Segundo a assessoria de imprensa de Renan Calheiros, quer dizer, segundo a colunista Monica Bergamo da Folha de SP, o relator da CPI deve sugerir o indiciamento de Bolsonaro por charlatanismo e curandeirismo. Ainda segundo a colunista, o senador teria afirmado que o depoimento do empresário responsável pela fabricação de ivermectina deixou claro os crimes que foram cometidos.
Deve ser muito dura a vida de um relator de uma CPI circense que tentou de tudo para encontrar algum leve indício de corrupção, e por não ter encontrado absolutamente nada, precisa puxar essa da cartola! Haja criatividade - e desespero, claro. [ironia de verdade é que enquanto o relator Calheiros tentava desesperadamente, auxiliado por seus comparsas, encontrar indicio de corrupção, a Polícia Federal solicitou seu indiciamento por crime de corrupção - confira aqui, Assim, além dos nove inquéritos já em curso, Calheiros recebe mais um.]
Vejamos o que diz o artigo do Código Penal sobre o tema:
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Quando foi que Bolsonaro anunciou alguma cura secreta ou infalível? Essa parte eu perdi. Mas eis o que sei: que no mundo todo inúmeros médicos e cientistas consideraram certos tratamentos imediatos como caminhos com potencial para mitigar os riscos da Covid. Até mesmo em Oxford o remédio foi testado: O "charlatão" Bolsonaro deve ser dos mais poderosos do planeta, para influenciar até mesmo pesquisas na respeitada universidade britânica. Até mesmo a OMS, que virou um puxadinho do regime chinês e que passei a chamar de Orquestra Mundial do Socialismo, admitiu a possibilidade de eficácia do remédio de piolho no tratamento da Covid:
Ou seja, Renan Calheiros quer imputar o crime de charlatanismo no presidente por ter apostado em remédios que o mundo todo estava considerando como uma promessa, e que milhares de médicos na linha de frente da batalha contra a pandemia ainda atestam eficácia - o que muitas vezes só é comprovado pelos pesquisadores da ciência depois.
Não faltaram assessores de imprensa do gabinete paralelo do lulismo, que comanda a CPI circense, apontando também para o crescimento expressivo do lucro do fabricante do remédio, como se isso, por si só, indicasse algum crime. A apresentadora da CNN, que lamenta quando tem de dar notícias boas de economia ou comete ato falho que revela desejos secretos de por fim à vida do presidente, foi nessa linha: Mas se essa lógica serve para o tratamento imediato, por que não serviria para os fabricantes de vacinas? A Big Pharma é uma das indústrias mais ricas do mundo, poderosíssima, e não produziu as vacinas a toque de caixa por altruísmo. É um espanto como a mídia trata as Big Pharma como abnegadas, sem falar do embaixador chinês, que diz que seu regime "ofereceu" ao mundo milhões de vacina, ignorando que elas foram vendidas - e no Brasil contam com certo governador tucano agindo basicamente como seu lobista.
Vacina é um enorme mercado. Não há, a princípio, nada errado nisso. Graças ao capitalismo tivemos tantos avanços medicinais. Só não podemos fechar os olhos para eventuais conflitos de interesse, tampouco adotar o duplo padrão. A Pfizer, por exemplo, esperava ter mais de trinta bilhões de dólares de receita este ano só com vacina! Agora vamos voltar ao charlatanismo. O que se exige desses remédios usados em tratamentos imediatos é o tal teste duplo cego randomizado padrão ouro, ou seja, o ápice da prova científica. Só tem um detalhe: algo como 90% dos remédios que utilizamos em diversos tratamentos não possuem esse grau de confiança! Curiosamente ele só é exigido para a cloroquina ou ivermectina, e isso em meio a uma pandemia!!!
Mas nada disso importa, pois Renan não se preocupa com a ciência, tampouco com as vidas perdidas. O senador lulista só pensa naquilo: eleição. E seu intuito é desgastar Bolsonaro, tentar colocar nele a pecha de irresponsável e negacionista. Para o senador recordista de inquéritos de corrupção, tudo que importa é recolocar o corrupto do Lula no poder.
Vai encontrar apoio no "iluministro" Barroso, o ungido que deseja "empurrar a história" em direção ao "progresso", já que ele viu a luz da ciência e sabe onde devemos chegar. Enquanto isso, ele mente sobre as urnas "invioláveis". Aliás, charlatanismo é vender a urna eletrônica de 30 anos atrás como inviolável e como a cura contra fraudes. Fora isso, Barroso debate política com um imitador de focas, e chama de "transcendente" alguém como João de Deus.
Esse sim, aliás, um tremendo picareta embusteiro que poderia ser enquadrado no crime de curandeirismo, sem falar de estupro, naturalmente. E não custa lembrar que o próprio Renan Calheiros também saiu em defesa do médium:
Mais de uma vez, diga-se: É muita ciência reunida!!!