Em áudio vazado, Paulo José Kolberg Bing, presidente do Grêmio Náutico União (GNU), atribuiu ataques a gesto do cantor e às roupas que ele usava na apresentação
"Eu tô bastante chocado com o que está saindo na mídia,
a gente vê claramente que a esquerda quis criar um incidente com
relação a esse show. Fiquei chocado com o jeito que o nosso artista
chegou, porque o material de divulgação que nos forneceram era o Seu
Jorge com um terno. Ele chegou com aquele moletom não sei por que, meio
que dissociado ao clima do evento".
"No contrato que eu fiz com a produtora e com ele ficou bem claro que era vedada qualquer apologia política durante o show. E me parece que, depois, ele fez um sinal político ali, de um L (...) Foi uma falta de decoro dele com o público, da maneira como ele veio trajado, que não era adequado para um artista e, depois disso, fumado no palco, e me disseram que era uma outra substância", disse Paulo Bing.
Bing finaliza o relato com a promessa de averiguar a cronologia dos fatos e verificar se houve racismo por parte dos associados. Segundo ele, não haverá tolerância a esse tipo de crime, e os agressores serão devidamente responsabilizados.
Relembre o casoNa sexta-feira (14/10), Seu Jorge se apresentou no Grêmio Náutico União (GNU), em Porto Alegre. Ao final do show, ele foi atacado com xingamentos como "negro vagabundo", "safado", além de sons de macaco. Por isso, decidiu não voltar ao palco para um "bis".
O cantor divulgou um vídeo na segunda-feira (17/10) se posicionando sobre o que houve no show e afirmando ter sido alvo de "muito ódio gratuito e muita grosseria racista".
"Ao povo negro do Rio Grande do Sul e de toda a região do Sul, quero dizer que amo todos vocês, e admiro, respeito. E digo também que estamos mais unidos do que nunca e que vamos vencer essa guerra que segrega o nosso povo à miséria e à falta de oportunidade no Brasil", disse o cantor.
Política - Correio Braziliense