da vida em sociedade. 

Ainda ontem, quando novo salto levou os óbitos à casa dos 700 diários, caminhando para a trágica marca de 10 mil mortes devido à Covid-19, Bolsonaro fez troça sobre uma churrascada que pretende realizar hoje no Palácio da Alvorada. O estilo provocador do presidente já é conhecido de todos. Ele pretende constranger aqueles que lhe impõem limites, mesmo instituições como o Supremo, que tem o papel de indicar ao presidente quando ele saiu do que a Constituição determina.

Foi assim que assessores como o General Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ou o chefe do Gabinete Civil General Braga Neto, ou o Chefe da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, transformaram-se em meros cumpridores de ordens, perdendo a qualidade de formadores de políticas governamentais. Os três estão arrolados como testemunhas no inquérito do Supremo sobre a tentativa de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal, e em conjunto sentiram-se afrontados pelos termos usados pelo ministro Celso de Mello ao convoca-los.

O que é uma formalidade burocrática, afirmar que os que não comparecerem na data marcada terão que fazê-lo “coercitivamente, ou debaixo de vara”, foi considerado uma afronta aos militares, que se consideram acima de qualquer suspeita. [formalidade burocrática, em desuso e totalmente desnecessária tendo em conta o conhecimento intelectual dos ofendidos - que lhes permite saber os direitos e deveres de testemunhas regularmente intimadas.
Tais palavras foram usadas por um ministro da Suprema Corte que ainda não aceitou que JAIR BOLSONARO é o Presidente da República Federativa do Brasil, e que dirige sua rejeição até mesmo aos auxiliares diretos da autoridade máxima da Nação brasileira.] 
O mesmo tratamento foi dado aos deputados que estão convocados e demais servidores públicos, sem que os termos fossem contestados. Esse sentimento de estar acima dos procedimentos normais em casos como esse desbordou em uma nota oficial do Clube Militar, que acusa o ministro decano do Supremo de ter ódio do governo federal, e considera “falta de habilidade, educação, compostura e bom-senso” o tratamento recebido pelos militares.

Esse sentimento alimenta as convocações para manifestações este fim de semana, [realizadas dentro da normalidade.] contra o Supremo e o Congresso, e a favor da intervenção militar. Essa é uma demonstração de que os militares não deveriam participar da vida política do país, pois vestem ternos civis, mas se consideram uma casta diferenciada. O recente balão de ensaio, que não prosperou diante da reação negativa, de colocar o General Luiz Eduardo Ramos no comando do Exército em lugar do General Edson Leal Pujol, faz parte dessa paranóia de Bolsonaro de só ter em seu entorno pessoas que digam amém sem contestar.

O General Pujol tem uma postura mais contida na relação com a política, e teria irritado o presidente ao dar o cotovelo para cumprimentá-lo em uma solenidade, deixando-o com a mão no ar. Uma demonstração de que segue as normas internacionais e nacionais de afastamento social, interpretada por Bolsonaro como uma atitude afrontosa. O que denota um governo deteriorado por uma visão autoritária do poder.

Merval Pereira, jornalista - O Globo