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quinta-feira, 12 de agosto de 2021

O charlatão curandeiro - Gazeta do Povo

Segundo a assessoria de imprensa de Renan Calheiros, quer dizer, segundo a colunista Monica Bergamo da Folha de SP, o relator da CPI deve sugerir o indiciamento de Bolsonaro por charlatanismo e curandeirismo. Ainda segundo a colunista, o senador teria afirmado que o depoimento do empresário responsável pela fabricação de ivermectina deixou claro os crimes que foram cometidos.

Deve ser muito dura a vida de um relator de uma CPI circense que tentou de tudo para encontrar algum leve indício de corrupção, e por não ter encontrado absolutamente nada, precisa puxar essa da cartola! Haja criatividade - e desespero, claro. [ironia de verdade é que enquanto o relator Calheiros tentava desesperadamente, auxiliado por seus comparsas, encontrar indicio de corrupção, a Polícia Federal solicitou seu indiciamento por crime de corrupção - confira aqui, Assim, além dos nove inquéritos já em curso, Calheiros recebe mais um.]

Vejamos o que diz o artigo do Código Penal sobre o tema:

Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Quando foi que Bolsonaro anunciou alguma cura secreta ou infalível? Essa parte eu perdi. Mas eis o que sei: que no mundo todo inúmeros médicos e cientistas consideraram certos tratamentos imediatos como caminhos com potencial para mitigar os riscos da Covid. Até mesmo em Oxford o remédio foi testado:  O "charlatão" Bolsonaro deve ser dos mais poderosos do planeta, para influenciar até mesmo pesquisas na respeitada universidade britânica. Até mesmo a OMS, que virou um puxadinho do regime chinês e que passei a chamar de Orquestra Mundial do Socialismo, admitiu a possibilidade de eficácia do remédio de piolho no tratamento da Covid:

Ou seja, Renan Calheiros quer imputar o crime de charlatanismo no presidente por ter apostado em remédios que o mundo todo estava considerando como uma promessa, e que milhares de médicos na linha de frente da batalha contra a pandemia ainda atestam eficácia - o que muitas vezes só é comprovado pelos pesquisadores da ciência depois.

Não faltaram assessores de imprensa do gabinete paralelo do lulismo, que comanda a CPI circense, apontando também para o crescimento expressivo do lucro do fabricante do remédio, como se isso, por si só, indicasse algum crime. A apresentadora da CNN, que lamenta quando tem de dar notícias boas de economia ou comete ato falho que revela desejos secretos de por fim à vida do presidente, foi nessa linha: Mas se essa lógica serve para o tratamento imediato, por que não serviria para os fabricantes de vacinas? A Big Pharma é uma das indústrias mais ricas do mundo, poderosíssima, e não produziu as vacinas a toque de caixa por altruísmo. É um espanto como a mídia trata as Big Pharma como abnegadas, sem falar do embaixador chinês, que diz que seu regime "ofereceu" ao mundo milhões de vacina, ignorando que elas foram vendidas - e no Brasil contam com certo governador tucano agindo basicamente como seu lobista.

Vacina é um enorme mercado. Não há, a princípio, nada errado nisso. Graças ao capitalismo tivemos tantos avanços medicinais. Só não podemos fechar os olhos para eventuais conflitos de interesse, tampouco adotar o duplo padrão. A Pfizer, por exemplo, esperava ter mais de trinta bilhões de dólares de receita este ano só com vacina!  Agora vamos voltar ao charlatanismo. O que se exige desses remédios usados em tratamentos imediatos é o tal teste duplo cego randomizado padrão ouro, ou seja, o ápice da prova científica. Só tem um detalhe: algo como 90% dos remédios que utilizamos em diversos tratamentos não possuem esse grau de confiança! Curiosamente ele só é exigido para a cloroquina ou ivermectina, e isso em meio a uma pandemia!!!

Falemos, então, de curandeirismo 
Que tal usar dipirona para tratar a Covid? 
Alguém pode apresentar o teste de ouro para tal medicamento no uso contra a Covid? Não? Foi o que pensei. Mas a coisa piora, já que a dipirona tem lá sua utilidade indicada em outras doenças - apesar de ter sido proibida em países como os Estados Unidos e a Suécia, entre outros. Mas que tal isso daqui?
Florais? Homeopatia? Reiki?! E isso para tratar de Covid, ainda por cima?! A homeopatia, aliás, nunca passou por qualquer teste duplo cego, e o motivo é evidente: seus criadores teriam de receber o Nobel da Química e da Física simultaneamente. O princípio da "energização" ou o grau de diluição não permitem qualquer explicação científica para a "cura", sendo portanto considerada um placebo pelos médicos de verdade. Bolinha de açúcar, em português claro. Por que os que demonizam a ivermectina não falam nada sobre a homeopatia?

Mas nada disso importa, pois Renan não se preocupa com a ciência, tampouco com as vidas perdidas. O senador lulista só pensa naquilo: eleição. E seu intuito é desgastar Bolsonaro, tentar colocar nele a pecha de irresponsável e negacionista. Para o senador recordista de inquéritos de corrupção, tudo que importa é recolocar o corrupto do Lula no poder.

Vai encontrar apoio no "iluministro" Barroso, o ungido que deseja "empurrar a história" em direção ao "progresso", já que ele viu a luz da ciência e sabe onde devemos chegar. Enquanto isso, ele mente sobre as urnas "invioláveis". Aliás, charlatanismo é vender a urna eletrônica de 30 anos atrás como inviolável e como a cura contra fraudes. Fora isso, Barroso debate política com um imitador de focas, e chama de "transcendente" alguém como João de Deus.

Esse sim, aliás, um tremendo picareta embusteiro que poderia ser enquadrado no crime de curandeirismo, sem falar de estupro, naturalmente. E não custa lembrar que o próprio Renan Calheiros também saiu em defesa do médium:

Mais de uma vez, diga-se: É muita ciência reunida!!!

PS: Por falar no imitador de focas, Felipe Neto admitiu estar com Covid, apesar de vacinado e totalmente isolado (segundo diz). Ele revelou que faz exame toda semana. Dúvida: por que alguém que está totalmente isolado em casa e não acredita em qualquer tratamento possível, só na vacina, faria teste de Covid TODA SEMANA? 
Que diferença faz estar ou não com Covid, ficar sabendo, se vai seguir isolado e sem tratamento, ou seja, NA MESMA SITUAÇÃO? Ciência!!!.
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 
 

domingo, 20 de junho de 2021

O iluminado Barroso - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Desde quando Barroso declarou que desejava "empurrar a história" rumo à "justiça racial", passei a me referir a ele como "o ungido", que habita a Torre de Marfim onde o sol da Razão ilumina tudo. Barroso é um ativista que quer legislar sem votos, e o motivo disso é sua extrema arrogância como ser racional e do "lado certo" da história.

Em uma entrevista recente sobre as urnas eletrônicas, essa empáfia salta aos olhos mesmo para os menos atentos. E tamanha arrogância vem seguida de uma retórica de humildade, sem que o "iluminado" perceba a incoerência. Barroso lança mão de espantalhos para defender o que não merece muita defesa e para rechaçar como absurda a demanda legítima de mais transparência na auditoria dos votos. Eis um trecho:

"Como presidente do TSE, estou à disposição para receber de qualquer pessoa qualquer elemento de prova de que há fraude em nosso sistema. Meu compromisso não é com um específico modelo de votação, mas com eleições livres e limpas. Portanto, se alguém trouxer qualquer indício de fraude, nós imediatamente apuraremos. Mas a volta do voto impresso, além de todos os inconvenientes, seria inútil, relativamente ao discurso da fraude. O discurso da fraude faz parte da retórica de certos segmentos políticos. É a lógica do “se eu perder houve fraude”. [só o simples fato de ignorar que os cobradores de mais transparência estão entre os que ganharam as eleições, mostra que padece de excesso de empáfia, resultando no seu estilo empafioso  - seus argumentos e sua vontade, por mais frágeis que sejam, devem sempre prevalecer.]

Ora, quem está cobrando mais transparência é quem venceu eleições! O próprio presidente Bolsonaro é um exemplo, a deputada Bia Kicis outro, entre tantos.  
Sobre apresentar a prova da fraude, o ônus da prova deveria ser o contrário: provar que ela não existiu. Mas eis exatamente o ponto: não é possível sequer auditar para valer, como os tucanos descobriram com especialistas em 2014. Os motivos que Barroso apresenta para condenar a mudança são frágeis demais: Em primeiro lugar, em razão do custo de sua implementação. Antes da pandemia e da alta do dólar, nós já falávamos no custo de R$ 2 bilhões para a introdução do voto impresso. Em segundo lugar, pelo risco ao sigilo do voto, motivo que levou o STF a declarar a sua inconstitucionalidade.
Dois bilhões de reais para proteger a democracia parece pechincha, ainda mais diante do custo para manter os luxos do Congresso e do próprio STF
O sigilo do voto não estaria ameaçado, pois como Barroso certamente sabe, ninguém teria acesso ao pedaço de papel impresso em outra urna. Tudo que se deseja é que cada eleitor tenha como verificar que o que apertou na urna foi efetivamente computado, e permitir uma real checagem posterior. O boletim da urna de hoje não faz isso, pois é um saldo total daquela urna, onde já pode ter desvio.
Estamos falando de uma tecnologia que tem 25 anos e que países bem mais avançados, como os Estados Unidos, não adotam. 
Seria por falta de capacidade? 
Mas Barroso não toca nessa questão e repete que temos um dos sistemas mais confiáveis do mundo, o que causaria perplexidade em cidadãos de países tão mais desenvolvidos que rejeitam esse mecanismo. Mas nessa passagem Barroso deixa sua empáfia vir à tona:

"Acredito que a defesa do voto impresso decorre do desconhecimento sobre como o sistema funciona e em razão das campanhas de desinformação. Acho que esses fatores também são determinantes para o movimento anti-vacina. A verdade é que o desenvolvimento das vacinas erradicou ou controlou uma série de doenças, muitas delas fatais. Isso faz com que muitas pessoas, notadamente as mais jovens, nem sequer se deem conta da sua importância. É por essas e outras que gosto de dizer que o país precisa de um choque de Iluminismo. Iluminismo significa razão, ciência, humanismo e progresso."

Ele conseguiu misturar desconfiança com a urna sem impressão com vacinas em geral, ignorando que a crítica de muitos era sobre o processo acelerado de desenvolvimento dessas vacinas em particular contra o Covid. Barroso deve se achar muito mais iluminado do que jornalistas como Guilherme Fiuza, que tem feito perguntas incômodas - e sem respostas. Veja o caso que Leonardo Coutinho, outro jornalista sério, trouxe:  "Em maio, o governo da Indonésia e a Sinovac, fabricante da Coronavac, anunciaram que sua vacina era 98% eficaz para prevenção de mortes e 96% para hospitalizações de entre profissionais de saúde. Apenas um mês depois, a realidade que se apresenta é outra".

Mais de 350 médicos e profissionais de saúde contraíram COVID-19 na Indonésia, apesar de terem sido vacinados com Sinovac, e dezenas foram hospitalizados. O Butantan não disse que era 100% de proteção? Queremos respostas, não lacres! No entanto, lacrar é tudo que o Butantan tem feito, pelo visto, como podemos observar:

A politização do Butantan na atual gestão é lamentável. Em vez de chamar de Fake News, que tal explicar? 
Como o Butantan explica o aumento de casos no Chile, justo o país que mais vacinou na região, e com a Coronavac? 
Ciência se faz com perguntas, mas Barroso e o Butantan devem se julgar iluminados demais para dar respostas. 
Não obstante, Barroso se considera muito humilde:"Eu cumpro a missão da minha vida, em defesa da democracia, da justiça, do bem e da verdade possível. Nem crítica nem elogio me desviam desse caminho. A vida me deu muitas oportunidades e procuro desfrutá-las sem arrogância, com compreensão pelas dificuldades alheias."

Se ele não fala ninguém saberia. Afinal, o que menos observamos em Barroso é humildade. Basta ver como ele justifica seu evidente ativismo judicial: "São poucas as decisões que eu considero ativistas: uniões homoafetivas, aborto de feto anencefálico e criminalização da homofobia. Todas essas decisões atuam em defesa de minorias e eu as qualifico de iluministas". Ou seja, se ele as considera "iluministas", então para o inferno com a Constituição, da qual ele deveria ser o guardião! É aquele tal "empurrão na história"...

Talvez o ápice do iluminismo de Barroso tenha sido quando elogiou o médium João de Deus, encalacrado com a Justiça hoje, chamando de "transcendente" seus dons;

   Ou talvez seu momento de maior grandeza iluminista tenha sido quando "debateu" sobre política com o imitador de focas, mais raso do que um pires convexo:  Para quem está fora da bolha, tudo que se espera de Barroso é que ele siga a Constituição do país, sua missão no STF, e acate a mudança das urnas se passar como PEC.  
Barroso, porém, considera seu papel muito maior do que isso, que seria pequeno demais para um ser tão iluminado como ele. 
Barroso, o ungido, pretende criar as leis, empurrar a história, trazer a luz para o povo ignorante. E é justamente aí que mora o perigo...
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

segunda-feira, 24 de junho de 2019

O império de 100 milhões de João de Deus

ISTOÉ destrinchou o fabuloso patrimônio do médium acusado de abuso sexual e lavagem de dinheiro. São 90 imóveis em seu nome e no da mulher, além de fazendas, avião e aplicações financeiras de R$ 35 milhões

Preso desde dezembro do ano passado, o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, afirmou em um de seus primeiros depoimentos que não sabia precisar a quantidade de bens que havia acumulado. Disse que tinha dezenas de carros e casas. Mas nunca deu números concretos. Os investigadores da força-tarefa responsáveis pelo caso que abalou o espiritismo brasileiro descobriram que ele movimentou, somente em suas contas bancárias, mais de R$ 100 milhões, mas o seu patrimônio pode chegar ao triplo disso: em seu nome, e de testas de ferro, esconde-se um verdadeiro império imobiliário. Apenas em Abadiânia, cidade onde o médium fazia atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, estão registrados 27 imóveis. 

Também estão na mira da polícia outras 57 propriedades em Anápolis. Foram encontrados ainda registros de dezenas de outros empreendimentos em Goiânia em nome de João de Deus, o homem acusado de centenas de estupros de fieis, fraudes e lavagem de dinheiro. Na lista de seus bens estão terrenos, casas, apartamentos, fazendas e dezenas de automóveis de luxo.

Hoje, as autoridades acreditam que João de Faria tenha aproximadamente 90 imóveis em seu nome e no da atual mulher, Ana Keyla Teixeira Lourenço. O período de aquisição dos bens vai até novembro de 2018. Existe a possibilidade de que o médium tenha se utilizado do nome de laranjas como forma de ocultar parte do patrimônio. A Justiça de Goiás determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal de 12 pessoas ligadas a ele para cruzar informações. Todas são consideradas pessoas de extrema confiança do médium. Na lista de suspeitos, estão a mulher de João de Deus e o administrador da Casa Dom Inácio de Loyola, Hamilton Pereira. No caso específico de Hamilton, como ele foi prefeito de Abadiânia, os integrantes da Polícia Civil não descartam eventuais desdobramentos políticos, embora esse não seja, neste momento, o foco da investigação.

Fazendas e avião

(...)

O império milionário de alguém que sempre se vangloriou por ajudar pessoas sem qualquer tipo de pedido de vantagem financeira em troca pode ter sido erguido, curiosamente, com base na exploração de um enorme empreendimento produtivo que explorou a boa fé das pessoas. O ciclo arquitetado por João de Faria é engenhoso. O esquema de extorsão vai além das fraudes na casa Dom Inácio de Loyola. Os investigadores suspeitam que houve direcionamento de outros atendimentos para os fiéis que beneficiaram diretamente estabelecimentos ligados ao médium, como a Farmácia de Manipulação JFY, Lanchonete e Livraria Dom Inácio e Cristais Dom Inácio.

Também há a suspeita de que os fiéis eram orientados a ficar hospedados em pousadas indicadas por funcionários da casa Dom Inácio de Loyola aos milhares de turistas, inclusive internacionais, que o procuravam mensalmente. Os policiais agora apuram se houve algum tipo de pagamento dos donos de pousadas à casa Dom Inácio, mesmo que seja por meio de doações.

Atualmente, os investigadores têm em mãos dois relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que podem ajudar a desvendar o portentoso esquema. Em apenas um deles, é possível se ter uma ideia do fenômeno empresarial que se formou em torno de João de Deus. Em uma análise de apenas quatro meses nas suas contas, os investigadores conseguiram contabilizar transações atípicas na casa dos R$ 2,8 milhões. Essas contas monitoradas pelo Coaf lhe renderam algo em torno de R$ 9 milhões ao ano. Um número considerável, mas sem uma justificativa plausível, já que o médium disse nos depoimentos de dezembro que suas atividades como empresário lhe rendiam R$ 60 mil ao mês, o que oficialmente chegaria a somente R$ 700 mil por ano.

MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ