Motoristas aprovam a atuação dos agentes federais
No segundo dia do Plano Nacional de Segurança em ação, as
tropas de agentes federais voltaram às ruas e vias expressas da cidade
no início da manhã. Na Linha Vermelha, um comboio do Exército fez um
bloqueio para abordar motoristas. No início da ação, duas kombis que passavam pelo lugar foram
paradas para a verificação dos documentos. Como aconteceu na
sexta-feira, primeiro dia de atuação nas tropas, muitos motoristas que
passavam pela região buzinavam e faziam sinal de positivo para mostrar a
aprovação.
Na Zona Sul do Rio os cariocas também aplaudiam os militares. Cerca de
40 soldados do Exército patrulham a orla da Zona Sul, na altura de
Ipanema. Em Copacabana e no Leme, na altura do Posto 5, eram 30 homens
em dois jipes e um caminhão. Eles, no entanto, deixaram o local por
volta das 10h30m. A carioca Ana Orlando vive em Londres há 30 anos e está na
cidade de férias. Para ela, a presença do exército nas ruas pode trazer
segurança, mas assusta. - Eu acho que vai dar mais segurança, mas também me sinto nervosa porque indica que as coisas por aqui chegaram nesse nível.
A analista de sistemas que convive com a ameaça do
terrorismo na Europa, afirma que no Rio é diferente pelo fato da
violência ser constante, "todo dia". Ela estava com o filho Rafael, que, pelos olhos ainda de um
menino de 9 anos, enxerga o cenário. - vejo armas, que são para guerra. Na Ponte Rio-Niterói, soldados do Exército também estão
posicionados próximo ao posto da PRF, no sentido Niterói da via
expressa.
Durante a madrugada, no entanto, o cenário era outro. A
reportagem do GLOBO fez uma ronda durante a madrugada e não encontrou
nenhum militar na rua. Os repórteres percorreram as zonas Sul, Norte e
Oeste, além da Baixada Fluminense, e a cena se repetia em todos esses
locais: não havia qualquer sinal das tropas federais. A cúpula de Segurança já havia divulgado que as ações, num
primeiro momento, seriam de reconhecimento de área e coleta de
informações, apesar disso, a sensação de quem circulava pela cidade era
de que nada efetivamente mudou.
O efetivo da Polícia Militar durante a madrugada parece não
ter sido alterado, mesmo após o início da atuação dos agentes federais.
O policiamento, aparentemente, não foi reforçado. Na Zona Sul, onde
horas antes cariocas fizeram questão de posar para fotos com soldados, o
patrulhamento ficou a cargo da PM nas primeiras horas deste sábado —
havia carros posicionados em alguns pontos da orla. O panorama era o
mesmo em locais como o Centro do Rio, Aterro do Flamengo, Enseada de
Botafogo, e na orla do Leme e de Copacabana.
Em nota, o Comando Militar do Leste informa que "nesta primeira operação, as ações são de reconhecimento, ambientação do terreno e obtenção de dados que serão úteis para as operações futuras que se façam necessárias. Essas ações não têm horários e nem locais específicos, nem tão pouco requerem permanência continuada".
O GLOBO procurou a Polícia Militar, mas até o momento não obteve resposta.
Em nota, o Comando Militar do Leste informa que "nesta primeira operação, as ações são de reconhecimento, ambientação do terreno e obtenção de dados que serão úteis para as operações futuras que se façam necessárias. Essas ações não têm horários e nem locais específicos, nem tão pouco requerem permanência continuada".
O GLOBO procurou a Polícia Militar, mas até o momento não obteve resposta.