Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador tratamento diferenciado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tratamento diferenciado. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 3 de maio de 2017

STF deu ‘tratamento diferenciado’ a José Dirceu, diz procurador

Deltan Dallagnol lista três casos de réus que ‘não tiveram a mesma sorte’ do petista e revela ‘receio’ de que o mesmo ocorra com outros presos da Lava Jato 

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, criticou nas redes sociais a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de libertar o ex-ministro José Dirceu (PT), preso desde agosto de 2015. Para ele, a Corte deu tratamento diferenciado ao petista e disse que “fica um receio” sobre outros presos na operação, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque.

Sob o título “A incoerente soltura de José Dirceu pelo Supremo” Dallagnol lista outras decisões do STF em casos semelhantes que foram diferentes da tomada em relação ao petista.  “O que mais chama a atenção, hoje, é que a mesma maioria da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal que hoje soltou José Dirceu – ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski – votou para manter presas pessoas em situação de menor gravidade, nos últimos seis meses”, disse.

Um dos exemplos citados é o de Delano Parente (PP), ex-prefeito de Redenção do Gurguéia (PI), acusado de corrupção, lavagem e organização criminosa, mas que, segundo o procurador, “não teve a mesma sorte de José Dirceu”. “São os mesmos crimes de Dirceu, mas praticados em menor vulto e por menos tempo. Foram 17 milhões de reais, entre 2013 e 2015, quando Dirceu é acusado do desvio de mais de 19 milhões, entre 2007 e 2014, sem contar o Mensalão. O âmbito de influência de Delano era bem menor do que o de Dirceu”, afirma. “Contudo, todos os integrantes da 2ª Turma entenderam que sua prisão era inafastável”, disse.

Outro exemplo citado foi o de Thiago Maurício Sá Pereira, conhecido como “Thiago Poeta”, que “também não teve a sorte de Dirceu”. “Ele reiterou a prática de crimes de tráfico em diferentes lugares e foi preso com 162 gramas de cocaína e 10 gramas de maconha, além de alguns materiais que podem ser usados para manipular drogas. Sua pena foi menor do que a de Dirceu, 17 anos e 6 meses. Contudo, para Thiago, não houve leniência. Todos os ministros da 2ª Turma votaram pela manutenção da prisão”, afirmou Dallagnol.

O terceiro caso citado foi o de Alef Gustavo Silva Saraiva, réu primário, encontrado com menos de 150 gramas de cocaína e maconha. “Após quase um ano preso, seu habeas corpus chegou ao Supremo. Em dezembro de 2016, a prisão foi mantida por quatro votos, ausente o ministro Gilmar Mendes, em razão da “gravidade do crime”, disse Dallagnol, citando voto de Lewandowski pela manutenção da prisão, afirmando que as provas “permitem concluir pela periculosidade social do paciente e pela consequente presença dos requisitos autorizadores da prisão cautelar (…), em especial para garantia da ordem pública.”

O que mais chama a atenção, hoje, é que a mesma maioria da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal que hoje soltou José Dirceu – ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski – votaram para manter presas pessoas em situação de menor gravidade, nos últimos seis meses  Gostaria de poder entender o tratamento diferenciado que recebeu José Dirceu.

O Supremo Tribunal Federal é a mais alta Corte do país. É nela que os cidadãos depositam sua esperança, assim como os procuradores da Lava Jato. Confiamos na Justiça e, naturalmente, que julgará com coerência, tratando da mesma forma casos semelhantes. Hoje, contudo, essas esperanças foram frustradas

Deltan Dallagnol, procurador da República
 
No final do post, Dallagnol afirma que “gostaria de poder entender o tratamento diferenciado que recebeu José Dirceu, quando comparado aos casos acima”. “Confiamos na Justiça e, naturalmente, que julgará com coerência, tratando da mesma forma casos semelhantes. Hoje, contudo, essas esperanças foram frustradas”, escreveu.

O procurador afirmou, ainda, que “fica um receio” em relação a outros casos de presos da Lava Jato, que podem ter o mesmo destino de Dirceu. “Os políticos Pedro Correa, André Vargas e Luiz Argolo estão presos desde abril de 2015, assim como João Vaccari Neto. Marcelo Odebrecht [está preso] desde junho de 2015. Os ex-diretores [da Petrobras] Renato Duque e Jorge Zelada, desde março e julho de 2015. Todos há mais tempo do que José Dirceu. Isso porque sua liberdade representa um risco real à sociedade. A prisão é um remédio amargo, mas necessário, para proteger a sociedade contra o risco de recidiva, ou mesmo avanço, da perigosa doença exposta pela Lava Jato”, disse Dallagnol.

Fonte: VEJA 

 

sábado, 17 de outubro de 2015

Cunha acusa Janot de parcialidade e fala em 'covardia' contra família

Presidente da Câmara silencia sobre documentos pessoais usados em abertura de contas secretas e diz ser 'estranho' investigação avançar às vésperas de decisão sobre processo de impeachment

Apontando para uma omissão "proposital" sobre os demais nomes envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), questionou nesta sexta-feira a demora na apresentação das demais denúncias contra as dezenas de políticos citados na investigação. Em nota divulgada para rebater as mais recentes acusações contra si, Cunha voltou a colocar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na mira de uma série de ataques. Ele ainda disse que os ministros petistas Aloizio Mercadante (Educação) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) recebem um tratamento diferenciado ao ter pedidos de inquérito mantidos sob sigilo - o que não acontece com ele.

A nova nota do presidente da Câmara foi divulgada após reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo, divulgar informações do Ministério Público da Suíça que mostram documentos pessoais de Cunha, como o passaporte e o visto americano, sendo usados para a abertura de contas no exterior. De acordo com a PGR, o peemedebista era beneficiário de quatro contas que receberam valores equivalentes a 23 milhões de reais nos últimos anos.

"O presidente volta a formular as perguntas que não querem calar: onde estão as demais denúncias? Cadê os dados dos demais investigados? Como estão os demais inquéritos? Por que o PGR tem essa obstinação pelo presidente da Câmara, agora, covardemente, extensiva a sua família?", questionou Eduardo Cunha. 
Ele continua: "A quem interessa essa atuação parcial do PGR? Onde está a responsabilização dos verdadeiros culpados pela corrupção da Petrobras? A sociedade brasileira gostaria de conhecer essas respostas".

Cunha evitou dar explicações sobre as possíveis contas no exterior e, em pouco mais de uma linha da nota, disse apenas que reitera o que disse, de forma espontânea, à CPI da Petrobrás. Mesmo sem ser convocado, o presidente da Câmara foi ao colegiado no dia 12 de março para falar sobre as acusações que pesavam contra ele e, aos deputados, negou ter outras contas. "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar a não ser a conta que está declarada no meu imposto de renda", disse.

O peemedebista ainda considerou "estranha a aceleração de procedimentos" às vésperas de decidir sobre os pedidos de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, a iniciativa de Janot visa "desqualificar eventuais decisões, seja de aceitação ou de rejeição, do presidente da Câmara".

Eduardo Cunha passou a manhã desta sexta-feira em sua residência oficial, em Brasília, e seguiu ao aeroporto rumo ao Rio de Janeiro em um carro descaracterizado, medida justificada por ele como orientação de segurança. Por orientação da assessoria, ele não compareceu à Câmara dos Deputados.

Fonte: Veja On Line