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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Governo retalia após derrota no Senado [afinal peolítico que integra BASE DE APOIO tem a obrigação de APOIAR ou pedir para sair.];


Governo retalia senadores que votaram contra reforma trabalhista

O Planalto reagiu nessa quarta-feira, 21, à derrota na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ao exonerar dois indicados do senador Hélio José (PMDB-DF) de órgãos ligados ao Executivo. [esse senador Hélio José é um dos políticos 'menos votados', não só no Brasil, mas, em todo o mundo democrático: em toda sua vida política recebeu APENAS SEIS VOTOS quando foi candidato a deputado distrital DF, eleições 2014;
em 2010 foi candidato a suplente do ainda governador do DF, Rodrigo Rollemberg,  e com a vitória do 'competente' Rollemberg, Hélio José se tornou senador da República com ZERO VOTO - suplente de senador não recebe votos, herda os conferidos ao candidato a senador.
Curioso é que Rollemberg que recentemente brigou com o seu vice, brigou também com o seu primeiro suplente, Hélio José, acusando-o de pedofilia - processo que foi arquivado.]  

O   peemedebista foi um dos três senadores da base que ajudaram a derrubar, anteontem, relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a favor da reforma. Além disso, o governo está fazendo mapeamento de outros cargos ligados ao senador – mais um deve ser exonerado hoje. Os outros dois parlamentares que votaram contra foram o tucano Eduardo Amorim (SE) e Otto Alencar (PSD-BA).

A retaliação foi interpretada por alguns senadores como uma forma de o governo tentar conter uma possível debandada de aliados em um momento em que o presidente Michel Temer atravessa grave crise política. Embora governistas tenham minimizado a derrota na comissão, o resultado da votação mostrou que há divisões na base aliada. Um dos pontos de preocupação está na relação com o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), que tem adotado discurso contrário às reformas e influenciado as dissidências. A “traição” de Hélio José, por exemplo, é atribuída a Renan.

O senador do DF havia dito a governistas que não participaria da sessão até o dia anterior, alegando sentir dores na coluna. No dia da votação, porém, apareceu “escoltado” por Renan. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), queria que Hélio José fosse substituído pelo seu suplente, Garibaldi Alves (PMDB-RN), favorável à reforma.
Renan evitou falar da sua participação na derrota governista e cobrou mais diálogo do Planalto com a base. “O resultado significa que o Parlamento está dividido. Seria a hora de o governo chamar todo mundo para discutir mudanças na medida provisória que trata da reforma.”
Ontem, porém, o próprio Hélio José admitiu a influência do líder da bancada. “O Renan tem uma posição que é claro que influencia”, disse.  Após perder os cargos na Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e na Superintendência do Distrito Federal da Secretaria de Patrimônio da União (SPU-DF), Hélio José cobrou a renúncia de Temer. “Nós não podemos permitir que o governo transforme votações em balcão de negócios. Esse governo está podre. Esse governo corrupto tinha de ter vergonha na cara e renunciar”, disse.

A estratégia de retaliar aliados já havia sido adotada com o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), no fim de maio, após ele adotar discurso contrário à reforma. O Planalto exonerou à época sua indicada para a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Tucanos
Outra relação conflituosa tem sido mantida com o PSDB, que tem cinco ministérios. Mesmo com a decisão da Executiva tucana de permanecer na base, a aliança voltou a ficar estremecida após o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) culpar o partido pela derrota na comissão. O Planalto ainda não decidiu o que fará com o PSDB, mas a ordem por enquanto é tentar minimizar o desgaste.

O atrito provocado pela derrota na CAS reforçou os argumentos de tucanos insatisfeitos. “Quando o governo ganha dizem que Temer mostra força, quando perde colocam a culpa no PSDB. Até quando o PSDB vai aceitar ser a Geni de Temer?”, disse o deputado Daniel Coelho (PE), um dos “cabeças pretas” da Câmara, ala que defende que a sigla entregue seus cargos na gestão peemedebista.

Mesmo entre os caciques tucanos o sentimento era de insatisfação. A avaliação de alguns parlamentares é de que foi o presidente que errou ao levar o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), e o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) para acompanhá-lo na Rússia. “O governo levou todo mundo para Moscou e esqueceu da votação”, disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente interino da sigla.
A declaração de Moreira incomodou até mesmo Jucá, demonstrando falta de alinhamento entre os principais articuladores políticos de Temer.  Outra leitura sobre o episódio é que, diante da crise no governo, os parlamentares do Nordeste estão desconfortáveis em votar a favor da reforma. Isto porque Temer tem os piores índices de aprovação na região. [o motivo da rejeição de Temer na região Nordeste é que uma das características da política no Nordeste é valorizar o político que entrega o peixe pronto, rejeitando o que se propõe a ensinar a pescar.]

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


 

terça-feira, 17 de maio de 2016

Eduardo Cunha pode ser inocente - Testemunha diz não ter dúvida que contas analisadas de Cunha na Suíça são trustes



O professor de Direito Econômico da Universidade de São Paulo (USP), José Tadeu de Chiara, disse aos membros do Conselho de Ética nesta terça-feira, 17, que as contas na Suíça que teve conhecimento e que são atribuídas ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) são trustes. “Eu posso afirmar a esse conselho que as contas de truste que tive acesso a titularidade é da empresa truste (administrador do negócio)”, afirmou. A testemunha falou apenas na condição de consultor especializado no tema. 

Em sua explanação, o professor disse que só foi apresentado uma vez ao peemedebista e que foi chamado pelos advogados da família de Cunha para produzir um parecer jurídico sobre contratação e funcionamento de trustes, mas negou que tenha viajado à Suíça com o deputado afastado ou que mantenha relação pessoal com Cunha. Chiara explicou que os trustes funcionam a partir da transferência da titularidade de bens e afirmou não ter dúvidas de que este é o caso de Cunha. 

Segundo o advogado, o peemedebista transferiu recursos financeiros e títulos para os trustes, que trataram de abrir as contas bancárias e administrá-las. O advogado disse não conhecer o processo de transferência dos valores das contas para o Brasil.
Questionado pelo relator, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), sobre a possibilidade do uso de truste para ocultação de patrimônio ilícito, o professor disse que, como em qualquer outra situação, pode haver desvirtuamento das finalidades dos recursos. “O truste pode ser usado, pode. Como qualquer outro instituto, ele é vulnerável. Pode-se perpetrar ilicitudes”, respondeu. 

Beneficiário
No seu depoimento, o professor destacou que beneficiário não é titular do truste, que por sua vez não é uma conta corrente.Não se pode atribuir titularidade à conta de Cunha”, afirmou. 

Especializado no assunto, o advogado explicou que nos trustes não há disponibilidade dos recursos, só quando atingidas as condições contratadas. Portanto, não é o caso de haver declaração do truste ao Banco Central ou ao Imposto de Renda, porque o beneficiário não tem controle sobre os recursos do truste. “Não tem o que declarar perante ao Imposto de Renda, se fizer a declaração é falsa. Como alguém vai declarar o quanto de uma conta que ele não tem disponibilidade ou titularidade?”, declarou. 

Advogado de Cunha, Marcelo Nobre, enfatizou a todo momento que truste não é conta bancária e que trouxe o professor por se tratar de uma das maiores autoridades no assunto. O advogado insistiu que o professor falasse de seu histórico profissional e ameaçou apontar cerceamento de defesa se a testemunha não tivesse oportunidade de falar na sessão. 

Chiara é a última testemunha de a ser ouvida no colegiado antes do fim da fase de instrução processual, que acabará na quinta-feira, 19. O advogado suíço Lucio Velo, outra testemunha arrolada pela defesa, não virá ao colegiado por dificuldade de estar em Brasília nesta semana. A expectativa é que Cunha venha se defender pessoalmente aos membros do conselho. 

Cunha é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras, no ano passado, ao negar que mantinha contas no exterior. A defesa do deputado alega que não mentiu à CPI porque não se tratava de uma conta no exterior e sim de um truste, do qual ele é usufrutuário. Ele argumenta que, pela legislação em vigor na época, não precisaria declarar esse fato à Receita Federal.

Fonte: Estadão – Isto É


segunda-feira, 25 de abril de 2016

Falcão, o chefão petista, tem de deixar claro se está prometendo luta armada - arma principal: cusparada

Segundo presidente do PT, não haverá trégua nem respeito com o governo Temer

O PT promove o tal encontro da Aliança Progressista, em São Paulo, no hotel Macksoud Plaza. Lula discursou, como vimos, prometendo “resistência democrática” a um eventual governo Temer, seja lá o que isso quer dizer.

Ouvindo Rui Falcão, no entanto, as dúvidas se dissipam. Ele faz a defesa aberta da subversão da ordem democrática. Em seu discurso, voltou a atacar o vice-presidente Michel Temer, chamando-o de “traidor” e de “comandante do golpe”.

Segundo o presidente do PT, o peemedebista conspirou abertamente contra Dilma e, caso se torne mesmo presidente, apresentará ao Brasil “um programa antipopular, de supressão de direitos civis e sociais, e de privatizações”. Santo Deus! É o mesmo discurso vigarista e mentiroso de 2014.

No discurso, Falcão também criticou a imprensa e outros setores da sociedade. Para ele, “a escalada golpista só foi pssível graças à participação ativa do grande capital, de setores do aparato policial e judicial do estado, mancomunados com a mídia monopolizada e a oposição de direita”. É verdade. O PT havia se unido às empreiteiras para assaltar o estado brasileiro em nome dos interesses populares, certo?

O petista aproveitou ainda para fazer ameaças: “Se a oposição de direita insistir na deposição da presidente, reafirmamos que não haverá trégua nem respeito a um governo usurpador, sem o referendo do voto popular e, portanto, ilegítimo e ilegal”.  Seria engraçado não fosse realmente trágico, lastimável, que o grande capa-preta do PT fale agora em nome da lei e da ordem, não é mesmo? Mas seu discurso poderia ao menos remeter a questões pertinentes, que fizesse sentido segundo a legislação vigente. Mas nem isso!

Não é Rui Falcão quem decide o que é legal e legítimo na República, mas a Constituição e as leis que temos, lidas pelos tribunais.

E Falcão avançou: “Comanda o golpe o vice-presidente da República, que registra 1% de intenção de voto caso passasse pelo teste das urnas. E que acumula nas pesquisas uma rejeição próxima de 80%. Traidor de sua colega de chapa, contra a qual conspira abertamente, Temer já anunciou um programa antipopular, de supressão de direitos civis e sociais, de privatizações e de entrega do patrimônio nacional a grupos estrangeiros. A escalada golpista só foi possível graças à participação ativa do grande capital, de setores do aparato policial e judicial do estado, mancomunados com a mídia monopolizada e a oposição de direita”.

Falcão está mentindo. Não existe programa nenhum. Essa é uma fantasia que as esquerdas criaram para justificar, depois, a sabotagem contra o governo e contra o país. Afinal, se o novo governo é golpista, tudo o que se fizer contra será considerado legítimo.  Estou curioso para saber o que Falcão quer dizer por “não haverá respeito com um governo usurpador”.

É luta armada, Falcão? A gente deve se preparar para isso? [Falcão, vocês perderam em 35, em 64, estão perdendo agora e se optarem pelo confronto armado, não serão cometidos os erros do passado e que permitiram que vocês ainda possam rastejar.
Serão abatidos, sem dó nem piedade.]

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Quando impedirem a Dilma, prenderem o Lula, podem cassar o Cunha - caso existam provas dos malfeitos a ele atribuídos



Aliados de Cunha se unem para barrar processo de cassação
Grupo acredita em, pelo menos, 10 votos garantidos
Diante da batalha que se aproxima no Conselho de Ética da Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de ocultar aproximadamente US$ 5 milhões de propina em contas secretas na Suíça, reagrupa sua tropa de choque para tentar evitar a cassação do mandato.

Mesmo diante das evidências sobre a movimentação milionária no exterior e da inconsistência das explicações dadas pelo peemedebista, aliados fiéis prometem, nos bastidores, lutar até o fim para mantê-lo no cargo. Na linha de frente, estão os dois cães de guarda: Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), e André Moura (PSC-SE). Completam o time dos principais articuladores em favor do peemedebista, entre outros, os deputados Hugo Motta (PMDB-PB), que presidiu a CPI da Petrobras, Vinícius Gurgel (PR-AP), Artur Lyra (PP-AL), Washington Reis (PMDB-RJ) e Hildo Rocha (PMDB-MA).

O presidente da Solidariedade, Paulinho da Força, inclusive, trabalha para substituir o deputado Wladimir Costa (SD-PA) e ter direito a voto no colegiado. Ele também tenta, em outra ponta, desestabilizar um dos principais opositores de Cunha, o deputado Chico Alencar (PSol-RJ). No fim do mês passado, ele apresentou representação ao Conselho de Ética da Casa contra o colega. [a honestidade do Chico Alencar, assim como de qualquer membro do PSOL e demais partidos da esquerda é exatamente igual a do Lula; são honestos enquanto não  podem colocar a mão na grana pública.]

Paulinho acusou Alencar de “uso do erário da Câmara para fins eleitorais” por ter parte de sua campanha financiada por funcionários do gabinete, e diz que o deputado usou notas frias para ser reembolsado. No mesmo dia, Alencar rebateu as acusações e o chamou de “Paulinho Mandado”, numa referência à expressão “pau mandado”, atribuída pelo doleiro Alberto Youssef ao deputado Celso Pansera, aliado de Cunha, hoje ministro de Ciência e Tecnologia.

Outro importante aliado do peemedebista é Hugo Motta. No comando da CPI, ele foi acusado de blindar o presidente da Casa, protelando pautar requerimentos de convocação de pessoas que pudessem comprometer o padrinho político, a exemplo do lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano.

Fonte: Correio Braziliense

sábado, 17 de outubro de 2015

Cunha acusa Janot de parcialidade e fala em 'covardia' contra família

Presidente da Câmara silencia sobre documentos pessoais usados em abertura de contas secretas e diz ser 'estranho' investigação avançar às vésperas de decisão sobre processo de impeachment

Apontando para uma omissão "proposital" sobre os demais nomes envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), questionou nesta sexta-feira a demora na apresentação das demais denúncias contra as dezenas de políticos citados na investigação. Em nota divulgada para rebater as mais recentes acusações contra si, Cunha voltou a colocar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na mira de uma série de ataques. Ele ainda disse que os ministros petistas Aloizio Mercadante (Educação) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) recebem um tratamento diferenciado ao ter pedidos de inquérito mantidos sob sigilo - o que não acontece com ele.

A nova nota do presidente da Câmara foi divulgada após reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo, divulgar informações do Ministério Público da Suíça que mostram documentos pessoais de Cunha, como o passaporte e o visto americano, sendo usados para a abertura de contas no exterior. De acordo com a PGR, o peemedebista era beneficiário de quatro contas que receberam valores equivalentes a 23 milhões de reais nos últimos anos.

"O presidente volta a formular as perguntas que não querem calar: onde estão as demais denúncias? Cadê os dados dos demais investigados? Como estão os demais inquéritos? Por que o PGR tem essa obstinação pelo presidente da Câmara, agora, covardemente, extensiva a sua família?", questionou Eduardo Cunha. 
Ele continua: "A quem interessa essa atuação parcial do PGR? Onde está a responsabilização dos verdadeiros culpados pela corrupção da Petrobras? A sociedade brasileira gostaria de conhecer essas respostas".

Cunha evitou dar explicações sobre as possíveis contas no exterior e, em pouco mais de uma linha da nota, disse apenas que reitera o que disse, de forma espontânea, à CPI da Petrobrás. Mesmo sem ser convocado, o presidente da Câmara foi ao colegiado no dia 12 de março para falar sobre as acusações que pesavam contra ele e, aos deputados, negou ter outras contas. "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar a não ser a conta que está declarada no meu imposto de renda", disse.

O peemedebista ainda considerou "estranha a aceleração de procedimentos" às vésperas de decidir sobre os pedidos de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, a iniciativa de Janot visa "desqualificar eventuais decisões, seja de aceitação ou de rejeição, do presidente da Câmara".

Eduardo Cunha passou a manhã desta sexta-feira em sua residência oficial, em Brasília, e seguiu ao aeroporto rumo ao Rio de Janeiro em um carro descaracterizado, medida justificada por ele como orientação de segurança. Por orientação da assessoria, ele não compareceu à Câmara dos Deputados.

Fonte: Veja On Line
 

 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Cunha enquadra Dilma: grana da CPMF, se houver, só após julho de 2016

Cunha: ‘impossível’ volta da CPMF antes de julho de 2016

Segundo presidente da Câmara, governo ‘peca’ em relação ao ajuste fiscal

O presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse em programa de TV exibido na noite deste domingo que considera “impossível” que uma eventual volta da CPMF — imposto proposto pelo governo federal para tentar reequilibrar as contas do país — aconteça antes de julho de 2016.
 
Em entrevista concedida ao colunista do GLOBO Jorge Bastos Moreno, no programa “Preto no Branco”, do Canal Brasil, Cunha detalhou o longo caminho processual que a proposta terá que trilhar e, abrindo fogo contra o governo Dilma Rousseff, com quem está rompido, destacou que, se a medida fosse aprovada pela Câmara e pelo Senado, só passaria a vigorar no segundo semestre de 2016, tendo, portanto, efeito nulo sobre o Orçamento que foi enviado ao Congresso com um déficit de R$ 30,5 bilhões.

Cunha também disse que o pacote fiscal proposto pelo governo “peca” por não mostrar os cortes que serão feitos na administração federal e por tentar impor a volta de um imposto que foi rejeitado em 2007. (Trata-se de) Uma contribuição perniciosa porque atua em cascata na economia... — afirmou Cunha. Quando você tem um produto, você paga, mas esse produto também pagou (CPMF) na etapa anterior e assim sucessivamente, sem poder descontar... Não é um imposto cumulativo que permite deduzir a atividade anterior. Então, ele incide várias vezes em uma etapa de produção.

Economista de formação, Cunha ainda considera “muito pouco provável” que o Congresso aprove a volta do tributo. Disse que o aumento da alíquota de uma contribuição, do imposto de renda numa determinada faixa e até o adiamento do pagamento de servidores podem passar, mas que isso não deve ocorrer com relação à CPMF.

Na mesma entrevista, o peemedebista falou sobre a crise política e seu rompimento com o governo federal. Disse que no congresso que o PMDB fará no dia 15 de novembro, defenderá abertamente que o partido saia de uma vez do governo petista. Ao comentar o pedido de impeachment apresentado pelo jurista Hélio Bicudo, Cunha voltou a citar o regimento da casa para defender que o mandato da presidente não está em suas mãos. — (Sobre esse assunto) Eu tenho duas decisões a proferir. Se eu aceitar (o pedido), está instaurado o processo, que vai demandar uma comissão especial, com prazo de defesa e, depois, vai ter o parecer votado da comissão. Esse parecer vai a plenário e tem que ter dois terços de votos para se iniciar. Iniciando-se o processo tem o afastamento e a matéria vai para o Senado para julgamento. A segunda opção é recusar, mas óbvio que qualquer decisão do Presidente da Câmara cabe recurso. E esse recurso é levado ao plenário.

Aos 57 anos, Cunha ocupa o terceiro cargo mais importante da hierarquia do poder no Brasil. Em 2014, teve 232 mil votos e se tornou um dos deputados mais votados do Rio de Janeiro. Ao lembrar seu currículo, contou que herdou a política do pai. Por fim, defendeu o parlamentarismo.


Se tivéssemos no parlamentarismo, não teríamos a crise que estamos vivendo hoje. Nossa crise hoje é a crise do presidencialismo. Se tivéssemos um parlamentarismo que fosse, mesmo um sistema híbrido, como é a França e Portugal, em que você tem um chefe de estado, hoje, teria caído o governo e não estaríamos discutindo a posição do chefe de estado eleito. Então, precisamos evoluir para o parlamentarismo. Só que fazer esse debate no meio de uma crise, às vezes, pode passar a impressão de golpe. “Você está fazendo isso para poder usurpar os poderes daquele que foi eleito e tem um prazo determinado de mandato, do qual você vai retirar as prerrogativas”.

Ao ser questionado sobre seu envolvimento na Operação Lava-Jato, Cunha manteve a posição de que só foi envolvido no caso por ação do governo federal e economizou palavras. Nas 85 páginas de denúncias que estão lá... Já tive oportunidade de me expressar publicamente, não tem elemento nenhum de prova contra mim — afirmou.

 Fonte: O Globo


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Cunha admitiu que pensa bobagem: como é possível alguém esperar algum ato inteligente de alguém do desgoverno Dilma? Renan também contraria Levy


Governo comete 'falta de inteligência inominável' ao falar de impostos, diz Cunha


'É estratégia de desgaste do governo. Eles estão se autodestruindo', disse presidente da Câmara sobre rumores de elevar tributos 

Eduardo Cunha, (PMDB-RJ), presidente da Câmara, afirmou nesta quarta-feira (9) que a estratégia do governo de falar sobre elevar impostos, sem efetivamente apresentar projetos, é uma "falta de inteligência inominável". Até agora nenhuma proposta oficial foi encaminhada pelo Palácio do Planalto ao Congresso, mas a equipe econômica de Dilma Rousseff cogitou abertamente a volta da CPMF e as elevações do Imposto de Renda e do Cide, um tributo sobre a venda de combustíveis. “Acho que é uma estratégia de desgaste do governo. Eles estão se autodestruindo, porque você está fazendo Maquiavel ao contrário, está fazendo o mal aos poucos e o que é pior: sem concretizá-lo. Você ameaça o mal. Então é de uma falta de inteligência inominável. Só pode ser uma estratégia contra o governo. Se isso é uma estratégia de lançar balão de ensaio, é contra ele mesmo”, disse Cunha em trecho reproduzido pelo G1.


Cunha afirmou ser contra "qualquer aumento de imposto". Mais enfático do que Renan Calheiros (PMDB-AL), colega de partido e presidente do Senado, que defendeu o corte de gastos do governo antes de elevar tributos. Do lado do Executivo, a proposta de Orçamento para 2016 que foi enviada ao Legislativo contém previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões. Desde então o governo prega pela combinação de cortes orçamentários e aumentos de impostos para fechar a conta, mas sofre resistência no Congresso.

 Renan contraria Levy: 'Governo precisa cortar gastos antes de aumentar impostos'



Declaração de peemedebista foi dada após ministro afirmar que governo estuda elevar Imposto de Renda 

Renan Calheiros, presidente do Senado, reafirmou que vê cortes de gastos como uma necessidade anterior à elevação de impostos. O peemedebista voltou a falar sobre o assunto ao comentar o encontro com Michel Temer, vice-presidente, e governadores do partido na noite da última terça-feira (8), de acordo com O Globo"O PMDB não tem uma posição de defesa com relação à necessidade urgente da elevação da carga tributária e do aumento de imposto. Isso é uma coisa que mais adiante pode ser discutida, mas há uma preliminar que é o corte de despesa, a eficiência do gasto público e é isso que precisa, em primeiro lugar, ser colocado", disse Calheiros.

"Os governadores entendem que é preciso suprir o déficit fiscal, mas eles acham, como o PMDB acha, que em primeiro lugar vem o dever de casa, que é cortar despesas e dar eficiência ao gasto público. Os governadores estão preocupados com a situação financeira e fiscal dos estados. Não é para menos, há uma crise muito grande. E o partido entende que o dever de casa que deve ser feito é cortar despesas, extinguir ministérios, cortar gastos em comissão e só depois pensar em ampliar o espaço fiscal", emendou.

As declarações contrariam Joaquim Levy. O ministro da Fazenda afirmou, também na terça, que o governo estuda elevar o Imposto de Renda (IR). Levy disse que a discussão sobre o aumento do imposto, que seria mais acentuado sobre as maiores rendas, precisaria ser levada ao Congresso. Logo enfrentará resistência.

Fonte: Revista Época