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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

'Fez sinal de L': presidente de clube critica cantor após racismo

Em áudio vazado, Paulo José Kolberg Bing, presidente do Grêmio Náutico União (GNU), atribuiu ataques a gesto do cantor e às roupas que ele usava na apresentação 

Vazou na noite desta terça-feira (18/10) um áudio de Paulo José Kolberg Bing, presidente do clube Grêmio Náutico União (GNU), em Porto Alegre-RS, no qual atribui os xingamentos a Seu Jorge durante show no recinto às roupas usadas pelo cantor e a um suporto gesto de "L", alusivo ao candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bing confirmou a autoria da mensagem gravada no domingo (16/10).

"Eu tô bastante chocado com o que está saindo na mídia, a gente vê claramente que a esquerda quis criar um incidente com relação a esse show. Fiquei chocado com o jeito que o nosso artista chegou, porque o material de divulgação que nos forneceram era o Seu Jorge com um terno. Ele chegou com aquele moletom não sei por que, meio que dissociado ao clima do evento".

A gravação segue com Bing dizendo que houve falta de decoro por parte de Seu Jorge, que não estava trajado de maneira adequada, e que as ofensas começaram quando o cantor fez o "L"
O dirigente do clube ainda insinuou que o artista havia fumado maconha no palco.

"No contrato que eu fiz com a produtora e com ele ficou bem claro que era vedada qualquer apologia política durante o show. E me parece que, depois, ele fez um sinal político ali, de um L (...) Foi uma falta de decoro dele com o público, da maneira como ele veio trajado, que não era adequado para um artista e, depois disso, fumado no palco, e me disseram que era uma outra substância", disse Paulo Bing.

"Então eu tô pensando em acionar as cláusulas do contrato com relação ao nosso artista, infelizmente. Eu tô pensando também em, não pedir censura, que é o caso da esquerda que gosta de fazer, mas sim vou usar os meios legais de processar os difamadores desse episódio, porque eles merecem ser processados", complementou.[se o contratado não cumpriu as obrigações estabelecidas no contrato o senhor Paulo Bing, tem a obrigação e não a opção de aplicar as penalidades previstas em contrato; 
naturalmente que se provado o ato de racismo e identificado os autores a punição cabível deve ser aplicada.]

Bing finaliza o relato com a promessa de averiguar a cronologia dos fatos e verificar se houve racismo por parte dos associados. Segundo ele, não haverá tolerância a esse tipo de crime, e os agressores serão devidamente responsabilizados.

Relembre o caso
Na sexta-feira (14/10), Seu Jorge se apresentou no Grêmio Náutico União (GNU), em Porto Alegre. Ao final do show, ele foi atacado com xingamentos como "negro vagabundo", "safado", além de sons de macaco. Por isso, decidiu não voltar ao palco para um "bis".

O cantor divulgou um vídeo na segunda-feira (17/10) se posicionando sobre o que houve no show e afirmando ter sido alvo de "muito ódio gratuito e muita grosseria racista".

"Ao povo negro do Rio Grande do Sul e de toda a região do Sul, quero dizer que amo todos vocês, e admiro, respeito. E digo também que estamos mais unidos do que nunca e que vamos vencer essa guerra que segrega o nosso povo à miséria e à falta de oportunidade no Brasil", disse o cantor.

Política - Correio Braziliense